quarta-feira, 21 de maio de 2014

Epilepsia - Dr. Ricardo Di Bernardi

Epilepsia - Dr. Ricardo Di Bernardi


Perguntas feitas por pacientes :
1 ) Tenho 29 anos sempre levei uma vida normal, porem, hà 4 anos tenho tido crises convulsivas e a epilepsia não foi constatada em nenhum exame (eletroencefalogramas repetidos, mapeamentos cerebrais, tomografias, ressonâncias magnéticas, etc) Já tomei gardenal, trileptal, depakote e agora estou com topiramato 150 mg, as crises continuam acontecendo, não sei mais o que fazer. Pode-me ajudar ? O que fazer ?

2) Dr. Ricardo, quais as causas da epilepsia? Está a epilepsia intimamente ligada com a mediunidade? Diz-se popularmente que um epiléptico é um “grande médium” quase sempre psicofonico (dito popularmente de incorporação) e que necessita desenvolver a mediunidade para ficar melhor? Isto é verdade? 

Resposta do Dr. Ricardo Di Bernardi
Em primeiro lugar, deve continuar tentando, com um bom neurologista, outras alternativas medicamentosas. Há, também, casos de convulsões epileptiformes que não são de origem exclusivametne neurológicas, isto é, são provocadas por outras disfunções orgânicas como metabólicas, hormonais, neoplásicas e outras, que podem ser a causa de convulsão do tipo epiléptico, mas sem ser a disritmia cerebral a causa primária. Um excelente clínico , especialista em Medicina Interna, ( não é o mesmo que Clínico Geral ), pode proceder esta investigação. A Epilepsia existe em diversos graus e diversos tipos. Há epilepsias bastante leves como lapsos de consciência denominados crises de "ausência" até as de convulsões violentas. A mais frequentemente comentada é a que se caracteriza por crises ou ataques nos quais há espasmos musculares de contração e de movimentos incontroláveis, com concomitante perda da consciência. Devido sua manifestação espetacular, externa, desde épocas remotas impressionava a todos, sendo atribuída a agentes demoníacos, misteriosos ou a influência lunar, daí a expressão lunáticos.
Um dos pais da medicina, Hipócrates lutou para desvincular a relação desta enfermidade com o "sagrado". Até hoje ainda existe, em alguns locais esta tendência. Frequentemente a pessoa que está prestes a ter uma crise convulsiva epiléptica percebe a chegada da crise com os sintomas. Alguns sentem um calor leve e envolvente, ou uma sensação típica visual, olfativa, auditiva, gustativa, tátil ou dolorosa, comumente no abdome. Pode-se detectar no EEG – eletroencefalograma – uma disfunção ou disritmia cerebral ou seja, uma alteração do ritmo das ondas emitidas pelo cérebro. No entanto, em alguns casos não se detectam estas alterações disrítmicas.
Em todas as nossas patologias ou problemas humanos há uma participação espiritual, em graus variados. Na epilepsia ou nos chamados "ataques" pode ocorrer uma ligação do enfermo com o espírito obsessor, ocorrendo uma verdadeira "incorporação" ou transe mediúnico. Existe sempre uma fragilidade orgânica cerebral, motivada pela alteração do modelo organizador biológico (perispírito) que traz lesões adquiridas em vidas pretéritas. Lesões que tem origens diversas. Nos casos ditos de "pequeno mal" ou crises de ausência não é comum a presença de espíritos obsessores. Nos casos de crises convulsivas graves, há também lesões perispirituais decorrentes do histórico progresso do paciente mas a frequente (nem sempre) associação do obsessor desencarnado. A ação do obsessor dá-se no denominado "locus minoris resistentiae" isto é, no local de menor resistência do obsediado, no caso desta pessoa, o cérebro... Muitas vezes, a ligação do obsessor com a "vítima " efetua-se pelo chakra gástrico, esplênico ou genésico mas a repercussão atinge intensamente o ponto fraco do obsediado que é a região cerebral fragilizada. Em certos casos, O choque do contato com as energias do espírito desencarnado com o obsediado (médium?) pode ser um fator determinante para o processo convulsivo. A própria convulsão ocasiona uma repercussão forte no espírito fazendo-o muitas vezes se afastar.
Há casos em que o indivíduo dito epilético nada apresenta nos exames de EEG mas tem todos estes sintomas. A contínua interferência do obsessor sobre a pessoa sensível nesta área poderá ocasionar lesões como passar dos anos. O que ocorre é que o perispírito ou corpo astral tem seu paracérebro lesionado mas, ainda, não transferiu para o corpo biológico esta lesão. O tratamento médico e espiritual concomitante poderá fazer com que a lesão não se instale no corpo biológico. Em termos técnicos, médicos, chama-se "aura epilética" (há outras denominações) ao conjunto de fenômenos ou sensações que precedem a crise convulsiva. Estas sensações são: a percepção ou alucinação de cores, visões, sombras, sons, ruídos, vozes, odores, sensação de calor na face, gosto ácido na boca e outras. Curiosamente sensações semelhantes que os médiuns tem antes da ligação deles o espírito comunicante na sessão de desobsessão. Até a "dor na boca do estômago" que alguns médiuns sentem pela ligação com o chakra gástrico. Estas sensações da "AURA EPILÉTICA" no caso da crise convulsiva pode decorrer da impregnação das energias (fluidos) do obsessor sobre o doente.
Uma recomendação importante: além do tratamento neurológico a higiene mental ou a manutenção de pensamentos otimistas, fraternos e similares são auxiliares no tratamento. Pensamentos de raiva, ódio, inveja, ressentimentos e outros de baixa frequência, favorecem as crises pela sintonia com o obsessor. Antes de desenvolver a mediunidade o paciente deve espiritualizar-se, depois estudar a doutrina espírita e por último pensar em atuar como médium. O tratamento ( médico + espiritual ) controla as crises e impede a fixação da entidade enferma sobre o cérebro do paciente.
Dr Ricardo - INSTITUTO DE CULTURA ESPÍRITA DE FLORIANÓPOLIS  www.icefaovivo.com.br   visite www.redevisao.net opção Dr.Ricardo
Postado por Sérgio Vencio às sexta-feira, abril 24, 2009   

Epilepsia e Espiritismo, breves comentários

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


Epilepsia e Espiritismo,
breves comentários

A epilepsia é tão antiga como o homem. Sabe-se de legislações a respeito de pacientes epilépticos no código de Hammurabi e, na antiga Grécia, se lhe chamava "a doença sagrada", pois devido à característica súbita e inesperada do fenômeno se acreditava que os deuses ou demônios possuíam o corpo do enfermo.

"Do grego deriva o termo epilepsia que significa ‘ser tomado desde acima’. Hipócrates, pai da Medicina escreveu ‘A respeito da doença sagrada’, e quatro séculos antes de nossa era disse que não era mais sagrada do que qualquer outra e que tinha seu assento no cérebro. Em Roma se lhe chamou a ‘doença comicial’, pois o fato de que algum dos assistentes apresentasse uma convulsão era um sinal de suspender as eleições."

Portadores de epilepsia sofrem com o estigma, o preconceito, a vergonha e o medo do desconhecido. A epilepsia é uma doença cerebral caracterizada por convulsões, que vão desde as quase imperceptíveis até aquelas graves e freqüentes. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo são portadoras de epilepsia, sendo que, destas, 40 milhões estão em países subdesenvolvidos. Apesar desse cenário alarmante, a organização afirma que 70% dos novos casos diagnosticados podem ser tratados com sucesso, desde que a medicação seja usada de forma correta. (1)

O tratamento preferencial para a epilepsia é o medicamentoso. O uso das drogas anticonvulsivas é eficaz em 70% a 80% dos casos. Para os pacientes com epilepsia refratária às drogas anticonvulsivas (20% a 30% dos casos), o tratamento indicado é o cirúrgico. Dependendo do tipo de epilepsia, a cirurgia pode ser bem sucedida em até 80% desses pacientes. A cirurgia se desenvolveu, principalmente, a partir dos anos 80 com o avanço da tecnologia nos exames de imagens. A ressonância magnética estrutural e a funcional (SPECT), além do monitoramento em vídeo, permitem fazer um diagnóstico exato do foco epiléptico. Porém, apesar da tecnologia médica atual, "É como atirar no escuro e esperar que o alvo seja acertado". É assim que o neurologista Ley Sander, professor do Departamento de Epilepsia Clínica e Experimental do University College London, define o tratamento da epilepsia.

"Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente por sua elevada incidência, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência de suas crises, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que, na grande maioria das vezes, são injustificadas", afirma o neurologista Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD, Professor titular, Dep. de Neurosciências da Universidade de Guadalajara, no México. (2)

Foi Hipócrates (em torno de 460-375 aC) - talvez influenciado por Atreya, pai da medicina hindu (e que viveu 500 anos antes) - quem passou a afirmar que a epilepsia não tinha uma origem divina, sagrada ou demoníaca, mas que o cérebro era responsável por essa doença. E, apenas muitos anos depois, Galeno (129 - em torno de 200 dC) fez a primeira classificação de diferentes formas da doença. (3) Apesar das afirmações de Hipócrates e Galeno, as crenças em torno da epilepsia como possessão, maldição ou castigo, perpetuaram por muito tempo.

A epilepsia, sob a ótica do Espiritismo, é uma doença neurológica, como qualquer outra doença que pode alterar o organismo humano, por isso mesmo deve ser tratada com os especialistas da medicina terrena. A propósito, alguns estudantes do Instituto Politécnico do México (IPN) criaram um dispositivo que diminui os ataques de epilepsia, consoante informa o instituto da Cidade do México. "Com o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de epilepsia, estudantes criaram o Saceryd, que reduz a freqüência e a intensidade das crises por meio de estímulos elétricos"(4). Nos Estados Unidos, já existe aparelho semelhante.

