segunda-feira, 6 de agosto de 2012

JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS


(site :  “searadomestre.com.br”)


Lembrando o episódio em que Jesus caminha sobre as águas e socorre o discípulo Pedro.
 Desesperado... afundando nas ondas agitadas! O que aconteceu com Pedro? Ele e os outros discípulos estavam numa barca atravessando para outra margem. Jesus os vê na barca agitada pelo vento forte e vai ao encontro deles, caminhando sobre o mar. Pedro, vendo Jesus, pede-lhe para ir até Ele. ”Vem”, Jesus diz. Pedro sai do barco e vai andando... Enquanto confia em Jesus, ele fica de pé sobre as águas! Mas... a “violência do vento redobrou”. Pedro teve medo e afunda gritando: “Senhor, salva-me!” “No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse”: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?"

Ao gritar “Senhor”, Pedro afirma que está diante Daquele que tudo pode sobre terra, céu e mar. Ao gritar - “salva-me” - está diante Daquele que se faz Misericórdia, socorrendo a todos que Lhe pedem. Pedro via acontecer isso... Mesmo assim, Pedro tem medo...

Na pergunta que faz a Pedro, o Senhor está ensinando que não basta ter confiança quando tudo está tranquilo, mas manter a fé mesmo na tempestade! Como nos identificamos com Pedro, não é mesmo?

Mas ele também nos ensina! Ele mostra que o discípulo de Jesus não é aquele que nunca afunda, mas o que sempre volta a confiar. Quantas vezes acontecem coisas semelhantes conosco!... Quando as ondas do mar da vida se agitam e parece que nosso barco vai virar. Sim... Clamamos por Jesus. Ele diz “vem”, e até damos passos na sua direção. Mas de repente o vento sopra mais forte, as ondas dos problemas se agigantam... E temos medo... O medo nos paralisa. Impede de percebermos as mãos fortes de Jesus segurando a nossa para não afundarmos. Mas as mãos de Jesus estarão sempre lá, quando necessitamos delas.

Quando estivermos com medo, basta nos lembrar de confiar em Jesus, Ele há de segurar nossa mão com a firmeza com que segurou a de Pedro.




PRECIOSAS LIÇÕES: JESUS ANDA SOBRE AS ÁGUAS !
(site   :  fruto do espírito)


"Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais"
Mateus 14. 27

O episódio de Jesus andando sobre as águas nos traz grandes e preciosas lições e mensagens :

1 * Em meio a suas lutas,  clame a Deus e obtenha preciosos resultados. Pedro fez isso. Se Jesus andava por sobre as águas, por que ele também não poderia fazer ?
. Sua atitude certamente maravilhou o Mestre, que o atendeu prontamente. Se Jesus venceu a gravidade, Pedro também poderia vencer. Essa é a correta atitude do cristão: se Jesus pôde fazer uma coisa, então você pode fazer também. Se ele venceu as enfermidades, nós também temos vitórias sobre elas. Se Ele tinha poder sobre os demônios, nós também o temos.

2 * Mesmo que você não saiba onde Jesus está pode ter a certeza de que Ele sabe onde você está. Jesus sabia onde estava Pedro e o chamou a caminhar em Sua direção. Também lhe estendeu a mão quando estava afundando. Deus sabe exatamente onde você se encontra. Mesmo que sua visão espiritual seja tão pequena a ponto de não poder vê-Lo, ouça Sua Palavra e caminhe em Sua direção.

3 * Deus sempre aparece nas águas turbulentas de sua luta. Não pense que está só. Jamais imagine-se abandonado. Mesmo que parentes e amigos o abandonem, Deus está com você. Se tão-somente olhar para Ele na hora da tribulação e da angústia, Ele lhe estenderá a mão.

4 * Sua pequena fé é importante para Deus. A fé de Pedro não foi suficiente para fazê-lo andar tranqüilamente sobre as águas, mas certamente o fez dar boa caminhada até ser alcançado pelo Mestre. Sua pequena fé fê-lo sair do barco e dar os primeiros passos, e isso é muito importante para Deus. É o começo...
Ainda que sua fé seja muito pequena hoje, use-a e verá os resultados amanhã... Pedro tornou-se um dos maiores apóstolos na Igreja Primitiva, graças a lições como esta.

5 * O amor a Deus ajuda nas falhas e lutas. Pedro obedeceu imediatamente à voz de Jesus quando chamou-o a ir ter com Ele. Essa obediência operou o milagre. Muitas vezes queremos que Deus opere um milagre sem que estejamos em condições de obedecer a Ele.

