terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Não por a candeia sob o alqueire - carregar a cruz quem quiser salvar a sua vida Maria Verginia Calciolari
Bem aventurados sereis quando os homens vos aborrecem e quando vos separarem, e carregarem de injurias e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem. Folgai naquele dia, e exultai; porque, olhai quão grande é o vosso galardão no céu, porque desta maneira tratavam os profetas e os pais deles (Lucas, VI: 22-23).
Meus irmãos chegará o dia em que estaremos tão imbuídos de Deus, tão plenos de seu amor, que viveremos de acordo com suas leis.
Neste dia, não mais precisaremos nos recolher em templos para Adorá-lo.
Estaremos vivendo de acordo com os códigos de amor, caridade e fraternidade, seremos um com o Pai, a nossa ligação com o divino, com o amor de Deus será imediata.
Mas este dia ainda não é chegado, nós ainda estamos aprendendo amar a Deus, ainda precisamos nos recolher ao templo, à casa espírita, à igreja para orarmos; nós estamos nos desligando do mundo.
Aos poucos estamos aprendendo como é viver de acordo com as Leis de Deus.
Quando fazemos isto, quando nos desligamos do mundo, aos poucos, nossos amigos, nossos familiares se ressentem; quando trocamos uma diversão, uma balada, uma festa social para seguirmos os anseios de nossas almas somos ridicularizados.
Ao escolhermos estudar as leis que nos regem, ao escolhermos nos recolher para melhor estarmos conectados com o mundo maior, estaremos deixando de fazer alguma coisa, ou seja escolhemos adorar a Deus, e não adorar ao mundo, esta escolha nos trará tribulações, nos tratará sacrifícios necessários, nos trará rejeições de nossos amigos, de nossos parentes, de nossos irmãos.
Bem aventurados seremos se conseguirmos, apesar de todos os problemas mantermos a convicção de nossa escolha.
Jesus nos diz “Tome a sua cruz aquele que me quer seguir” isto é suporte corajosamente as tribulações que a sua fé provocar.
Pois aquele que quiser salvar a sua vida, deverá renunciá-la em nome de sua fé.
Então;
Bem aventurados seremos quando os homens nos aborrecerem com as coisas do mundo.
Bem aventurados seremos quando o mundo não nos apresentar mais nenhum atrativo.
Bem aventurados seremos quando não encontrarmos mais no mundo dos homens, à vontade da permanência,.
Bem aventurados seremos quando fugirmos das conversas vazias e fúteis.
Bem aventurados seremos quando não encontrarmos mais graça nos encontros sociais, no cuidado excessivo com o corpo.
Bem aventurados seremos quando trocarmos algumas horas de encontro social, (cinema televisão chop com os amigos) por algumas horas meditando orando, ajudando nossos irmãos.
Bem aventurados seremos quando nossos amigos nos disserem “você não é mais o mesmo, só pensa em rezar e ajudar os outros” .
Bem aventurados seremos quando dissermos ao outro, vou à Casa Espírita, ao Templo, e ele te dizer não vai não fica aqui comigo, e nos convictos dissermos “Não, eu vou, vou para estudar as palavras do Evangelho, vou buscar um sentido para minha vida”.
Bem aventurados seremos quando nos disserem você é “louco”, só pensa em rezar, em estudar.
Bem aventurados seremos quando ao tentar voltar ao convívio com nossos antigos amigos e ele nos disserem “Há, volta para Casa Espírita, para o Templo, volta para tua reza”.
Bem aventurados seremos quando o mundo não quiser mais repetir o nosso nome, porque pertencemos a nossa fé, porque pertencemos a Jesus.
Bem aventurados seremos quando estivermos tão absortos na palavra do senhor, tão emergidos na sua fé, que os homens nos odiarão por isso.
Bem aventurados seremos quando ninguém acreditar em nós, quando nos tratarem com má vontade por causa da palavra do Senhor, quando rirem do que dissermos sobre o perdão, a bondade, a solidariedade.
Bem aventurados seremos quando nos derem oportunidade de provar a sinceridade da nossa fé.
Bem aventurados seremos quando compreendermos a cegueira do nosso irmão, compreendermos a sua ignorância e o perdoarmos por não entenderem a nossa fé.
Bem aventurados seremos quando suportarmos corajosamente as tribulações da vida e não abandonarmos a nossa cruz.
Bem aventurados seremos quando nossos problemas forem maiores que nós, de maneira que nos force a desistir, mas nós resistimos e continuarmos seguindo a sua fé,
Bem aventurados seremos quando renunciarmos a todos os bens terrestres e nos entregarmos a nossa fé.
Bem aventurados seremos quando ao tomar a nossa cruz seguiremos nosso caminho com coragem a despeito de tudo.
Bem aventurados seremos quando suportarmos corajosamente as tribulações que a nossa fé nos provoca.
Bem aventurados seremos quando compreendermos que nosso tesouro esta no céu, quando compreendermos que somente salvaremos a nossa vida no dia em que renunciarmos os nossos bens, pois só então alcançaremos o Reino dos Céus.
Bem aventurados seremos quando perdermos tudo aqui em baixo, até mesmo a vida, para triunfo da verdade.
Bem aventurados seremos quando sacrificarmos os gozos terrenos pelos bens celestes.
Não ponhais a candeia debaixo do alqueire - Marcelo M Alacarini
Jesus, à época de sua passagem pela Terra, falava-nos por parábolas: já o sabemos.
A imperfeição do Homem, contudo, distorceu-Lhe ou mesmo deixou incompreendidas muitas passagens.
Lendo o Capítulo XXIV do Evangelho Segundo o Espiritismo (em que são citados os Evangelhos de Mateus, Lucas, Marcos e João) temos o enfoque a que nos referiremos.
Interpretar os textos religiosos que herdamos de nossos antepassados é um exercício tão fascinante quanto árduo, principalmente para o leigo, como a maioria de nós.
Dois pontos que dificultam as interpretações: o vocabulário e o entendimento dos costumes e valores sociais e culturais da época.
Pelo título deste, comecemos:
- Candeia: pequena luminária utilizada na época.
- Alqueire: para os dias de hoje, medida de terra (equivalente a 1,2 hectares em SP, variando no Brasil, conforme o estado e em outros países também).
O título então ficaria incompreensível, sendo entendido algo como “colocar uma luminária debaixo da terra”.
O alqueire a que se refere o texto é na verdade uma palavra vindo da cultura árabe (al kayl) designava originalmente uma das bolsas ou cestas de carga que se punha, atadas, sobre o dorso e pendente para ambos os lados dos animais usados para transporte de carga.