Não há dúvida que a terapêutica espírita poderá ajudar na recuperação do equilíbrio físico do enfermo, se for ministrada adequadamente, sem nunca dispensar a assistência médica. Porém, muitas pessoas confundem as crises epilépticas com sintomas obsessivos ou mediunidade a ser desenvolvida, o que é um grave erro. Ainda hoje, em pleno Século XXI – a despeito de todas as proezas da medicina –, muitos centros espíritas e igrejas de outros vários credos, sobretudo no Brasil, lidam com a epilepsia – como se esta fosse originada de "incorporações de Espíritos de mortos", de "possessões pelo demônio" etc. Até bem pouco tempo atrás, em todo o mundo, os ataques epilépticos, as convulsões cerebrais, o histerismo, as doenças em geral eram tratados quase que exclusivamente com "passes magnéticos" ou "exorcismos", muitas vezes violentíssimos e desumanos.

A epilepsia não é obsessão, muito embora esta possa, às vezes, se apresentar com os sintomas da epilepsia, e o epiléptico pode ser portador de um processo obsessivo. Daí a confusão que muitas vezes é feita entre uma coisa e outra. O conceito que existe no meio espírita de que os epilépticos são médiuns que deveriam desenvolver suas mediunidades é completamente equivocada.

Essa patologia mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo (5), como sejam as que procedem de pancadas na cabeça, geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico, que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas. Pois a epilepsia tem ligação com problemas espirituais. A recordação dessa ou daquela falta grave, que ficam enraizadas no Espírito sem que tenha tido oportunidade de desabafo ou corrigenda, cria na mente um estado patológico que se classifica de zona de remorso, provocando distonias diversas de uma encarnação para outra.

O corpo procede do corpo, porém há influência enorme da consciência do reencarnante, modelando seu próprio corpo, influenciando os genes da hereditariedade com o distúrbio ligado à causa pregressa no aproveitamento da Lei de Deus, para que o Espírito não escape ao seu destino doloroso, mas intransferível e necessário. No livro Missionários da Luz, cap. 12, André Luiz narra-nos inúmeras experiências em que o Espírito reencarnante pede que sejam alteradas certas condições físicas para que possa vencer as suas provas redentoras.

A epilepsia é uma doença neurológica e possui matrizes cerebrais para que ela ocorra. No entanto, muitos fatores podem provocar essas alterações cerebrais e, dentre eles, há a causa espiritual. A grande contribuição do Espiritismo nessa área é apontar causas espirituais diretas e indiretas. No livro A Gênese, no capítulo XIV, Allan Kardec ensina que uma obsessão intensa (forte interdependência entre o obsessor e o obsidiado) e prolongada pode gerar lesões orgânicas através dos fluidos espirituais "viciados": "Tais fluidos agem sobre o perispírito, e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual está em contato molecular. (...) Se os fluidos maus forem permanentes e enérgicos, poderão determinar desordens físicas: certas moléstias não têm outra causa senão esta (6). O Mestre de Lyon reconhece em O Livro dos Espíritos, questões 481-483, que uma influência espiritual obsessiva pode causar uma neurolesão epiléptica e propõe que o método desobsessivo pode levar à cura do paciente”. (7)

A epilepsia possui muitas relações com mecanismos naturais das provas e expiações, no contexto das causas atuais e anteriores das nossas aflições. Assim, apesar da epilepsia ter uma causa orgânica, a influência espiritual para que ela aconteça não pode ser ignorada. Narra André Luiz um caso no qual, durante uma convulsão epiléptica, o obsessor, ligando-se a Pedro, produziu uma convulsão generalizada tônico-clônica. O mentor Áulus afirmou que ali se verificou um caso de possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro estava inconsciente e não teria lembrança do ocorrido, mas estaria atento como Espírito e, nessa condição, arquivaria a ocorrência, enriquecendo-se. (8)

Na seqüência do fato, após a prece e o passe, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo. "Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de "possessão", mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)"(9). Esse caso demonstra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor após a convulsão, certamente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do Espírito desencarnado. Infere-se pois, ante a presente exposição, que os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão também, tanto quanto existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos. Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica, considerando-se óbvio que a terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

Fontes:

(1) Disponível em Acessado em 10/10/2005;

(2) Disponível em www.cerebromente.org.br/n04/doenca/epilepsy/epilepsy.htm Acessado em 26/10/2005;

(3) Disponível em Acessado em 10/102005;

(4) Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO, VIDA &, segunda-feira, 17/10/2005, A13;

(5) O encéfalo ou cérebro, terminação principal aumentada do sistema nervoso central, ocupa o crânio ou caixa encefálica. O termo latino cerebrum tem sido usado de várias formas. De um modo geral significa encéfalo; também tem sido utilizado para indicar, especificamente, o prosencéfalo e o mesencéfalo. O adjetivo cerebral é dele derivado. Encéfalo, por sua vez, é de origem grega (enkép- halos). Termos como encefalite – que significa inflamação do encéfalo – são dele provenientes.

(6) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2004, Cap.XIV.

(7) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, Questões 481-483.

(8) Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. 9.

(9) Idem, ibidem.

Cura de um endemoniado epiléptico - Palestra


https://www.youtube.com/watch?v=aogaVmeSBsc

A visão espírita da epilepsia

Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus (17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção”.
Para nós, espíritos em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo. Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas.

A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular. Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia, que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc., elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém, convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não, é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre, com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
Ao terminar de ler esta matéria, não se preocupe em ficar remoendo na mente sobre os atos que poderia ter feito no pretérito que lhe fizessem voltar com essa enfermidade. Cuide de sua reforma íntima e espiritual, para que, posteriormente, venha a trabalhar em prol dos mais necessitados. Dessa forma, além de se ajudar a evoluir espiritualmente, ajudará também muitas pessoas que virão ao seu socorro.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 14.
Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

OBSESÃO E EPILEPSIA

OBSESÃO E EPILEPSIA

Existe ligação entre os casos de epilepsia e os processos obsessivos?
A interação corpo-mente-espirito.

Osvaldo Hely Moreira

A epilepsia constitui-se num dos desafios da medicina devido a sua alta incidência (0,5% a 2% da população), diagnóstico etiológico difícil e abordagem terapêutica ainda discutida. A história relata casos epiléticos sempre sendo vistos como seres envolvidos por anjos ou demônios, já que a intuição demonstrava ao homem a conexão de determinados processos de convulsão com atuação obsessiva. A responsabilidade dos profissionais da área médica, diante dessa patologia, cresce não em função da alta incidência relatada, mas também em função de suas implicações sociais e emocionais. O epiléptico encontra dificuldades para progredir em sua vida social e profissional. Seu campo de trabalho é restrito e suas inibições, pelo receio da ocorrência das crises convulsivas, levam-no a evitar a convivência habitual na sociedade, além do fato de ver-se obrigado a utilizar medicação de forma crônica. Essa visão da patologia de estudo, leva-nos, profissionais médicos espíritas, a buscarmos soluções mais definitivas para esses pacientes, motivando a realização desse estudo.

DEFINIÇÕES

As epilepsias são um grupo de distúrbios caracterizados por alterações primárias, crônicas e recorrentes na função neurológica, causadas por anormalidades na atividade elétrica do cérebro. Podem ser: Idiopática (primária ou genuína) – indivíduo sem lesão neurológica aparente; Secundária – resultado de lesão neurológica ou alteração estrutural do cérebro. Hipóxia e isquemia perinatal; distúrbios genéticos; doença cérebro-vascular; mal formação congênita; distúrbios metabólicos; tumores; drogas; infecção; traumatismos.

Obsessão - 1) Do latim obsessione – impertinência, perseguição, vexação. Preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito. (Dicionário Aurélio); 2) – “É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores até perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, cap. XXVIII, item 81)

Esclarecendo, Kardec continua: “A Obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral do obsediado, que dá ascendência a um espírito mau...”.

Mas, por que pensar nessa associação (epilepsia e obsessão)?

A história relata-nos, há milênios, os quadros epilépticos sendo atribuídos à ação de bons ou maus espíritos. Com o advento de Jesus surgem novas informações confirmando essa associação. No Evangelho de Lucas, cap. 9, versículo 38 a 43 encontramos o seguinte relato: “A cura do jovem possesso: E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem dizendo em voz alta: Mestre, suplico-te que vejas meu filho porque é o único. Um espírito se apodera dele e, de repente, grita e o atira por terra, convulsiona-se até o espumar, e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantam. Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vós sofrereis? Traze o teu filho. Quando ia se aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou, mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou ao pai”.

Essa passagem do evangelho é também encontrada no Evangelho de Marcos, 9: 14 a 29, que nos versículos 25 e 26 relata o estado do jovem após a ação de Jesus: “... sai desse jovem e nunca mais tornes a ele. E ele, clamando, agitando-o muito, saiu, deixou-o como se estivesse morto, ao ponto de muitos dizerem: morreu”.

Os relatos de Lucas e Marcos permitem diagnosticar o quadro apresentado pelo jovem como epilepsia com crise generalizada tônico-clônica.

Na obra de Kardec encontramos mais informações sobre o assunto. Em O Livro dos Espíritos, cap. IX, parte 2a, pergunta 474, encontra a seguinte resposta: “Sem dúvida e esses são os verdadeiros possessos (...) isto nunca ocorre sem que aquele consinta, quer por sua fraqueza ou por desejo; muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitam de médicos que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”.

O relato do Evangelho confirma a existência de quadros epilépticos secundários à ação de obsessores desencarnados e a fala dos espíritos na obra de Kardec esclarece que existem quadros de epilepsia não secundários à interferência espiritual e ainda, na segunda parte do mesmo livro, Kardec fala da postura cármica das doenças.

Esse estudo objetiva encontrar esclarecimentos sobre a questão apresentada. Quando há obsessão ou não?

No entendimento da ação obsessiva levando à crise convulsiva, vemos que da mesma forma que a enfermidade orgânica manifesta-se onde há carência, o campo obsessivo desloca-se da mente do paciente para o departamento somático onde as imperfeições morais do passado deixaram marcas profundas no perispírito.


A INFLUÊNCIA MENTE-CORPO

Todos os nossos corpos e suas células têm sua função governada pelo espírito. Cada órgão do corpo é submetido ao governo do espírito. Quando erramos, entramos em situação de “culpa”, que significa desequilíbrio de nossa mente, que, por sua vez, tem reduzida a sua capacidade de governo celular adequado, gerando no perispírito uma “área de remorso”. Essa área seria a região de nossos corpos utilizadas para o erro ou que nos lembra pessoas ou situações ligadas ao erro. No nosso estudo, essa área seria a região cerebral utilizada inadequadamente como abuso da inteligência ou, por exemplo, como conseqüência de traumatismos provocados em atos de auto-extermínio.