6 * Olhando para Jesus ficamos sempre por cima. Enquanto Pedro olhava para o Mestre, caminhava sobre as águas; mas, quando olhou para a força do vento, começou a afundar. Não podemos dar atenção ou valor às coisas deste mundo, desde que não estejam sendo usadas para edificação do Reino de Deus.  Jesus é o nosso modelo, a nossa meta final. Olhando para Ele, estamos seguros.

7 * Jesus é real. Quando Jesus apareceu perto do barco andando sobre as águas, os discípulos ficaram apavorados e gritaram, pensando estar vendo um fantasma. Ainda hoje, por mais que o Evangelho seja pregado e ensinado no mundo, ainda existem muitas pessoas para quem Jesus não passa de uma "alma do outro mundo", de um "espírito desencarnado" ou de um deus distante da realidade humana. Saiba, querido leitor, que Jesus foi um personagem histórico real e que após sua ressurreição apareceu de forma real a seus discípulos. Hoje também Ele é real para nós.



                       Parábolas e Ensinos de Jesus
                              ( Cairbar Schutel )


A vida de Jesus e seus feitos são verdadeiramente maravilhosos. O seu poder dominavatodos os elementos; a sua sabedoria conhecia todos os mistérios; por isso a sua ação era prodigiosa.Médium Divino que resumiu todos os
dons
e conversava com todos os grandes Profetas do Alémque o seguiam em sua Missão e o auxiliavam, Ele caminha por sobre o mar a pés enxutos, deacordo com a
lei da levitação dos corpos
que o Espiritismo ensina e explica atualmente.Seus discípulos, vendo-o caminhar sobre as águas, e como era noite, não o conheceramdistintamente, julgando tratar-se da aparição de algum Espírito, fato que parece, tinham jáobservado várias vezes, dado o temor que lhes sobreveio e sua exclamação: “É um fantasma!”Depois de o Mestre se haver dado a conhecer, foram tomados de confiança e Pedrosuplicou-lhe permissão para ir ao seu encontro “por cima das águas”Acedendo Jesus, Pedro sai da barca envolto nos fluidos de seu Mestre, e também auxiliadona levitação pelos Espíritos que acompanhavam a Jesus, até que, vacilando, isto é, perdendo a fé,perdeu o auxílio superior e se foi submergindo!Reconhecendo, cheio de temor, o desamparo divino, apela novamente para Jesus, sendo poreste amparado; ao contacto com o Nazareno, volta-lhe a fé, e foi transportado para a barca emcompanhia do Mestre.Este fato maravilhou tanto aos que estavam na barca, que adoraram a Jesus, dizendo:“Verdadeiramente és Filho de Deus!”



                                Jesus Anda Sobre o Mar - Pedro Sobre o Mar
                                          (site: rudecruz.com)

Na quarta vigília (entre 3h e 6h da madrugada), no pior momento, vem Jesus caminhando sobre as àguas. Eles se apavoram com aquela visão. Tinha jeito de ser Jesus, parecia coisa de Jesus, era algo que só Jesus podia fazer, mas eles não o reconhecem: É um fantasma!
Isso porque não esperavam o mestre caminhando sobre o mar. Eles haviam deixado um barco para o senhor. Estavam na expectativa de avistar Jesus no barco que deixaram pra ele. Esperavam que ele os alcançasse dentro dos preceitos, formato e meios humanos. Mas o mestre veio de uma forma própria de Deus.
Isso acontece com a religião que muitas vezes tenta ajudar a Deus. E dão um formato a ele. Estabelecem a forma como ele tem que agir. O vestem com um tipo cultural. Traçam dele um esteriótipo. Calculam até "um modus operandi", de forma a não reconhecê-lo.
O barco em que estavam os discípulos, representava os recursos materiais desta vida. Pedro porém desce do barco para andar sobre o mar. Ou seja, ele deixa os recursos humanos e materiais, e passa a confiar somente na palavra de Jesus que o chamou a caminhar também sobre as águas.
Entretanto, no meio do caminho, Pedro deixa de dar a sua atenção à Jesus e passa a se preocupar com o vento (que soprava forte) e com as altas ondas do mar. Pedro então enche-se de medo e começa a afundar. Ainda assim, ele clama por Jesus que prontamente o socorre.
E é assim mesmo que acontece. Temos que deixar de confiar nos recursos materiais e passar a confiar na palavra de Jesus. Ele mesmo nos convida a passear sobre um mar de tempestades, um mar de problemas que possam nos atingir.
Muitas vezes ficamos presos à materialidade. Temos medo de nos arriscar no mundo da fé. Os discípulos que ficaram naquele barco, não puderam experimentar do poder de Jesus. Pedro porém, caminhou sobre o mar.
O mestre os mostrou que com barco ou sem barco, ele é senhor de tudo e pode nos fazer andar com ele sobre as águas. Ele pode te fazer caminhar sobre as dificuldades e problemas que você tem enfrentado.
Mas você precisa sair do barco, precisa confiar na palavra de Jesus. E não olhe o vento. Não olhe as ondas. Veja somente Jesus.
Lembre-se de que mesmo que submerjas, as mãos do mestre te trarão à tona pra andar e caminhar com ele em segurança.


