TERAPIA DO PERDÃO
"O VALOR TERAPÊUTICO DO PERDÃO" -
Analisando o planeta Terra como um mundo doente, (ainda um mundo de provas e expiações), Cajazeiras garantiu que até uma simples gripe que, aparentemente, se instala no corpo físico por causa da baixa resistência orgânica, tem sua causa no Espírito, cujo estados emocionais diferenciados têm o poder de alterar o sistema imunológico do indivíduo.
"Sentimentos emocionais positivos como o amor, o otimismo, a alegria, o riso e o bom humor melhoram a perfomance do sistema de defesa do nosso organismo, dando-se exatamente o oposto, quando nos envolvemos com o ódio, a mágoa, o ressentimento, a vingança, a intransigência", disse Cajazeiras.
Não é difícil entender, do ponto de vista espírita, a relação do Espírito (mente) com os sistemas orgânicos, pois é ele quem pensa, quem sente, quem tem emoções. E já se comprovou que entre os sentimentos negativos mais prejudiciais para nossa saúde destacam-se a raiva e a ansiedade.
"Até hoje, considera-se uma utopia amar os inimigos e se considera que somente Jesus estaria em condições de perdoar as ofensas", ressaltou o conferencista. "A dificuldade para amar os inimigos baseia-se não apenas nas nossas imperfeições, mas também no fato de não compreendermos que o amor, em nosso panorama evolutivo, encontra-se, também, em fase de desenvolvimento.
Ainda estamos experimentando esse sentimento em múltiplas facetas (amor conjugal, amor paterno-maternal, amor filial, amor fraternal,...) para com o tempo efetuarmos a grande síntese que nos levará ao amor incondicional, cujo exemplo maior em nosso mundo concentra-se em Jesus".
Durante a palestra, Cajazeiras comentou sobre a passagem evangélica de se oferecer a outra face, explicando que essa outra face não é o outro lado do rosto, mas o outro lado do coração, o lado oposto ao sentimento de violência e agressão que é a atitude amorosa do aprendizado do perdão.
Uma inclinação a guardar ressentimentos e uma marcada incapacidade para o perdão já são características comprovadas pela medicina de muitos doentes, por isso destacou Cajazeiras que perdoar é ato inteligente, uma estratégia de saúde. Sua primeira indicação é para que se comece a exercitar o perdão, a pensar em perdão, a se decidir pelo perdão, fazendo-se um exercício de auto-análise e entendendo o ofensor como instrumento de prova e crescimento espiritual.
Segundo Cajazeiras, "não existe uma fórmula mágica capaz de produzir em nós a capacidade de perdoar". Cada um de nós, porém, encerra na intimidade o dom do perdão, ainda que soterrado pelo orgulho e asfixiado pelas paixões inferiores. "O perdão é um processo e reconhecer sua necessidade para a própria libertação é o primeiro passo", concluiu Cajazeiras.
Jornal Espírita - agosto/04
LEMBRETE: Em virtude do nosso planeta ainda ser um planeta de "PROVAS E EXPIAÇÕES", ainda existe a necessidade:
1 - DO MAL PARA QUE POSSAMOS RECONHECER E VALORIZAR O BEM. Muitas vezes vemos o "MAL", devido à nossa estreita visão, quando deveríamos agradecer o BEM que certos acontecimentos nos trazem! Agradeçamos sempre e confiemos em Deus.
2 - DO ERRADO PARA QUE POSSAMOS AVALIAR E JULGAR O QUE É CORRETO.
3 - DA FÉ CEGA PARA QUE ENTREVEMOS OS SEUS ERROS (FANATISMOS) E APLIQUEMOS A FÉ RACIOCINADA.
4 - DA MORTE PARA QUE COMPREENDAMOS TODA A GRANDIOSIDADE DA VIDA.
5 - DOS PROBLEMAS PARA QUE POSSAMOS TRABALHAR E DESENVOLVER AS NOSSAS HABILIDADES.
6 - DA TORMENTA PARA QUE SAIBAMOS APROVEITAR O PRÓXIMO MOMENTO QUE É A CALMARIA.
7- DAS TREVAS PARA QUE FAÇAMOS BRILHAR A NOSSA LUZ.
8 - DAS ENERGIAS PERTURBADORAS PARA QUE ENTENDAMOS QUE SOMOS NÓS QUE AS ATRAÍMOS, E CONSTANTEMENTE ESTAMOS ALIMENTANDO-AS ATRAVÉS DE PENSAMENTOS E ATOS DESEQUILIBRANTES.
9 - DO ÓDIO PARA VALORIZARMOS O AMOR. O AMOR transforma: -os ressentimentos em perdão; as lamúrias em pensamentos positivos; - a melancolia em ação! GRUPO DE ESTUDO.
FRANCISCO CAJAZEIRAS
O perdão
O perdão constitui uma atitude de esquecimento das faltas e, ao mesmo tempo, representa um movimento de compreensão do ser que vivencia um determinado evento estabelecido nas relações entre pessoas, antídoto aoacúmulo e cristalização de energias que geram mágoas e ressentimentos resultantes em desequilíbrios e possíveis enfermidades.
