domingo, 8 de março de 2015

a-fecundacao-de-maria-de-nazare-na-concepcao-espirita

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Pai Muni - Pergunta:
Maria que te dizes dos fatos surgidos pelas bençãos de Deus?

Resposta de Maria:
Vejo em tudo a vontade daquele que nos criou. Tudo que sucede são lições que devemos aproveitar com serenidade, paciência, amor e coragem. Deus desconhece o impossível, senão ele não seria Deus de bondade e de amor.

Pai Muni
José, foste escolhido, serás de momento para os outros, agredido nos teus direitos de homem, mas acima deles vibram os direitos divinos. A verdade prevalece enquanto não chega a verdade maior. Educa mais todos os teus sentimentos e todos os teus impulsos que, desta vez não vieste para os prazeres efêmeros.


Não existe nenhum lugar no universo onde não esteja presente a vida. Tudo o que se vê e mesmo o que não se vê, vive obedecendo determinadas leis, criadas por Deus.


O anjo do Senhor disse: (No momento da concepção espiritual.)

Maria, a paz do Senhor esteja contigo! Não deves preocupar-te com os acontecimentos. O espírito quando se veste de carne, embota os seus mais nobres valores, mas sempre tem a proteção dos anjos do Senhor. Não percas tempo desprezando a vida, aproveita-a nas diretrizes estabelecidas por Deus. Todos somos peças de luz para uma claridade maior, eis que és bendita entre todas as mulheres. Serás símbolo para todas as mães da terra e guia de todas elas. O Messias prometido já se encontra nos arraiais da terra, e te olha como pai, antes de ser o filho das tuas entranhas.

Maria nesta noite tranquila após o dia em que os trabalhos davam mostra do dever cumprido, percebeu que os sentimentos estavam alterados. Olhou para o céu, chorou sem saber o porque daquela emoção divina, na plenitude de seus sentimentos.
Foi para seu quarto, colocou seu xale, e perto do catre que lhe servia de leito, fez uma prece e buscou a suprema Inteligência pelos fios de seus pensamentos. E adormeceu. Já fora do corpo carnal, via três estrelas reluzentes, das quais duas a ladearam, enquanto a outra, assumindo forma humana, sorriu para ela, abençoando seus sentimentos, e falou com doçura :

Altas entidades espirituais vieram trazendo com especiais cuidados para a terra, a semente masculina, (no sentido de fecundar Maria,) com extremo respeito e dedicação. Já haviam estudados os efeitos que poderiam causar a simbiose das forças estelar com o óvulo materno e, os agentes de Deus conduziram o microgameta do ambiente estelar para a formação de um corpo dócil. Maria se encontrava no leito onde tudo era harmonia, e dormia serenamente. Nas mãos de um desses vários luminares da eternidade, estava algo que irradiava uma luz intensa, uma micro vida de difícil observação. Com toda ternura de um santo, aproximou-se e colocou no ninho uterino de Maria, pelas portas engenhosas dos recursos divinos, com os quais somente anjos de Deus sabem lidar.

Maria foi envolvida por uma sensação divina. A harmonia de sua mente era uma conquista de sua consciência. Era um espetáculo grandioso esse da natureza ao mesmo tempo humano e divina.

Maria era virgem, e assim permaneceu após o parto de Jesus.


Há enxertos divinos!
Hoje pode-se dizer que não existem equivocos nas teorias - se as podemos chamar de teorias - quanto ao corpo de Jesus, por sabermos, como os próprios homens, que matéria é acumulação de fluidos e que os fluidos são matéria dispersa. Fuidos e matérias se confundem na grande ciência da vida infinita.

As sequências evolutivas das raças depende de enxertos divinos, provindos de fora, de maneira sutil, que os próprios homens não desconfiam. A evolução do espírito requer corpos adequados para a sua ascenção. Almas altamente evoluídas sentirão na sua formação congênita, enxertos admiráveis, concedidas pela natureza, não aceitos pelo homem comum.

A verdade é relativa e se revela de acordo com a evolução dos homens e espíritos.

