A TERCEIRA REVELAÇÃO
Revelações divinas
Moisés, o profeta de Israel, deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral e definitiva. Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva. Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais:
Moisés trouxe a missão da Justiça, o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade.
No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade.
A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos. Eis por que, com o Espiritismo simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas realizações do seu futuro espiritual, nos milênios porvindouros.
Deus e as revelações
A revelação vem de Deus e o que Ele revelou em uma época não pode contradizer em outra. Cada revelação, na espécie, é uma revelação de verdade, mas de verdade revelada na proporção das necessidades do homem e de acordo com as suas capacidades.
O que parece contraditório não está na palavra de Deus, mas sim no espírito do homem, o qual não se contenta com a simples comunicação, mas adultera-a conforme as suas glosas, sobrecarrega-a consoante as suas deduções e especulações, e assim, decorrendo os anos, aconteceu que o que vinha de Deus tornou-se desfigurado, contraditório, impuro e terrestre.
Em vez de poder adaptar racionalmente a revelação seguinte à precedente, tornou-se necessário rejeitar a superstição acumulada sobre os velhos alicerces; e o trabalho de eliminação deve preceder o de adição.
As revelações não são contraditórias, mas é indispensável fazer desaparecerem os fragmentos amontoados pelo homem antes que a verdade de Deus possa ser de novo revelada. O homem deve julgar conforme a luz da sua própria razão.
É a última pedra de toque por onde a alma progressista aceitará o que a ignorante ou cheia de preconceitos recusar. A verdade de Deus não é imposta a ninguém. Em certos tempos passados houve também revelação especial para um povo especial. Tem sempre sido assim. Moisés obteve aceitação universal mesmo entre o seu próprio povo? E os profetas? E Jesus mesmo? E Paulo? E qualquer que fosse o reformador em qualquer século, entre qualquer raça?
Deus não muda; oferece, mas não obriga ninguém a aceitar; oferece, e aqueles que estão preparados recebem a comunicação.
Os ignorantes e os incapazes a rejeitam, pois isso deve acontecer. As dissensões e diferenças que deplorais são a separação do falso e do verdadeiro; provêm de causas indignas e são animadas por Espíritos_malévolos. Deveis também contar com sérios incômodos causados pelos poderes coligados do mal. Porém dirigi vossos olhares para o longínquo futuro e tende coragem.
O advento da Doutrina Espírita
O advento da Doutrina Espírita no mundo é considerado como a terceira revelação perante todas as práticas religiosas em vigor no planeta Terra. Podem ser consideradas, portanto, duas outras revelações antecessoras.
A "Primeira Revelação"
MóisesCaracteriza-se pelo encarne de Moisés no planeta Terra. Espírito de grande luz que, com seus postulados, sua vida e seus "Dez mandamentos" ou "Decálogo" foi o detentor e o promulgador da "primeira revelação".
É importante notar que o Deus de Moisés ainda se caracterizava como um Deus autoritário, punitivo e, portanto, digno de medo.
Porém, não poderia ser de outra forma na condição evolutiva em que se encontrava o nosso planeta e os espíritos nela encarnados.
Sua vida e seu exemplo podem ser considerados como primeiro exemplo de retidão moral e seu "decálogo" é considerado como a primeira manifestação divina de conduta moral enviada à nosso orbe.
A "Segunda Revelação"
Portanto, não poderia ser outra senão o encarne na Terra do excelso espírito, que na Terra, adotou o nome de Jesus, o Cristo.
Seus ensinamentos, de moral insofismável, podem ser considerados como a mais sublime manifestação da teoria divina já pregados no planeta.
Sua vida e sua moral são algo digno de um espírito de categoria superior. Jesus foi e sempre será o grande mestre e protetor de nosso planeta e, consequentemente, de nós.
A "Terceira Revelação"
A "terceira revelação" não poderia ser outra senão o advento do Espiritismo no planeta Terra, codificado por Allan Kardec.