Mais do que “esquecer as mágoas”, perdoar – salienta Hammed – traduz “um sentimento profundo de compreensão e aceitação dos sentimentos humanos, por saber que nós e outros ainda estamos distantes do agir corretamente”.
Em outras palavras, perdoar não é concordar ou ser conivente “com aquilo que fere o estatuto legal e o código moral da vida”, porém saber compreender a “dimensão do gravame [do mal feito] e dos comportamentos a serem adotados para que ele desapareça”, lembra Joanna de Ângelis, para quem “o verdadeiro perdão somente é possível quando ocorre o olvido [esquecimento] pleno ao mal de que se foi objeto”, de modo que se possa retornar “à vida a harmonia que foi perturbada com aquela atitude” e adquirir “a permanência da tranquilidade interna ante os impactos desgastantes”.
“Amar os inimigos”, ensina O Evangelho segundo o Espiritismo, não quer dizer “ter-lhes uma afeição que não está na natureza”, mas “não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem”
Quando o ser é tocado em suas fibras constituintes e mais sutis (sentimentos, valores e crenças) pode ser acometido de resistências e defesas de cunho psíquico e energético que surtirão mudanças no comportamento, tornando aquele considerado agressor alguém insuportável para se conviver e igualmente insuportável qualquer situação que se assemelhe com a experiência vivida ou que recorde aquela pessoa. Essas experiências, de tão traumáticas ou sofridas, podem ultrapassar o que o ser dá conta de compreender e transubstanciar, ao prendê-lo, no aqui e agora, a uma faixa de energias densas, fonte geradora de doenças.
Embora seja impossível nunca não se magoar, observa Hammed, “perpetuar ou ignorar o fato desagradável pode ser comparado ao comportamento do escorpião que, quando enraivecido, inocula veneno em si mesmo com o próprio ferrão”.
Formados por meio de uma constituição biopsicossocial-espiritual, somos umtodo organizado e integrado, existente em um tempo histórico atual, mas com uma bagagem do ontem, armazenada em nossos porões conscienciais.
No âmago dessa bagagem, composta dos materiais construídos por inúmeros períodos de visitação entre os corpos variados e as dimensões diversas, se agasalha a nossa verdade, nem sempre conhecida ou acessada por nós. Por vezes, nosso contato com as experiências presentes apresentam reflexos geradores de maiores sofrimentos. O que poderia ser uma situação menos complexa se torna uma bola de neve, perdendo-se em dimensões e tamanhos.
Daí a importância do desenvolvimento do autoconhecimento, a permissão para a escuta de si mesmo. O que me faz sentir alegria ou tristeza? Quais são os meus medos? Qual o motivo de não conseguir conviver com determinada situação ou pessoa? Qual a razão da minha agressividade ou passividade diante de determinadas circunstâncias da vida?
“Escutar os sentimentos não significa adotá-los prontamente,” – alerta Ermance Dufaux – “mas aceitá-los em nossa intimidade e criar uma relação amigável com todos eles”, ou seja, “sem reprimir ou se envergonhar”, a fim de que se estabeleça “uma conexão com nossa real identidade psicológica, possibilitando a rica aventura do autodescobrimento no rumo da singularidade – a identidade cósmica do Espírito”.
Conhecer a si mesmo, além de ser importante para o desenvolvimento integral do Espírito, abre espaço para a compreensão da presença do outro em sua vida, o que permitirá entender os comportamentos de amor e desamor em torno de (e em direção a) você.
Nos momentos de tristeza, desesperança e mágoas, permita que o tempo possa ser o companheiro da sua caminhada. Procure o recolhimento e aguce sua atenção, para que possa, por meio de suas percepções, compreender cada situação e acalmar o seu coração.
Não podemos apagar o que aconteceu no passado, mas podemos nos revestir do aprendizado de novos comportamentos que nos auxiliarão na compreensão de cada fenômeno e situação em nossa vida. Um compromisso de afeto com nós mesmos.
[1] ESPÍRITO SANTO NETO, Francisco do. Um modo de entender: uma nova forma de viver: obra ditada pelo Espírito Hammed. Catanduva: Boa Nova, 2004, p. 70.
[3] FRANCO, Divaldo Pereira. Elucidações psicológicas à luz do Espiritismo: obra ditada pelo Espírito Joanna de Ângelis; organização de Geraldo Campetti Sobrinho e Paulo Ricardo A. Pedrosa.Salvador: LEAL, 2002, p. 250.
[8] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo: com explicação das máximas morais do Cristo em consonância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, p. 247.
[9] Ibid., p. 247-248.
[10] ESPÍRITO SANTO NETO, Francisco do. Um modo de entender: uma nova forma de viver: obra ditada pelo Espírito Hammed. Catanduva: Boa Nova, 2004, p. 70.
[11] OLIVEIRA, Wanderley S. de. Escutando sentimentos: a atitude de amar-nos como merecemos: obra ditada pelo Espírito Ermance Dufaux. Belo Horizonte: Dufaux, 2006, p. 22. (Série Harmonia Interior.)
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