Jesus e  a FÉ

(Momento Espírita - www.momento.com.br )


No cair da tarde, foi que tudo aconteceu. A barca se encontrava em meio ao mar da Galiléia, trazendo no seu bojo a esperança daqueles homens habituados ao trato rude das redes, dos remos, da labuta incansável.

Enquanto se detinham envolvidos na tarefa, um deles ergueu os olhos e deu o alarme: “Olhem!”

Seu dedo apontava na direção da margem de onde, naquele crepúsculo quase noite um vulto de vestes brancas se aproximava. O vento fazia com que o que vestia se enrolasse em seu corpo, mostrando uma silhueta alta e magra recortada contra o céu de cores que morriam.

O primeiro momento foi de susto e inquietação. O que seria? Ou quem seria? Eram as indagações que passavam pelas mentes dos pescadores assustados.

Acostumados a tudo, enfrentaram com destemor, firmaram a vista no intuito de descobrir se seria uma miragem, um fantasma, uma assombração.

Então, um dos apóstolos gritou: “É o Senhor!”

Um misto de temor e emoção invadiu os corações. Pedro, de imediato, foi ao fundo da barca e tratou de cobrir a nudez com a túnica, demonstrando o respeito que tinha pelo seu Rabi.

Tornou ao posto anterior e observando que o vulto prosseguia na direção da embarcação, andando sobre as águas, falou:

- “Senhor, se és mesmo o nosso Rabi, ordena que eu vá ao Teu encontro”.

O que poderia parecer um desafio ou uma desconfiança não chegou aos ouvidos de Jesus desta forma. Entendendo o arroubo do apóstolo devotado, que desejava partilhar daquele fenômeno inusitado, estendeu a mão e ordenou: “Vem.”

Pedro saiu da barca e começou a andar na direção do Cristo. Os seus olhos se cravaram no imenso azul dos olhos de Jesus, que pareciam brilhar de forma estranha, naquela tarde-noite.

Contudo, antes que seus dedos tocassem as mãos do divino Amigo, sentindo-lhe as forças que o sustentariam, os ventos se fizeram mais fortes e o apóstolo teve medo.

Por um rápido instante, seu olhar buscou a água por sobre a qual caminhava e, dando-se conta que nenhum apoio físico o sustentava, encheu-se de pavor.

“- Salva-me, Senhor.”

E seu corpo mergulhou pesado no seio das águas, acudido de pronto pelas mãos de Jesus.

- “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”

Homem de pouca fé somos muitos de nós. Jesus vem ao nosso encontro, no crepúsculo das nossas dores, demonstrando pela serenidade que tudo está bem. Logo mais, traduz a Sua paz, haverão de cessar as tormentas.

Estendendo-se as mãos, dispomo-nos a ir ter com Ele. Mas, se a meio caminho, sopram os ventos da adversidade, vacilamos. Exatamente como Pedro, mergulhamos nas águas profundas da tristeza e da melancolia, de onde, nem sempre somos retirados de pronto.

Falta-nos fé. Essa fé que é a certeza da Presença Divina e do apoio constante do Amor não amado.
* * *
Jesus é esse norte que nos assiste. Mesmo que as tempestades rujam e balancem as estruturas ao nosso redor, Ele permanece firme, no leme das nossas vidas.

Não permitiremos que a chama da fé apague na candeia das nossas almas. Ao contrário, ante a sua claridade, andemos com passos seguros, buscando o porto da esperança e a margem da paz.