Essa região, o cérebro, no caso em estudo, terá não semente sua função prejudicada, mas terá também suas defesas vibratórias reduzidas, possibilitando a ação obsessiva sobre ela. (A ação obsessiva dá-se na área previamente lesada pelo obsediado). A ação obsessiva gera maior desequilíbrio da fisiologia pela associação da emissão mental tóxica do obsessor, agravando ou fazendo evidente o processo de doença.

Aplicando esse raciocínio à epilepsia, o tecido cerebral é composto, por células de limiar de estimulação baixo. Pequenos estímulos mecânicos ou elétricos aplicados diretamente no cérebro podem desencadear crise convulsiva. Compreenderemos a ocorrência da convulsão, ao imaginarmos a falta de equilíbrio do encarnado sobre a região cerebral, associada à emissão tóxica do obsessor.

Resumindo, diríamos que no caso da epilepsia, a convulsão ocorre por excitação interna ou anímica (sem obsessão), associada ou não à excitação externa (obsessão).

Para facilitar o estudo, utilizaremos exemplos retirados de obras espíritas onde existe a análise detalhada dos casos e que nos permite uma visão mais ampla e conclusiva.


ALGUNS CASOS DE EPÍLEPISIA

Caso 1: Livro Grilhões Partidos, de Manoel P de Miranda

Caso Ester: moça, de 15 anos, previamente “normal”. Quadro súbito de contratura generalizada, palidez cutânea, sudorese abundante. Segue-se atitude agressiva do pai, a quem sempre tratou com carinho, seguida de palavras duras, gritos e agitação. Após a medicação injetável, ocorre sonolência intercalada por convulsões.

Diagnóstico espiritual: “Disritmia cerebral secundária a ligação obsessiva, com manifestação do obsessor através de psicofonia atormentada, após a convulsão. O Eletroencefalograma [ECG] era normal antes e após a convulsão. Se não forem evitados os ataques de subjugação, aparecerá lesão cerebral, que já existe no perispírito”.

Ester era espírito com grave débito no passado, com lesão perispiritual na região cerebral. Utilizou sua inteligência para causar prejuízo grave à vida de vários semelhantes.

Observar que após a convulsão seguia-se a fala do obsessor (fala lógica e inteligente), dirigida contra o pai de Ester.

O diagnóstico médico seria crise convulsiva generalizada tônico-clônica seguida de estado crepuscular como a ocorrência de confusão mental, inquietação motora, automatismos, distúrbios da fala, do conhecimento e da ação, após a crise convulsiva.

Esse caso mostra a ocorrência da convulsão são e ressalta a importância da terapia desobsessiva na prevenção de lesão do corpo físico.

Bezerra de Menezes indica o tratamento: “A terapia há de ser múltipla, acadêmica e espírita”, mostrando a importância de usar medicação apesar de ser processo de origem espiritual.


Caso 2: Livro: Nos Domínios da Mediunidade, cap 9.

Caso Pedro: Paciente com doença mental.

Visão espiritual: Observa-se o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se. Passado espiritual semelhante aos demais pacientes analisados, com obsessão na espiritualidade antes da atual reencarnação.

Após a prece e o passe dos demais encarnados, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo.

O mentor Aulus o classifica como médium, mas desaconselha a procura de desenvolvimento mediúnico, até que Pedro desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste, com o estudo e reforma íntima, e explica: “Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de “possessão”, mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)”.

Esse caso mostra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor (estado crepuscular) após a convulsão, provavelmente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do espírito desencarnado. Fato semelhante ocorreu no caso retirado do Evangelho, onde no texto de Marcos (9: 14-30) observa-se que o jovem apresenta a convulsão e após a interferência de Jesus ele fica “como morto”. Outro ensinamento desse caso é quanto ao prognóstico de cura após o tratamento desobsessivo, analisado pelo mentor Aulus, surgindo a epilepsia secundária a reflexo condicionado.


CONCLUSÃO

Os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos.

Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica.

Segundo Bezerra de Menezes, a presença do estado crepuscular é diagnóstico de ação obsessiva.

A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico nesse sentido. As exceções seriam os casos de lesão cerebral no passado ou na vida atual, como nos casos de suicídio.

O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil, pode levar à lesão física.

Existe uma seqüência evolutiva do processo de cura: obsessão com lesão física -> obsessão sem lesão física -> epilepsia por reflexo condicionado -> estado convalesceste (com crises dependendo do comportamento do paciente) -> cura.

“Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porquanto, não sabeis quando será o tempo.” Jesus - Mc. 13 - 33.

(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 12-14)

A CURA DE UM EPILÉTICO

A CURA DE UM EPILÉTICO

'Quando checaram à multidão, procurou a Jesus um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse: Senhor, compadece-te de meu filho, porque é epiléptico, e vai mal; pois muitas vezes cai no fogo e muitas outras na água. Eu o trouxe a teus discípulos, e eles não puderam curá-lo. Jesus exclamou: O geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. E Jesus ameaçou o demônio, o qual saiu do menino; e desde aquela hora ficou o menino curado. " (Mateus, XVII, 14-18)

"E quando se aproximou dos discípulos, viu uma grande multidão que os rodeava, e alguns escribas discutindo com eles. Imediatamente toda a multidão, vendo a Jesus, ficou muito surpreendida e, correndo para ele, o saudava. Ele lhes perguntou: Que estais discutindo com eles? Respondeu-lhe um da multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho que está possesso dum espírito mudo, e este onde quer que o apanha, o lança por terra; e ele espuma, range os dentes e vai definhando; roguei aos teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. Disse-lhes Jesus: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. Então lho trouxeram.

E ao ver a Jesus, logo o espírito o convulsionou; e ele caiu por terra e se estorceu espumando. Perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo acontece-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância; e muitas vezes o tem lançado tanto no fogo como na água, para o destruir; mas se podes alguma coisa, compadece-te de nós e ajuda-nos. Disse-lhe Jesus: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê. Imediatamente o pai do menino exclamou: Creio! Ajuda a minha incredulidade! E Jesus vendo que uma multidão afluía, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: espírito mudo e surdo, eu te ordeno, sai dele, e nunca mais nele entres.

E gritando e agitando muito, saiu; e o menino ficou como morto, de maneira que a maior parte do povo dizia: Morreu. Jesus, porém, tomando-o pela mão, ergueu-o; e ele ficou de pé. Depois que entrou em casa, perguntaram-lhe os seus discípulos particularmente: Como é que não pudemos nós expulsá-lo? Respondeu-lhes: Esta espécie só pode sair à força de oração. " (Marcos, IX, 14-29)

"No dia seguinte, quando desceram do monte, uma grande multidão foi encontrá-lo. E do meio da multidão um homem clamou: Mestre, suplico-te que ponhas os olhos no meu filho porque é o único que tenho; e um espírito apodera-se dele, fá-lo gritar subitamente, convulsiona-o até escumar e dificilmente o deixa, tirando-lhe todas as forças. Supliquei aos teus discípulos que o expelissem, mas não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze aqui o teu filho. Quando se ia aproximando, o espírito atirou o menino ao chão e convulsionou-o; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai. E maravilharam-se todos da grandeza de Deus. " (Lucas, IX, 37-43)

Três ilustres testemunhas, com aquela simplicidade com que a verdade costuma ser apresentada, narram um caso bem interessante de cura de um pobre enfermo que não encontrara, na ciência da Terra, remédio para os seus males. E afirmam que "um espírito imundo, surdo e mudo", tomava o corpo de um menino seu contemporâneo, sendo que nenhum dos apóstolos conseguira expeli-lo.

É preciso, entretanto, considerar que, se as narrativas estão de acordo quanto à cura efetuada, não estão, porém, quanto à parte referente à doença do menino. Mateus fala de um epiléptico, ao passo que Marcos e Lucas falam de um possesso de espírito. Qual deles estará mais consoante com a verdade? Cremos que estes dois últimos; primeiro, porque sendo Lucas médico, não redigiria seu evangelho como o fez, se houvesse probalidade de se tratar de epilepsia; segundo, porque o próprio Mateus conclui afirmando que "Jesus ameaçou o demônio, o qual saiu do menino", e desde aquela hora ficou o menino curado; terceiro porque Jesus, no seu tratamento, opinou pelo diagnóstico de possessão, tratamento esse que deu resultado.

Este caso de cura de possessão é, talvez, o mais importante de todos os que os Evangelistas narram, pois todos eles concordam em que o doente apresentado aos discípulos, não fora por esses curado, e Jesus, inquirido por eles do motivo que os impedia de efetuar a cura, respondeu ser preciso muita pureza dalma para conseguir expelir espírito de tal natureza: "Esta espécie só pode sair à força de oração". De fato, segundo nossas observações na prática espírita, os espíritos de pior laia, são, com efeito, os espíritos mudos e surdos - não atendem às exortações, não aceitam conselhos, não obedecem a razões e não há sentimento, por mais generoso que seja, que os comova. Por isso o Evangelho os classifica de imundos.

Para expeli-lo é preciso uma grande força magnética, duplicada ainda pelo auxilio de um Espírito Superior, cuja oração conseguimos pela prece, mas a prece racional, inteligente, emotiva, divina. Eles só se rendem pela força das circunstâncias, pela oposição formal e cheia de ação ao seu nefasto domínio. Foi, com certeza, este o processo que Jesus usou para tirar a ação que tão maligno espírito exercia sobre o menino.

Espírito de superior grandeza, o Divino Mestre, conhecedor de todos os fluidos, opôs com a sua poderosa força de vontade, fluidos desagregantes aos fluidos que o "espírito mudo" congregava, para se aliar aos fluidos perispirituais e vitais do menino, e rechaçou o ser "maligno" com as palavras: "Sai dele e nunca mais entres nele". Um fato, porém, que nos proporciona substanciosa lição, é o colóquio que com Jesus teve o pai do menino, quando lhe fez a rogativa: "Se podes alguma coisa, compadece-te de nós e ajuda-nos".

