quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Demonstrações do Céu


Demonstrações do Céu

"Disseram-lhe, pois: que sinal fazes tu para que o vejamos,
e creiamos em ti?" - João, 6:30.

Em todos os tempos, quando alguém na Terra se refere às coisas do
Céu, verdadeira multidão de indagadores se adianta pedindo
demonstrações objetivas das verdades anunciadas.
Assim é que os médiuns modernos são constantemente assediados
pelas exigências de quantos se colocam à procura da vida espiritual.
Esse é vidente e deve dar provas daquilo que identifica.
Aquele escreve em condições supranormais e é constrangido a
fornecer testemunho das fontes de sua inspiração.
Aquele outro materializa os desencarnados e, por isso,
é convocado ao teste público.
Todavia, muita gente se esquece de que todas as criaturas do Senhor
exteriorizam os sinais que lhes dizem respeito.
O mineral é reconhecido pela utilidade.
A árvore é selecionada pelos frutos.
O firmamento espalha mensagens de luz.
A água dá notícias do seu trabalho incessante.
O ar esparge informações, sem palavras, do seu poder na
manutenção da vida.
E entre os homens prevalecem os mesmos imperativos.
Cada irmão de luta é examinado pelas suas características.
O tolo dá-se a conhecer pelas puerilidades.
O entendido revela mostras de prudência.
O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares.
Desse modo, o aprendiz do Evangelho, ao solicitar revelações do Céu
para a jornada da Terra, não deve olvidar as necessidades de revelar-se
firmemente disposto a caminhar para o Céu.
Houve dia em que a turba vulgar dirigiu-se ao próprio Salvador que a
beneficiava, perguntando:
- "que sinal fazes tu para que o vejamos, e creiamos em ti?"
Imagina, pois, que se ao Senhor da Vida foi dirigida semelhante interrogativa, que indagação não se fará do Alto a nós outros, toda
vez que rogarmos sinais do Céu, a fim de atendermos ao nosso
simples dever?

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

SINAIS DO CÉU


 "Jesus lhes respondeu e disse: -Na verdade, na verdade vos digo que me buscais,
não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes". (João,  6:26)

Como ao tempo do Cristo, numerosas pessoas se acercam dos círculos religiosos
pedindo as  provas  do  céu.
Comumente, os católicos romanos rogam "milagres", os espiritistas esperam
"fenômenos", os protestantes reclamam "experiências".
Os raciocínios que chegam do exterior, entretanto, cooperam no esforço mas não
resolvem o problema  da  vida.
 
   O homem está s empre rodeado   de   sinais   do   céu.   A questão não é de
exibir fatos: resume-se em possuir a necessária visão espiritual para compreendê-
los.
A operação mais simples da natureza revela o mecanismo sagrado que a fez
surgir na vibração do poder criador da Divindade. Mas são raros os homens que
observam além da superfície. Eis porque, entendendo as criaturas, afirmou o Mestre
que seus discípulos sinceros não o procuram pelos sinais que hajam visto,
fortuitamente, mas pelo pão da vida e de bom animo que receberam de suas mãos
generosas.
Depois de provar-lhe a excelência divina, no santuário da vida interior,
compreendem que só o Cristo ensina, com eficácia, só ele sugere com sabedoria, só
ele exemplifica o amor sem mácula.
Atingindo essa compreensão o discípulo conhece que a Terra oferece muito pão
para o corpo, mas que a fome da alma só o do Cristo sacia.

Livro Segue-me de Emmanuel - Chico

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PAO E LUZ


PAO E LUZ

          Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus - disse Jesus. Essa palavra é a luz, é a verdade.
          A luz é para o Espírito, o que o pão é para ocorpo. O homem, em sua expressão real, não se confina exclusivamente na carne e no sangue: o homem é uma alma encarnada. Se, pois, o pão é indispensável à vida corpórea, a luz é imprescindível à vida espiritual, considerando que esta é a vida real que sobre aquela reflete. Dai o ser a mais importante, a que requer mais atenção e cuidados. Cumpre, portanto, que o homem não porfie e lute somente pelo pão que nutre o corpo perecível, mas também, e principalmente, pela aquisição da luz que alimenta e dá crescimento ao Espírito imortal. O homem sendo, como ficou dito, uma entidade composta de alma e corpo, não pode, por isso, atender aos reclamos da vida, mantendo-se adstrito ao problema do pão.
          Pelo pão, no entanto, todos porfiam e batem-se com denodo e tenacidade. Pela luz, porém, não fazem o mesmo. Quem carece de pão, protesta desde logo e poe-se em atividade, lançando mão de todos os meios e processos, lícitos ou ilícitos, para adquiri-lo. Aqueles que se acham na escuridão, nela permanecem, á míngua de luz, agitando-se no meio da confusão e da incompreensão dos problemas que o afetam. A luz não lhes interessa como o pão interessa ao faminto; por isso, este, quando não pode exigir, pede e implora o pão, enquanto que aquele menospreza e desdenha a luz cujo valor desconhece. O faminto sabe e sente que lhe falta o pão. O ignorante presume que tem luz e, por isso, não a deseja e nem a procura. O faminto esta certo e convencido de que sem o pão não pode viver, ao passo que o ignaro não concebe opapel que a luz representa na trama da vida eterna do Espírito.
          A fome do pão para a boca produz efeitos imediatos, que o faminto busca logo remediar ou prevenir. As funestas e desastrosas conseqüências da ignorância da verdade são complexas, e, por vezes, remotas, de modo que as suas vitimas não estabelecem nenhuma relação entre a causa e seus efeitos.
          Não e necessário advertir o faminto que ele necessita de pão. No entanto, é mister muito esforço, paciência, engenho e arte para convencer o ignorante de que ele tem necessidade de luz. Qualquer pode distribuir pão. Poucos, porém, estão em condições de espalhar e difundir a luz. O pão é ardentemente desejado pelo faminto, enquanto que o inciente rejeita e repele a luz oferecida.
          O Despenseiro das divinas claridades assim se pronunciou a propósito deste assunto: "Aquele que não crê em mim já esta condenado e a condenação é esta: a luz foi-lhes ofertada e eles a recusaram."
          Ora quem rejeita a luz esta, realmente, condenado a permanecer em trevas, suportando os reveses e acidentes que decorrem dessa situação.
          Se o ignorante sentisse fome de luz, como o faminto sente fome de pão, já não haveria consciências embotadas e corações insensíveis ao bem; o mundo já seria luminoso. Mas, são tão raros os que percebem e confessam achar-se sob o império dessa espécie de fome, que Jesus os classificou, como aos humildes, no número dos venturosos, dignos da graça divina dizendo: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. No entanto se são muitos os que carecem de pão, maior, muito maior é ainda o número dos que perecem à míngua de luz, visto como, nesta rubrica, pode-se computar quase a humanidade inteira conforme atestam o confusionismo e o estado caótico em que mundo de nossos dias se debate.
          A propósito de tão magno assunto, vamos rememorar aqui, as seguintes estrofes do imortal vate lusitano, Guerra Junqueiro:
          - Acendem-se na rua, à noite, os candeeiros;
          Coloca-se um gendarme à porta dos banqueiros;
          A policia fareja os becos e as vielas;
          Dobram-se as precauções, dobram-se as sentinelas;
          E apesar disto tudo há feras pela rua;
          O vicio não acaba, o roubo continua,
          E é cada vez maior a criminalidade.
          Pois bem; iluminai por dentro a sociedade:
          Ponde o trabalho e a honra onde estiver a esmola;
          Uni o amor ao berço e uni o berço à escola.
          Acendei uma luz em cada coração.
          Tal é o remédio apontado pelo grande pensador, para debelar o crime e moralizar a sociedade. Realmente, não existe outra panacéia capaz de conjurar os vetustos e renitentes males sociais, senão essa. Tudo o mais são paliativos, são recursos efêmeros cujo efeito consiste em adiar as crises da enfermidade moral de que padecem os homens. E, assim, de delonga em delonga, de adiamento em adiamento, as doenças do Espírito se radicam e se agravam zombando do curandeirismo irracional e inócuo, contra elas aplicado.
          Dentre os graves estados mórbidos que nos ameaçam, esta a guerra, esse avejão sinistro, devorador de vidas humanas, devastador impenitente dos campos e cidades, anarquizador por excelência da ordem e do ritmo vital de povos e nações.
      o que se tem feito ate aqui para extinguir de vez a guerra, tornando-a impraticável?
          De prático e eficiente, nada.
          Diviniza-se a paz, porem, somente nos lábios, nas frases literárias, nos discursos políticos mais ou menos demagógicos.
          A Guerra, como, alias, também a Paz, resultam das conseqüências, inelutáveis e fatais da condição em que se acham estruturadas as organizações político-sociais do nosso mundo. Enquanto estas forem iníquas, prevalecendo a força contra o direito, e a impostura contra a verdade, haverá inevitavelmente guerras e convulsões sangrentas.
          A paz custa um certo preço. Sem o pagarmos, jamais a teremos. E, sabeis qual e oseu preço?
          Eu vo-lo digo sem receio de contestação. Eu, pobre pária, vos afirmo, desafiando a contradita de todos os magnatas da Política - de ontem, de hoje e de amanhã: o preço da paz é a justiça, aquela Justiça, porém, da qual disse o Mestre de Nazaré aos seus discípulos: Se a vossa justiça não for superior a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino de Deus. Sem ela, nunca sairemos das garras aduncas e ferozes, das guerras periódicas desencadeadas em determinadas regiões do planeta, evoluindo para as grandes conflagrações, como as que tivemos ultimamente.
          Em tempos bem longínquos, disse, sentenciosamente, o padre Antonio Vieira em um dos seus celebres sermões: "Abraçavam-se a justiça e a paz, e foi a justiça a primeira que concorreu para esse abraço "Justitia e Pax", porque a justiça não é a que depende da paz, senão a paz que depende da justiça."
          Esta frase memorável foi proferida há perto de 300 anos. Encerrando, porém, uma evidencia, ela é oportuna hoje como outrora. Passarão, sentenciou o Verbo Divino, os céus e a Terra, mas minhas palavras permanecerão. Sim, permanecerão por certo porque a Verdade é a mesma em todas as épocas da humanidade; e a verdade, acerca do velho e debatido problema da paz, e essa. Não existe outra.
          Justiça, portanto, é também um gênero de pão imprescindível à vida espiritual.
          E, como havemos de incutir as noções de justiça nos Espíritos aqui encarnados?
          Respondo, também sem hesitar: pela Educação; será tão-somente pela educação dos sentimentos, por isso que, o senso de justiça, como, alias, de todas as virtudes, nasce, cresce e frutifica no coração e não no cérebro.
          Educar, formando ocaráter, eis o problema máximo cuja solução o momento reclama angustiosamente.
          Portanto, repetimos: Ou o Espiritismo enfrenta corajosamente a questão educacional, concentrando nela as suas energias, ou terá falhado aquela finalidade que o Alto lhe assinalou