Colaboração de Rodrigo Guerra


domingo, 5 de agosto de 2012

JESUS ANDA SOBRE A ÁGUA - Pastorino


Mat. 14:24.33

24. E o barco estava agora no
meio do mar (a muitos está-
dios da terra) açoitado pelas
ondas, porque o vento era
contrário.
25. À quarta vigília da noite ele
veio ter com eles, caminhando sobre o mar.
26. Os discípulos ao vê-lo a andar sobre o mar ficaram
aterrorizados e exclamaram:
"é um fantasma', e gritaram
de medo.
27. Mas Jesus imediatamente
lhes falou: "Tende coragem,
sou eu, não temais"!
28. Respondendo-lhe, disse Pedro: "Se és tu, senhor, ordena que eu vá a ti por cima
das águas".
29. E ele disse: "Vem". E saindo
Pedro do barco, andou sobre
as águas para ir ter com
Jesus.
30. Quando porém sentiu o vento forte, teve medo e, come-
çando a submergir, gritou:
"salva-me, Senhor"!
31. No mesmo instante, estendendo a mão, segurou-o e
disse-lhe: "ó pequena fé, por
que duvidaste"?
32. E entrando ambos no barco,
cessou o vento.
33. Então os que estavam no
barco prostraram-se ante
ele, dizendo: "verdadeiramente és um Filho de Deus".

Marc. 6:47-52

47. À tardinha achava-se o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra.
48. E viu-os embaraçados em
remar, porque o vento lhes
era contrário; e pela quarta
vigília da noite foi ter com
eles, andando sobre o mar, e
queria passar-lhes adiante.
49. Vendo-o eles, porém, a andar sobre o mar, pensaram
que era um fantasma e gritaram,
50. porque todos o viram e ficaram aterrorizados. Mas no
mesmo instante falando
com eles, disse: "Tende coragem, sou eu, não temais"!
51. E veio a eles no barco e cessou o vento; e eles se encheram de grande pasmo.
52. Pois não haviam compreendido a demonstração dos
pães; ao contrário, o cora-
ção deles estava endurecido.

João, 6; 16-21

16. Chegada a tarde, desceram seus discípulos ao
mar,
17. e, entrando num barco,
atravessaram o mar para
ir a Cafarmaum. E já se
tornara escuro, e Jesus
ainda não tinha vindo ter
com eles.
18. E o mar, ao sofrer grande
vento, se agitava.
19. Tendo remado uns vinte e
cinco a trinta estádios, viram a Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e ficaram
com medo.
20. Mas ele lhes disse: "sou
eu, não temais"!
21. Desejavam então recebê-
lo no barco, e imediatamente o barco chegou à
terra para onde iam.