Ele, com sua moral inatacável, e seu instinto científico, conseguiu, no decorrer de sua vida, organizar os tópicos da doutrina, e, assim, lançar nova luz sob a humanidade, respondendo, portanto, muitíssimas de suas mais inquietantes perguntas.A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo.
O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.
É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.
Os ensinamentos de Jesus
Jesus não trouxe à terra um sistema religioso a mais. Ele teve por missão revelar Deus à Humanidade.
O mundo já conhecia Deus na exteriorização de sua força, do seu poder, da sua inteligência, da sua sabedoria. Era necessário que o conhecesse através do seu amor, na intimidade, como Pai.
Os profetas falaram de Deus através das imperfeições humanas. Jesus refletiu-o com fidelidade, porque não havia em sua alma imaculada mancha alguma que pudesse empanar o brilho da Divindade.
Na Primeira Revelação temos o emprego da força e do temor, para arrancar os homens da idolatria e da submissão às divindades pagãs. Na Segunda Revelação temos o emprego da fé e do amor, para libertar o espírito humano do apego aos formalismos da tradição, encaminhando-o à prática da fraternidade. Na Terceira Revelação temos o emprego da verdade, que esclarece a fé através da razão, para que o homem possa amar compreendendo. O homem já não deve temer, nem apenas crer e amar, mas também e sobretudo saber porque crê e porque ama. Repetimos ainda que o Supremo não quer impor ao homem uma verdade para a qual não está preparado. Há para todo o universo de Deus uma progressão ordenada, um desenvolvimento sistemático.
Se os homens estivessem dispostos a receber as verdades de que falamos, o mundo seria abençoado por uma revelação tal como ainda não teve, desde os últimos raios de Verdade divina espalhados por sobre eles pelos anjos.
Mas o mundo não está preparado, e só o pequeno número que obteve a sabedoria receberá agora o suco que as gerações dos séculos futuros absorverão com alegria.
Etapas da Terceira Revelação Tem razão Carlos Luiz Chiesa, espírita da Argentina, quando estabelece, em 3, as etapas da Terceira Revelação, consistindo:A 1ª exatamente no desenrolar dos fenômenos de ordem física, capazes de despertar os homens para as coisas do Espírito e de lhes patentear a sobrevivência da alma, que os anima.
Os “raps” produzidos por intermédio de Kate Fox, em Hydesville e “os fenômenos das mesas girantes”, ocorridos em muitas partes do mundo, mas principalmente em Paris, na França, atingiram, em cheio, sua finalidade. A 2ª etapa viria, logo depois, com a Codificação da Doutrina Espírita, graças ao missionário Allan Kardec, tarefa gigantesca que desempenhou, a contento, em virtude de seu bom senso, sua cultura humanística, sua moral elevada. A 3ª agora se desenvolve, de estudo e complementação da obra de Kardec e, sobretudo, de aplicação dos postulados evangélicos na obra de redenção da Humanidade, atendendo-se aos postulados supremos da Doutrina, de trabalho, solidariedade e tolerância, sem nos esquecermos, todavia, de que fora da caridade não há salvação. (fonte de pesquisa: www.guia.heu.nom.br)
Os Missionários
Jesus de Nazaré esteve na Terra há mais de dois mil anos atrás, deixando seu Evangelho como roteiro de iluminação interior. Sua tarefa junto a nós, contudo, não se resume àqueles poucos anos de sua pregação; ao contrário, como responsável pela educação dos Espíritos que habitam este mundo, enviou, em todos os tempos e a todas as culturas, mensageiros com o propósito de esclarecer e orientar os homens.
Dentre esses emissários, destacou-se Moisés, incumbido de dirigir o povo Hebreu nos primórdios de sua organização social política, preparando o terreno, para que, mais tarde, ele mesmo, Jesus, viesse trazer sua mensagem. Moisés consolidou a crença no Deus único (1ª revelação), base sobre a qual Jesus edificaria seu ensino de que Deus é Pai de todas as criaturas, ama-nos à todos igualmente e nos reserva futuro glorioso de plenitude e paz (2ª revelação).