Autor: Pedro de Camargo

Fonte: O Mestre na Educação

HISTÓRIA DE UM PÃO


HISTÓRIA DE UM PÃO


Pelo Espírito Irmão X
Quando Barsabás, o tirano, demandou o reino da morte, buscou debalde reintegrar-se no grande palácio que lhe servira de residência.
A viúva, alegando infinita mágoa, desfizera-se da moradia, vendendo-lhe os adornos.
Viu ele, então, baixelas e candelabros, telas e jarrões, tapetes e perfumes, joias e relíquias, sob o martelo do leiloeiro, enquanto os filhos querelavam no tribunal, disputando a melhor parte da herança.
Ninguém lhe lembrava o nome, desde que não fosse para reclamar o ouro e a prata que doara a mordomos distintos.
E porque na memória de semelhantes amigos ele não passava, agora, de sombra, tentou o interesse afetivo de companheiros outros da infância...
Todavia, entre eles encontrou simplesmente a recordação dos próprios atos de malquerença e de usura.
Barsabás entregou-se às lágrimas de tal modo, que a sombra lhe embargou, por fim, a visão, arrojando-o nas trevas.
Vagueou por muito tempo no nevoeiro, entre vozes acusadoras, até que um dia aprendeu a pedir na oração, e, como se a rogativa lhe servisse de bússola, embora caminhasse às escuras, eis que, de súbito, se lhe extingue a cegueira e ele vê, diante de seus passos, um santuário sublime, faiscante de luzes.
Milhões de estrelas e pétalas fulgurantes povoavam-no em todas as direções.
Barsabás, sem perceber, alcançara a Casa das Preces de Louvor, nas faixas inferiores do firmamento.
Não obstante deslumbrado, chorou, impulsivo, ante o Ministro espiritual que velava no pórtico.
Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélico falou sereno:
– Barsabás, cada fragmento luminoso que contemplas é uma prece de gratidão que subiu da Terra...
– Ai de mim – soluçou o desventurado – eu jamais fiz o bem...
– Em verdade – prosseguiu o informante –, trazes contigo, em grandes sinais, o pranto e o sangue dos doentes e das viúvas, dos velhinhos e órfãos indefesos que despojaste, nos teus dias de invigilância e de crueldade; entretanto, tens aqui, em teu crédito, uma oração de louvor...
E apontou-lhe acanhada estrela, que brilhava à feição de pequenino disco solar.
– Há trinta e dois anos – disse, ainda, o instrutor – deste um pão a uma criança e essa criança te agradeceu, em prece ao Senhor da Vida.
Chorando de alegria e consultando velhas lembranças, Barsabás perguntou:
– Jonakim, o enjeitado?
– Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino –. Segue a claridade do pão que deste, um dia, por amor, e livrar-te-ás, em definitivo, do sofrimento nas trevas.
E Barsabás acompanhou o tênue raio do tênue fulgor que se desprendia daquela gota estelar, mas, em vez de elevar-se às alturas, encontrou-se numa carpintaria humilde da própria Terra.
Um homem calejado aí refletia, manobrando a enxó em pesado lenho...
Era Jonakim, aos quarenta de idade.
Como se estivessem os dois identificados no doce fio de luz, Barsabás abraçou-se a ele, qual viajante abatido, de volta ao calor do lar.
*
Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, ostentava, sorridente, nos braços, mais um filhinho, cujos louros cabelos emolduravam belos olhos azuis.
Com a benção de um pão dado a um menino triste, por espírito de amor puro, conquistara Barsabás, nas Leis Eternas, o prêmio de renascer para redimir-se.

*  *  *
(Do livro “O Espírito da Verdade”. Autores diversos.
1ª Ed. FEB.1961. Lição 81 (Cap. XIII – Item 15.), ditada pelo
Espírito Irmão X ao médium Chico Xavier. Págs. 183/185.)

O pão espiritual


O pão espiritual

O pão espiritual, amassado em luz invisível,
É alimento do coração – constante e durável.
Dado embora em migalhas – é valor infinito...
Semente de sabedoria – tornar-se-á celeiro farto,
Minuto de esclarecimento – rasga horizontes eternos,
Verbo silencioso – criará mundos novos,
Toque de fé – salvará muitas vidas,
Bênção de amor – renovará o estímulo apagado,
Gota de consolação – amenizará muitas dores,
Água da vida – fecundará campos mortos,
Dom divino – sustenta milhares de criaturas,
Réstia de esperança – erguerá desesperados,
Pétala da paz – elimina incêndios da discórdia,
Raio de luz – descerra caminhos ocultos,
Dádiva de compreensão –
extingue as sombras da ignorância e do ódio.


Abençoadas sejam as mãos – que cooperam à Mesa Imperceptível
de Deus, acrescentando esse pão – sublime e imperecível...
Distribui-o, em torno de teus passos,
E semearás gloriosos destinos,
Desfazendo as trevas em derredor,
Arando o chão duro dos corações cristalizados no mal,
Restituindo a visão aos cegos dos vales da morte,
Devolvendo alegria aos tristes,
Levantando os que tombaram,
Socorrendo náufragos,
Enriquecendo os pobres de luz,
Abrindo portas redentoras,
Rompendo muralhas e fronteiras
E unindo almas no Grande Amor...


Segue, mundo afora, espalhando-lhe as graças,
Na certeza de que o Cristo
É o Pão que desceu do Céu!

André Luiz
in: Correio Fraterno

NO PÃO ESPIRITUAL


Palavras da Vida Eterna - Emmanuel
Escrito por Emmanuel  
     

“Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?
Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: ‘amas-me?”
e disse-lhe: “Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse-lhe:
“Apascenta as minhas ovelhas.” (JOAO, 21:17.)

Assinalando a preocupação do Divino Pastor, em se dirigindo a Simão Pedro para
recomendar-lhe as ovelhas, é importante observar que o Mestre solicita qualquer
atividade maravilhosa.
Não ordena que o apóstolo lhes c onverta os balidos em trechos de música.
Não determina se lhes transforme o pelo em fios de ouro.
Não aconselha se transfigure o redil em palácio.
Não exige se lhes conceda regime de exceção.
Não manda se lhes dê asas.
Roga simplesmente para que o apóstolo lhes administre alimento, a fim de que
vivam e produzam para o bem geral, sem fugir aos preceitos do trabalho e sem abolir os
ditames da evolução.
Certo, no entanto, o Excelso Condutor não sentia necessidade de advertir o
companheiro quanto ao cuidado justo de não se adicionarem agentes tóxicos aos
bebedouros e à forragem normal.
Assim também, no domínio das criaturas humanas.
Trabalhadores das idéias, chamados a nutrir o pensamento da multidão, em
verdade, o Cristo não espera mudeis os vossos leitores e ouvintes em modelos de
heroísmo e virtude. Conta com o vosso esforço correto para que a refeição do
conhecimento superior seja distribuída com todos aguardando, porém que a mesa de
vossas atitudes se mostre asseada e que o alimento de vossas palavras esteja limpo.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bem-Aventurança: Sermão do Monte