Pelo texto de João, compreendemos que os discípulos desceram à praia e permaneceram perto do barco, onde ficaram esperançosos de que Jesus viesse alcançá-los. Entretanto, "já se tornara escuro e Ele
não viera". Resolveram, então, partir.
Uma vez embarcados, os discípulos encontram vento contrário bastante forte, o que era comum no
lago (cfr. visto antes) , tanto que não haviam chegado à outra margem "na quarta vigília da noite", isto
é, entre 3 e 6 h da manhã. Após o domínio romano na Palestina, os israelitas passaram a dividir a noite
(de 18 às 6 h) em quatro vigílias (em vez de três como era tradicional entre eles), vigílias essas iguais
no comprimento, sendo mais longas no inverno quando  as noites eram maiores, e bem menores no
verão. A primeira (das 18 às 21 h.), a noite; a segunda (das 21 às 24 h), a noite fechada; a terceira (das
24 às 3 h) o cantar do galo; e a quarta ( das 3 às 6 h) a alvorada ou manh„.
Ora, à "noitinha" (opsÌas), do montículo onde se achava, Jesus já vira os discípulos a lutar contra o
vento; e a travessia, mesmo na parte mais larga do lago (12 km) era feita, no máximo, em 2 a 3 horas.
E ali eles não estavam na parte mais larga. Mas, às 3 ou 4 horas da manhã eles só haviam avançado
"25 a 30 estádios" (segundo João), anotação que parece ter sido introduzida em Mateus posteriormente, pois só aparece em alguns manuscritos ("a muitos estádios da terra"). O estádio media cerca de 185
metros; portanto, eles só se haviam adiantada cerca de 5 km da margem.
Continuava a luta contra o vento, e os discípulos remavam esforçadamente, para alcançarem rápido a
outra margem, talvez imaginando que o Mestre seguiria a pé e lá chegaria antes deles, para esperá-los.
Repentinamente percebem, assustadíssimos, um vulto branco a caminhar calmamente sobre o mar encapelado pelo vento ... O que seria? Quem seria? Olham melhor: é uma forma humana ... aproxima-se
... só pode ser um fantasma! E os fantasmas eram considerados de mau agouro (cfr. Sab. 17:4, 14-15;
Josefo, Ant. Jud. 13, 12, 1 e 17, 13, 3-5). O medo foi crescendo, eriçando os cabelos, arrepiando a pele,
e aqueles pescadores rudes, homens fortes e barbados, não tiveram outro remédio senão ... gritar "valentemente"'! ...
Penalizado, mas bem provavelmente a sorrir do susto que pregou em seus discípulos, Jesus os acalma,
recomendando-lhes "coragem" que eles demonstraram evidentemente não possuir ...
João, cujo Evangelho (e Epístolas) foram escritos com a finalidade senão primordial, pelo menos bastante clara, de combater os "docetas" (que afirmavam ser "fluídico" o corpo físico de Jesus que, segundo eles não era homem, mas um agÍnere), não acena à impressão que os discípulos tiveram de que se
tratava de um fantasma, já que o fantasma é, exatamente, um agÍnere.
Os "docetas", assim cognominados primeiramente por Teodoreto (Epist. 82) e por HipÛlio (Philosophúmena, 8, 8-11), que criaram o nome "docetas" do verbo grego  dokéo, que significa "parecer",
afirmavam que Jesus n„o possuÌa corpo fÌsico de carne, mas sim "corpo fluÌdico", um "corpo de fantasma". Diziam que tudo o que fizera fora apenas "aparÍncia" e n„o realidade. N„o nascera, nem
crescera, nem comera, nem morrera na cruz. "Pareceu" que houve tudo isso, mas "n„o houve", era
tudo MENTIRA e FINGIMENTO. A raz„o em que se baseavam era a crenÁa de que tudo o que È material È imperfeito e impuro, pois È obra do "PrincÌpio do Mal", que eles identificavam com o Deus Criador do Velho Testamento, YHWH, que para eles era Satan·s. Como Jesus apresentara o "PrincÌpio
do Bem", o PAI, n„o podia ter-se submetido ao PrincÌpio do Mal, e portanto, n„o poderia ter tido corpo fÌsico carnal.
O docetismo foi combatido desde o inÌcio de seu aparecimento por uma testemunha ocular da vida de
Jesus, por seu "discÌpulo amado", Jo„o Evangelista, que protesta ardentemente contra essas inven-
Áıes absurdas; vemos a refutaÁ„o do docÌlimo em muitos passos do Evangelho de Jo„o, mas sobretudo em 1:14, e nas EpÌstolas (Primeira, 2:22; 4:2; 5:6,2.0; e Segunda, vers. 7). Combateram-no ainda
no 1.º sÈculo In·cio, nas EpÌstolas ad Trai., 9 f; ad Smyrn. 2:4; ad Ephes. 7; e Policarpo, ad Phil. 7; e
logo apÛs por Clemente, de Alexandria, Strom., 7 e Teodoreto, Haeret. Fab., 5. Modernamente volta a
pretender insinuar-se entre espiritualistas essa teoria esdr˙xulo, que contraria os pontos b·sicos do
prÛprio Espiritualismo que sÛ admite um PrincÌpio Criador, o do Bem, e que sabe que a matÈria (a
carne) È t„o nobre, pura e santa quanto o espÌrito, pois È apenas a condensaÁ„o do espÌrito; e sabe
que todas as criaÁıes divinas s„o perfeitas, inclusive a matÈria.