Quantas páginas é necessário escrever, gastando-se um tempo enorme, afim de levar o leitor a certas conclusões! Isso, quando se leva!
Entretanto como descrever a vida da nossa Mãe Santíssima, da Mãe de Jesus, sem descrever o seu nascimento, a sua formação e seus poderes.

Caros amigos deste fórum, para quem quiser aprofundar, esclarecer e decobrir mais ensinamentos maravilhosos e verdadeiros a cerca desde assunto, poderá encontrar mais revelações belíssimas em : (Maria de Nazaré - João Nunes Maia - Miramez. )

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Nascimento e infância de Jesus



http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T1M2R1.htm

Anunciação do Anjo

Anunciação do Anjo


A vinda de Jesus à Terra constituiu um grande plano de salvação de suas almas atrasadas. Sua descida, já antecipada pelas profecias, foi acompanhada de vários espíritos que auxiliaram nesta missão de esclarecimento.

Maria de Nazaré fazia parte deste grupo de almas que contribuíram para que o Nazareno pudesse nos ensinar o caminho do amor através de seus exemplos e do Evangelho, imortalizado pela ação de seus apóstolos.

No processo de anúncio de sua gravidez percebemos mais uma vez suas elevadas características morais. Em oração, Maria, ávida de luz, por meio de sua mediunidade transcendente, absorve a mensagem do legionário dos céus a quem se deu o nome de Gabriel, o anjo do Senhor. O nascimento de Jesus foi anunciado por vias mediúnicas, o que nos ensina Roustaing:

"Em comunhão espiritual com os Espíritos do Senhor, mas submetida à lei da encarnação material humana tal qual a sofreis, médium inconsciente, ela recebeu, como médium vidente, audiente e intuitivo, no sentido de ter consciência do ser que se lhe apresentava, a predição que lhe era feita. Sua inteligência, entorpecida pelo invólucro material, não se achava em estado de lembrar-se. É o que explica tenha feito sentir ao anjo, ou Espírito, a impossibilidade de conceber durante a virgindade". (Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo I, pág. 156).

Mas a virgem não possuía a mesma condição espiritual que seu filho, apesar de já naquela época pertencer à falange de espíritos evoluídos. Quando o anjo Gabriel aparece para Maria e lhe anuncia que ela receberia Jesus como mãe, surge em sua mente a seguinte pergunta:

“Então Maria perguntou ao anjo: “como será isso, uma vez que não conheço homem?” (Lucas: 34).

Esta indagação demonstra que Maria não possuía condições de entender de pronto todas as situações que caracterizavam a sua missão. Apesar de ser ela Espírito elevado, estava entorpecida pela encarnação, e não podia manifestar a mesma lucidez que seu filho. Ele sim, ciente de sua missão a todo tempo, tem pleno conhecimento de todas as nuanças do processo. Maria necessitava da revelação do anjo Gabriel para colaborar com o nascimento. Jesus, ao contrário, não precisava destes recursos, e manipulava ele mesmo, por exemplo, as forças que constituíram sua veste material.

Mas o fator fundamental deste contexto é a revelação de que Maria posicionou-se em estágio de extrema aceitação. Apesar de ter sido preparada no plano espiritual para receber o menino Jesus, sua tarefa não foi fácil ou simples como poderíamos concluir em uma análise prematura ou superficial da história.

O fato de Maria ser dotada de alta evolução espiritual não a privava de estar submetida às leis físicas características de mundos atrasados como o nosso. Ao contrário, era-lhe mais penoso viver aqui, especialmente pela incompatibilidade vibracional entre ela e o ambiente grosseiro. Tendo que mergulhar na matéria densa, submeteu-se ao esquecimento temporário das realidades espirituais, e por isso necessitava da revelação do anjo.

Fosse outra a sua condição moral e a decisão de aceitar os desígnios de Deus, poderia ela ter se revoltado contra o anúncio de sua gravidez atípica, desprovida de concepção carnal. E veja-se que, para uma menina tão nova, entregar-se ao desconhecido só poderia demonstrar bravura de alma. Por isso reafirmamos que não poderia ter sido outro Espírito que por aqui vivia o portador desta responsabilidade. Foi escolhida propositadamente não somente pelo seu grau de evolução, mas também por ter aceitado decididamente a sua tarefa.