Bem-Aventurança: Sermão do Monte

Sérgio Biagi Gregório
Sumário: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Antecedentes. 4. O Texto Evangélico e sua  Explicação: 4.1. A Finalidade da Pregação; 4.2. As Oito Regras; 4.3. Explicando Algumas Dessas Regras: 4.3.1. Pobre de Espírito: o Que É e o Que Não É; 4.3.2. Choro com Valor e Choro sem Valor; 4.3.3. Mansidão é Força do Espírito; 4.3.4. Misericórdia é ter Compaixão das Dores do Próximo. 5. Jung, Buda e Discurso Espírita: 5.1. Psicanálise Jungiana; 5.2. Os Ensinamentos de Buda sobre as Bem-Aventuranças; 5.3. O Expositor ante a Bem-Aventurança. 6. Bem-Aventurança e Doutrina Espírita: 6.1. Cultivando as Bem-Aventuranças; 6.2. O Sermão do Monte; 6.3. O Auxílio dos Espíritos Superiores. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é relembrar as regras básicas do comportamento humano, trazidas por Jesus, no sentido de melhor auxiliar a elaboração de nosso pensamento e as conseqüentes ações que daí dimanam.
2. CONCEITO
Bem-Aventurança - Termo técnico para indicar uma forma literária que se encontra quer no Antigo quer no Novo Testamento. A Bem-Aventurança é uma declaração de bênção com base em uma virtude ou na boa sorte. A fórmula se inicia com "bem-aventurado aquele..." Com Jesus toma a forma de um paradoxo: a bem-aventurança não é proclamada em virtude de uma boa sorte, mas exatamente em virtude de uma má sorte: pobreza, fome, dor, perseguição. (Mackenzie, 1984)
Sermão do Monte - Também chamado Sermão da Montanha ou Sermão das Bem-Aventuranças, foi pronunciado por Jesus na fralda de um de um monte, em Cafarnaum, dirigindo-se a todas as pessoas que o seguiam. Nele Jesus faz uma síntese das leis morais que regem a humanidade. (Vários Autores, 2000)
3. ANTECEDENTES
As pregações de Jesus se davam nas proximidades de Cafarnaum. Numerosas pessoas o aguardavam para ouvir o seu verbo redentor. Entre elas estavam aqueles que seriam os seus seguidores, e que deveriam dar prosseguimento à divulgação da Sua boa-nova.
Depois de uma das suas pregações do novo reino, chamou os doze companheiros:
Pedro, André e Filipe eram filhos de Betsaida, de onde vinham igualmente Tiago e João, descendentes de Zebedeu. Levi, Tadeu e Tiago, filhos de Alfeu e sua esposa Cleofas, parenta de Maria, eram nazarenos e amavam a Jesus desde a infância. Tomé descendia de um antigo pescador de Dalmanuta e Bartolomeu nascera de uma família laboriosa de Cana da Galiléia. Simão, mais tarde denominado o Zelote, deixara a sua de Canaã para dedicar-se à pescaria, e somente um deles, Judas, destoava um pouco desse concerto, pois nascera em Iscariotes e se consagrava ao pequeno comércio em Cafarnaum, onde vendia peixes e quinquilharias. (Xavier, 1977, p. 38 e 39)
Característica dos apóstolos: eram os homens mais humildes e simples do lago de Genesaré.
4. O TEXTO EVANGÉLICO E SUA EXPLICAÇÃO
4.1. A FINALIDADE DE PREGAÇÃO
Era chegado o momento de fazer o sermão àqueles doze, o qual abrangesse todos os seus ensinamentos, um esclarecimento formal de sua mensagem, e que os apóstolos deveriam saber de cor.
Para isso, Ele os conduzira longe das multidões, para uma elevação rochosa, ali numa encosta da montanha, trecho isolado onde poderiam ficar a sós.
Depois que os discípulos se acomodaram, proclamou o mais conciso e ordenado sistema de uma filosofia universal. Ali se achava tudo o que alma necessitava saber a respeito de Deus, da criação e da vida quotidiana, tanto naquela época como nas vindouras. Foi ali que comunicou à humanidade inteira as oito regras básicas para todo o comportamento humano.
4.2. AS OITO REGRAS
1.ª) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
2.ª) Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
3.ª) Bem-aventurados aqueles que são brandos e pacíficos, porque herdarão a Terra.
4.ª) bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
5.ª) Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
6.ª) Bem-aventurados aqueles que têm puro o coração, porque verão a Deus.
7.ª) bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino dos céus é para eles.
8.ª) Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. (Mateus, 5, 1 a 12)
4.3. EXPLICANDO ALGUMAS DESSAS REGRAS
4.3.1. POBRE DE ESPÍRITO: O QUE É E O QUE NÃO É
Não é aquele que é pobre do ponto de vista material; não é aquele que se deprecia; não é aquele que é covarde; não é aquele que esconde seu talento.
É aquele que reconhece que é: carente na esfera do espírito; que não possui as riquezas e os dons espirituais; que depende de Deus.
Por pobres de espírito Jesus não entende os homens desprovidos de inteligência, mas os humildes: ele disse que o reino dos céus é deles e não dos orgulhosos. Os homens de ciência, compenetrados de si mesmos, elevam-se de tal maneira que acabam por negar a divindade; e os que admitem-na, contestam-lhe a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que só eles bastam para governá-lo. A negação divindade é muito mais fruto do orgulho do que da convicção: isto poderia fazê-los descer do pedestal em que se encontram.
"Em dizendo que o reino dos céus é para os simples, Jesus quer dizer que ninguém é nele admitido sem a simplicidade de coração e a humildade de espírito; que o ignorante que possui essas qualidades será preferido ao sábio que crê mais em si do que em Deus". (Kardec, 1984, p. 101 e 102) 
4.3.2. CHORO COM VALOR E CHORO SEM VALOR
Chorar por si só não tem valor nenhum, por isso, muitos choram sem consolação. É o caso das constantes lástimas pelas perdas egoístas ou ambições frustradas, das lágrimas excessivas pelos entes queridos que partiram.
O choro com valor é aquele que evoca um arrependimento sincero ante o erro cometido, não só com relação ao próximo como com relação a Deus. Nesse sentido chorar é ter saúde espiritual.
4.3.3. MANSIDÃO É FORÇA DO ESPÍRITO
Ser manso não significava ser um covarde servil, mas um crente na bondade de Deus e na benignidade do universo, mesmo quando a alma vive imersa no sofrimento e não vê razão para isso. Essa regra exprimia a aceitação da vontade de Deus.
O mundo acha que o manso é covarde, vacilante, fraco. Mas, mansidão não é fraqueza é sim "força tornada gentil".
A Mansidão é uma atitude interna de quem é pobre de espírito e de quem chora. É o ponto de vista que a pessoa faz de si mesma, que se expressa da forma com que o cristão vê os outros.
4.3.4. MISERICÓRDIA É TER COMPAIXÃO DAS DORES DO PRÓXIMO
Sentido etimológico: "sentir a miséria do outro em meu coração". Quando nos vemos em posição de domínio ou superioridade sobre o outro, que havia transgredido contra nossa pessoa e nós nos recusamos em nos vingar.
Misericórdia é uma disposição da alma, de ser semelhante a Cristo ao encarar amigos, inimigos, desprezados, e pecadores. É uma manifestação da conduta. O misericordioso usa de bondade ao julgar os outros; procura o melhor, não o pior; é lento para condenar, rápido para recomendar.
5. JUNG, BUDA E DISCURSO ESPÍRITA
5.1. PSICANÁLISE JUNGIANA
Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, foi muito feliz quando fez um paralelo entre os ensinamentos de Jesus e a psicologia. Vejamos o que ele nos traz, na interpretação das Bem-aventuranças (Mateus 5:3-10).
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes aqueles que têm consciência de sua pobreza espiritual e que buscam humildemente aquilo que necessitam.
2. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Os que choram se encontram envolvidos num processo de crescimento. Eles serão consolados quando o valor projetado, perdido, for recuperado no interior do psique.
3. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Essa mansidão está relacionada ao Ego, que precisa ser trabalhado, essa atitude é afortunada, pois o ego está pronto para receber ensinamentos e aberto às novas considerações que podem levar a uma rica herança. Herdar a terra significa adquirir uma consciência em saber se relacionar ao todo ou de ter uma participação pessoal no todo.
4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Trata-se de um principio orientador interior, de caráter objetivo, que traz um sentimento de realizações do Ego que o busca com fome. A justiça de estar vivendo de acordo com a verdadeira e real necessidade interior.
5. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Se o Ego é misericordioso, ele receberá misericórdia do íntimo.
6. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. A pureza ou a limpeza podem significar um estado do Ego, livre da contaminação de conteúdo ou motivações do inconsciente. Aquele que é consciente é puro, porque é consciente de que seu erro abre uma porta para experimentar a sua própria essência.
7. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados de filhos de Deus. O papel apropriado do Ego é mediar entre as partes oponentes aos conflitos intra-psíquicos internos.
8. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. O Ego precisa suportar a dor e o sofrimento, sem sucumbir ao amargor e ao ressentimento, para relacionar-se à lei interna objetiva.
Yung nos mostra através dessa correlação entre os ensinamentos de Jesus e a psique humana que o principal ponto das Bem-aventuranças entendidas psicologicamente é a exaltação do Ego não inflado, um Ego humilde. (www.espirito.com.br)
5.2. OS ENSINAMENTOS DE BUDA SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS
Bem-aventurados os que sabem e cujo conhecimento é livre de ilusões e superstições.
Bem-aventurados os que dizem que sabem, de maneira bondosa, franca e verdadeira.
Bem-aventurados aqueles cuja conduta é tranqüila, honesta e pura.
Bem-aventurados os que ganham a vida de maneira que não traga mal ou perigo a qualquer vivente.
Bem-aventurados os tranqüilos, que se despojam da má vontade, orgulho e falsa convicção, substituindo-os por amor piedade e compreensão.
Bem-aventurados todos aqueles que dirijam os melhores esforços no sentido da preparação e domínio de si mesmos.
Bem-aventurados, além de todos os limites, quando por este meio, vos despojardes das limitações do egoísmo.
E bem-aventurados, finalmente, os que se extasiam em contemplar o que é profundo e verdadeiro sobre este mundo e nele a nossa vida. (Rodrigues, 1988, p.61)
5.3. O EXPOSITOR ANTE A BEM-AVENTURANÇA
Bem-aventurado o expositor que sabe como pregar.
Bem-aventurado o expositor que encurta suas introduções
Bem-aventurado o expositor que modela sua voz, e nunca grita.
Bem-aventurado o expositor que sabe como e quando terminar.
Bem-aventurado o expositor que se inclui entre os ouvintes.
Bem-aventurado o expositor cujas palestras são articuladas e lógicas.
Bem-aventurado o expositor cujas palestras constituem uma unidade, têm propósito definido, sendo cada palavra bem pensada e meditada.
Bem-aventurado o expositor que raramente emprega o pronome eu.
Bem-aventurado o expositor que conhece, prega e pratica a Doutrina Espírita.
Bem-aventurado o expositor que vive a mensagem que prega.
Bem-aventurado o expositor que é Cristocêntrico.
Bem-aventurado o expositor que antes de se preocupar com a qualidade das palavras, se preocupa com o sentimento que irá passar.
"Pregar o Evangelho de Jesus Cristo é o mais alto privilégio e a aventura mais sedutora jamais comissionada ao homem, e ainda o propósito final de toda pregação do Evangelho, é a evangelização - a real conversão para Cristo."(www.espirito.com.br)
6. BEM-AVENTURANÇAS E DOUTRINA ESPÍRITA
6.1. CULTIVANDO AS BEM-AVENTURANÇAS
Cultivar as bem-aventuranças não é alçar exclamações de piedade inativa para o céu, lastimando os males do próximo com a boca e guardando os braços em repouso, diante do sofrimento alheio que nos convoca ao auxílio, à fraternidade e à cooperação.
Bem-aventurados os que lutam e sofrem, que se agitam e trabalham na materialização do bem comum, porque todos aqueles que fazem da piedade o serviço constante do amor encontram realmente as portas abertas para o Reino de Deus. (Xavier, 1974, p. 121)
6.2. O SERMÃO DO MONTE
Levi ficou surpreso com os aleijados e estropiados que o procuravam. Que conseguiria o Evangelho do Reino, com esses aleijados e mendigos? Jesus disse: precisamos amar e aceitar a preciosa colaboração dos vencidos do mundo! Os vencedores da Terra não necessitam de boas notícias. Nas derrotas da sorte, as criaturas ouvem mais alto a voz de Deus.
Imaginemos que os triunfadores da Terra viessem até nós, ensarilhando suas armas exteriores. É dentro desse quadro que Jesus lança as bem-aventuranças. (Xavier, 1977, cap. 11)
6.3. O AUXÍLIO DOS ESPÍRITOS SUPERIORES
Por amor, os bem-aventurados, que já conquistaram a luz divina, descerão até nós, quais flamas solares que não apenas se retratam nos minaretes da terra, mas penetram igualmente nas reentrâncias do abismo, aquecendo os vermes anônimos.
Chegam, assim, até nós, desculpando-nos a falta e suprindo-nos as fraquezas, a integrar-nos na ciência difícil de corrigir-nos, por nós mesmos, sem reclamarem o título de mestres.
Vem das alturas e apagam-se. Ajudam-nos a carregar o fardo de nossos erros, sem tornar-nos irresponsáveis. Alentam-nos a energia sem demitir-nos da obrigação. (Xavier, 1970, p. 67)
7. CONCLUSÃO
Mahatma Ghandi tinha razão quando disse que, se dos ensinamentos do Cristo ficasse apenas os extratos do Sermão do Monte, teríamos condições de pautar a nossa conduta dentro dos mais excelsos parâmetros para nos relacionarmos bem em sociedade.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.MACKENZIE, J. L. (S. J.). Dicionário Bíblico.  São Paulo: Paulinas, 1984.MICHALANY, D. A Grande Enciclopédia da Vida. São Paulo: Michalany, s.d.p.
RODRIGUES, Antonio F. Pérolas Literárias: Contos e Crônicas. Capivari-SP: LAR/ABC do Interior, 1988.
VÁRIOS AUTORES, Curso de Aprendizes do Evangelho. 6. ed. São Paulo: Feesp, 2000.
XAVIER, F. C. Boa Nova, pelo Espírito Humberto de Campos. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
XAVIER, F. C. Instrumentos do Tempo, pelo Espírito Emmanuel. São Bernardo do Campo: G E Emmanuel, 1974. 
XAVIER, F. C. Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1970.
www.espirito.com.br
São Paulo, setembro de 2003