O velho pescador saltou do barco, sob o olhar horrorizado dos companheiros, sem pesar as consequências, e lá foi cambaleante, a equilibrar-se sobre os vagalhões ferozes; mas quando, ao chegar já perto
do Mestre Querido, se dá conta do vento violento, fica com medo. Ora, o medo é justamente a falta de
fé, a perda da confiança.. E sem fé, nada é possível construir nem realizar: ele começa a afundar e grita
apavorado por "socorro"! Jesus repreende-o suavemente (mais uma vez O entrevemos a sorrir ...): "ó
pequena fé, por que duvidaste"? E segurou-o pela mão.
Voltaram os dois a caminhar sobre as águas, e os demais discípulos quiseram que Jesus entrasse no
barco, em vez de continuar a caminhar pelo lago até a margem.
Entraram ambos, e o vento cessou. Os discípulos estavam atônitos, sem poder explicar tantas coisas
estranhas que haviam acontecido naquele dia, pois nem sequer tinham compreendido a "multiplicação
dos pães" ali, entre as mãos deles ... Então chegam a uma conclusão irrefutável: "verdadeiramente és
um filho de Deus"!
O texto grego está sem artigo. Não  é, pois, uma confissão da Divindade de Jesus, como pretendem
alguns. Temos que compreender a mentalidade e a psicologia dos israelitas, sobretudo naquela época:
rigidamente monoteístas, não podiam jamais cogitar de outro Deus além do único Deus, a quem Jesus
chamava "O PAI", repetindo exaustivamente que era "o único Deus”. Entretanto, eles sabiam que havia os "filhos de mulher" (homens sujeitos ao "kyklos an·nke" ou ciclo fatal das encarnações por meio
da mulher) e os "filhos do homem” (criaturas que já se haviam libertado da evolução na etapa humana), mas havia também os "filhos de Deus" (seres excepcionais acima de qualquer classificação que
não fosse a comparação de "ligados à Divindade", os seres (que hoje chamaríamos "avatares") em que
Se manifesta a Divindade, os Cristos ou Buddhas.
Como já se achavam perto da praia, chegaram  "logo" à planície de Genesaré (hoje denominada  elGhoueir) que mede 6 km de comprimento por 3 de largura, na margem ocidental, exatamente entre
Ain-Tabgha e el-Medjdel (onde devia estar situada  a aldeia de Betsaida da Galiléia, bem perto de
Cafarnaum. Daí a aparente contradição dos textos: Betsaida (Marc. 6:45) Genesaré (Mat. 14:34 e
Marc. 6:53) e Cafarnaum (João, 6:17). Referem-se todos eles à mesma região, uma área reduzida, com
pequenas aldeolas e cidades. Uns falam genericamente (Cafarnaum), outros dão maior precisão (Genesaré, para dizer que não desembarcaram na cidade de Cafarnaum) mas Jesus quando lhes antecipa o
local de desembarque, dá ainda maior exatidão (Betsaida).
Ocorre, muitas vezes, que a individualidade percebe a luta tit‚nica e inglÛria dos veÌculos, no oceano
do mundo, aÁoitados pelo vento borrascoso das emoÁıes descontroladas. Mas n„o atende logo, porque sabe que È necess·rio aprender a domin·-las por si mesmos. No momento oportuno, vai aproximando-se levemente, por cima das vagas altas e  violentas, inatingido pelas ondas e pelo furac„o,
tranquilo em sua serenidade infinita.
Todos os grandes mÌsticos que obtiveram o Encontro Sublime, a IluminaÁ„o da alma, experimentaram
antes a terrÌvel "Noite Escura da Alma" os momentos cruciais das "Trevas Espessas" (cfr. Kempis,
Henrique de Suso, Mestre Eckhart, Jo„o da Cruz, Teresa de £vila, Ruysbroeck, Catarina de Siena,
¬ngela de Foligno, Francisco de Sales, Madame Guyon, etc. Ver o excelente estudo de Evelyn Undershill, "Mysticism", The Noonday Press, N.Y., 1955, 2.™ parte, cap. 9: "The Dark Night of the Soul",
p·gs. 380 a 412).
Quando, apÛs esse perÌodo de secura espiritual, vemos aproximar-se a figura imaterial do Cristo Interno, assustamo-nos horrorizados, temendo seja mais uma ilus„o (fantasma) de nossa mente, alguma
criaÁ„o mental nossa que n„o venha desviar da meta t„o arduamente perseguida. E gritamos apavorados, encolhendo-nos no mais recÙndito desv„o de nÛs mesmos.
A felicidade sÛ comeÁa a fazer-se sentir, quando identificamos a voz suave e inconfundÌvel do Amado
de nossa alma.
E quantas vezes atiramo-nos afoitamente aos vagalhıes enfurecidos, para mais depressa abraÁarmos
o Ser Inef·vel que È nosso Cristo Interno! Mas, no meio da viagem, quase a alcanÁar o porto seguro,