Assim sendo, interpretaríamos a expressão por algo como “colocar a candeia embaixo (ou dentro) de uma cesta”, ocultando-a.
A partir dessa metáfora, o Cristo colocou aos homens da época a inutilidade (ou egoísmo) de se possuir uma luz e ocultá-la.
Assim interpretou Lucas: “Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; - pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente.” (Cap. VIII).
Inquirido pelos discípulos sobre o porquê de se dirigir ao povo por parábolas, o Cristo nos esclarece: “É porque, a vós outros (os discípulos), foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado.”
Ainda que possa parecer contraditório, afirmando que nada deva se ocultado, no que se refere aos ensinamentos de que necessita a Humanidade, o Cristo não revelava tudo a todos, inclusive aos seus discípulos.
Não por ser algo secreto, mas por ser, ainda, incompreendido no atual estágio em que se encontravam.
E assim é em todos os aspectos do ser humano.
“Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade.”
Qual o pai que, tendo filhos em idade infantil, lhes ensinará coisas que só compreenderão quando adultos?
O Homem está hoje em condições de entender mais profundamente o que em tempos idos não podia.
A ciência torna a visão do homem mais penetrante, mais aberta a um horizonte incomensurável de realidades que sente ainda muito longe, mas vislumbra o caminho.
O homem de hoje já domina o átomo, já sabe da relatividade e efêmera existência de partículas que nas mesmas condições de existência, nunca o são iguais.
A ciência de hoje já não pode negar a existência de um universo muito mais rico e intangível aos nossos sentidos.
Não pode negar fenômenos da consciência, que tornam patente a permanência da individualidade humana após (e antes) a morte corporal.
Com o passar do tempo, algumas religiões que insistem em manter seus mistérios “debaixo do alqueire” vão ficando para trás.
A Ciência e a inteligência avançam inexoráveis, como a verdade.
À medida que o Homem entende a si a ao universo, a ventura vai ficando mais próxima.
“A verdade vos libertará”, disse-nos o Cristo.
A verdade é uma só. Há formas de olhá-la, vestidas com esta ou aquela plumagem cultural.
Muito nos adiantaremos cientifica e moralmente quanto mais esforço fizermos para iluminar nossas mentes e corações com a verdade, a razão, pois que sem ela, a construção de nossa sã consciência: a fé, não se sustentará.
Tenhamos paciência, mas, sobretudo perseverança, buscando nortear nossa vida pelo caminho da coerência, da razão, da moral cristã, enfim, pelo Evangelho do Cristo.
“Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.”
A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE
REFLEXÕES ESPÍRITAS - – PORQUE JESUS FALAVA POR PARÁBOLAS
TEMA: O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec – A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE – PORQUE JESUS FALAVA POR PARÁBOLAS – Capítulo XXIV – itens 1 a 7
JESUS com a máxima “Não coloqueis a candeia sob o alqueire mas no velador” faz alusão a nossa obrigação de sermos divulgadores do bem e da verdade, não ocultando os benefícios que os conhecimentos espirituais já nos trazem à existência.
A melhor DIVULGAÇÃO que possamos oferecer aos semelhantes da mudança que o ESPIRITISMO e o EVANGELHO provocam em nossas vidas, não vem das palavras fáceis que despejamos... mas sim daATITUDE RENOVADA PELO BEM que saibamos demonstrar em cada gesto, em cada ação.
ELEVAR A CANDEIA é exatamente usar o nosso melhor a cada dia, fazendo com que nossa conduta reta, pensar reto, agir retamente, faça modificações ao nosso redor, EXEMPLIFICANDO na prática o que já sabemos. Muitas vezes nós espíritas confundimos ESPIRITUALIZAÇÃOcom doutrinação que aborrece, com verborragia improdutiva ou pregação desrespeitosa. Uma das características do ESPIRITISMO é exatamente a de que ele é UNIVERSALISTA, capaz de abraçar todos os povos, crenças e sentimentos religiosos sob os seus postulados de renovação para a vida imortal.
É por isso que nos ambientes espíritas encontramos pessoas de todos os credos e religiões, que embora nos diferenciemos num e noutro postulado, se reunem sob o imperativo do BEM e da Regra Áurea de todos os tempos, sintetizada por Jesus no mandamento: Amai-vos uns aos outros!
Em seu tempo JESUS, o pedagogo excelente utilizava-se do recurso da parábola a fim de transmitir seus ensinamentos espirituais aos homens. Quando falava ao pescador, falava do mar e dos peixes, ao lavrados da Semente e da vinha, ao homem comum da moeda perdia e do credor... Para cada um tinha o recurso adequado a fim de gravar indelevelmente nas almas os seus ensinamentos.
Se o primeiro significado de cada parábola aprecia evidente, à medida que o homem se aprofunda em maturidade, ele apreende novas nuanças e matizes dessas realidades, e hoje temos estudos de psicologia profunda baseados nessas parábolas que revelam a cada faixa de entendimento algo de útil e bom.
Elucida Allan Kardec: “Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstrata, da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa da salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade. Assim, devia ser, porque se tratava de regra de conduta, regra que todos deviam compreender, para poderem observar”
“O Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos obscuros, mas não o faz inconsideravelmente. Os Espíritos procedem, nas suas instruções, com admirável prudência. É sucessiva e gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade”. Continua ensinando Allan Kardec no trecho em análise.
Percebemos assim que nossa compreensão da espiritualidade também evolui com o tempo e o desenvolvimento da razão e dos sentimentos. Assim, DEUS em sua sabedoria infinita nos possibilita conforme nosso grau de entendimento aprender algo de bom que nos eleve na escala evolutiva, cada vez mais conquistando sabedoria e amor – as duas asas que nos levarão à perfeição.
A Doutrina Espírita – diz Kardec – propõe a “Pedagogia da Maturidade” reconhecendo em cada homem e mulher um ser divino em idade espiritual específica e que requer conhecimentos e exercícios peculiares à sua capacidade de compreensão. A Providência Divina em seus perfeitos mecanismos de ação encarrega-se de possibilitar a cada um o “mal e o remédio” adequados para seu crescimento, suprindo as necessidades espirituais de todos conforme seu adiantamento.
“As gerações passam também pela infância, pela juventude e pela madureza. Cada coisa deve vir a seu tempo, pois a sementeira lançada a terra, fora de tempo, não produz. Mas aquilo que a prudência manda calar momentaneamente, cedo ou tarde deve ser descoberto, porque chegando a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; a obscuridade lhes pesa” - assim, a Doutrina dos Espíritos tem se revelado progressiva, descortinando conhecimentos na medida de nossa capacidade de apreensão.