Sermão do Monte: Perguntas e Respostas

1) O que se entende por sermão?
Jesus ensinava – oralmente – em aramaico, sua língua materna. Como nada escreveu, a sua palavra devia ressoar sobre os discípulos. Por isso, catequese – do grego katechéo, fazer ressoar. Ressonância significava a voz na presença dos discípulos. O discípulo que tivesse recebido o ensinamento era ressoado, ou seja, catequizado. Depois de catequizado, poderia catequizar outros. Pode-se dizer que Jesus proclamou, junto aos discípulos, o mais conciso e ordenado sistema de uma filosofia universal. Ali se achava tudo o que alma necessitava saber a respeito de Deus, da criação e da vida quotidiana, tanto naquela época como nas vindouras. O sermão tinha um caráter universalista, uma espécie de “carta magna” para toda a humanidade.
2) Qual o significado de monte ou montanha?
O monte é o lugar de destaque na vida religiosa dos povos. É o lugar da solidão, da oração e da revelação. Segundo uma constante tradição bíblica, é o lugar próprio para os encontros com Deus. Na Grécia, o monte Olímpico; na Índia, o monte Meru; na China, o monte Kuen-luen.  Há, também, o monte Sinai, o monte das Oliveiras etc., cada qual com sua particularidade.
3) Qual o significado do Sermão de Monte?
Também chamado Sermão da Montanha ou Sermão das Bem-Aventuranças, foi pronunciado por Jesus na fralda de um de um monte, em Cafarnaum, dirigindo-se a todas as pessoas que o seguiam. Nele Jesus faz uma síntese das leis morais que regem a humanidade.
O Sermão do Monte veio para reformar a humanidade na sua totalidade. Não é para uma religião, mas para toda a religião. Segundo alguns religiosos, o sermão do monte é o mais revolucionário dos discursos humanos, simplesmente porque é divino.
Quando acabou de proferir o sermão, os discípulos disseram: “Este ensina como quem tem autoridade”.
4) Quais são as oito regras do sermão?
1.ª) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
2.ª) Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
3.ª) Bem-aventurados aqueles que são brandos e pacíficos, porque herdarão a Terra.
4.ª) bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
5.ª) Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
6.ª) Bem-aventurados aqueles que têm puro o coração, porque verão a Deus.
7.ª) bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino dos céus é para eles.
8.ª) Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. (Mateus, 5, 1 a 12)
5) O que se entende por bem-aventurança?
Termo técnico para indicar uma forma literária que se encontra quer no Antigo quer no Novo Testamento. A Bem-Aventurança é uma declaração de bênção com base em uma virtude ou na boa sorte. A fórmula se inicia com "bem-aventurado aquele..." Com Jesus toma a forma de um paradoxo: a bem-aventurança não é proclamada em virtude de uma boa sorte, mas exatamente em virtude de uma má sorte: pobreza, fome, dor, perseguição.
Segundo Wendisch, as bem-aventuranças são uma espécie de torah (lei). Nos paradoxos (ir contra a opinião comum), Jesus ensinou o avesso daquilo que os homens pensavam, fazendo-os refletir na felicidade, não como a posse de bens materiais, mas como estar na visão e posse de Deus.
6) Há diferença entre reino dos céus e reino de Deus?
A palavra “céus” foi usada por Mateus; os outros evangelistas usaram a palavra “Deus”. Explicação: Mateus usou reino dos céus, porque Deus era um nome inefável que os judeus se abstinham de pronunciar com receio de dizerem em vão. Lucas, ao compor o seu Evangelho para os cristãos convertidos do paganismo, que por isso não tinham os mesmos escrúpulos, diz correntemente como Marcos: “o reino de Deus” ou então “reinado de Deus”.  
7) A redação dos Evangelhos prendeu-se mais à letra ou ao sentido?
Os Apóstolos, ao registrarem por escrito, as palavras de Cristo, prenderam-se mais ao sentido do que à letra. Por exemplo, a inscrição que Pilatos mandou colocar na cruz devia ser conforme a letra. Contudo, anotamos as seguintes divergências verbais: “Jesus o Nazareno, o rei dos judeus”, João 19,19, “Este é Jesus, o rei dos Judeus”, Mat. 27,37, “O rei dos Judeus, este”, Luc. 23,38, “O rei dos Judeus”, Marc. 15,26.
8) Qual a importância de Jesus falar ao ar livre?
O mestre não quis pronunciar o seu discurso inaugural no interior de uma sinagoga ou nos pórticos do Templo. Para fazer ouvir uma mensagem destinada aos homens de todos os tempos, precisava de ar livre, de altitude, dos horizontes sem limite da natureza. Ele falava do impulso de progresso, da ressonância, do movimento. Dizia: as raposas têm as suas tocas, os pássaros os seus ninhos, mas Ele não terá um teto onde reclinar a cabeça. Caminhará sempre, sem parar.
9) Qual a função das Igrejas nos dias atuais?
A Igreja, de qualquer espécie que for, não pode permanecer somente como instituição. Deve ser um movimento, um processo de aperfeiçoamento das almas. A Igreja não é um estabelecimento, é um movimento, a sua função é “renovar a face da terra”, quebrando preconceitos e denunciando os conformismos. Paulo foi muito feliz quando disse: “Embora se destrua em nós o homem exterior, o homem interior vai-se renovando de dia para dia”.
25/09/2007

Sermão da Montanha
- Subsídios para uma Melhor Compreensão -

1) "Bem-aventurados os pobres pelo espírito" e não "pobres de espírito".
Nem no texto grego do primeiro século, nem na tradução latina da Vulgata se encontra o tópico "pobres de espírito", mas sim " pobres pelo espírito", ou seja, "pobres segundo o espírito" (em grego:  pneumati, no terceiro caso, dativo, não no segundo, genitivo; em latim: spiritu, no sexto caso, ablativo, não no genitivo). Na tradução "de espírito" entende-se o genitivo, como se disséssemos "fulano é pobre de saúde, de inteligência", isto é, falta-lhe saúde, inteligência. (p. 19)
2) "Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça".
A palavra "justiça", toda vez que ocorre nas sagradas Escrituras, significa a relação ou atitude justa e reta que o homem assume em face de Deus. Não se refere à justiça no sentido jurídico, do plano horizontal, como é usada na vida social de cada dia. Justiça é, pois, a compreensão intuitiva de Deus (a mística) e o seu natural transbordamento na vida cotidiana (a ética).  (p. 38) O Divino proclama felizes os que sofrem essa fome e sede da experiência de Deus, porque eles serão "saciados".
3) "Bem-aventurados os pacificadores" e não "pacíficos".
A tradução "pacíficos", em vez de "pacificadores", que se encontra em muitas versões portuguesas, não corresponde ao sentido do original grego eirenopoio, nem ao latim pacifici, porque ambos significam um processo ativo e dinâmico e não apenas um estado passivo de paz. (p. 40)
4) "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça".
Justiça significa atitude justa e reta do homem para com Deus. O homem "justo", nos livros sacros, é o homem santo, o homem crístico, o homem que realizou em alto grau o seu Eu divino pela experiência mística manifestada na ética. O homem "justo" é o homem que se guia, invariavelmente, pelos dois grandes mandamentos, o amor a Deus e a caridade do próximo. (p. 50)
5) Complemento
Se todos os livros religiosos da humanidade perecessem e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido. Nele se encontram o Oriente e o Ocidente, o Brahmanismo e o Cristianismo e a alma de todas as grandes religiões da humanidade, porque é síntese da mística e da ética, que ultrapassa todas as filosofias e teologias meramente humanas. O que o Nazareno disse, nessa mensagem suprema do seu Evangelho, representa o patrimônio universal das religiões - seja o Kybalion  de Hermes Trismegistos, do Egito, sejam os Vedas, de Bhagavad Gita ou o Tao Te King de Lao-Tsé, do Oriente, sejam Pitágoras, Sócrates, Platão ou os Neoplatônicos, sejam São João da Cruz, Meister Eckhart, Tolstoi, Tagore, Gandhi ou Schweitzer - todos convergem nesta mesma Verdade, assim como as linhas de uma pirâmide, distantes na base, se unem todas num único ponto, no vértice. (p. 16)
Cópia integral  de trechos do livro O Sermão da Montanha, escrito por Huberto Rohden. São Paulo: Martin Claret, 2003. (Coleção Obra Prima de cada Autor)
(Org. por Sérgio Biagi Gregório)