Ao que Jesus respondeu: "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê". E imediatamente o pai do menino exclamou: "Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade". Belas palavras que enchem de esperança os desanimados e, ao mesmo tempo, nos ensinam que o impossível é termo sem significação, só pronunciado pelos ignorantes. Quantos impossíveis têm caído ante a ação constante da boa vontade e do esforço! Quantos impossíveis se têm apresentado aos nossos olhos como esfinge devoradora e vão por terra, de um momento para outro, à ordem imperiosa da prece que parte de um coração aflito e crente na misericórdia do Céu!

Quantas vezes todas as portas, diante das quais nos achamos parecem fechar-se duramente para não mais se abrirem, e no dia seguinte, as dificuldades são resolvidas, as lutas afastadas e, em vez de uma atmosfera negra na qual nos mantínhamos sem nos podermos mover, raia uma claridade celeste a abrir novas veredas, por onde nos encaminhamos com sucesso inesperado e com vigor tão admirável, que nós mesmos não sabemos como se operou tal transformação!

"Tudo é possível àquele que crê" e, quando a crença que nos mantém não bastar para removermos sicômoros e transportarmos montanhas, lembremo-nos da exclamação do "pai do menino": "Creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade!' Creio, Senhor, que tudo o que dizes é verdade e que podes fazer prevalecer a tua palavra, mas a minha pequenez é tal que a crença que tenho não basta para o "milagre" ser operado; ajuda-me para que a incredulidade se afaste para longe de mim, e eu possa, cheio de confiança no teu poder, na tua bondade, na tua sabedoria, no teu amor, obter o que desejo, porque ao que crê tudo é possível e tu podes fazer tudo o que é de bom para o nosso bem-estar físico e espiritual!

Cairbar Schutel

sábado, 17 de maio de 2014

Roteiro Sistematizado para o ESE - Fontes Complementares

Veja aqui o tema do Evangelho e o mês onde encontrar os comentários neste blog, acessando os arquivos do lado direito (aperte a seta do ano e mês indicado e procure os artigos dentro do mês).

1 - Meu reino não é deste mundo - estudos nos arquivos de maio de 2014 no blog

2 - O ponto de vista - maio de 2014

3 - Há muitas moradas na casa de meu pai - maio de 2014 e junho de 2016

4 - Destinação da terra - Causas das misérias humanas -  junho de 2016

5 - Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não Nascer de Novo - maio de 2014 e junho de 2016

6 - A reencarnação - (x Ressurreição) - maio de 20104 e junho de 2016

7 - A Reencarnação - (x Ressurreição) - maio de 2014 e junho de 2016

8 - A Reencarnação e os laços de família - maio de 2014

9 - A Reencarnação e os laços de família - maio de 2014

10 - Justiça das Aflições - junho de 2014

11 - Causas Atuais das Aflições - agosto de 2014

12 - Causas Anteriores das Aflições - agosto de 2014

13 - Esquecimento do Passado - agosto 2014

14 - Motivos de Resignação - maio 2016

15 - O Suicídio e a loucura - maio de 2016

16 - O Mal e o remédio - maio de 2016

17 - A felicidade não é deste mundo - Fevereiro de 2015

18 - Perda de pessoas amadas - mortes prematuras - Fevereiro de 2015

19 - Se fosse um homem de bem, teria morrido - maio de 2016

21 - A desgraça real - maio de 2016

22 - A melancolia - maio de 2016

23 - Provas voluntárias - o verdadeiro silício - maio de 2016

24 - Dever-se-á pôr termo às provas do próximo - maio de 2016

25 - Será Lícito Abreviar A Vida de um Doente Que Sofra Sem Esperança De Cura? - maio de 16

26 - Sacrifício da própria vida. Proveito dos sofrimentos para outrem - maio 2016

27 - O jugo leve - maio 2016

28 - O que se deve entender por pobre de espírito - Junho de 2016

29 - Aquele que se eleve será rebaixado - junho de 2016

30 e 31 - O orgulho e a humildade - Sobre o orgulho ver o blog Reforma Íntima e Autoconhecimento: http://cursode-reformaintima.blogspot.com.br/ orgulho nos arquivos de agosto de 2013, e humildade ver os arquivos do mesmo blog de junho de 2015.

32 - Missão do homem inteligente na terra - junho de 2016

33 - Simplicidade e pureza de coração - junho 2016

34 - Pecado por pensamento - Adultério - junho de 2016

35 - Verdadeira pureza - mãos não lavadas - junho de 2016

36 e 37 - Escândalos - junho de 2016

38 - Deixai que venham a mim as criancinhas - junho de 2016

39 - Injúrias e violências - junho de 2016

40 - A afabilidade e a doçura - junho de 2016

41 - A paciência - Sobre este tema você acha artigos no blog Reforma Íntima - http://cursode-reformaintima.blogspot.com.br/ nos aquivos de janeiro de 2015

42 - Obediência e resignação - junho de 2016

43 e 44 - A cólera - junho de 2016

45 - Perdoai para que Deus vos perdoe - Ver o Blog Reforma íntima, arquivos de outubro de 2015 e junho de 2016

46 - Reconciliação com os adversários - junho de 2016

47 - O Sacrifício mais agradável a Deus - junho de 2016

48 - O argueiro e a trave no olho - julho de 2016

49 - Não julgueis, para não serdes julgados - julho de 2016

50 e 51 - O perdão das ofensas - Ver o Blog Reforma íntima, arquivos de outubro de 2015 e junho de 2016

52 a 54 - A indulgência - julho de 2016

55 - É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem? - 

56 - O maior mandamento - julho de 2016

57 - Dai a César o que é de César - julho de 2016

58 e 59 - A Lei do Amor - julho de 2016

61 e 62 - O egoísmo - julho de 2014 (blog reforma íntima)

63 - A fé e a caridade - agosto de 2016

64 - Caridade para com os criminosos - agosto de 2016

65 - Retribuir o mal com o bem - Agosto de 2016

66 - Os inimigos desencarnados - Agosto de 2016

terça-feira, 13 de maio de 2014

Reino de Deus - Onde está?


Esta afirmação de Jesus encontra-se no evangelho de Lucas, capítulo 17, versículo 21 e, como tudo que passa nas mãos dos homens, sofre alterações com a tradução; variando de "está dentro de vós" para "está entre vós" de acordo com a tradução; Para efeito de estudos sempre gosto de comparar algumas traduções da bíblia em exemplares que tenho comigo ou em um site muito bom: http://www.bibliaonline.com.br/

Embora a diferença de traduções que se apresente, gosto muito da tradução NVI - Nova Versão Internacional ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Vers%C3%A3o_Internacional) - que busca ser fiel ao hebraico, aramaico e grego antigos (mesmo sendo ainda um pouco tendenciosa). Então, na maioria das vezes, é esta a tradução que utilizo para estudar; e é a que vou utilizar para citar abaixo:

Lucas 1720 Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem de modo visível,
21 nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Lá está’; porque o Reino de Deus está entre vocês”.

Perceba que Jesus é extremamente claro em sua colocação: O reino de Deus não se apresenta de modo visível, sob uma forma material, orgânica ou inorgânica, sob um local ou dentro de uma construção, nem tampouco em um objeto ou órgão do corpo.

O reino de Deus está "entre" nós, que é diferente de "dentro de nós" - porque se fosse "dentro" realmente daria a impressão de termos um local específico/físico para guardá-lo - mas "entre" nós significa que está ao nosso redor e em tudo que vemos e percebemos; significa que está a nossa disposição para quando desejarmos e fizermos o esforço para adquirí-lo.

O espiritismo nos esclarece que o espírito é criado simples e ignorante com todas as suas potencialidades latentes e com a capacidade de se tornar perfeito através de seus esforços pessoais; como poderemos encontrar em "o livro dos espíritos questões 115, 1006, 121, 133, 776, 872;

A busca pelo reino de Deus é exatamente este processo de melhoria contínua.

O papa João Paulo II teve a oportunidade, se não me engano em 1996, de afirmar que o céu e o inferno são estados de espírito - estados de Alma; e assim tambem é o reino de Deus: um estado de harmonia e amor intenso e perene conosco e com o próximo.

Allan Kardec faz um estudo espetacular sobre este assunto no livro "o céu e o inferno" capítulo 3 da primeira parte; vale a pena uma lida para compreender melhor o assunto.

O "reino" é o estado que estão, ou estiveram, todas as grandas almas encarnadas/desencarnadas que habitaram a Terra. É a busca e aquisição da plenitude com a vida.

O Reino de Deus se constroi dentro de nós através da renuncia, esforço e amor que conseguimos interiorizar e exteriorizar em nossas vidas, exemplos e práticas diárias. É a nossa cota participação na paz, perdão, compreensão, amor que vão nos preenchendo de uma luz interior e nos saciando de sentimentos nobres, nos tornando cada vez mais felizes e plenos em nós mesmos.

Não existe um local destinado para ser o Reino de Deus - esta era a idéia dos antigos hebreus que desejavam uma "terra prometida" - o que existe é a construção da paz de espírito que precisamos através da caridade e amor que devemos ter para consco e com o próximo.

A questão 625 de "o livro dos espíritos" nos esclarece que Jesus é o nosso modelo a seguir e a 621 orienta que las leis de Deus estão escritas em nossa consciencia; portanto acredito que se colocarmos estes dois preceitos para funcionar como norte em nossas vidas, estaremos nos aproximando do tão desejado Reino de Deus.

Espero ter sido de alguma ajuda.

Paz contigo.

Leia Mais em: http://www.bomespirito.com/2012/03/reino-de-deus-onde-esta-perguntas-dos.html#ixzz31bJnyjGo
Obrigado pelo carinho e Paz Contigo

Era Nova de Divulgação do Reino de Deus

Filhos da alma!

Que Jesus nos abençoe.

Soam, na Espiritualidade Superior, os clarins que anunciam a grande transição.

Nem tudo, porém, são trevas e sofrimentos. Não apenas testemunhos de lágrimas em holocaustos novos, homenageando o Senhor da Vida.

A misericórdia do Amor enseja-nos a madrugada de luz, caracterizada por um festival de bênçãos.