frequentemente assalta-nos a d˙vida, e sentimo-nos submergir mais uma vez, derrubados pela ventania infrene que ulula em torno de nÛs, apanhados e rodopiados pelas ondas revoltas que nos turbilhonam, arrastando-nos ao abismo ...
… quando gritamos novamente por socorro. E a m„o, sempre terna, do Amigo Incondicional, se estende, sustentando-nos acima das vagas enraivecidas.
Uma vez firmes e seguros de nossos passos, tendo em nossa m„o a m„o firme do Cristo, vemos que os
veÌculos reclamam para si a honra de carregar a Individualidade. Logo que esta penetra em nÛs mesmos, isto È, logo que conseguimos unir-nos a ela que j· reside em nÛs, cessa o vento, o mar se abranda, e imediatamente chegamos ao porto de destino aliviados e consolados (Cafarnaum = cidade do
Consolador).
Quantas vezes se repetem essas cenas, e depois de cada uma acreditamo-nos definitivamente imunes
de outros vendavais ... Mas eles voltam, e cada vez com, parece-nos, uma violÍncia maior, mais assustadora ...
Nos momentos do Encontro, ao sentirmo-nos envolvidos pela suavidade da Paz do Cristo, reconhecemos que verdadeiramente "Ele È um filho de Deus", ou seja, uma partÌcula da Divindade que vive em
nÛs e nos sustenta, sempre Amoroso e Terno, sempre Compassivo e Benevolente.



EM ORAÇÃO - Pastorino


Mat. 14:22-23

22. Em seguida obrigou os discípulos a embarcar e passar
primeiro do que ele para o
outro lado, enquanto ele
despedia o povo.
23. Tendo despedido o povo,
subiu sozinho ao monte
para orar. E à noitinha
achava-se ali só.

Marc. 6:45-46

45. imediatamente obrigou
seus discípulos a embarcar
e passar adiante, para o outro lado, para Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.
46. E tendo-se separado dela,
foi ao monte para orar.

João, 6:14-15

14. E vendo os homens a demonstração que Jesus fizera, disseram: "Este é verdadeiramente o profeta que
vem ao mundo".
15. Percebendo Jesus que eles
estavam para vir apanhá-
lo, a fim de fazê-lo rei, retirou-se novamente para o
monte, ele só.