Mansos e pacíficos para crianças




Objetivos:
§  Conscientizar para a importância da construção e manutenção da PAZ, seja em casa, na escola ou na rua, ressaltando o valor da vivência cristã como recurso facilitador desse processo
§  Refletir sobre os últimos acontecimentos na cidade e sua influência no nosso cotidiano. O que é paz? Como conquistá-la? Posso ajudar a construir a paz?
Desenvolvimento da Aula:
1.      Prece inicial
2.      Incentivação:
- Diálogo com as crianças:
*      Como foi a semana? Pedi para eles que relatem acontecimentos no Brasil e no mundo.
*      De que forma podemos construir a paz?
*      Onde encontra – la?
*      Mostrar que Jesus falou: Bem - aventurados aqueles que são mansos e pacíficos e relatar:

§  Jesus é a própria doçura, mansidão, paciência; espelhou muito bem a Harmonia e a Ordem divinas que começam dentro do próprio homem.
§  Ser manso e pacífico está longe de ser acomodado: é luta interior perene, para a construção de um caráter evolutivo. Os pensamentos e as ações humanas podem mudar a face da Terra. Jesus disse: os mansos herdarão a terra e os pacificadores serão chamados Filhos de Deus.
§  A busca na prece e na meditação da renovação de forças e disposição para o bem, são elementos de pacificação e mansuetude para a alma. A intenção e o interesse desencadeiam as forças da vontade que comandam os pensamentos e as ações. As virtudes devem ser cultivadas pela Reforma Íntima, na implantação da renovação mental e ir se espalhando pelo lar, junto à família, prolongando-se aos amigos sadios ou aos necessitados.
§  A base dos bons pensamentos é a constante e vigilante sintonia elevada das radiações mentais e vice-versa. Os bons pensamentos acalmam as emoções descontroladas, produzindo boas ações, dispensando a intolerância e a cólera (curto-circuito pensante). A mansidão,a moderação, a prudência, são o retrato da alma afável e justa.
§  Quando Jesus explicitou que os mansos herdarão a Terra e que os pacíficos serão chamados Filhos de Deus, ele prometeu a paz na Terra como no Céu.
§  Não se tem a paz e a serenidade no coração, enquanto não se compreender, com paciência, as necessidades dos semelhantes, principalmente quando a ignorância é dirigida pela violência; só se alcança esta compreensão com a afabilidade, a doçura, a tolerância, a brandura e a pacificação.
§  Jesus mostrou ao homem que com a medida que ele julgar, será julgado. (Mt., 7:1-2)
§  Muitos são severos e rígidos com os outros, não lhes permitindo infrações, pois se consideram infalíveis. São sempre ríspidos no falar e no agir, às vezes até com quem estimam. Têm prazer em denegrir as pessoas. Não sabem perdoar nem mesmo as pequenas falhas humanas. O senso crítico e seu poder de análise os tornam exigentes, radicais e duros.
§  A benevolência com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, gera a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação. (E.S.E., Cap. IX). As pessoas são mansas porque não permitem que nada as irritem, uma são verdadeiras tanto no trato formal, como na meiguice do coração para com os íntimos.
§  A brandura e a mansidão complementam a delicadeza de espírito. O ódio, o fanatismo, a ambição do poder e os privilégios da riqueza, crescem ao nosso redor, entretanto, o foco de luz do Evangelho é cada vez mais forte.
3.      Contar a História: A PAZ. Contarei com várias gravuras
A Paz
         Kiko, um menino alegre, de 10 anos de idade, voltava da Escola pensando na lição de casa: uma redação sobre a PAZ. Logo ao chegar, abriu o caderno para fazer a lição. Mas não conseguiu começar, pois se deu conta que não sabia o que era exatamente a paz, nem onde encontrá-la. Saiu, então, a procurar a "tal PAZ". Lembrou de um sábio que morava ao pé da montanha e foi indagar-lhe. Mas o sábio lhe disse apenas:
  - Procure pela PAZ e você a encontrará. Ela não está longe de você.
         Kiko subiu a montanha, imaginando que assim estaria mais perto de Deus, pensando entender as palavras do sábio. Ao chegar no topo, sentiu uma grande tranqüilidade, mas com certeza não era ali que estava a PAZ. Do alto da montanha ele viu a praia e se dirigiu até lá. Ficou a ouvir o barulho do mar e a sentir o vento em seus cabelos. Pensou um pouco, e achou que, apesar de agradável, não era bem isso a PAZ que procurava.
Caminhou, então, em uma floresta, e viu flores, árvores e muitos animais, encantou-se ao observar a natureza, obra de Deus. Mas logo se sentiu triste e solitário e decidiu procurar alguém para conversar.
   No caminho de casa encontrou Juca, um senhor muito rico, que tinha muito dinheiro, muitas propriedades. Kiko perguntou-lhe sobre a PAZ, e logo se lembrou que ele era mal-humorado, parecendo estar sempre de mal com o mundo. Juca apenas lhe disse que estava muito ocupado, não tinha tempo para bobagens, que não entendia nada de PAZ.
O garoto resolveu, então, voltar para sua casa. Kiko tinha uma família muito legal, pais carinhosos e inteligentes, que estavam ao seu lado em todos os momentos, e uma irmã pequena de quem ele gostava muito.
 Ao chegar em casa sua mãe estava triste, pois ele havia saído sem avisar e demorou muito para voltar. Ela mandou ele tomar banho e não deixou jogar bola com seus amigos. Kiko ficou chateado, afinal saiu para descobrir onde morava a "tal de PAZ", que era o tema de sua redação.
 O domingo chegou. Era o seu aniversário; ganhou de sua avó um presente que há muito tempo queria: uma bola de futebol. Ficou super contente, chegou a pensar que estava descobrindo o que é a PAZ e foi jogá-la com seus amigos. Acabou discutindo com seu melhor amigo no jogo e achou que o presente tinha lhe trazido bastante alegria, mas não a "tal da PAZ".
 Na segunda-feira, ao voltar da escola encontrou muitas pessoas no caminho e pensou: será que o PAZ não mora mo meio do povo? Ficou distraído pensando, quase se perdeu. Logo descobriu que, às vezes, estamos junto de muitas pessoas e mesmo assim nos sentimos sozinhos.
 Chegando em casa, pegou o seu caderno, sentou-se no jardim e escreveu "A PAZ". Como não conseguia sair do título, resolveu refletir sobre sua busca.
         A PAZ não estava na imensidão das montanhas; na calma da praia ou na beleza da natureza. Também não parecia estar junto aos bens materiais, pois Juca, apesar de rico, não parecia conhecer a PAZ; não estava nos brinquedos ou no meio do povo, nem na família, pois discutiu com sua mãe acabou de castigo.
Nestes momentos começou a lembrar-se de suas aulas de evangelização: dos ensinamentos de Jesus; lembrou que as evangelizadoras falaram tanto dos dez mandamentos; das aulas de conduta; da colaboração e respeito na família; da importância do perdão e da amizade em nossa vida; que a prece pode ser feita em qualquer hora e qualquer lugar, que não precisamos subir em uma montanha para estar mais próximos de Deus. Lembrou-se das palavras do sábio: "Procure pela paz e você a encontrará. Ela não está longe de você." Parecia um enigma... Pensou... E finalmente descobriu onde morava a PAZ.
O evangelizador deve perguntar às crianças se elas já descobriram onde mora a paz. (A paz mora em nosso coração). Após um breve diálogo com as crianças, concluir a história.
         Kiko percebeu que o sábio tinha razão, pois só encontraremos a PAZ através de nossas atitudes positivas: na família, na escola, no trabalho, no grupo social, no Centro Espírita, em qualquer lugar onde nos encontrarmos. O garoto pegou o lápis e começou sua redação assim: Procure pela PAZ e você a encontrará. Ela está dentro de você, pois a PAZ do mundo começa dentro de cada pessoa.
4.      Mostrar as duas gravuras e analisa – las com as crianças



3.   Dar a atividade: cortar em forma de tirinhas pedir que eles as peguem, leia e se possível analisa - las.
01. Sei que posso me tornar um pacificador: alguém que escolheu trabalhar ativamente na construção de valores e ações de paz, alguém que não depende do estímulo ou cobrança de outros para exercer a sua cidadania, alguém que dá o bom exemplo, ao invés de esperar que outra pessoa o faça.
02. Sei que não vou mudar o mundo, mas posso mudar o meu jeito de ver, pensar, sentir, falar e agir – assim, estarei transformando o meu mundo. Pois reconheço que eu também carrego impulsos agressivos, egoístas ou violentos, mas posso controlar e canalizar essas energias de modo construtivo. Essa transformação, por mais interna e sutil que seja, contribuirá para que as pessoas com quem me relaciono sintam o desejo de mudar também.
03. Talvez eu só consiga fazer pequenas coisas, mas sei que se as fizer com amor e pureza de motivos, serão sementes frutíferas. Sei que na dimensão espiritual, o que conta é a qualidade, não a quantidade.
04. Talvez ninguém jamais me agradeça ou elogie pelo que fiz. Mas minha motivação é muito mais profunda do que o reconhecimento externo. Quero estar feliz comigo mesmo por saber que a minha existência tem significado, que a minha passagem por este mundo contribuiu para a felicidade de outras pessoas.
05. Talvez eu mesmo não veja os frutos de minhas ações, pois a Paz é uma árvore que cresce discretamente no solo dos corações e demora a brotar. Mas sei que depois de mim, virão meus filhos, netos... E as gerações por vir merecem um mundo melhor.
06. Sei que posso construir a paz, por onde passar, bastando, para tanto, silenciar quando for provocado (a), não provocar os outros, ignorar insultos alheios, procurar defender-me de agressões, buscarem a prudência quando houver tumultos ou brigas, recorrer à oração e à prática do Evangelho quando diante de situações difíceis.
4.      Entregar a pomba da paz para colorir. E ensiná – los a dobradura se der tempo.