Seria um grande erro, pois, pensarmos que a tarefa do Mestre se limitasse àqueles tempos da Palestina. Ele esteve atento aos destinos humanos desde o princípio e sabia que não seria fácil para os homens o caminho da evolução espiritual, por isso prometeu que enviaria mais tarde um Consolador (João, cap. XIV, vv. 15 à 17 e 26), para relembrar o que Ele dissera e nos ensinar todas as coisas que não poderiam ser entendidas naquele tempo. O Consolador prometido por ele seria, pois, a 3ª revelação.
Espírito de Verdade
Em sua promessa, Jesus menciona o Espírito de Verdade que o mundo não vê e não conhece, mas que viria para estar eternamente entre nós. Analisando o texto da promessa, percebemos que Jesus já antecipava os descaminhos do homem em relação à mensagem que estava deixando.
Se alguém seria enviado, para lembrar coisas que Jesus dissera, isso ocorreria, porque os homens teriam esquecido esses ensinos; e se viria para ensinar todas as coisas, é porque Jesus não pode ensinar tudo quando esteve aqui, por faltarem aos homens os pré-requisitos para o entendimento mais profundo da realidade. Se o Consolador viria estar eternamente conosco, ele não poderia se apresentar como um ser encarnado, porque o corpo físico é perecível. Deduz-se, portanto, que o Espírito de Verdade precisaria de outra maneira de estar conosco em um corpo material.A História mostra que as religiões instituídas pelo homem com base nos Evangelhos cometeram muitos desvios interpretativos e desenvolveram ações que estão muito distantes da fraternidade pregada por Jesus.
Não precisamos lembrar aqui as guerras religiosas e os tribunais da inquisição que derramaram tanto sangue. O fato é que instituições tão afastadas do roteiro traçado pelo Mestre não teriam condições de receber o Consolador, motivo pelo qual ele teria que aparecer nos cenários do mundo fora das igrejas edificadas pelos homens. Todo esse raciocínio é importante para nos possibilitar o reconhecimento de que a promessa de Jesus já foi cumprida e o consolador está entre nós.
A Doutrina Espírita surgiu em 1857, na França. Apresentou-se como ciência de observação do fenômeno mediúnico e doutrina filosófica de cunho eminentemente moral, que reconhece no Evangelho de Jesus o código mais perfeito de ética, capaz de levar os homens à obtenção das metas de espiritualização e vivência fraternal.Hippolyte Leon Denizard Rivail foi o codificador dessa doutrina, para cuja elaboração concorreram muitos médiuns e uma grande equipe de Espíritos, sob a supervisão de elevada entidade espiritual que se identificou como Espírito de Verdade. Estão aí os elementos necessários à identificação do Consolador.
O Espírito de Verdade se manifesta pelos médiuns, que existem em todas as culturas, em todos os tempos. Se um médium se desvia da rota, outros podem substituí-lo, porque a mediunidade é potencialidade inerente ao homem, por isso a mensagem que recupera os ensinos de Jesus e amplia nosso conhecimento da realidade pode estar eternamente conosco.Seria necessário, todavia, um corpo de doutrina que nos preparasse para exercer a mediunidade com esclarecimento e objetivos nobres, facultando à humanidade os canais de comunicação com a Espiritualidade Superior.
Intercâmbio mediúnico sempre ocorreu na história do homem, mas nem sempre com os conhecimentos necessários para desvestir o fenômeno do caráter sobrenatural ou mágico, que sempre interfere na interpretação da realidade e cria núcleos de sombra e poder.A humildade intelectual do professor Rivail, eminente pedagogo e humanista francês, com várias obras já publicadas naquela época, levou-o a adotar o pseudônimo Allan Kardec, ao publicar as obras espíritas, a fim de que o publico não se confundisse em relação à verdadeira autoria da Doutrina esclarecedora que chegava ao mundo, para orientar e consolar as criaturas.