Aqui encontramos uma expressão estranha, repetida nos dois sinópticos: Jesus obrigou (Èn·gkase) os
discípulos" ... Por que haveria necessidade de obrigá-los, a eles que parecem ter sido sempre dóceis e
obedíentes? Parece que a causa é revelada por João. Vejamos:
Com a maravilhosa demonstração de poder (tÚ sÈmeion) que foi a multipilcação dos pães e peixes, a
massa popular composta exatamente de agricultores e pescadores entreviu um paraíso na Terra: não
haveria mais necessidade do duro labor nos campos na plantação e na colheita sempre duvidosa! Não
mais as noites frias e chuvosas no lago à procura de peixe! Ali estava quem poderia fornecer para sempre ao povo pão e peixe sem trabalho! era só fazê-Lo “rei"! Moisés não alimentara os israelitas no deserto, anos a fio, com pão caído do céu todas as manhãs (cfr. Êx. 16:4. 8, 12-15)? Ora, o próprio Moisés predissera (Deut. 18:15) que surgiria em Israel um profeta com os mesmos poderes que ele. Não
seria um simples profeta (cfr. João, 6:16 e 9:17), mas “o" profeta, “semelhante a Moisés", o qual, segundo os fariseus (cfr. João 1:21) não coincidiria com a pessoa do Messias. Mas, para o povo, essas
distinções eram supérfluas. Então, ali estava "o" profeta, igual a Moisés, e que daria pão e peixes em
abundância. Por que não fazê-Lo imediatamente "rei"?
Ora, isso constituiria uma subversão total da missão puramente espiritual de Jesus ("o meu reino n„o È
deste mundo", João, 18:36). Mas, além disso, seria precipitar a perseguição de Herodes, que não suportaria um concorrente. E Jesus terminaria, mais cedo do que devia, como os outros galileus indóceis
em suas pretensões messiânicas (cfr. Josefo, Ant. Jud. 17. 9, 3) e que foram massacrados por ordem de
Pilatos (cfr. Luc. 13:2).
Era indispensável obviar a essa dificuldade com rapidez e energia. Talvez os próprios discípulos, atô-
nitos com a multiplicação de pães e peixes (tanto que mais tarde não na haviam ainda compreendido
(cfr. Marc. 6:52), talvez eles também se tivessem entusiasmado com a idéia de fazê-Lo "rei" ... pois
ainda não haviam penetrado profundamente no sentido espiritual da missão de Jesus.
Dai Jesus dizer-lhes que “fossem para a outra margem", a cuja sugestão quiçá tivessem reagido, já influenciados pelo desejo de colocá-Lo no “lugar merecido"; e isso forçou Jesus a constrangê-los com
uma ordem taxativa e firme, que os evangelistas traduziram pelo verbo "obrigar": eles foram contra a
vontade.
Foram, para onde? Estavam no território de Betsaida- Júlias, na margem oriental. Diz Mateus: "para a
outra margem", que Marcos repete, acrescentando: "para Betsaida”. Haveria outra Betsaida na margemC. TORRES PASTORINO
Página 100 de 153
ocidental do lago? Essa questão é ardorosamente discutida pelos comentadores, dividindo-se em dois
campos:
1) os que negam a existência, interpretam prÛs Bethsaidan como “na região fronteiriça a Betsaida",
sentido possível da preposição grega prós (cfr Tucídides, História, 2,55: hÍ prÛs PelopponÈson, "a
qual é fronteira ao Peloponeso). Assim traduzem Lagrange João Marta, Abel, Pirot, etc. E perguntam eles: se os discípulos iam para Betsaida, por que diz João "que se dirigiam para Cafarnaum
(João, 6:17) onde desembarcaram (João, 6:21)? E por que Mateus (14:34) e Marcos (6:53) dizem
que desembarcaram em Genesaré?
2) os que afirmam a existência de outra Betsaida  (van Kasteren, Patrizzi, Knabenbauer, Fillion.
Meistermann. Rose, Buzy e outros), trazem os seguintes argumentos:
a) a existência de Bethsaida-Júlias (hoje el-Tell) a dois km ao norte de el-Aradj, é coisa certa: a cidade foi reconstruída pelo tetrarca Filipe, que lhe acrescentou o cognome Júlias em homenagem à filha de Augusto;
b) João, no início de seu Evangelho (1:44) diz que o discípulo Filipe “era de Betsaida”; mais tarde
(12:21) especifica melhor, que "era de Bétsaida da Galiléia". Ora. Betsaida-Julias ficava na província de Gaulanítida, e não na Galiléia. E João devia conhecer bem a região ... não iria confundir duas províncias.
c) Neubauer ("La Géographie du Talmud", pág. 225)  e Strack-Biller-beck, o.  c. pág. 605) citam a
existência de uma localidade, não longe de Cafarnaum, em Ain-Tabgha ou Khan Minyeh (ao norte
do Tell Oreimeh) denominada Saydethah, que eles supõem ser a Beth-Saida do Evangelho, e que
ficava exatamente na Galiléia.
Depois que os discípulos partiram, Jesus convenceu o povo a ir para casa, e Ele mesmo subiu ao monte
para orar sozinho, segundo seu hábito.
Acontece com freq¸Íncia que o p˙blico que cerca os "pregadores" se entusiasma e quer "homenage·-
los" com posiÁıes destacadas, com tÌtulos honrosos, ou convencÍ-los a arriscar-se em cargos eletivos
na polÌtica. Jesus exemplificou que se deve fugir dessas situaÁıes com energia e rapidez, "obrigandoos" a retirar-se "para a outra margem".
No outro sentido mais profundo, verificamos algo mais sÈrio. Quando a individualidade consegue
manifestar-se por intermÈdio de nossa personalidade, realizando algo mais fora do comum, a personalidade quase sempre se envaidece e comeÁa a acreditar-se "mission·rio", um "enviado divino",
certo de que È superior ‡s demais criaturas "vulgares", que È um "privilegiado" com direitos adquiridos e merecimento garantido. Os veÌculos fÌsicos se exaltam: o intelecto raciocina sobre tudo isso
para cada vez mais convencer-se de sua superioridade, e complacentemente ouve e acredita nas mais
mirabolantes histÛrias de encarnaÁıes passadas grandiosas; as emoÁıes e sensaÁıes se comovem e
incham,. e para combater isso, sÛ h· um remÈdio: mand·-los "afastar-se para a outra margem", e
retirar-se para uma regi„o mais elevada (monte) a fim de entrar em contato com a Divindade, por
meio da oraÁ„o e da meditaÁ„o.
… mister separar-se de tudo o que È material, para compreender as proporÁıes reais da perspectiva;
entrar no plano das realidades espirituais, para perceber as ilusıes terrenas.
Assim em cada fato, em cada episÛdio do Evangelho, h· uma liÁ„o preciosa, oportuna e profunda,
exemplifÌcada pelo Mestre Inolvid·vel, o Cristo Divino que vive em nossos coraÁıes e que se manifestou plenamente em Jesus, que soube aniquilar sua personalidade para deixar o Cristo Divino exteriorizar-se.