3.      Conclusão
§  Uma vida em paz é um direito de todas as pessoas.
§   Jesus nos disse: “Minha paz vos dou...” Então, por que razão ainda temos guerras e tantas desavenças entre países e no seio das famílias? Simplesmente porque ainda não aprendemos a AMAR, como Jesus nos ensinou... Amar ao próximo como a nós mesmos, é amar incondicionalmente (sem impor condições), perdoando as falhas e deslizes, sendo tolerantes, fraternos... Se compreendo o sentido do amor ao próximo, sou capaz de amar a todos os seres humanos e não apenas aqueles que me ensinaram a amar ou quando esteja com aqueles cujo reconhecimento valorizo particularmente. O amor se torna uma questão de princípio - amo inclusive os que não conheço ou os que não me amam. Como cidadão do mundo, amo à família universal.
§  Uma vida sem violência é um direito da gente e a paz começa, ou deve começar, em casa.
§  Muitos atos de violência nascem de motivos fúteis como um xingamento, uma diferença (de credo, de religião, de preferência política ou esportiva), do preconceito racial ou sexual, do machismo, da falta de autocontrole, de tolerância, de equilíbrio, de atitudes egoístas e mesquinhas...
§  A impunidade do agressor, que, muitas vezes, não repara os danos causados às suas vítimas, estimula a novas atitudes de violência, mas não deve justificá-las, pois sabemos que “um erro não justifica o outro”.
§  Os adultos, de um modo geral, e os policiais, em particular, devem evitar o abuso de força e de poder, procurando atitudes que ajudem as vítimas da violência.
§  Devemos compreender que a violência só educa para a violência.
§  A prevenção e o controle da violência é um problema de saúde pública e a epidemia que mais cresce no mundo é a violência provocada pelo homem  
§  Devemos evitar todas as formas de violência na família (maus tratos, gritos, xingamentos, palavrões) e adotar o lema: “A Paz Começa em Casa”.
§  Muitas vezes o desequilíbrio de nosso próximo é teste para nos mantermos calmos, para sermos indulgentes com suas faltas, pacientes e tolerantes. Também pode ser expiação por faltas que cometemos anteriormente...
§  Nada justifica sermos violentos somente porque os outros estão sendo – Jesus nos ensinou a oferecermos a outra face e isso quer dizer que não devemos revidar, nem pensar em vingança – ou usarmos bebidas ou drogas, somente porque outros estão usando (mesmo que esses “outros” sejam nossos parentes próximos ou pais)...
§  Aprendamos a compreender, aceitar e perdoar nossos pais, quando eles se tornam violentos, pois eles têm, não raras vezes, problemas graves que desconhecemos.
BY: RECEBI DA VANDA REIS

BEM AVENTURADOS OS MANSOS E PACIFICADORES


O SERMÃO DO MONTE:BEM AVENTURADOS OS MANSOS E PACIFICADORES

Continuando a demonstração de que a humildade é um dos meios para alcançar a evolução real, Jesus expli-ca a importância do
pensamento e da ação
: Radiação Mental.Jesus é a própria doçura, mansidão, paciência; espelhou muito bem a Harmonia e a Ordem divinas que come-çam dentro do próprio homem.A intenção e o interesse desencadeiam as forças da vontade que comandam os pensamentos e as ações. Asvirtudes devem ser cultivadas pela Reforma Íntima, na implantação da renovação mental e ir se espraiando pelo lar, junto à família, prolongando-se aos amigos sadios ou aos necessitados.A base dos bons pensamentos é a constante e vigilante sintonia elevada das radiações mentais e vice-versa.Os bons pensamentos acalmam as emoções descontroladas produzindo boas ações, dispensando a intolerância e acólera (curto-circuito pensante). A mansidão, a moderação, a prudência, são o retrato da alma afável e justa.Quanto Jesus explicitou que os mansos herdarão a Terra e que os pacíficos serão chamados Filhos de Deus,ele prometeu a
paz na Terra como no Céu
.Não se tem a paz e a serenidade no coração, enquanto não se compreender, com paciência, as necessidadesdos semelhantes, principalmente quando a ignorância é dirigida pela violência; só se alcança esta compreensão coma afabilidade, a doçura, a tolerância, a brandura e a pacificação.

COMO RECONHECER A INJÚRIA, A VIOLÊNCIA, A CÓLERA ?

A injúria é o ato de ofender alguém atribuindo-lhe, injustamente, uma falsa ação ou pensamento; é difamante.Por várias vezes, Jesus aconselha a não injuriar o semelhante. (Mt., 5:22)Deve-se lembrar que as palavras revestem sonoramente os pensamentos e refletem a expressão dos senti-mentos, consignando, por si, a responsabilidade individual e coletiva.A violência é o ato de transgredir, infligir a lei em coação física ou moral, em abuso do respeito ao próximo. Oviolento sempre usa da força bruta, enquanto o manso é afável e tolerante. Todo intransigente é irritável e intole-rante e se identifica pela incompreensão e exigência com os outros.São severos e rígidos com os outros, não lhes permitindo infrações, pois se consideram infalíveis. São sempreríspidos no falar e no agir, às vezes até com quem estima. Têm prazer em denegrir as pessoas. Não sabem perdoarnem mesmo as pequenas falhas humanas. O senso crítico e seu poder de análise os tornam exigentes radicais e du-ros.Jesus mostrou ao homem que com a medida que ele julgar será julgado. (Mt., 7:1-2)A intolerância é irmã da impaciência, da irritação que é o primeiro alerta de perigo do desequilíbrio mental. Oimpaciente é sempre inquieto, agitado e aborrecido. São defeitos satélites do egoísta.Ele tudo quer como um passe de mágica e se irrita e desespera pelas frustrações sofridas.A intolerância, a impaciência acabam levando o homem à violência e esta à cólera.A cólera é um fluido viscoso que bloqueia a razão e ativa os instintos primários negativos, impossibilitando ascriaturas ao entendimento da realidade, subjugando-as ao orgulho pela impotência do seu raciocínio e todos sabe-mos, comprometendo a saúde.Kardec diz que “nesses instantes, se a pessoa pudesse se ver a sangue frio, teria medo e horror de si mesmoou se acharia bastante ridículo.“ (ESE, ca. IX, item 9)O espírita deve tomar muito cuidado com a cólera. Sendo caso de sentimentos desarticulados, ela não excluicertas qualidades do coração, podendo enganar pela invigilância, atribuindo ao seu temperamento ativo quanto é, narealidade, nascida da impotência do orgulho e da fraqueza nas resoluções das imperfeições que revestem o Espírito.A única solução no momento é dar uma parada rápida nos centros seletivos da mente e procurar a origem do pro-blema, amparados em Jesus, para reorganização da Casa Mental.

COMO NOS TORNAMOS AFÁVEIS, MANSOS E PACIFICADORES ?

A benevolência com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, gera a afabilidade e doçura, que são a suamanifestação. (ESE, ca. IX). As pessoas são mansas porque não permitem que nada as irritem, uma vez que sãoverdadeiras tanto no trato formal como na meiguice do coração para com os íntimos.A brandura e a mansidão complementam a delicadeza de espírito.O ódio, o fanatismo, a ambição do poder e os privilégios da economia, crescem ao nosso redor, entretanto, ofoco de luz do evangelho é cada vez mais forte.

COMO SER MANSO E BRANDO NESTE MUNDO DE VIOLÊNCIA ?

Como pacificar o espírito e promover a paz no mundo? - Não existe paz sem liberdade nem liberdade semrespeito mútuo. Nem sempre a retórica traduz os legítimos sentimentos de paz.


Curso de Aprendizes do Evengelho
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Os pensamentos e as ações humanas podem mudar a face da Terra. Jesus disse: os mansos herdarão a Terrae os pacificadores serão chamados Filhos de Deus.
COMO HONRAR A PROMESSA DO SENHOR, NA EDIFICAÇÃO DESSE MUNDO MELHOR ?

Através do auto-aprimoramento e da sinceridade de propósito. A higiene mental, através do pensamento posi-tivo, não dando guarida a contrariedades; à disposição firme para o conhecimento do bem e perseverança na suaprática, a abnegação entendida como renúncia sublimada, como desprendimento; o espírito de conciliação em todasas disputas e exaltações; a busca na prece e na meditação da renovação de forças e disposição para o bem, sãoelementos de pacificação e mansuetude para a alma.