Teve que entregar-se em fé à sua missão. Talvez poderia ela ter pedido ao anjo outras provas do acontecido, aconselhar-se com os mais velhos sobre a natureza da situação, ou até mesmo requerer a Gabriel um tempo para pensar e entender o que seria aquela gravidez. Nada disso lhe passa pela mente.

Após uma breve pergunta, aceita, incondicionalmente, o que o anjo lhe pede, e segue, sem pestanejar, as recomendações vindas do céu.

Teve que enfrentar ainda as possíveis dúvidas que surgiriam em seu esposo. Como José aceitaria estes fatos? Como poderia ela explicar que sua gravidez era fruto do sobrenatural, e que tinha permanecido virgem? Não seria considerada adúltera por aparecer grávida sem ter se entregado intimamente a José? Mesmo com a aparição do anjo a José mais tarde, explicando-lhe o que havia de se dar, analisemos que no momento da aparição à Maria esta dúvida poderia ter lhe tomado conta dos pensamentos. Naquela época, a mulher adúltera poderia facilmente ser levada ao apedrejamento, como existem relatos destes exemplos no próprio Evangelho. E diante de todas estas possibilidades, temendo por sua integridade física e moral, a virgem poderia ter recuado. Nada disso. Não pensava ela em sua reputação ou desejava se privar ao sofrimento.

Aceita a ordem do alto e segue confiante o seu destino. Se fosse menos evoluída, portadora de menor fé ou se estivesse mais próxima de nós, talvez houvesse falhado. Não foi esta a sua escolha, e a sua elevação moral também não apontava para esta direção.

Este momento de aceitação que poderia passar desapercebido aos leitores da história, reveste-se da mais profunda importância espiritual. E se Maria, neste momento do anúncio do anjo, recusasse receber Jesus como filho? Alguns poderiam tentar solucionar o problema dizendo que seria escolhida outra mãe para esta função.

Ora, já transcrevemos acima citações dos Espíritos Emmanuel e Áureo afirmando que Maria era o maior dentre todos aqueles missionários que vieram auxiliar o Cristo. Sua escolha não foi despropositada, e a partir dela que se desenvolveram os processos magnéticos espirituais que caracterizaram a passagem do Nazareno pela Terra. Se naquele momento houvesse recusa por parte da Mãe de Jesus, o desenvolvimento da missão salvadora necessitaria de outro Espírito daquela categoria. Mas onde encontrá-lo aqui na Terra, se ela era o maior de todos os missionários do Cristo? Teria-se que arquitetar outros planos para consecução do Evangelho.

A ressonância existente entre a futura grávida e o Anjo eram extremas, conforme se observa nesta passagem, nas palavras de Maria.

"O fato é que ali estava ele. Belo e luzidio, doce e cheio de paz. Nunca me ocorreu que fosse um enviado do Maligno, pois a paz que dele emanava era representativa apenas de Deus. (...) Essa mesma paz, a de Deus, encontrava profundo eco em mim. Sua paz e minha paz se entrelaçavam, como se em meu interior nunca tivesse existido outra coisa senão a harmonia divina, uma paz semelhante a que esse mensageiro do Senhor emanava". (Santiago Martín, O Evangelho Secreto da Virgem Maria, pág. 18).

O que indica esta grande correspondência de vibrações, mesmo diante de uma situação inesperada, fenômeno mediúnico a que a virgem não estava acostumada nesta vida? Podemos concluir que Maria aceita e trabalha por sua tarefa não só no plano espiritual, mas permanece firme em seu propósito em todos os momentos de sua encarnação Terrena. A sua ressonância com o Anjo demonstra que ela estava continuamente preparada para ser a mãe de Jesus, tanto que não foge do encontro incomum. Ao contrário, sente toda aquela vibração de paz e se entrega ao momento revelador.


Miramez

Do livro Maria de Nazaré, de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez.