Trazendo essas considerações para nosso cotidiano, podemos nos situar exatamente na condição daqueles que já entenderam a teoria da proposta do Cristo Jesus – AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – mas nos demoramos timidamente na simples apreciação da beleza e perfeição desse princípio sem a coragem necessária para colocá-lo em PRÁTICA! COLOCAR A LEI DO AMOR EM PRÁTICA custa muito caro ao espírito, porque ele precisa se desvencilhar de pesados fardos a que se apega, preservando em sua bagagem pesos inúteis que o bom sendo já demonstra que devem ser descartados: EGOISMO, ORGULHO, VAIDADE...
Os grandes adversários da LUZ DO CONHECIMENTO ESPIRITUAL APLICADO são esses comparsas, responsáveis pelo atraso da humanidade na violência, no crime, na indiferença, na guerra e no desamor.
É preciso então que para que façamos brilhar a LUZ DA VERDADE o mais alto possível em nossas vidas, clareando ao nosso redor, façamos primeiramente LUZ INTERIOR, dissipando as trevas da ignorância desses monstros (EGOISMO, ORGULHO, VAIDADE) fazendo claridade...
De início tímida e vacilante, mas com o combustível da boa vontade e do desejo de progresso, em breve um clarão irradiante de amor.
Abandonar o orgulho humano, aquele que não “leva desaforo pra casa” é um ato de coragem admirável. O mundo cobra em seus valores perecíveis e transitórios que tenhamos sucesso, que sejamos arrogantes, que enfrentemos a “batalha da vida” como guerreiros vulgares que se matam uns aos outros na busca de brilhos ilusórios.
O AMOR e a CARIDADE, porém, acendem luz imortal, não no sucesso transitório e efêmero da terra, mas na conquista de AFETO IMORTAL para nossa alma que viverá para sempre, mostrando que o gesto de humildade de hoje é o tesouro de alegrias do futuro, aquele que “o ladrão não consegue roubar...”
Destruir o EGOÍSMO em nós é a real valentia de espírito, porque a sociedade enlouquecida nos ensina a CUIDAR PRIMEIRO DE NOSSOS INTERESSES PESSOAIS e nos esquecermos dos outros... Já a lição do Cristo é inequívoca: Ele ensina que devemos dar de nós mesmos até o que nos faça falta em favor do semelhante, reconhecendo em cada irmão a presença de DEUS a ser reverenciado e amado através daFRATERNIDADE PURA.
O ESPIRITISMO para erradicação do EGOÍSMO em nós oferece em suas frentes de trabalhos diversas atividades altruísticas que com um bocado de boa vontade fazem germinar a generosidade em nós são creches a procura de educadores, asilos esperando a moeda e o remédio, instituições carentes de operosidade e Grupos de uma diversidade sem fim de gêneros que se dedicam à alegria pura de amar, servir, consolar e ensinar para transformar a Terra no Lar-Escola abençoado de nossa redenção.
Dominar a VAIDADE que carregamos no desejo de parecermos ser melhores do que somos, de ostentar qualidades que não possuímos ou poderes ainda não conquistados é um grande passo na direção do AMOR VIVENCIADO... porque despreocupados da aparência social e satisfeitos com o que REALEMNTE SOMOS criamos um espaço de LIBERDADE E PRAZER de amar sem medo e vergonha que nunca sentimos antes.
É que a VAIDADE nos deixa sempre dependente das opiniões alheias, esmolando aprovação e elogios, consideração e apreço que estão distantes de serem reais, pois são frutos do artificialismo de nossos enganos... Sendo você mesmo como é, autêntico em suas possibilidades e desejos de perfeição, um horizonte de progresso para a alma se descortina revelando a nós mesmos que somo BELAS CRIATURAS FILHAS DE DEUS e por isso mesmo dignas de nosso mais legítimo AUTO-AMOR.
Não nos faltam convites à semeadura do bem em nós mesmos, à prática legítima do amor que somente admiramos na teoria... Vamos à luta. Dentro de casa tantas vezes há alguém carente de sua compreensão. Sedento da água viva de sua amizade. Faminto de Perdão. Doente de abandono ou desprotegido pela inexperiência. EXEMPLIFIQUEMOS O BEM AMANDO O PRÓXIMO MAIS PRÓXIMO QUE NOS DIVIDE O TETO E A EXISTÊNCIA.
Um dia, o milagre do amor que praticamos hoje – inicialmente tímido e indeciso, mais tarde desinteressado e altruístico – mais tarde se revelará para nossa surpresa a fonte perene de felicidade, iluminando a todos os que amamos pelos milagres da LUZ DO CRISTO que saibamos irradiar de nossos corações.
Ainda hoje, olhe ao redor, há algo a fazer, há um coração que precisa de nós, um telefone, uma mensagem, um gesto pode significar uma fagulha de luz na treva de solidão de uma alma...
Façamos o bem e o bem nos fará muito bem.
Trechos em estudo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO:
1 – Nem os que acendem uma luzerna a metem debaixo do alqueire, mas põem-na sobre o candeeiro, a fim de que ela dê luz a todos os que estão na casa. (Mateus, V: 15).
2 – Ninguém, pois, acende uma luzerna e a cobre com alguma vasilha, ou a põe debaixo da cama; põe-na, sim, sobre um candeeiro, para que vejam a luz os que entram. Porque não há coisa encoberta, que não haja de ser manifestada; nem escondida, que não haja de saber-se e fazer-se pública. (Lucas, VIII: 16-17).
3 – E chegando-se a ele os discípulos lhe disseram: Por que razão lhes falas tu por parábola? Ele, respondendo, lhes disse: Porque a vós outro vos é dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso é que eu lhes falo em parábolas; porque eles vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Vós ouvireis com os ouvidos, e não escutareis; e olhareis com os olhos, e não vereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam no coração, e se convertam, e eu os sare. (Mateus, XIII: 10-15)
4 – Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve por a luz debaixo do alqueire, ao mesmo tempo em que esconde a toda hora o sentido das suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, entretanto, dizendo aos apóstolos: Eu lhes falo em parábolas, porque eles não estão em condições de compreender certas coisas; eles vêem, olham, ouvem e não compreendem; assim, dizer-lhes tudo, ao menos agora seria inútil; mas a vós o digo, porque já vos é dado compreender esses mistérios. Ele procedia, portanto, para com o povo, como se faz com as crianças, cujas idéias ainda não se encontram desenvolvidas. Dessa maneira, indica-nos o verdadeiro sentido da máxima: “Não se deve por a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entram possam vê-la”. Ela não diz que tenhamos de revelar inconsideravelmente todas as coisas, pois, todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência de quem o recebe, e porque há pessoas que uma luz muito viva pode ofuscar sem esclarecer. Acontece com os homens, em geral, o mesmo que com os indivíduos. As gerações passam também pela infância, pela juventude e pela madureza. Cada coisa deve vir a seu tempo, pois a sementeira lançada a terra, fora de tempo, não produz. Mas aquilo que a prudência manda calar momentaneamente, cedo ou tarde deve ser descoberto, porque chegando a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; a obscuridade lhes pesa. Como Deus lhes deu a inteligência para compreenderem e se guiarem, entre as coisas da Terra e do céu, eles querem racionalizar a sua fé. É então que não se deve por a candeia debaixo do alqueire, pois sem a luz da razão, a fé se enfraquece. (Ver cap. XIX, nº 7).