Como Construir a Paz e Dizer Não à Violência


MÓDULO 1
Básic o.
AULA 3
Como Construir a Paz e Dizer Não à Violênc ia
OBJETIVO
Consc ientizar para a importânc ia da c onstruç ão e manutenç ão da PAZ ,  seja em c asa,  na esc ola ou na rua,
ressaltando o valor da vivênc ia c ristã c omo rec urso  fac ilitador desse proc esso.
ATIVIDADE INTRODUTÓRIA/MOTIVADORA
Vivênc ia c om a músic a “T e Ofereç o Paz”.
T e ofereç o Paz! T e ofereç o Amor! T e ofereç o Amizade!
Ouç o tuas nec essidades, vejo tua beleza, sinto os teus sentimentos...
Minha sabedoria flui de uma fonte superior...
E rec onheç o esta fonte em ti... T rabalhemos juntos!
FUNDAMENTAÇÃO EVANGÉLICO-DOUTRINÁRIA
µ      Ver E.S .E. ,  Cap.  IX  – Bem- Aventurados os que são brandos e pac ífic os.
µ T exto extraído do livro “Aprendizes do Evangelho”,  FEESP,  Vol.  1.
O Sermão do Monte - Bem-Aventurados os Mansos (Mt. 5:5). Bem-Aventurados os Pac ific adores (Mt. 5:9).
Continuando a demonstraç ão de que a humildade é um dos meios para alc anç ar a evoluç ão real,  Jesus explic a a
importânc ia do pensamento e da aç ão:  Radiaç ão Mental.
Jesus é a própria doç ura,  mansidão,  pac iênc ia;  espelhou muito bem a Harmonia e a Ordem divinas que c omeç am
dentro do próprio homem.
A  intenç ão e o interesse desenc adeiam as forç as da vontade que c omandam os pensamentos e as aç ões.  As
virtudes devem ser c ultivadas pela Reforma Íntima,  na implantaç ão da renovaç ão mental e ir se espalhando pelo lar,
junto à família,  prolongando- se aos amigos sadios ou aos nec essitados.
A  base dos bons pensamentos é a c onstante e vigilante sintonia elevada das radiaç ões mentais e vic e- versa.  Os
bons pensamentos ac almam as emoç ões desc ontroladas,  produzindo boas aç ões,  dispensando a intolerânc ia e a
c ólera (c urto- c irc uito pensante) .  A  mansidão,a moderaç ão,  a prudênc ia,  são o retrato da alma afável e justa.
Quando Jesus explic itou que os mansos herdarão a T erra e que os pac ífic os serão c hamados Filhos de Deus,  ele
prometeu a paz na T erra c omo no Céu .
Não se tem a paz e a serenidade no c oraç ão,  enquanto não se c ompreender,  c om pac iênc ia,  as nec essidades
dos semelhantes,  princ ipalmente quando a ignorânc ia é dirigida pela violênc ia;  só se alc anç a esta c ompreensão c om
a afabilidade,  a doç ura,  a tolerânc ia,  a brandura e a pac ific aç ão.Como rec onhec er a injúria, a violênc ia e a c ólera?
A  injúria é o ato de ofender alguém atribuindo- lhe,  injustamente,  uma falsa aç ão ou pensamento;  é difamante.
Por várias vezes,  Jesus ac onselha a não injuriar o semelhante.  (Mt . ,  5:22)
Deve- se lembrar que as palavras revestem sonoramente os pensamentos e refletem a
expressão dos sentimentos,  c onsignando,  por si,  a responsabilidade soc ial e c oletiva.
A  violênc ia é o ato de transgredir,  infligir a lei em c oaç ão
físic a ou moral,  em abuso do respeito ao próximo.  O violento sempre usa da forç a bruta,  enquanto o manso é afável
e tolerante.  T odo intransigente é irritável e intolerante,  e se identific a pela inc ompreensão e exigênc ia c om os
outros.
São severos e rígidos c om os outros,  não lhes permitindo infraç ões,  pois se c onsideram infalíveis.  São sempre
ríspidos no falar e no agir,  às vezes até c om quem estimam.  T êm prazer em denegrir as pessoas.  Não sabem perdoar
nem mesmo as pequenas falhas humanas.  O senso c rític o e seu poder de análise os tornam exigentes,  radic ais e
duros.
Jesus mostrou ao homem que c om a medida que ele julgar,  será julgado.  (Mt.,  7:1- 2)
A  intolerânc ia é irmã da impac iênc ia,  da irritaç ão que é o primeiro alerta de perigo do desequilíbrio mental.  O
impac iente é sempre inquieto,  agitado e aborrec ido.  São defeitos satélites do egoísta.  Ele tudo quer c omo num
passe de mágic a e se irrita e desespera pelas frustraç ões sofridas.
A  intolerânc ia a impac iênc ia ac abam levando o homem à violênc ia e esta,  à c ólera.
A  c ólera é um fluido visc oso que bloqueia a razão e ativa os instintos primários negativos,  impossibilitando as
c riaturas ao entendimento da realidade,  subjugando- as ao orgulho pela impotênc ia do seu rac ioc ínio e,  todos
sabemos,  c omprometendo a saúde.
Kardec  diz que “nesses instantes, se a pessoa pudesse se ver a sangue frio, teria medo e horror de se mesmo,
ou se ac haria bastante ridíc ulo. ” (E.S.E., Cap. IX, item 9)
O espírita deve tomar muito c uidado c om a c ólera.  Sendo raios de sentimentos desartic ulados,  ela não exc lui
c ertas qualidades do c oraç ão,  podendo enganar pela invigilânc ia,  atribuindo ao seu temperamento ativo,  quando é,
na realidade,  nasc ida da impotênc ia,  do orgulho e da fraqueza nas resoluç ões das imperfeiç ões que revestem o
Espírito.  A  únic a soluç ão no momento,  é dar uma parada rápida nos c entros seletivos da mente e proc urar a origem
do problema,  amparados em Jesus,  para reorganizaç ão da Casa Mental.
Como nos tornamos afáveis, mansos e pac ific adores?
A  benevolênc ia c om os semelhantes,  fruto do amor ao próximo,  gera a afabilidade e a doç ura,  que são a sua
manifestaç ão.  (E.S .E. ,  Cap.  IX) .  As pessoas são mansas porque não permitem que nada as irritem,  uma vez que são
verdadeiras tanto no trato formal,  c omo na meiguic e do c oraç ão para c om os íntimos.
A  brandura e a mansidão c omplementam a delic adeza de espírito.  O ódio,  o fanatismo,  a ambiç ão do poder e os
privilégios da riqueza,  c resc em ao nosso redor,  entretanto,  o foc o de luz do Evangelho é c ada vez mais forte.
Como ser manso e brando neste mundo de violênc ia?
Como pac ific ar o espírito e promover a paz  no mundo? – não existe paz sem liberdade,  nem liberdade sem
respeito mútuo.  Nem sempre a retóric a traduz os legítimos sentimentos e paz.
Os pensamentos e as aç ões humanas podem mudar a fac e da T erra.  Jesus disse:  os mansos herdarão a terra e os
pac ific adores serão c hamados Filhos de Deus.
Como honrar a promessa do Senhor, na edific aç ão desse mundo melhor?Através do auto- aprimoramento e da sinc eridade de propósito.  A  higiene mental,  através do pensamento positivo,
não dando guarida a c ontrariedades;  a disposiç ão firme para o c onhec imento do bem e perseveranç a na sua
prátic a,  a abnegaç ão entendida c omo renúnc ia sublimada,  c omo desprendimento;  o espírito de c onc iliaç ão em todas
as disputas e exaltaç ões;
a busc a na prec e e na meditaç ão da renovaç ão de forç as e disposiç ão para o bem,  são
elementos de pac ific aç ão e mansuetude para a alma.
Ser manso e pac ífic o está longe de ser ac omodado:  é luta interior perene,  para a
c onstruç ão de um c aráter evolutivo.
DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO
01. Uma vida em paz é um direito de todas as pessoas.
02. Estar em paz...
ü       É ter respeitados e respeitar todos os direitos humanos;
ü É não estar submetido a qualquer tipo de violênc ia,  instituc ional,  físic a ou psic ológic a;
ü É ter liberdade e justiç a soc ial;
ü É sentir c ontentamento interior pelo dever c umprido,  pelo bem pratic ado;
ü É viver em uma soc iedade sem prec onc eitos,  que respeite a eqüidade entre mulheres e homens;
ü        É desfrutar de uma c omunidade solidária onde as oportunidades de desenvolvimento das potenc ialidades
sejam idêntic as para todos;
ü       É viver em família;
ü É viver em verdade;
ü É c aminhar sempre para a frente sem deixar pessoas para trás.
03. Jesus nos disse:  “Minha paz vos dou...” Então,  por que razão ainda temos guerras e tantas desavenç as entre
países e no seio das famílias? Simplesmente porque ainda não aprendemos a AMAR,  c omo Jesus nos ensinou. . .  Amar
ao próximo c omo a nós mesmos,  é amar inc ondic ionalmente (sem impor c ondiç ões) ,  perdoando as falhas e deslizes,
sendo tolerantes,  fraternos. . .  Se c ompreendo o sentido do amor ao próximo,  sou c apaz de amar a todos os seres
humanos e não apenas aqueles que me ensinaram a amar ou quando esteja c om aqueles c ujo rec onhec imento
valorizo partic ularmente.  O amor se torna uma questão de princ ípio -  amo inc lusive os que não c onheç o ou os que
não me amam.  Como c idadão do mundo,  amo à família universal.
04.  O estudo e o debate do problema da violênc ia leva à c onvic ç ão de que é nec essário fazer uma c ampanha de
prevenç ão da violênc ia dentro da família,  sobretudo porque os adultos devem ser exemplo em c asa e porque o lar é
a primeira esc ola de uma c rianç a.
05.  A  violênc ia doméstic a,  físic a (inc luindo a sexual)  ou psic ológic a,  é a princ ipal c ausa de sofrimento das c rianç as.
06.  Uma vida sem violênc ia é um direito da gente e a paz c omeç a,  ou deve c omeç ar,  em c asa.
07.  Muitos atos de violênc ia nasc em de motivos fúteis c omo um xingamento,  uma diferenç a (de c redo,  de religião,
de preferênc ia polític a ou esportiva) ,  do prec onc eito rac ial ou sexual,  do mac hismo,  da falta de autoc ontrole,  de
tolerânc ia,  de equilíbrio,  de atitudes egoístas e mesquinhas. . .
08.  A  impunidade do agressor,  que,  muitas vezes,  não repara os danos c ausados às suas vítimas,  estimula a novas
atitudes de violênc ia,  mas não deve justific á- las,  pois sabemos que “um erro não justific a o outro”.
09.  Os adultos,  de um modo geral,  e os polic iais,  em partic ular,  devem evitar o abuso de forç a e de poder,
proc urando atitudes que ajudem as vítimas da violênc ia