PREMONIÇÕES AVISOS PROFÉTICOS

PREMONIÇÕES
AVISOS PROFÉTICOS

"No sexto mês, foi enviado da parte de Deus o Anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Aproximando-se dela, disse: Salve, altamente favorecida, o Senhor é contigo! Ela, porém, ao ouvir estas palavras, perturbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria esta. Disse-lhe o anjo: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. E conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a quem chamarás Jesus. " (Lucas, I, 26-31)

"Estando Zacarias a exercer diante de Deus as funções sacerdotais, na ordem da sua turma, coube-lhe por sorte, segundo o costume do sacerdócio, entrar no santuário do Senhor e queimar o incenso; e toda a multidão do povo estava orando da parte de fora, à hora do incenso. E apareceu a Zacarias um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso. Zacarias, vendo-o, ficou turbado e o temor o assaltou. Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias, porque sua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, a quem chamarás João; e terás gozo e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento. " (Lucas, I, 8-13)

"Naquela região havia pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e encheram-se de grande temor. Disse-lhes o anjo: Não temais, pois eu vos trago uma boa nova de grande gozo que o será para todo o povo; é que hoje vos nasceu na cidade de Davi um salvador, que é o Cristo Senhor.

E eis para vós o sinal: Encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura. De repente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas Alturas; e paz na Terra entre os homens de boa vontade. Quando os anjos se retiraram para o Céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos já até Belém e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer. E foram a toda a pressa e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura. " (Lucas, II, 8-16)

"Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem este justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava sobre ele; e lhe havia sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. E movido pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazer por este o que a Lei ordenava, Simeão tomou-o nos seus braços e louvou a Deus, dizendo:

"Agora tu, Senhor, despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste ante a face de todos os povos; Luz para revelação aos gentios, e glória do teu povo de Israel. Seu pai e sua mãe maravilharam-se do que dele se dizia. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: Este é posto para queda e levantamento de muitos em Israel, e para sinal de contradição (e também uma espada traspassará a tua própria alma), para que os pensamentos de muitos corações sejam revelados. " (Lucas, II, 25-35)

"Havia também uma profetiza de nome Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser (era ela de idade avançada, vivendo com seu marido sete anos desde a sua virgindade, e viúva de oitenta e quatro anos), que não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. Esta, chegando na mesma hora, deu graças a Deus e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Quando se tinham cumprido todas as ordenanças segundo a Lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. " (Lucas, II, 36-39)

"Tomando à parte os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e tudo quanto os profetas escreveram a respeito do Filho do Homem se cumprirá; pois será entregue aos gentios, escarnecido, ultrajado e cuspido; e depois de o açoitarem, tirar-lhe-ão a vida, e ao terceiro dia ressurgirá. Eles, porém, nada disso entenderam, e o sentido dessas palavras era-lhes oculto; e não percebiam o que ele dizia. " (Lucas, XVIII, 31-34)

"Um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, dizendo: Levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica ali até que eu te chame, pois Heródes há de procurar o menino para o matar. José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. " (Mateus, II, 13-14)

"Mas tendo morrido Heródes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, dizendo: Levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que procuravam tirar a vida ao menino. José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e voltou para a terra de Israel; porém sabendo que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Heródes, temeu ir para lá; e avisado em sonhos por Deus retirou-se para os lados da Galiléia. " (Mateus, II, 19-22)

Paulo, o Doutor dos Gentios, tinha por costume falar e escrever com a maior clareza possível, para que todos fossem edificados. No capítulo XIV da epístola I aos Coríntios, diz ele: "Se eu for ter convosco, falando em línguas, o que vos aproveitará se não vos falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de instrução?" Nós muito admiramos esse Apóstolo, porque o seu fim era verdadeiramente instruir os seus ouvintes ou seus leitores. Ele não fazia o que fizeram os escritores sagrados que o sucederam, os quais deixaram volumes e volumes cheios de páginas incompreensíveis - teologias dogmáticas, artigos de fé, epístolas evangélicas "traduzindo" a doutrina de Jesus em sacramentos puramente materiais.