Em momento algum de sua exaustiva tarefa de codificar e divulgar a Doutrina dos Espíritos, colocou-se Allan Kardec orgulhosamente como autor de qualquer revelação divina ou religião. Ao contrário posicionou seu trabalho como mais uma pedra no edifício da espiritualização do homem, convidando-nos a buscar pelo estudo e pela reflexão o entendimento das verdades que se encontram na extensa fenomenologia psíquica de todos os tempos.
Finalidade das religiões
O Espiritismo, pois, não se posiciona contrariamente a qualquer religião, mas se apresenta como o maior de seus auxiliares, uma vez que oferece armas racionais à consolidação da fé. A finalidade das religiões é levar o homem à moralidade, e o conhecimento espírita contribui para que essa finalidade seja atingida.
A Doutrina Espírita nos ensina a amar o meigo Rabi da Galiléia, induzindo-nos ao esforço necessário para colocar em prática seus ensinamentos.
Mostra-nos Jesus, não como Deus, mas como um Espírito da mais alta hierarquia e destaca o sentimento de amor que Ele demonstrou pela humanidade, pois deixou os paramos luminosos em que vivia, para trazer-nos a orientação quanto ao caminho que precisamos trilhar, para alcançarmos também a plenitude de ser.Rejeitando o dogma da divindade de Jesus, o Espiritismo nega apenas o que resultou da elaboração de mentes humanas na composição de uma teologia que expressa, nesse particular como em muitos outros, uma posição contrária ao pensamento do próprio Cristo. Em várias passagens dos Evangelhos, encontramos textos em que Jesus afirma categoricamente não ser Deus, colocando-se como um enviado do Altíssimo, a quem se subordina e de quem se faz porta-voz. Aos que desejem ir diretamente à fonte, recomendamos a leitura das seguintes passagens: João VIII, 42; João VII, 33; João IX, 48; João XII, 49 e 50; Mateus XXIV, 35 e 36.O Cristianismo não oferece nenhum obstáculo aos ensinos espíritas, que são, ao contrário, uma retomada dos postulados básicos ensinados pelo Cristo já livres de dogmas nele enxertados pelas organizações humanas que assumiram a posição de detentoras do legado de Jesus, como se Ele houvesse instituído uma organização religiosa e nomeado seus continuadores.
Jesus não fundou nenhuma religião, os homens é que o fizeram e deram a ela a feição a que estavam acostumados.
Doutrina Espírita, o Consolador prometido
Identificamos na Doutrina Espírita o Consolador prometido, porque ela realiza o que Jesus prometeu: traz o conhecimento que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra; ameniza a dureza das provações, porque acende em cada coração a lua da esperança; desperta em cada um o sentimento de religiosidade natural que prescinde de dogmas, templos e hierarquia sacerdotal para se externar.
E, porque nos permite todo esse entendimento, a Doutrina Espírita nos aproxima do Criador e de seu maior mensageiro: Jesus. Podemos, pois, os espíritas que nos esforçamos por praticar a moral cristã nos dizermos espíritas cristãos.E se você, amigo, acredita que Deus tem enviado mensageiros à Terra para esclarecer o homem, por que acharia que Ele não pode enviar também os bons Espíritos, para confundir os orgulhosos e lembrar de maneira mais precisa que somos todos espíritos em trânsito para a evolução?Quem ousaria pôr limites ao poder de Deus e determinar o que Ele deve ou não fazer?
Se essas reflexões lhe parecem lógicas, não se contente só com isso, venha estudar o Espiritismo e engajar-se nas tarefas de divulgação desta mensagem, para construirmos juntos um tempo novo de paz. (fonte de pesquisa: www.feees.org.br)
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