Desde há muito, não se observam expectativas abençoadas como as que se desenham para o futuro. Era Nova de divulgação do Reino de Deus nos corações ansiosos de paz. Momento significativo de comunhão entre a Terra e os Céus. As falanges do Amor confraternizam com os emissários da caridade mergulhados na indumentária carnal.

Indispensável que nos predisponhamos todos, desencarnados e encarnados, a esta comunhão efetiva em que o mundo transcendente e a vida imanente no planeta terrestre se hão cansado de perseguições e de angústias, de sombras e de amarguras.

Neste momento, cabe-nos recordar as Boas Novas de alegria que, chegando à Terra por segunda vez, se instalarão por definitivo no país das almas humanas, favorecendo-as com a paz anelada.

Mantende-vos fiéis aos postulados da Codificação Espírita que restaura em sua pulcritude a mensagem de Jesus. Esforçai-vos para que daqui saiam as claridades diamantinas do Evangelho em espírito e verdade a espalhar-se pela nacionalidade brasileira nos próximos festivos dias de gratidão e de exaltação ao incomparável Mestre galileu. E, das terras formosas do Cruzeiro, espraiem-se as notícias libertadoras por toda a Terra, iniciando verdadeiramente o período novo.

Conheceis, graças às cicatrizes na alma, as dificuldades que defluem da longa jornada pelos difíceis caminhos da renovação espiritual. Trazeis as marcas profundas dos erros praticados, agora diluídas suavemente com os sublimes antídotos do Evangelho libertador.

Sede fiéis àqueles que, em nome de Jesus, prepararam estes caminhos para que pudésseis percorrê-los.

Não temais o mal, por mais se afigure aparvalhante, por mais complexas e traiçoeiras sejam as suas armadilhas, porquanto, somente lobos caem nos alçapões para lobos. E, porque estais no rebanho do Senhor, Ele cuidará para que não tombeis nessas facilidades perturbadoras.

Os Espíritos, encarregados de dirigir a nacionalidade brasileira, acompanham o momento político e social da Pátria do Evangelho e Jesus está no leme da barca terrestre. Não duvideis, mesmo quando tudo parece conspirar contra a ordem, a legalidade, o dever. As Vozes dos Céus proclamam a Ordem Superior e mandam que desçam, às sombras terrestres, os Emissários da Verdade para a grande restauração.

Sois os abridores dos caminhos do porvir, como outros o fizeram para vós.

Exultai por viverdes estes gloriosos dias da Humanidade, de ciência, de tecnologia de ponta, de conquistas da inteligência e de despertamento das emoções nobres do chavascal das paixões perturbadoras. Pedistes para renascer nesta hora de desafio e recebestes a bússola para vos oferecer o norte magnético, que é Jesus.

Prossegui, filhos da alma, jubilosos, vigilantes e devotados, porque o amanhã vos pertence, porque pertence ao incomparável Rabi da Galileia.

Nós, os Espíritos espíritas, integrando as hostes do Evangelho, abraçamos os vossos sentimentos, as vossas vidas, buscando suplicar ao Pai Celestial que vos aureole com as bênçãos imarcescíveis da saúde integral e da paz.

Que Ele, o guia e o modelo da Humanidade a todos nos abençoe!

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre.

Bezerra de Menezes

CIVILIZAÇÃO E REINO DE DEUS

CIVILIZAÇÃO E REINO DE DEUS

“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de
Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus
com aparências exteriores.” (Lucas, 17:20).

A terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência.
Cidades enormes são usadas, à feição de ninhos gigantescos de cimento e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.
A energia elétrica assegura a circulação da força necessária à manutenção do trabalho e do conforto doméstico.
A Ciência garante a higiene.
O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.
A imprensa e a radio-televisão interligam milhares de criaturas, num só instante, na mesma faixa de pensamento.
A escola abrilhanta o cérebro.
A técnica orienta a indústria.
Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e segurança.
O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.
Entretanto, estaremos diante de civilização impecável?
À frente desses empórios resplendentes de cultura e progresso material, recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, nas bases da codificação do espiritismo.
Perguntando a eles “por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa”, através da Questão nº. 793, constante de “O Livro dos Espíritos”, deles recolheu a seguinte resposta:
“Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtidas maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis
melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.”
Espíritas, irmãos! Rememoremos a advertência do Cristo, quando nos afirma que o reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores; para edificá-lo, não nos esqueçamos de que a
Doutrina Espírita é a luz em nossas mãos. Reflitamos nisso.
(Paris, França, 19, de Agosto de 1965)
EMMANUEL - DO LIVRO "ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS" - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER / WALDO VIEIRA
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Onde está o Reino de Deus?

Onde está o Reino de Deus?


“Meu reino não é deste mundo.” (Jesus)

No início era a sombra, a inconsciência, o instinto. Ao longo dos milênios, o Espírito, criado simples e ignorante, percorre caminhos tortuosos, dolorosos, eu diria, vivendo experiências que vão, paulatina e vagarosamente, despertando-o do sono profundo. Mesmo inconsciente, sente-se atraído por uma força libertadora que lhe proporcionará a saída de seu próprio casulo para o encontro com a luz. Ocorrem os primeiros raciocínios, que timidamente, vão se organizando, formando idéias, aumentando a capacidade de pensar, mas, acima de tudo, despertando a consciência e ampliando o discernimento e os sentimentos.
Essa mesma força, como efeito inevitável, vai modelando o Espírito para a ascensão, para a plenitude. A construção do reino divino, igualmente, foi iniciada a milhões de anos.
Quantos códigos de conduta foram inspirados para que as Leis Divinas fossem observadas? No Código de Hamurabi foram registrados os primeiros sinais de respeito pela vida e pelos seres humanos. Apesar do “olho por olho e dente por dente” inserto nas leis mosaicas, o Decálogo contém o fundamento básico do respeito que devemos ter em relação a Deus, à vida e aos seres, de um modo geral. Finalmente Jesus, quando veio à Terra, mesmo sabendo que a ignorância ainda era preponderante, propõe que fosse observada uma única lei, a Lei do Amor, para a conquista do Reino de Deus. Por outro lado, sabia igualmente que a criatura humana necessitaria viver e renascer muitas vezes até obter as condições adequadas para atingir a plenitude. Essa a razão de ser a Doutrina do Mestre toda baseada na vida futura.
Muitos desejaram seguir Jesus, embevecidos com as maravilhas daquele reino a que Ele se referia. As narrativas evangélicas são pródigas nesse sentido. O jovem rico queria seguí-lo, “mas”, ainda tinha alguns compromissos para resolver; outro, também queria seguí-lo, “mas”, tinha que sepultar seu pai; muitos outros o queriam como rei, “mas”, o abandonaram em momentos decisivos e dolorosos; muitos até hoje desejam seguí-lo, “mas”, os jogos de interesses do mundo atual, o apego demasiado à matéria, impedem tão importante decisão. Na verdade, é a “sombra”, o ego, o ser inferior na sua manifestação mais primitiva, que ainda necessita de mais experiências.
Desse modo, o Reino de Deus é uma construção interior, feita de perseverança, renúncia, dedicação e, acima de tudo, na autotransformação baseada em princípios divinos, éticos, morais, norteadores de conduta.
No Livro “Segue-me”, ditado por Emmanuel e psicografado por Chico Xavier, na lição chamada “Luz em Nossas Mãos”, comenta a pergunta nº 793, constante no Livro dos Espíritos: “por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa? diz-nos que: “Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. “Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.”
Assim, rememoremos a advertência do Cristo, quando nos afirma que o reino de Deus não vem até nós com as aparências exteriores, mas ele está dentro de nós, em nossos corações.

Martha Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo

O Reino

O Reino

José Argemiro da Silveira

de Ribeirão Preto, SP

“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo” - Jesus.

Em várias passagens do Evangelho Jesus acentua a importância do Reino de Deus, ou Reino dos Céus. Podemos considerar este ensino como sendo o tema central, a coluna mestra de sua Doutrina. “O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que procurava pérolas preciosas; descobriu uma pérola de grande valor, foi vender tudo que possuía e a comprou”. Em outro lugar: “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro que, oculto no campo, foi achado e escondido por um homem, o qual, movido de gozo, foi vender tudo o que possuía e comprou aquele campo”. J. Herculano Pires, grande filósofo e escritor espírita, escreveu um livro sobre “O Reino”, onde ele fala da tese do Reino. Diz ele: “A tese do Reino de Deus tem permanecido oculta nos Evangelhos, porque os homens insistem na tentativa de servir a dois senhores. Mas o anseio do Reino os arrasta cada vez mais à descoberta da tese”. Conquistar esse Reino significa o desabrochar das potencialidades do Espírito para compreender e viver de acordo com as Leis Divinas, ou seja, realizar a evolução espiritual. O Reino de Deus está em nós, afirmou o Mestre. Logo, para conquistá-lo não temos que buscá-lo fora, e sim trabalhar por despertar as potencialidades existentes em nosso íntimo. A medida que o ser evolui, passa a trabalhar para melhorar o meio em que vive.

Diz Herculano: “Para obtermos um verdadeiro mundo de luz é necessário acendermos a luz nas almas. Esse é o primeiro tema da tese do Reino. Mas, se o mundo é o reflexo do homem, esse reflexo também condiciona o homem. Não basta melhorar apenas o homem; é necessário trabalhar para melhorar o meio onde esse homem vive. Assim, o segundo tema da tese do Reino é a modificação do meio. Ao mesmo tempo que acendemos a luz nas almas, temos de fazê-la brilhar no meio social. As almas iluminadas iluminam a sociedade, mas a sociedade iluminada deve iluminar as almas. Não podemos nos esquecer dessa reciprocidade”. E cita José Ingenieros: “Num meio em que todos rastejam, é difícil alguém andar em pé”.

É preciso lutar para criar condições sociais adequadas ao aprimoramento do homem. Segundo Herculano, o terceiro tema da tese do Reino é o da escolaridade. “o Reino exige a preparação dos candidatos, exige escola, Os candidatos do Reino estão todos na escola da vida, mas é evidente que a maioria pertence às classes primárias”. A escola da vida são as tarefas confiadas a cada um; os deveres da profissão, da família, da vida social. Há sempre oportunidades para aprender e nos exercitarmos na vivência dos valores que nos levarão ao despertamento, a desenvolver as qualidades que estão em nós, ainda latentes. As religiões e escolas espiritualistas são processos pedagógicos, com seus diferentes métodos didáticos em desenvolvimento no Mundo. Muitas delas estão deturpadas, comprometidas com o homem velho de que falava Jesus, mas todas as criaturas humanas dispõem de recursos didáticos para auxiliarem os sistemas pedagógicos deficientes. Não só ensinar, mas acima de tudo dar o exemplo. Quem ensina aprende, e vice-versa. A escolaridade é então o processo da experiência.