Transviar o sentido do Evangelho e suas narrativas, é grande pecado; sofismar com base nele, é velhacaria. Baseando-se a Doutrina de Jesus nas Leis de Deus, e devendo a sua Igreja (os seus crentes) ser edificada sobre a Rocha da Revelação, ou sejam, as comunicações, ou antes, os fatos espíritas e anímicos, é mais que má-fé esquecer os fatos para fazer em torno dos Evangelhos, ou das suas passagens, dissertações infantis, cheias de retórica, mas vazias de lógica, de inteligência e compreensão. O que está no Evangelho, está; o que é fato, é fato, e deve ser explicado como fato para servir de base à Doutrina.

Por exemplo, nessas seis passagens acima transcritas, temos um punhado de fatos de ordem anímica e espírita; premonições - avisos proféticos e mensagens premonitórias, sonhos premonitórios, etc. A Psicologia Moderna, em bases experimentais, penetrou na psique humana e desvendou vários dos seus mistérios, contribuindo para uma interpretação mais satisfatória dos Evangelhos.

A tradução hiperbólica, metafísica, dogmática dos Evangelhos, talvez tivesse, antigamente, sua razão de ser, dada a situação da Humanidade e a necessidade de melhor impressionar os Espíritos com figuras e imagens que exaltassem o sentimento religioso para melhor observância dos preceitos divinos.

Atualmente essas razões desapareceram. Entramos numa época positiva. Quer-se crer, mas quer-se saber por que se crê. E mesmo dos Evangelhos hoje não se admite passivamente, sob a dominação da fé cega, as opiniões pessoais dos Evangelistas que, de acordo com as antigas previsões e promessas, voltariam em espírito, para explicar pontos obscuros dos seus escritos, que originam dissensões e desarmonizam os homens.

Por exemplo, o "corpo de Jesus" é uma das questões que têm provocado celeuma, mesmo entre espíritas ilustrados. Essas discussões, contudo, não são de todo perniciosas, mas até muito úteis para o esclarecimento da inteligência; apresentam-se no presente momento como demonstrações do pensamento livre, e tendem, portanto, à verdade pela evolução.

Neste livro deixamos de lado essa questão, suscitada por alguns trechos dos Evangelhos, especialmente de Mateus e Lucas; esses trechos, porém, mais não são que dissertações pessoais dos referidos apóstolos, mediante as quais buscavam dar realce ao doce e suave idílio do Céu com a Terra.

Segundo nos parece, nesses versículos não há base para afirmar nem negar a natureza do "corpo de Jesus"; de nós, não concebemos Jesus Cristo senão como ele se mostrou e disse ser: Filho de Deus, e Filho do Homem; por sua natureza espiritual, Filho de Deus; por sua natureza carnal, Filho do Homem. É claro que o corpo de Jesus era muito mais aperfeiçoado que o nosso, pois diz o provérbio: mens sana in corpore sano; mas não podemos negar a sua natureza material, sem negar o próprio Jesus.

Este parênteses, que ora fechamos, foi aberto unicamente para explicar o motivo por que deixamos à margem os referidos trechos dos dois Evangelistas. O escopo deste livro é exaltar o Espírito do Cristianismo, monumental obra que nós consideramos o verdadeiro Corpo de Jesus, conforme já explicamos noutro capítulo. Passemos, pois, à dissertação das inscrições que intitulam este capítulo.

Aviso profético do nascimento de Jesus
O nascimento de Jesus, como se sabe, foi precedido de augúrios e profecias. Havia centenas de anos antes da vinda, à Terra, do Unigênito Filho de Deus em Sabedoria e Amor, que profetas e profetizas anunciavam por todos os recantos da Judéia a sua encarnação neste mundo. E chegado esse momento de grande felicidade para a nossa Humanidade, o Anjo Gabriel, com permissão divina, veio reiterar as profecias, avisando a Maria, que se havia casado com José, operário obediente aos preceitos divinos, que o Messias prometido se encarnaria através dela.