5 – Se a Providência, portanto, na sua prudente sabedoria, não revela a verdade senão gradualmente, é que a vai sempre desvelando, à medida que a Humanidade amadurece para recebê-la. Ela mantém a luz em reserva, e não debaixo do alqueire. Mas os homens que a possuem, em geral, só a ocultam do vulgo com a intenção de dominá-lo. São esses os que põem verdadeiramente a luz debaixo do alqueire. É assim que todas as religiões sempre tiveram os seus mistérios, cujo exame proíbem. Mas enquanto essas religiões se atrasavam, a ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. O povo que se tornou adulto pode assim penetrar o fundo das coisas, e então rejeitou na sua fé o que se mostrava contrário à observação. Não podem substituir mistérios absolutos nesse terreno, e Jesus está com a razão quando afirma que não há nada secreto que não deva ser conhecido. Tudo o que está oculto será descoberto um dia, e o que o homem ainda não pode compreender sobre a Terra, lhe será progressivamente revelado nos mundos mais adiantados, na proporção em que ele se purificar. Aqui na Terra, ainda se perde no nevoeiro.
6 – Pergunta-se que proveito o povo poderia tirar dessa infinidade de parábolas,cujo sentido estava oculto para ele. Deve notar-se que Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstrata, da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa da salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade. Assim, devia ser, porque se tratava de regra de conduta, regra que todos deviam compreender, para poderem observar. Era isso o essencial para a multidão ignorante, à qual se limitava a dizer: Eis o que é necessário para se ganhar o Reino dos Céus. Sobre outras questões, só desenvolvia os seus pensamentos para os discípulos. Estando eles mais adiantado, moral e intelectualmente, Jesus podia iniciá-los nos princípios mais abstratos. Foi por isso que disse: Ao que já tem, ainda mais se dará, e terá em abundância. (Ver cap. XVIII, nº 15). Não obstante, mesmo com os apóstolos, tratou de modo vago sobre muitos pontos, cuja inteligência completa estava reservada aos tempos futuros. Foram esses os pontos que deram lugar a diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, vieram revelar as novas leis da natureza, que tornaram compreensível o seu verdadeiro sentido.
7 – O Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos obscuros, mas não o faz inconsideravelmente. Os Espíritos procedem, nas suas instruções, com admirável prudência. É sucessiva e gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número e teria mesmo assustado aqueles que não se achavam preparados, o que seria prejudicial à sua propagação. Se os Espíritos, portanto, ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque a doutrina possua mistérios reservados aos privilegiados, nem que eles ponham a candeia debaixo do alqueire, mas por que cada coisa deve vir no tempo oportuno. Eles dão a cada idéia o tempo de amadurecer e se propagar, antes de apresentarem outra, e aos acontecimentos,o tempo de lhes preparar a aceitação.
NÃO PONHAIS A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE
“Ninguém acende uma lâmpada, e a esconde com alguma vasilha, ou põe debaixo da cama; põe-na sim, sobre um candeeiro, para que vejam a luz aqueles que entram. Porque não há nada de secreto que não venha a ser descoberto, nem nada oculto que não venha a ser conhecido e tornado público.” (Lucas, 8:16-17).
Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve pôr a luz debaixo do alqueire, ao mesmo tempo que se esconde a toda hora o sentido das suas palavras sob o véu de alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, entretanto, dizendo aos apóstolos: Eu lhes falo em parábolas, porque eles não estão em condições de compreender certas coisas; eles vêem, olham, ouvem e não compreendem certas coisas; assim dizer-lhes tudo, ao menos agora, seria inútil; mas a vós o digo, porque já vos é dado compreender esses mistérios.
Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve pôr a luz debaixo do alqueire, ao mesmo tempo que se esconde a toda hora o sentido das suas palavras sob o véu de alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, entretanto, dizendo aos apóstolos: Eu lhes falo em parábolas, porque eles não estão em condições de compreender certas coisas; eles vêem, olham, ouvem e não compreendem certas coisas; assim dizer-lhes tudo, ao menos agora, seria inútil; mas a vós o digo, porque já vos é dado compreender esses mistérios.
E procedia, portanto, para com o povo, como se faz com as crianças, cujas idéias ainda não se encontram desenvolvidas. Dessa maneira, indica-nos o verdadeiro sentido da máxima: “Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entram possam vê-la”. Ele não diz que tenhamos de revelar inconsideradamente todas as coisas, pois, todo o ensinamento deve ser proporcional à inteligência de quem o recebe, e porque há pessoas que uma luz muito viva pode ofuscar sem esclarecer.
Pergunta-se que proveito o povo poderia tirar dessa infinidade de parábolas, cujo sentido estava oculto para ele. Deve notar-se que Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstratas, da sua Doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa de salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade.
Pergunta-se que proveito o povo poderia tirar dessa infinidade de parábolas, cujo sentido estava oculto para ele. Deve notar-se que Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstratas, da sua Doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa de salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade.
Assim devia ser, porque se tratava de regra de conduta, regra que todos deviam compreender, para poderem observar. Era isso o essencial para a multidão ignorante, à qual se limitava a dizer: Eis o que é necessário para ganhar o Reino dos Céus. Sobre outras questões, só desenvolvia os seus pensamentos para os discípulos. Estando eles mais adiantados moral e intelectualmente, Jesus podia iniciá-los nos princípios mais abstratos. Foi por isso que disse: Ao que já tem, ainda mais se dará, e terá em abundância. (E.S.E., Cap. XVII, item 15).
Não obstante, mesmo com os apóstolos, tratou de modo vago sobre muitos pontos, cuja inteligência completa estava reservada aos tempos futuros. Foram esses os pontos que deram lugar a diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, vieram revelar as novas leis da natureza, que tornaram compreensível o seu verdadeiro sentido.
“Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo do módio, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa”. – Jesus (Mateus 5:15).
Muitos aprendizes interpretam semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática e desvelaram-se através de veementes discursos em toda parte. Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.
Em verdade, o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé. Nossa existência é a candeia viva. É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.
Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios; insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.
Não obstante, mesmo com os apóstolos, tratou de modo vago sobre muitos pontos, cuja inteligência completa estava reservada aos tempos futuros. Foram esses os pontos que deram lugar a diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, vieram revelar as novas leis da natureza, que tornaram compreensível o seu verdadeiro sentido.
“Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo do módio, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa”. – Jesus (Mateus 5:15).
Muitos aprendizes interpretam semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática e desvelaram-se através de veementes discursos em toda parte. Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.
Em verdade, o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé. Nossa existência é a candeia viva. É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.
Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios; insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Xavier, F. C - Fonte Viva
Xavier, F. C - Fonte Viva
A Candeia Debaixo Do Alqueire – Porque Fala Jesus Por Parábolas - ESE
1 – Nem os que acendem uma luzerna a metem debaixo do alqueire, mas põem-na sobre o candeeiro, a fim de que ela dê luz a todos os que estão na casa. (Mateus, V: 15).
2 – Ninguém, pois, acende uma luzerna e a cobre com alguma vasilha, ou a põe debaixo da cama; põe-na, sim, sobre um candeeiro, para que vejam a luz os que entram. Porque não há coisa encoberta, que não haja de ser manifestada; nem escondida, que não haja de saber-se e fazer-se pública. (Lucas, VIII: 16-17).
3 – E chegando-se a ele os discípulos lhe disseram: Por que razão lhes falas tu por parábola? Ele, respondendo, lhes disse: Porque a vós outro vos é dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso é que eu lhes falo em parábolas; porque eles vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Vós ouvireis com os ouvidos, e não escutareis; e olhareis com os olhos, e não vereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam no coração, e se convertam, e eu os sare. (Mateus, XIII: 10-15)
4 – Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve por a luz debaixo do alqueire, ao mesmo tempo em que esconde a toda hora o sentido das suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, entretanto, dizendo aos apóstolos: Eu lhes falo em parábolas, porque eles não estão em condições de compreender certas coisas; eles vêem, olham, ouvem e não compreendem; assim, dizer-lhes tudo, ao menos agora seria inútil; mas a vós o digo, porque já vos é dado compreender esses mistérios. Ele procedia, portanto, para com o povo, como se faz com as crianças, cujas idéias ainda não se encontram desenvolvidas. Dessa maneira, indica-nos o verdadeiro sentido da máxima: “Não se deve por a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entram possam vê-la”. Ela não diz que tenhamos de revelar inconsideravelmente todas as coisas, pois, todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência de quem o recebe, e porque há pessoas que uma luz muito viva pode ofuscar sem esclarecer.
Acontece com os homens, em geral, o mesmo que com os indivíduos. As gerações passam também pela infância, pela juventude e pela madureza. Cada coisa deve vir a seu tempo, pois a sementeira lançada a terra, fora de tempo, não produz. Mas aquilo que a prudência manda calar momentaneamente, cedo ou tarde deve ser descoberto, porque chegando a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; a obscuridade lhes pesa. Como Deus lhes deu a inteligência para compreenderem e se guiarem, entre as coisas da Terra e do céu, eles querem racionalizar a sua fé. É então que não se deve por a candeia debaixo do alqueire, pois sem a luz da razão, a fé se enfraquece. (Ver cap. XIX, nº 7).
5 – Se a Providência, portanto, na sua prudente sabedoria, não revela a verdade senão gradualmente,é que a vai sempre desvelando, à medida que a Humanidade amadurece para recebê-la. Ela mantém a luz em reserva, e não debaixo do alqueire. Mas os homens que a possuem, em geral, só a ocultam do vulgo com a intenção de dominá-lo. São esses os que põem verdadeiramente a luz debaixo do alqueire. É assim que todas as religiões sempre tiveram os seus mistérios, cujo exame proíbem. Mas enquanto essas religiões se atrasavam, a ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. O povo que se tornou adulto pode assim penetrar o fundo das coisas, e então rejeitou na sua fé o que se mostrava contrário à observação.
Não podem substituir mistérios absolutos nesse terreno, e Jesus está com a razão quando afirma que não há nada secreto que não deva ser conhecido. Tudo o que está oculto será descoberto um dia, e o que o homem ainda não pode compreender sobre a Terra, lhe será progressivamente revelado nos mundos mais adiantados, na proporção em que ele se purificar. Aqui na Terra, ainda se perde no nevoeiro.
6 – Pergunta-se que proveito o povo poderia tirar dessa infinidade de parábolas,cujo sentido estava oculto para ele. Deve notar-se que Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstrata, da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa da salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade. Assim, devia ser, porque se tratava de regra de conduta, regra que todos deviam compreender, para poderem observar. Era isso o essencial para a multidão ignorante, à qual se limitava a dizer: Eis o que é necessário para se ganhar o Reino dos Céus. Sobre outras questões, só desenvolvia os seus pensamentos para os discípulos. Estando eles mais adiantado, moral e intelectualmente, Jesus podia iniciá-los nos princípios mais abstratos. Foi por isso que disse: Ao que já tem, ainda mais se dará, e terá em abundância. (Ver cap. XVIII, nº 15).
Não obstante, mesmo com os apóstolos, tratou de modo vago sobre muitos pontos, cuja inteligência completa estava reservada aos tempos futuros. Foram esses os pontos que deram lugar a diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, vieram revelar as novas leis da natureza, que tornaram compreensível o seu verdadeiro sentido.
7 – O Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos obscuros, mas não o faz inconsideravelmente. Os Espíritos procedem, nas suas instruções, com admirável prudência. É sucessiva e gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número e teria mesmo assustado aqueles que não se achavam preparados, o que seria prejudicial à sua propagação. Se os Espíritos, portanto, ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque a doutrina possua mistérios reservados aos privilegiados, nem que eles ponham a candeia debaixo do alqueire, mas por que cada coisa deve vir no tempo oportuno. Eles dão a cada idéia o tempo de amadurecer e se propagar, antes de apresentarem outra, e aos acontecimentos,o tempo de lhes preparar a aceitação.
Não coloqueis a candeia sob o alqueire - Ari
Mesmo nos tempos da eletrônica, não perde a mensagem evangélica o seu vigor, bastando mudar as alusões a uma sociedade rural antiga, para a linguagem atual. Não se acende um foco de luz para escondê-lo mas sim para colocá-lo onde todos possam vê-lo e beneficiar-se da sua claridade.