O quarto tema da tese do Reino é a obrigatoriedade, afirma J. Herculano. “Esse tema nos mostra que as almas obedecem a leis morais, como os corpos obedecem a leis físicas. Umas e outras são leis de Deus que nos conduzem obrigatoriamente para o Reino”. A palavra “obrigatoriedade” pode causar alguma estranheza, considerando a afirmativa de Paulo que “onde há o Espírito do Cristo aí há liberdade”. Mas o mesmo Paulo afirmou: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. Deus nos dá o livre-arbítrio, podemos fazer opções, escolher caminhos. Tudo nos é permitido, mas somos responsáveis pelas nossas escolhas. Daí o alerta de que “nem tudo nos convém”. O livre-arbítrio não colide com as leis divinas, pois ele mesmo é parte da Lei. Enquanto não nos enquadrarmos na Lei, não agirmos de acordo com ela, não vamos adiante, não progredimos. Portanto, para o Espírito evoluir, construir o Reino de Deus no seus íntimo, terá obrigatoriamente que observar os princípios éticos, as leis morais, assim como os corpos obedecem as leis físicas. Sabemos que, no plano físico, as leis da Física, da Química, da Biologia, da Gravidade, etc. funcionam matematicamente, não se podendo burlá-las. O mesmo ocorre em relação às leis morais, às leis divinas, que vigoram no plano espiritual. Lei de causa e efeito, lei de evolução, de justiça, de amor, etc. Podemos agir em desacordo com a Lei, mas receberemos sempre resultados equivalentes às ações praticadas; somos responsáveis por tudo que fazemos.

Nesses quatro temas temos um roteiro para trabalhar a nossa evolução espiritual, ou seja, edificar, paulatinamente, o Reino dos Céus em nosso íntimo. Esta é a meta de nossas vidas, o caminho da felicidade que todos buscamos.

Bibliografia:

O Reino - José Herculano Pires - Editora EDICEL.
(Jornal Verdade e Luz Nº 168 de Janeiro de 2000)

O Reino dos Homens e o Reino de Deus

Palestras Doutrinárias:
O Reino dos Homens e o Reino de Deus

Grupo Espírita Bezerra de Menezes

Autor: José Queid Tufaile Huaixan

Textos a serem apresentados ao público através de cartaz ou lousa da casa espírita:

Segmento A

"Os homens cultos e inteligentes segundo o mundo, fazem geralmente tão elevada opinião sobre si mesmos e de sua própria superioridade, que consideram as coisas divinas indignas de sua atenção.
Tomando sua inteligência como medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo aprenderem, não podem admitir como possível aquilo que não compreendem".
(Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo VII, item 2)

Segmento B

"E, se concordam em admitir a existência da Divindade, contestam-lhe um dos seus mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, convencidos de que são suficientes para bem governá-lo".
(Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo VII, item 2)

Segmento C

"O que recebeu a semente no pedregulho é aquele que, ouvindo a palavra, logo a recebe com alegria, mas não tendo raiz em si, quando vem a tribulação por amor à palavra, logo se escandaliza".
(Evangelho segundo Mateus, Capítulo 13, versículos 18 a 21)

"O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo" - (Allan Kardec).

ESTRUTURAÇÃO DA PALESTRA

Composição: 3 segmentos.

Finalidade: Mostrar aos ouvintes que o orgulho prejudica o entendimento sobre as nobres funções da vida. Que as pessoas são naturalmente condicionadas a viverem distantes de Deus.

EXEMPLO DE COMENTÁRIOS

Segmento A:

"A sociedade dos homens vem lutando incessantemente para aperfeiçoar seus conhecimentos através da ciência. Podemos perceber que este esforço não tem sido em vão, pois a humanidade melhorou muito nos últimos vinte anos. Há países que já atingiram grande estágio de desenvolvimento científico e tecnológico, trazendo maior felicidade às pessoas que neles habitam. Mesmo no Brasil, uma nação considerada subdesenvolvida, temos tido uma melhora significativa nas condições gerais de vida, ainda que estejamos envoltos em vários problemas de ordem política e social. Mas, em contrapartida, encontram-se também, em quase todos os pontos do globo, lugares de grande pobreza material e intelectual, o que traz tristeza e sofrimento às pessoas.
Parece haver uma falta de conhecimento superior, que pudesse dar aos homens uma melhor compreensão daquilo que é a vida. É pouco o entendimento que se tem das Leis Naturais, ou seja, das Leis de Deus. A Doutrina Espírita é a mais perfeita revelação das Leis Naturais que se tem notícia. Por isso, serve de pólo orientador da Verdade. Não se quer dizer com isso, que as outras expressões religiosas não tenham relevante importância.
Todas as religiões que se fundamentam no Evangelho cumprem a tarefa determinada pelo Cristo: a de trazer esclarecimento evangélico aos que estivessem dominados pela ignorância. A diferença entre as seitas cristãs e o Espiritismo é que ele fala mais alto à inteligência e à razão.
É muito comum que nós, homens, por não compreendermos a Divindade, acabemos por negar seus ensinamentos. Ainda somos dominados pelo orgulho. O fato de termos conseguido um certo progresso social e tecnológico faz com que nos achemos suficientemente desenvolvidos para seguirmos sós. Eis o motivo de estarmos tão distantes de Deus na atualidade".

Segmento B:

"Existem pessoas que admitem a existência de Deus, mas somente num plano filosófico, não prático. Um dos maiores enganos das pessoas é o de acharem que a Divindade não age providencialmente para nos ajudar. É um Deus lá em cima e nós, aqui embaixo. Ora, essa idéia distorcida do Pai Celestial nos foi imposta pelas religiões convencionais e precisa ser modificada com urgência. Em primeiro lugar, temos que tirar de nosso coração a imagem de um Deus/Homem. Logo que falamos no Pai, nos vem o pensamento em torno de um homem velho de barbas brancas, sentado num trono lá no alto.
Deus é Espírito. Uma abstração, uma força natural, uma inteligência suprema, que está presente em todas as coisas. Portanto, Deus não está lá em cima. Mas aqui, junto de nós, interferindo nos acontecimentos do dia-a-dia, segundo o grande plano que tem para nossas vidas. Agir, pois, em comunhão, em harmonia com o Criador é a chave para se viver bem".

Segmento C:

"Encontramos pessoas que não conseguem realizar-se nem material, nem intelectualmente. E, às vezes, nem dão conta de uma mínima realização espiritual. Por causa disso, há quem acredite que Deus não ajuda todas as suas criaturas, favorecendo inclusive alguns.
Ora, não podemos deixar que as coisas que não compreendamos seja razão para nossa descrença. Se alguns conseguem e outros não, deve haver um motivo justo para isso. Esta passagem, onde Jesus fala da Parábola do Semeador, esclarece que nem todos possuem o mesmo grau de desenvolvimento espiritual e que os ensinamentos entram em cada um de forma diferente. As escolas do mundo são exemplo disso. Há alunos que aprendem mais facilmente as lições e outros possuem maiores dificuldades.
Nos centros espíritas, observamos muitas pessoas que ao conhecerem a Doutrina, logo se alegram. Mas, ao surgirem dificuldades através das provas a que todos estamos sujeitos, a criatura abandona a crença, escandalizando-se.

Essas atitudes são provenientes da imaturidade e da falta de entendimento claro daquilo que é o Espiritismo. Algumas pessoas pensam que a Doutrina Espírita vai resolver todos os seus problemas num passe de mágica. As coisas não se dão dessa forma. O Espiritismo facilita o esclarecimento das pessoas e as ajuda, por si mesmas, a saírem das dificuldades.
Não há mágica, mas um processo de conscientização. Conhecer a verdade e adquirirmos liberdade. Eis o caminho da fé e da salvação frente a ignorância".

O Reino Deus

O Reino Deus


Tendo os fariseus perguntado a Jesus quando viria o reino de Deus, ele respondeu: O reino de Deus não vem com mostras exteriores. Por isso ninguém poderá dizer: ei-lo aqui, ou ei-lo acolá, pois o reino de Deus está dentro de vós.

Concluímos da resposta do Mestre que o reino de Deus está em nós próprios. Não obstante, é ele mesmo quem assim nos adverte: Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça; tudo o mais vos será dado por acréscimo. Como ? Buscar aquilo que está em nós? E depender dessa pesquisa todo o nosso bem?

A explicação nos é dada pela seguinte parábola: O reino de Deus é semelhante a um tesouro oculto no campo, que foi encontrado por um homem, o qual, movido de grande gozo, foi vender tudo que possuía e adquiriu aquele campo.

Agora podemos entender: o reino de Deus está em nosso Espírito mesmo, porém oculto e ignorado. Possuir e ignorar que possui, equivale a não possuir. Ter e não saber que tem, é como se não tivesse. Daí a necessidade de procurá-lo. E, pelo dizer da semelhança, é de inestimável valor esse tesouro ou reino de Deus. Tanto assim, que todo aquele que o descobre, coloca-o desde logo acima de tudo o mais. Este asserto é corroborado por outra parábola : O reino de Deus é semelhante a um negociante de pérolas que, encontrando uma de subido valor, foi vender tudo o que possuía e a comprou.