Essa manifestação, como em geral acontece em todas as manifestações espontâneas, causou pânico a Maria, e encheu-a de temor, mas o Espírito, envolvendo-a, ou antes, encorajando-a com os seus fluidos vivificadores, ordenou-lhe não temer, pois a graça vinha de Deus, e Deus era com ela. Eis, na sua singeleza, a síntese da narrativa, em que se constata a comunicação espírita, desta vez revestindo um aviso profético que se realizou literalmente.

Existem inúmeros fatos dessa ordem nos Anais do Espiritismo, numa demonstração de que se acham regidos por uma lei natural. Quantos avisos premonitórios dados por Espíritos em comunicação, sejam avisos de encarnação ou desencarnação, como de outras naturezas, enchem os livros do Espiritismo! Não cabe nesta obra transcrever as narrativas testemunhadas desses fenômenos, que os leitores encontrarão com facilidade nos livros espíritas, principalmente de Gabriel Delanne e Léon Denis.

Antigamente os sacerdotes, em sua maioria, eram favorecidos com dons psíquicos. No segundo caso vemos Zacarias, em suas funções sacerdotais, ser favorecido com a aparição de um anjo (mensageiro do Senhor), justamente quando estava queimando incenso no santuário, próximo ao altar. O Espírito lhe apareceu do lado direito do altar e, ficando ele apavorado, o Espírito tratou de acalmá-lo, como o fez o outro a Maria de Nazaré: "Não temais". E passou a anunciar a Zacarias a encarnação de João Batista, que também havia sido predita pelo Profeta Malaquias, na velha dispensação, capítulo IV, 5-6, e que viria no Espírito de Elias, assinalando este fato um frisante caso de reencarnação, referendado depois por Jesus, quando, referindo-se a João, disse: Ipse est Elias qui venturus es t - Este é o Elias que devia vir. (Mateus, xi, 14)

O terceiro caso não é menos importante. Como revelação premonitória é belíssima sua constatação. Como aparição espírita, acompanhada de comunicação por voz direta, é maravilhosa, verdadeiramente de encher o coração e alegrar a alma. É de notar que a aparição foi vista por todos e todos ouviram a sua voz. Aparição e manifestação coletiva, como dizemos em linguagem espírita: todos viram e todos ouviram. E não foi um só Espírito que apareceu, foram muitos - uma milícia celestial.

Não se diga que apareceram a este porque era santo, àquela porque era virgem, àquele outro porque era sacerdote. Nos Evangelhos não prevalece a exclusão dos humildes, dos filhos do povo. Os pastores não eram santos, nem virgens, nem sacerdotes, e todos eles viram e ouviram os Espíritos que os guiaram ao Presépio de Belém. Acresce que as mesmas sensações de temor ou de medo que estes tiveram, Maria, mãe de Jesus, e Zacarias também as tiveram. E o Espírito encorajou a estes como fez a Maria e a Zacarias: "Não temais".

As manifestações a Simeão e Ana podem ser catalogadas na ordem dos avisos proféticos. Simeão era médium tão afamado que Lucas não quis esquecê-lo no seu Evangelho. Faz excelentes referências a ele como homem justo e piedoso, que muito se interessava rela consolação de Israel; diz mesmo positivamente que ele havia recebido comunicações de Espíritos a respeito da vinda de Jesus, e acrescenta que o próprio Espírito conduziu-o ao templo e mostrou-lhe a criança que ele tomou nos braços, fazendo uma prece de agradecimento a Deus, por ver realizado o aviso que tivera; nessa ocasião também falou, movido pelo Espírito, revelando a luminosa missão de Jesus, e os sofrimentos por que Maria, sua mãe, teria de passar.

Na mesma ocasião apareceu no templo a filha de Fanuel, Ana, profetisa, que fez um discurso muito espiritual, exaltando a tarefa de Jesus para os que esperavam a redenção de Jerusalém. E como qualificar ambos os sonhos de José, citados por Mateus? Esse fato não esclarece perfeitamente a comunicação em sonho? Pode o Catolicismo traduzir o Evangelho? Não deverá ser esse Livro explicado em espírito e verdade, de acordo com a Revelação Espírita?

Cairbar Schutel