A utilização das parábolas, quando Jesus ensinava não só aos ilustrados mas também aos camponeses, artesãos e pescadores, era um recurso para gravar no coração e na mente, mesmo dos mais simples, as mensagens que correspondiam à chegada de uma nova era na senda evolutiva da Humanidade. Assim, abrangem as parábolas quase todos os problemas humanos, sob os mais variados ângulos. Cabe a cada geração traduzi-las no contexto da sua época, pois as formas e comparações mudam, mantendo-se a essência espiritual e moral dos ensinamentos adequados ao estágio inaugurado pela descida do Cristo planetário, há dois mil anos, que ainda não se completou.
A revelação da verdade universal é gradual, dependendo do esforço dos homens, ao promoverem o contínuo progresso das ciências, da cultura, da filosofia. A face religiosa do ser humano é, assim, condicionada pelo acréscimo dos conhecimentos, já que a fé não conflita com a razão. Tendo os homens recebido de Deus a inteligência para compreender e para guiar-se nas coisas da Terra e do Céu, eles querem racionalizar a fé.
A revelação da verdade universal é gradual, dependendo do esforço dos homens, ao promoverem o contínuo progresso das ciências, da cultura, da filosofia. A face religiosa do ser humano é, assim, condicionada pelo acréscimo dos conhecimentos, já que a fé não conflita com a razão. Tendo os homens recebido de Deus a inteligência para compreender e para guiar-se nas coisas da Terra e do Céu, eles querem racionalizar a fé.
É então que não se deve ocultar a candeia debaixo do alqueire, porque sem a luz da razão a fé se enfraquece. As religiões tiveram os seus mistérios, procurando reservá-los aos seus sacerdotes e iniciados, que muitas os usaram como instrumento de dominação. Mas a Providência superior revela as verdades à medida que a Humanidade está amadurecida para recebê-las. Em muitos momentos da História estiveram as religiões em descompasso com a inteligência e a ciência, provocando em algumas mentes a descrença e o ateísmo.
Mas o inexorável avanço dos conhecimentos acaba por levantar os véus dos mistérios, conciliando a fé com a razão, a religiosidade com a ciência. Até os mecanismos de comunicação do mundo espiritual com os seres encarnados são ampliados com os avanços da tecnologia. Atualmente, desenvolve-se a psicotrônica, que consiste na utilização de equipamentos eletrônicos na transmissão direta de imagens e vozes dos entes desencarnados.
Devemos considerar, no entanto, que existem conhecimentos doutrinários mais abstratos e complexos, que eram tratados pelo Mestre com os seus discípulos, mais adiantados moral e intelectualmente, daí ter dito que "aos que já têm será dado ainda mais." Em todos os casos, qualquer que seja o grau da revelação do saber, há um padrão incontornável que afere a qualidade desses conhecimentos: eles estarão sempre submetidos à sua utilização para o bem, para o adiantamento moral, revestindo-se da caridade para com o próximo e da humildade.
Nos primórdios da difusão da doutrina do Cristo, disse ele aos apóstolos que buscassem primeiro os judeus, o que correpondia ao contexto histórico escolhido pela Providência, numa época em que o paganismo e a barbárie dominavam os demais povos. O passo seguinte foi a pregação aos gentios, ampliando o seu raio de disseminação, dando um caráter geral à mensagem renovadora. Como lembra Kardec, naquele tempo a Casa de Israel era um pequeno povo, os gentios eram os povos circunjacentes.
Devemos considerar, no entanto, que existem conhecimentos doutrinários mais abstratos e complexos, que eram tratados pelo Mestre com os seus discípulos, mais adiantados moral e intelectualmente, daí ter dito que "aos que já têm será dado ainda mais." Em todos os casos, qualquer que seja o grau da revelação do saber, há um padrão incontornável que afere a qualidade desses conhecimentos: eles estarão sempre submetidos à sua utilização para o bem, para o adiantamento moral, revestindo-se da caridade para com o próximo e da humildade.
Nos primórdios da difusão da doutrina do Cristo, disse ele aos apóstolos que buscassem primeiro os judeus, o que correpondia ao contexto histórico escolhido pela Providência, numa época em que o paganismo e a barbárie dominavam os demais povos. O passo seguinte foi a pregação aos gentios, ampliando o seu raio de disseminação, dando um caráter geral à mensagem renovadora. Como lembra Kardec, naquele tempo a Casa de Israel era um pequeno povo, os gentios eram os povos circunjacentes.
Hoje, as idéias se universalizam, a nova luz não é privilégio de nenhuma nação, não existindo mais barreiras, tendo ela seu foco em toda parte. No seu tempo, desafiava Jesus aos que colocavam fora do círculo dos que eram aceitos, os pecadores e os que exerciam profissões consideradas como impuras.
Dizia ele que não são os que gozam boa saúde mas os doentes que têm necessidade de médico. Ele se dirigia especialmente aos pobres e aos deserdados, porque são eles que têm maior necessidade de consolações; aos cegos humildes que pediam para ver e não aos orgulhosos que pensam possuir toda luz e não precisar de nada.
Hoje, essas dúvidas também existem na prática do Espiritismo. Discute-se a extensão que a faculdade mediúnica alcança, achando alguns que a mediunidade é concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela. Esclareça-se, no entanto, que a mediunidade resulta duma disposição orgânica da qual qualquer ser humano pode ser dotado, embora, como qualquer atributo, fica subordinado às leis cármicas. Em todo caso, Deus dá aos homens faculdades, mas deixa-os livres para usá-las, punindo aqueles que abusam delas.
Hoje, essas dúvidas também existem na prática do Espiritismo. Discute-se a extensão que a faculdade mediúnica alcança, achando alguns que a mediunidade é concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela. Esclareça-se, no entanto, que a mediunidade resulta duma disposição orgânica da qual qualquer ser humano pode ser dotado, embora, como qualquer atributo, fica subordinado às leis cármicas. Em todo caso, Deus dá aos homens faculdades, mas deixa-os livres para usá-las, punindo aqueles que abusam delas.
A mediunidade é dada em grande escala, sem distinção, a fim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes sociais, aos pobres como aos ricos. É necessário advertir que a mediunidade não implica necessariamente em relações habituais com os Espíritos superiores, mas é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento às entidades em geral. O bom médium não é aquele que se comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e é assistido por eles. É nesse sentido que a excelência das qualidades morais é da maior importância na mediunidade.