Já sabemos algo de importante sobre o caso. Mas, que será, afinal, o reino de Deus e que idéia devemos fazer desse tesouro oculto em nosso Espírito? O reino de Deus é o conjunto de energias e faculdades que jazem latentes em nossa alma. E' o reino da vida, da imortalidade e do poder, do qual só nos apercebemos depois que começamos a sentir em nós as vibrações da vida espiritual, cuja atividade se exerce através do amor e da justiça, empolgando nosso ser. Que é, de fato, o reino da força que tudo vence, nos diz este outro apólogo: O reino de Deus é semelhante a uma semente de mostarda, que um homem semeou no campo. Esta semente é, na verdade, a menor de todas; mas, depois de haver crescido, é a maior de todas as hortaliças, e se faz árvore, de sorte que as aves do céu fazem ninhos em seus ramos. Tal é como o Mestre revela a incomparável energia de ação e de expansão que se esconde no reino de Deus. E que essa ação se verifica através do sentimento da justiça, sabemos por esta admoestação do Senhor: Se a vossa justiça não for superior à dos escribas é fariseus, não possuireis o reino de Deus.

O roteiro, portanto, que conduz ao tesouro oculto é um só: o cumprimento do dever, a prática do bem, a conduta reta. "Nem todo o que me diz Senhor! Senhor! entrará no reino de Deus, mas somente aqueles que fizerem a vontade de meu Pai. Naquele dia, muitos me dirão: Senhor, em teu nome nós profetizamos, expelimos demônios e obramos maravilhas. Mas eu lhes direi abertamente: Não vos conheço; apartai-vos de mim, vós que vivestes na iniqüidade." E o Rei, então, dirá: Vinde, benditos de meu Pai; possuí como herança o reino que vos está destinado desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro, e me recolhestes; estava nu, e me vestistes; enfermo e preso, e me visitastes. Então, perguntarão os justos: Quando, Senhor, te vimos com tais necessidades e te assistimos? E o Rei retrucará:" Em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes."

Sabemos então, já, o que é o reino de Deus, onde se oculta, e o que nos cumpre fazer para possuí-lo.


LIVRO: EM TORNO DO MESTRE

AUTOR: PEDRO DE CAMARGO – PSEUDÔNIMO VINICIUS

EDITORA: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA - 6ª EDIÇÃO – BRASILIA – DF

ANO DE PUBLICAÇÃO: 1939 (PAG. 204 - 206).

O Reino de Deus - Palestra de Haroldo Dutra Dias

http://www.redeamigoespirita.com.br/video/o-reino-de-deus-haroldo-dutra-dias

O reino de Deus, na visão do filósofo Herculano

O reino de Deus, na visão do filósofo Herculano

A proclamação do reino


“O que pensa que o Reino está longe terá que andar muito para encontrá-lo, mas o que sabe que o Reino já está aqui mesmo, ao nosso lado, já o traz dentro de si. Ai, porém, do que pensar que o Reino já está nele e deixar de buscá-lo!" -  Herculano Pires, (Ir. Saulo) no Aviso ao Leitor, que inicia o livro O REINO.

Sempre que releio alguma obra de Herculano Pires, fico pensando como faz falta o seu pensamento lúcido, poético, racional, filosófico, nos estudos das Casas Espíritas. Como seu estilo, embasado em sua veia literária, de uma beleza às vezes comovente e sempre elegante e profunda, ainda não foi superado por nenhum autor espírita!

Deteve-se, um grupo de estudos em que faço parte, na análise de seu livro O Reino em que ele assina Irmão Saulo, pseudônimo que utilizava em suas obras inspiradas. É um poema.

No entanto, quanta profundidade!

Os teólogos católicos, que criaram a Teologia da Libertação, lembram-nos de que a principal mensagem do Evangelho é a do REINO DE DEUS. Há no Evangelho mais de uma centena de passagens onde Jesus fala sobre o Reino. E apenas três ou quatro em que fala da Igreja, que para eles é a herdeira única do Cristo. O Livro dos Espíritos, mais de uma centena de anos antes dessa Teologia muito esclarecida, já nos dizia que esse é o objetivo do homem: Instaurar na Terra uma sociedade que seja a sonhada por Jesus em seu Evangelho, ou seja, O Reino de Deus. (Ver questão 1018 de O Livro dos Espíritos.) [1]

No capítulo A Proclamação do Reino, Pires cita Isaías, de cujas palavras Jesus se serve para anunciar, na modesta Sinagoga de Nazaré, que, na sua pessoa, aquelas palavras se cumpriam.

“O espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me para proclamar a libertação dos cativos e a restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e apregoar o Ano Aceitável ao Senhor." - Isaías, 6:1; 2 e Lc, 4:18.

 É comum ouvirmos e lermos sobre o Reino de Deus em nós, e poucos se detêm, como Herculano, na análise dessa Proclamação. Ninguém sabe o que era para o judeu o Ano Aceitável ao Senhor.

Herculano explica isso no capítulo A PROCLAMAÇÃO.

Depois de nos dizer que Jesus se apresentou como pregoeiro (o que vem fazer o pregão de uma notícia ao povo), portanto, aquele que anunciava a Boa Nova. Ele vinha estabelecer o Ano Aceitável ao Senhor, especialmente aos pobres, explicando que viera libertar os cativos e restaurar a vista aos cegos, libertar os oprimidos. Herculano nos explica o que vem a ser o Ano Aceitável ao Senhor que Jesus anuncia ter vindo estabelecer.

O povo judeu, a cada 50 anos, proclamava esse quinquagésimo ano como o Ano Aceitável ao Senhor. Nesse ano, eram redistribuídas as terras, todos os trabalhadores do campo recebiam um pedaço de terra para ganhar seu sustento, as dívidas eram perdoadas, os cativos libertos. Essa proclamação não tem nada de comparativa, como querem alguns “homens de Deus”. Ela é real, porque, se conseguirmos a sua proposição, se for estabelecido na Terra, e esse ano aceitável ao Senhor, não a cada cinqüenta anos, mas, como maneira de se viver no mundo, teremos o que prevê a questão 1018 de O Livro dos Espíritos - o Reinado do Bem sobre a Terra.

Quando Jesus se anuncia como aquele que vem proclamar o estabelecimento do Reino de Deus, na Terra, ele não diz que vem reinar, ou que haveria um Rei que seria ele. Coloca-se tão-somente como o pregoeiro, aquele que anuncia que um Reinado se estabelece. É o Reino de Deus, ou dos Céus.  Não é um reinado sobre os Espíritos, embora também o seja, mas ao dizer que esse Reino estabelecia para sempre o Ano Aceitável ao Senhor, sua fala denota os objetivos de mudança e renovação social que esse Reino dos Céus trará.

O Ano Aceitável ao Senhor era uma invenção do sacerdócio de Israel, com nítida ação social, evitando muitas revoltas contra a hipocrisia, a dominação cruel que era feita contra os povos hebreus. A cada cinquenta anos eram perdoadas as dívidas, redistribuídas as terras, libertados os cativos. O povo aprendia a esperar esse tempo e, paciente, não se revoltava. Ainda que a boca dos profetas denunciasse a injustiça e defendesse o povo de Israel contra seus próprios dirigentes, o povo tinha na existência do Ano Santo (ou aceitável) do Senhor, um motivo de esperança, para não se revoltar. Logo após a redistribuição e o perdão das dívidas, a pretensa igualdade era destruída rapidamente, pois o povo, sem tostão, sem quem os amparasse até que pudessem colher e vender, emprestava dinheiro dos mais abastados.  Continuava a depender do dinheiro dos mais ricos para plantar, colher e vender. Assim, logo se endividavam e eram obrigados a entregar novamente as terras. Bastava uma colheita ruim, um pai de família que falecesse, ou ficasse doente, para que as terras mudassem novamente de mãos e as dívidas se amontoassem reduzindo o povo à miséria. A lei era tão injusta que diante de um juiz, a que fosse arrastado um devedor, tudo deveria entregar, até mesmo o manto, ficando reduzido tão só à túnica que lhe cobria a nudez.

 No entanto, o Jovem Carpinteiro vem apregoar que Jeová estabelecia com ele, seu apregoador, o Reino de Deus, onde todos seriam justiçados e para sempre. É de admirar que depois dessa proclamação, os estudiosos da Lei, os companheiros de Nazaré, ouvindo Joshua de Nazaré sobre Isaías, se revoltassem?  O Reino de Deus, esclarece nosso autor, não se fundamentava na injustiça, na ganância e no ódio, sob a maldição da violência.

É de se admirar que os galileus de Nazaré, saturados de rituais farisaicos, defendendo suas poucas ou maiores posses, ficassem revoltados? E mais ainda ficaram com as palavras seguintes de Jesus. O Evangelho nos conta que, revoltados, consideraram Jesus um feiticeiro, o agarraram e o arrastaram para fora. Tencionavam atirá-lo do lado esquerdo de Nazaré, onde perigosa escarpa de pedras e rochas pontiagudas, eriçados espinheiros levariam à morte quem de lá fosse lançado.

Herculano, com a característica beleza dos literatos, explica:

“Mas, quando tudo parecia perdido, os homens que o agarravam com mãos de ferro, viram que estavam enganados. Na verdade, haviam-se agarrado uns aos outros e, se não percebessem a tempo, se teriam arrojado pelo precipício abaixo. Pararam assustados à beira do abismo e suas pernas e seus braços tremiam de horror”.

Enquanto isso, o Jovem Carpinteiro, passando tranquilamente entre eles, descia a encosta em direção à cidade.

Assim, Jesus passou entre os homens e, até hoje, ao querer destruí-lo e ao Reino de Deus, apenas nos destruiremos a nós mesmos. O Reino foi instaurado e, se não conseguirmos ao longo dos séculos fazê-lo presente na sociedade dos homens, nos lançaremos no abismo.



[1] Resposta à questão 1018.

O bem reinará sobre a Terra, quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons vencerem os maus. (...) Mas os maus não a deixarão senão quando dela forem banidos o orgulho e o egoísmo.

O reino de Deus que está em nós


POR CéLIA ELMY

Um homem do povo vivia uma vida sem esperanças, com grandes tribulações e sofrimentos. Um dia foi localizado por emissários do rei que o conduziram ao palácio real e ele foi investido na condição de herdeiro daquele reino. Imediatamente foi banhado e perfumado, vestido com roupas suntuosas. Calçaram-lhe os pés com sapatos finos e colocaram-lhe no dedo precioso anel, símbolo de sua condição real. Levado para conhecer o reino deslumbrou-se: como era belo, vasto e cheio de recursos! E isso tudo era seu, pois o rei tudo colocara a sua disposição.