10.  O c resc imento desordenado da populaç ão,  o desemprego,  a extrema pobreza,  a miséria,  a exc lusão soc ial,  a
falta de atendimento às nec essidades básic as,  o não rec onhec imento dos direitos do c idadão,  o desrespeito
aos direitos humanos,  a fac ilidade de ac esso a drogas e a armas,  a falta de Deus nos c oraç ões,  a influênc ia
noc iva da televisão,  e o uso abusivo de bebidas alc oólic as,  favorec em a oc orrênc ia de atos de violênc ia dentro
e fora do lar.11.  Devemos c ompreender que a violênc ia só educ a para a violênc ia.
12.  A  prevenç ão e o c ontrole da violênc ia é um problema de saúde públic a e a epidemia que mais c resc e no mundo
é a violênc ia provoc ada pelo homem
13.  A  c onstruç ão da paz é um proc esso que exige esforç o c ontínuo e não pode depender de c ampanhas
eventuais.  
14.  Devemos reforç ar a educ aç ão dos jovens para a maternidade e a paternidade responsáveis.
15.  Devemos reforç ar na c omunidade a noç ão de tolerânc ia,  do c ontrole emoc ional,  da resoluç ão de c onflitos,  da
c onquista paz e nec essidade de resolver c onflitos através do diálogo,  priorizando em todos os níveis,  os trabalhos
de grupo,  c omo forma ativa e exemplo de partic ipaç ão soc ial.
16.  Devemos evitar todas as formas de violênc ia na família (maus tratos,  violênc ia sexual,  negligênc ia,  abandono e
violênc ia psic ológic a,  gritos,  xingamentos,  palavrões)  e adotar o lema:   “A Paz Começ a em Casa”.
17.  Muitas vezes o desequilíbrio de nosso próximo é teste para nos mantermos c almos,  para sermos indulgentes c om
suas faltas,  pac ientes e tolerantes.  T ambém pode ser expiaç ão por faltas que c ometemos anteriormente. . .
18.  Nada justific a sermos violentos somente porque os outros estão sendo – Jesus nos ensinou a oferec ermos a
outra fac e e isso quer dizer que não devemos revidar,  nem pensar em vinganç a – ou usarmos bebidas ou drogas,
somente porque outros estão usando (mesmo que esses “outros” sejam nossos parentes próximos ou pais) . . .
19.  Aprendamos a c ompreender,  ac eitar e perdoar nossos pais,  quando eles se tornam violentos,  pois eles têm,  não
raras vezes,  problemas graves que desc onhec emos.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
SE  QUISER  PREVENIR  A  VIOLÊNCIA, HÁ  MUITA  COISA  QUE  POSSO  FAZER!
Objetivo:
Levar os evangelizandos a refletirem c onc retamente sobre o que podem vir a fazer para evitar a violênc ia.
Proc edimentos:
a)     Dividir a turma em seis grupos;
b)     Entregar a c ada grupo uma proposiç ão/ frase (v .  abaixo) ,  para que seja lida,  c ompreendida e disc utida,  de modo
que eles formulem ou c item um exemplo c onc reto de vida ou situaç ão que retrate o que está esc rito;
c )     Pedir que c ada grupo esc olha um relator;
d)     Após o trabalho em pequenos grupos,  em grande c írc ulo,  pedir que c ada relator c oloque a c onc lusão do grupo e
que o restante da turma ac resc ente,  se for o c aso,  outros pontos de vista.
Proposiç ões:
01.  Sei que posso me tornar um pac ific ador:  alguém que esc olheu trabalhar ativamente na c onstruç ão de valores e
aç ões de paz,  alguém que não depende do estímulo ou c obranç a de outros para exerc er a sua c idadania,  alguém
que dá o bom exemplo,  ao invés de esperar que outra pessoa o faç a.
02.  Sei que não vou mudar o mundo,  mas posso mudar o meu jeito de ver,  pensar,  sentir,  falar e agir – assim,
estarei transformando o meu mundo.  Pois rec onheç o que eu também c arrego impulsos agressivos,  egoístas ou
violentos,  mas posso c ontrolar e c analizar essas energias de modo c onstrutivo.  Essa transformaç ão,  por mais
interna e sutil que seja,  c ontribuirá para que as pessoas c om quem me relac iono sintam o desejo de mudar também.
03.  T alvez eu só c onsiga fazer pequenas c oisas,  mas sei que se as fizer c om amor e pureza de motivos,  serão
sementes frutíferas.  Sei que na dimensão espiritual,  o que c onta é a qualidade,  não a quantidade.
04.  T alvez ninguém jamais me agradeç a ou elogie pelo que fiz.  Mas minha motivaç ão é muito mais profunda do que
o rec onhec imento externo.  Quero estar feliz c omigo mesmo por saber que a minha existênc ia tem signific ado,  que a
minha passagem por este mundo c ontribuiu para a felic idade de outras pessoas.
05.  T alvez eu mesmo não veja os frutos de minhas aç ões,  pois a Paz é uma árvore que c resc e disc retamente no
solo dos c oraç ões e demora a brotar.  Mas sei que depois de mim,  virão meus filhos,  netos. . .  e as geraç ões por vir
merec em um mundo melhor.06.  Sei que posso c onstruir a paz,  por onde passar,  bastando,  para tanto,  silenc iar quando for provoc ado(a) ,  não
provoc ar os outros,  ignorar insultos alheios,  proc urar defender- me de agressões,  busc ar a prudênc ia quando houver
tumultos ou brigas,  rec orrer à oraç ão e à prátic a do Evangelho quando diante de situaç ões difíc eis.
HISTÓRIA “O EFEITO DA CÓLERA”
(Meimei,  in Pão Nosso)
Um velho judeu,  de alma torturada por pesados remorsos,  c hegou,  c erto dia,  aos pés de Jesus,  e c onfessoulhe estranhos pec ados.  Valendo- se da autoridade que detinha no passado,  havia despojado vários amigos de suas
terras e bens,  arremessando- os à ruína total e reduzindo- lhes as famílias a doloroso c ativeiro.  Com maldade
premeditada,  semeara em muitos c oraç ões o desespero,  a afliç ão e a morte.  Ac hava- se,  desse modo,  enfermo,
aflito e perturbado. . .  Médic os não lhe soluc ionavam os problemas,  c ujas raízes se perdiam nos profundos labirintos
da c onsc iênc ia dilac erada.
          O Mestre Divino,  porém,  ali mesmo,  na c asa de Simão Pedro,  onde se enc ontrava,  orou pelo doente e,  em
seguida,  lhe disse:  -  “Vai em paz e não peques mais. ”
         O anc ião notou que uma onda de vida nova lhe penetrara o c orpo,  sentiu- se c urado,  e saiu,  rendendo graç as
a Deus.  Parec ia plenamente feliz,  quando,  ao atravessar a extensa fila dos sofredores que esperavam pelo Cristo,
um pobre mendigo,  sem querer,  pisou- lhe num dos c alos que trazia nos pés.
O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atac ou o mendigo a bengaladas.  Estabelec eu- se grande
tumulto.  Jesus veio à rua apaziguar os ânimos.  Contemplando a vítima em sangue,  abeirou- se do ofensor e falou:  -
“Depois de rec eberes o perdão, em nome de Deus, para tantas faltas, não pudeste desc ulpar a ligeira prec ipitaç ão
de um c ompanheiro mais desventurado que tu?”
          O velho judeu,  agora muito pálido,  pôs as mãos sobre o peito e bradou para o Cristo:  -  “ Mestre, soc orreme!... Sinto-me desfalec er de novo... Que será isto?”
Mas,  Jesus apenas respondeu muito triste:  -  “ Isso, meu irmão, é o ódio e a c ólera que outra vez c hamaste
ao próprio c oraç ão.”
E ainda hoje isso ac ontec e a muitos que,  por falta de pac iênc ia e de amor,  adquirem amargura,  perturbaç ão
e enfermidade.
VIVER EM PAZ (Emmanuel, in Fonte Viva)
“...Vivei em paz...”  – Paulo (II Cor., 13:11)
Mantém- te em paz.  É provável que os outros te guerreiem gratuitamente,  hostilizando- te a maneira de viver;
entretanto,  podes avanç ar em teu roteiro,  sem guerrear a ninguém.  Para isso,  c ontudo – para que a tranqüilidade
te banhe o pensamento - ,  é nec essário que a c ompaixão e a bondade te sigam todos os passos.
Assume c ontigo mesmo o c ompromisso de evitar a exasperaç ão.  Junto da serenidade,  poderás analisar c ada
ac ontec imento e c ada pessoa no lugar e na posiç ão que lhes dizem respeito.
Repara,  c arinhosamente,  os que te proc uram no c aminho. . .
T odos os que surgem,a flitos ou desesperados,  c oléric os ou desabridos,  trazem c hagas ou ilusões.
Prisioneiros da vaidade ou da ignorânc ia,  não souberam tolerar a luz da verdade e c lamam irritadiç os. . .  Unge- te de
piedade e penetra- lhes os rec essos do ser,  e identific arás em todos eles c rianç as espirituais que se sentem
ultrajadas ou c ontundidas.
Uns ac usam,  outros c horam.  A juda- os enquanto podes.  Pac ific ando- lhes a alma,  harmonizarás,  ainda mais,  a
tua vida.  Aprendamos a c ompreender c ada mente em seu problema.
Rec orda- te de que a Natureza,  sempre divina em seus fundamentos,  respeita a lei do equilíbrio e c onserva- a
sem c essar.
Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados,  nos c onflitos abertos,  a T erra é sempre firme e o
Sol fulgura sempre.
Viver de qualquer modo é de todos,  mas viver em paz c onsigo mesmo é serviç o de pouc os.FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
CONSTRUÇÃO DO MURAL DA PAZ.
a)     Material: 1 ou duas folhas de papel madeira,  c artolina ou 40 kg,  pombas rec ortadas em papel branc o,  uma para
c ada aluno (modelo em anexo) ,  lápis grafite ou c aneta hidroc or,  c ola.
b)     Proc edimento: Após c oloc ar um título sugestivo (ex.:  “Mural da Paz”,  “Vou Construir a Paz. . .” ou “O Mundo
Prec isa de Paz” ou “A  Paz me lembra. . .”,  ou,  ainda,  “Sinto Paz quando. . .”) ,  pedir que c ada evangelizando
esc reva na pombinha branc a de papel uma palavra ou frase pertinente,  ou que desenhe algo que lhe lembra a
paz,  todos devendo c olar no mural a sua pombinha,  explic ando suas respec tivas c ontribuiç ões.
MÚSICA “VOU CONSTRUIR A PAZ!”
(Graç a Melo)
Vou c onstruir a Paz
em meu c oraç ão!
Vou ter mundo feliz...
vou ter mundo irmão!
Mundo de amor e de união. . .
mundo de alegria e luz...
Vou c onstruir a Paz em meu c oraç ão
c om o Evangelho de Jesus!