O Evangelho fala também da necessária coragem para assumir diante dos homens a sua fé, afirmando que os que tiverem medo de se confessar discípulos da verdade não serão dignos de ser admitidos no reino da verdade. Aqui, como em tudo o mais, o MÉRITO existem em razão das circunstâncias e da importância do resultado.
Isto leva ao entendimento de que, considerando a universalidade das verdades espirituais, as afirmações de fé não podem ser objeto de posições sectárias nem provocar divisionismo nem disputas religiosas. Valem a compreensão e a difusão dos ensinos superiores no contexto das circunstâncias e o esforço da prática de uma elevada moral, pois a melhor predição é a que resulta do exemplo elevado.
Os que sacrificam os bens celestes aos gozos terrenos, já receberam aqui a sua recompensa. Os que suportam corajosamente as tribulações que sua fé lhes provoca, lutando pelo triunfo da verdade, receberão na vida futura o preço da sua coragem, da sua perseverança e da sua abnegação.
Baruch Ben Ari
A CANDEIA E O ALQUEIRE - Gregório
Sérgio Biagi Gregório
1. INTRODUÇÃO
O objetivo desta exposição é mostrar que a transmissão do conhecimento deve ser proporcional à compreensão do ouvinte. Nesse sentido esta peça oratória analisará, sob a ótica espírita, o significado e o endereço bíblico das palavras candeia e alqueire, o contexto histórico dos Evangelhos, o problema do conhecimento e a pedagogia de Jesus.
2. ENDEREÇO BÍBLICO
"Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na casa". (São Mateus, cap. V., v. 15)
"Não há ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou a coloque sob uma cama; mas a põe sobre o candeeiro a fim de que aqueles que entrem veja a luz; porque não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada de oculto que não deva ser conhecido e manifestar-se publicamente". (São Lucas, cap. VIII, v. 16 e 17)
"Seus discípulos, se aproximando, disseram-lhe: por que lhes falais por parábolas? E, lhes respondendo, disse: porque, para vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, para eles, não foi dado. Eu lhes falo por parábolas, porque vendo não vêem, e escutando não ouvem nem compreendem. E a profecia de Isaías se cumprirá neles quando disse: vós escutareis com vossos ouvidos e não ouvireis; olhareis com vossos olhos e não vereis. Porque o coração deste povo está entorpecido e seus ouvidos tornaram-se surdos, e eles fecharam seus olhos de medo que seus olhos não vejam, que seus ouvidos não ouçam, que seu coração não compreenda, e que, estando convertidos, eu não os curasse". (São Mateus, cap. XIII, v. de 10 a 15) (Kardec, 1984, p.283)
3. O SIGNIFICADO DOS TERMOS
Candeia - do lat. candela, "vela de sebo ou de cera" - significa pequeno aparelho de iluminação, que se suspende por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida, e de emprego em casas pobres.
Alqueire - do ár. al-kail -, antiga medida de capacidade para secos e líquidos, variável de terra para terra. Na Europa correspondia, pouco mais ou menos a 13 litros; na China, entre 10 e 31 litros. No Brasil, medida agrária que varia de acordo com a região: 48.400m2 (Rj, Go e Mg) e 24.400m2 (SP)
O uso simbólico do alqueire deve-se essencialmente a seu emprego pelas sociedades secretas: a idéia básica é tirar o que está oculto debaixo, mais propriamente, o que está no interior. Para isso, colocavam arroz vermelho, alimento da imortalidade, dentro do alqueire. E, se o alqueire contém esse alimento, é por causa da potência da luz, ou do conhecimento. Refere-se, também, à mitologia, em que o deus irlandês, Diancecht mata o seu filho Miach (alqueire). A filha de Diancecht, chamada Airmed, classificou as trezentas e sessenta e cinco plantas que cresceram sobre o túmulo de seu irmão, Miach. Diancecht, entretanto, colocou-os novamente em desordem, a fim de que ninguém pudesse utilizá-las. Miach (alqueire) simboliza a medida de equilíbrio cósmico, e Diancecht mata o próprio filho porque o conhecimento das plantas não deve ser divulgado. Ele põe esse conhecimento "debaixo do alqueire". (Chevalier, 1992)
4. CONTEXTO HISTÓRICO DOS EVANGELHOS
4.1. O EVANGELHO DE JESUS
A palavra evangelho, do grego euangélion, quer dizer "boa-notícia". O sentido mais antigo está relacionado com a gorjeta que se dava aos que traziam "boas-notícias". Nas cidades gregas, falava-se do Evangelho quando ecoava a notícia de uma vitória militar ou do nascimento do filho de um rei, de um imperador. Unia-se aos cânticos e às cerimônias festivas, dando uma conotação de alegria.
No Velho Testamento, Deus comunica os seus anúncios de alegria aos patriarcas, a Moisés, aos chefes e aos profetas de seu povo.
No Novo Testamento, Deus dá o maior dos "anúncios", o anúncio de Jesus. O Evangelho torna-se então "o alegre anúncio" da vinda do Cristo salvador e a proclamação da sua missão. (Battaglia, 1984, p.19 a 21)
4.2. O JUDAÍSMO E O IMPÉRIO ROMANO
O judaísmo compreende as leis, costumes, práticas religiosas peculiares aos judeus a partir do cativeiro da Babilônia.
O povo judeu, ao qual Jesus e os apóstolos pertenciam fazia parte do grande império romano que estendia as asas das suas águias do Atlântico ao Índico. O jugo romano, porém, pesava de modo especial sobre a Palestina ao contrário dos outros povos.
"O ambiente histórico, em que o Evangelho nasceu, é o do judaísmo, formado e alimentado pelos livros sacros do Antigo Testamento, condicionado pelos acontecimentos históricos, pelas instituições nas quais se encontrou inserido e pelas correntes religiosas que o especificaram.
Embora o Cristianismo seja uma religião revelada, diferente da judaica, apareceu historicamente como continuação e aperfeiçoamento da revelação dada por Deus ao povo de Israel. Jesus era um judeu, que nasceu e viveu na Palestina. Os apóstolos eram todos da sua gente e da sua religião. Os primeiros ouvintes do Evangelho e os primeiros convertidos eram adoradores do Deus de Israel e seguidores da legislação mosaica". (Battaglia, 1984, p. 118)
5. O PROBLEMA DO CONHECIMENTO
5.1. CONCEITO DE CONHECIMENTO
"No conhecimento encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre esses dois elementos, que nela permanecem eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento". (Hessen, 1968, p. 26)
Desta forma:
- conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade.
- damos o nome de conhecimento à posse deste pensamento que concorda com a realidade.