Que diríamos nós se tal acontecesse conosco? Se fôssemos destacados de nossa condição de simples pessoas do povo e elevados à condição de herdeiros de um grande reino? “E se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”.1 “Ah, esse reino eu não quero, é depois da morte e eu não quero morrer tão cedo.” “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos”.2

Humm... Jesus diz que o Reino de Deus cresce, se desenvolve. Mas que reino seria esse? Onde ele está? “O Reino de Deus está dentro de vós.”3 E como é que eu faço pra tomar posse desse reino? É necessário empreender a grande viagem para dentro de si mesmo, o auto-conhecimento. “Ah, mas eu não quero mexer com isso não, se conhecer dá muito trabalho, tá bom assim.” Não está nada bom, a pessoa tem crises, vive mal humorada, descontente, triste e ansiosa... Mas como encarar o medo de se defrontar consigo mesma?

Qual a imagem que temos de nós mesmos? A nossa auto-imagem geralmente não é muito boa. Ela está fortemente tisnada pela montanha de nãos que ouvimos desde pequenos. Não fomos bons o bastante pra contentar a nossa mãe: “Não põe a mão aí!” “Não pode fazer isso.” Não queremos em absoluto dizer que criança não deva ter limite, mas alguns pais extrapolam. Não fomos bons o bastante para agradar nossos professores e achamos que valíamos pela nota que tirávamos. Os colegas também ajudavam a desconstruir essa imagem com apelidos e brincadeiras cruéis. E hoje achamos que não somos bons o bastante pra agradar nossa esposa, nossos filhos, nosso chefe. Sempre achamos que estamos devendo. Temos uma auto-rejeição muito forte que às vezes se camufla em orgulho e vaidade, mas lá no fundo temos medo de encarar nossa própria imagem no espelho. A cultura do pecado e da punição pelos nossos atos por Deus, que nos foi incutida há milênios, também não ajuda a melhorar nossa auto-imagem. Mas o que nos diz Jesus? “Sois deuses”4. “Em verdade vos digo: quem crê em mim fará as obras que faço e fará até maiores do que elas”5. Mas como? “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”6. A verdade sobre nós mesmos, nossa origem divina, nossa potencialidade. Somos herdeiros do reino, o reino de Deus está dentro de nós. Precisamos tomar posse dele. “Ah, mas eu não tenho coragem de olhar dentro do porão da minha inconsciência, tenho medo de encontrar um esqueleto no armário. Tudo bem, pode ser que tenha um esqueleto no armário. Mas se aprofundarmos nossa visão, veremos que tem também um oásis. Um oásis verdejante de paz. Não seria bom encontrar um pouco de paz? Que preço pagaríamos pela nossa paz?

Todos nós temos dois lados, um lado sombra e um lado luz. É duro conviver com o nosso lado sombra, é difícil até mesmo admitir que temos um lado sombra caracterizado pelo lado obscuro da nossa personalidade, nossos defeitos, nossa dificuldade nos relacionamentos, mas a sombra tem uma característica: ela não é permanente, ela é temporária, ela se dissolve ao contato com a luz.

Qual o sentido da vida? Porque estamos encarnados? Para buscar a nossa iluminação. Através do auto-conhecimento vamos detectando quais os lados da nossa personalidade que precisam ser iluminados. E iluminados através do conhecimento: boas leituras, palestras, cursos, tudo isso devidamente aplicado através da vivência com os que convivem conosco.

Todas as qualidades jazem em germe dentro de nós. “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda...”, todas as nossas potencialidades, todo o projeto do que seremos: gênios, Einsteins, Mahatmas Gandhis, Madres Terezas, homens empreendedores e colecionadores de sucessos. Nós não somos o que estamos. Somos muito mais! Não é grandioso isso? Saber que tudo já está dentro de nós, nos pertence e apenas precisamos tomar posse? E o artífice do homem novo seremos nós mesmos. Somos a semente e somos o jardineiro. Somos os herdeiros. O reino nos pertence. “Sois deuses!”


1 Epístola de Paulo aos Romanos, 8:17.
2 Mateus, 13:31-32.
3 Lucas, 17:21.
4 João, 10:34.
5 João, 14:12.
6 João, 8:32.

domingo, 11 de maio de 2014

A Reencarnação e os Laços de Família

A Reencarnação e os Laços de Família
Telma Simões Cerqueira


A Doutrina Espírita esclarece para nós sobre a importante função educadora e regeneradora da família, diante do processo da edificação moral do homem. Percebemos então que a família pode contribuir de maneira abrangente dentro da proposta de educação da humanidade, do homem como Ser Espiritual, apontando o lar e tudo o que este poderá oferecer para a formação desse Homem de Bem, amanhã.

E como podemos definir Família?

Joanna de Ângelis nos diz no livro "S.O.S. Família", que “é grupo de espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória.”

Quando no plano espiritual, despertos para o alcance de nossos erros, das nossas mazelas morais, conscientes dos nossos compromissos que assumimos com os outros e que, na maioria das vezes, falimos, solicitamos aos instrutores espirituais um novo retorno à vida física, carregando as provas necessárias para o nosso ressarcimento, reencontrando assim as almas simpáticas, as almas adversárias que farão parte do mecanismo de aprendizado e abraçando a responsabilidade perante os nossos tutores espirituais, que zelam pelo nosso progresso.

Assim, nos reunimos em família, no mesmo ambiente, através dos Laços de Família favorecidos pela Reencarnação.

Que benção?!!

E aí surgem todos os processos, que para nós não serão novidade nenhuma.

Muitos conflitos surgem exatamente em virtude das pessoas viverem debaixo do mesmo teto desconhecendo essa necessidade grandiosa de aprender a conviver e não a viver. Há muitas diferenças entre viver e conviver.

Somos individualidades. Esquecemos muitas vezes que o respeito ao livre-arbítrio daqueles que são os componentes da nossa família é primordial para que possamos conviver.

Somos espíritos imortais em evolução, com experiências em diferentes encarnações, portanto trazemos bagagens diferentes que, de forma bastante significativa, promovem a nossa instabilidade ou estabilidade, como também daqueles que formam esse grupo de espíritos que estão unidos pelos laços da carne, aparentemente, mas unidos pelas experiências de ontem.

Allan Kardec nos dá uma visão bem ampla dessa questão, iluminada pela luz da reencarnação, no Cap. IV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Compreendemos então que o reencarnante veste a roupagem da inocência e se expressa relativamente como um novo indivíduo. Mas a roupagem é frágil e permite ao indivíduo o aflorar de idéias inatas, tendências, defeitos e virtudes que estão nas nossas matrizes perispirituais. Cabe então à família, aos pais, observar esse reencarnante com olhos amorosos.

A melhor escola ainda é o Lar, nos dizem os benfeitores espirituais...

O que é um Lar?

O Lar é o conjunto de pessoas da família, vivendo sob o mesmo teto. Nele, o indivíduo nasce, cresce e se educa.

Neio Lúcio, no livro “Jesus no Lar”, lição nº 1, nos traz as palavras de Jesus: “O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos e conflitos naturais, em círculo, são lições”.

Então, todas as experiências que partilhamos na vida doméstica são um rico e profundo material que trabalharemos para a conquista dos valores mais elevados.

Desenvolvendo assim a tolerância, a paciência, a compreensão, o entendimento, o perdão, o trabalho, a bondade, a gratidão, e muitas outras virtudes, poderemos nos desenvolver no cadinho do lar e assim estaremos trabalhando na renovação de nós mesmos, de nossos lares e de toda a Humanidade.

Viver em família: podemos comparar a escalar montanhas – que significa superar as nossas dificuldades, vencer os nossos obstáculos.

É claro que alguns de nós permaneceremos rebeldes a essas oportunidades de reconciliação, de aprendizado, de reajuste e de desenvolvimento afetivo que nós encontramos dentro do Lar, e muitas vezes diante da nossa dificuldade ainda, estacionamos com a nossa dureza de coração, que nos leva a verdadeiros sofrimentos, e quando assim permanecemos é claro que uma nova possibilidade nos será oferecida para podermos vencer a nós mesmos e enfrentar os problemas causados, ou melhor, as dificuldades que não conseguimos superar.

E no livro “Leis de Amor”, ainda o benfeitor Emmanuel completa, ao ser indagado sobre de que precisamos para vencer a luta doméstica: “Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender a vencer, na luta doméstica.”

Os deveres de cada um de nós, como pais, mães, filhos e irmãos, bem cumpridos e carregados com alegria, fazem que coletivamente o lar seja um ambiente de paz e satisfação.

Retornamos ao Corpo Físico para dar continuidade à nossa tarefa que foi interrompida, e através da reencarnação teremos nova oportunidade para esse trabalho no campo do progresso evolutivo de cada um de nós. Para isto precisamos de um porto seguro onde possamos recomeçar a jornada: a FAMÍLIA.

E então é no ambiente doméstico que as almas se reencontram sob variados motivos: resgate, afeições, desafetos, missão ou com a finalidade de estreitar os laços que vão unir essas criaturas, pois neste ambiente de convivência contínua, de interdependência, na condição de pais, filhos e irmãos, aprendemos a nos entrelaçar através da convivência, aprendendo a nos amar.

Todas as ações, todos os exemplos nobres, os bons momentos vividos, as lições que transmitimos estão semeadas, e um dia germinará e despertará o sentimento desse coração, que no momento não se encontra com a terra adubada para a devida germinação.

Que possamos prosseguir a nossa jornada de aprendizado, tendo bom ânimo e perseverança.

Façamos o melhor de nós e deixemos que Deus faça o que ainda não estiver ao nosso alcance.

E vamos finalizar com Emmanuel, do livro “Família” - trecho da mensagem "Cá e Lá":

“Recebamos na criança de hoje, em pleno mundo físico, o companheiro do pretérito que nos bate à porta do coração, suplicando reajuste e socorro. (...) Estendamos a luz da educação e do  amor, diminuindo as sombras da penúria e da ignorância".


Referências bibliográficas:

1. Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco – livro: S.O.S. Família;
2. Allan Kardec – livro: O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. IV;
3. Neio Lucio - livro : Jesus no Lar;
4. Emmanuel/Chico Xavier – livro: Família;
5. Emmanuel/Chico Xavier – livro: Leis de Amor.