- concordância do pensamento com a realidade, chamamos verdade.
5.2. TIPOS DE CONHECIMENTO
Conhecimento "folk", que é o processo pelo qual adquirimos conhecimento ao longo da vida quotidiana e através dos relacionamentos comuns na família, entre amigos, no grupo de iguais etc. Seu defeito maior é a dificuldade de ser acumulado, pois existe apenas nas cabeças dos viventes. Pode desfazer-se com uma simples epidemia.
Conhecimento literário, processo de conhecimento envolvendo o uso da escrita ou outras formas de registro de informações. Começou a partir mais ou menos do ano 3.000 a. C. e dura até os dias atuais. Isso veio tornar o problema da transmissão do estoque de conhecimentos de uma geração para a outra muito mais fácil e permitir maior especialização, visto que o estoque de conhecimentos não ficava confinado ao que uma cabeça individual pode guardar.
O conhecimento científico pode ser apontado como o terceiro processo de produzir conhecimento, e tem sido o característico dos últimos 300 anos. damo-lhe o nome de ciência. O progresso do conhecimento produzido por esse movimento praticamente dobrou a duração da vida humana, lançou o homem no espaço, explorou toda a superfície da Terra, liberou enorme fontes de energia, criou materiais inteiramente novos e provocou enorme acréscimo de produtividade e de riqueza. (Boulding, 1974, p. 12 a 15)
Conhecimento filosófico, como processo de autoconhecimento do homem. A maiêutica socrática encontra-se atualíssima na era moderna.
Conhecimento religioso, como processo de relacionamento entre criatura e criador, consubstanciando na Revelação, na intuição e outras formas.
5.3. A LINGUAGEM SIMBÓLICA
No símbolo, a pessoa se expressa. No símbolo a pessoa é conhecida. No símbolo encontra-se com outra no plano da comunicação e da confidência que une dois seres pessoais. Foi por isso, que, com razão, já se definiu o homem como um ser simbólico.
Toda a cultura é uma produção de símbolos dos quais os homens se expressam, se comunicam e se trocam a riqueza interior. (Idígoras, 1983)
A palavra símbolo presta-se a muitas significações. Confundimo-la com a metáfora, a alegoria, a parábola, o apólogo etc. Há, até um matéria filosófica, denominada simbólica, que estuda a gênese, o desenvolvimento, a vida, a morte e a ressurreição do símbolo.
Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, precisamos extrair a essência daquilo que ele deixou velado, ou seja, a simbologia de sua linguagem.
6. A PEDAGOGIA DE JESUS
6.1. EDUCAÇÃO
A educação é um processo lento. O amadurecimento do ser requer consideração, reflexão e ponderação constantes. Por sua própria natureza, a educação é um diálogo. Através desse diálogo, as gerações mais experimentadas transmitem às mais jovens a riqueza de seus conhecimentos e vivências. Cristo é o grande educador da humanidade. Para educar o povo, recorreu à pedagogia da época: parábolas, hipérboles gráficas e alegorias.
6.2. AS PARÁBOLAS
Parábola é um relato que possui sentido próprio, destinado , porém, a sugerir, além desse sentido imediato, uma lição moral.
No fundo do parabole grego há a idéia de comparação, enigma, curiosidade.
As parábolas evangélicas contadas por Jesus são imagens tomadas das realidades terrestres para serem sinais das realidades reveladas por Deus. Elas precisam de uma explicação mais profunda.
O conhecimento exotérico e o conhecimento esotérico estão implícitos nas parábolas. O conhecimento exotérico refere-se à exposição que Jesus fazia publicamente, enquanto o conhecimento esotérico, refere-se às explicações que Jesus dava aos apóstolos, em particular.
6.3. O MISTÉRIO DO REINO DOS CÉUS
Mistério - do grego mysterion evoca a idéia de coisa secreta. É um dogma religioso cuja compreensão está acima da razão humana. Pode ser, também, o ensinamento dado à parte aos iniciados em uma doutrina ou religião. Temos, assim, o mistério eleusíaco, o mistério órfico, o mistério da encarnação, o mistério da Santíssima Trindade etc.
Reino dos Céus - é uma realidade misteriosa que só Jesus pode dar a conhecer. Jesus revela o reino dos céus às crianças, aos humildes e aos pobres de espírito. Nega-o, porém, aos prudentes. (Leon-Dufour, 1972)
7. A CANDEIA, O ALQUEIRE E O ESPIRITISMO
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, com o auxílio dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios valiosos para a interpretação desta e de outras passagens evangélicas. Analisemos, pois:
reino dos céus - não é um lugar circunscrito, nem governo ou Estado; é o governo do cada um pela obediência às leis naturais, inscritas por Deus em nossa consciência.
o falar por parábolas - Jesus falava, exotericamente, de modo obscuro, somente com relação aos aspectos mais abstratos de sua doutrina; quanto à caridade, falava claramente. Com os apóstolos, mais aptos a compreender o alcance de sua doutrina, falava mais abertamente. E, mesmo com estes, não disse tudo.
o mistério - é um instrumento valioso para as religiões, pois seus propagadores não podem fornecer uma luz mais intensa do que aquela que os seus adeptos possam absorver. Observe que a Ciência, descobrindo novas leis da natureza, já elucidou mistérios. Por isso, a necessidade da constante atualização dos conhecimentos.
"O Espiritismo vem hoje lançar luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideravelmente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessivamente e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-la sair da sombra". (Kardec, 1984, p. 285)
8. CONCLUSÃO
Todos podemos ser os arautos do Senhor. O Espiritismo nada inventou, apenas facilitou a nossa compreensão das verdades eternas. Cabe-nos, portanto, não só estudar os princípios fundamentais da doutrina, como também, penetrar no âmago do psiquismo humano. Tal empreendimento auxiliar-nos-á eficazmente no sentido de transmitirmos o conhecimento espiritual de acordo com a capacidade de entendimento daqueles que nos ouvem.
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BATTAGLIA, 0. Introdução aos Evangelhos - Um Estudo Histórico-crítico. Rio de Janeiro, Vozes, 1984.
BOULDING, K. E. O Impacto das Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números) . 6. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1992.
HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. 4. ed., Coimbra, Armênio Amado, 1968.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.
LEON-DUFOUR, X. e OUTROS. Vocabulário de Teologia Bíblica. Rio de Janeiro, Vozes, 1972.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo desta exposição é mostrar que a transmissão do conhecimento deve ser proporcional à compreensão do ouvinte. Nesse sentido esta peça oratória analisará, sob a ótica espírita, o significado e o endereço bíblico das palavras candeia e alqueire, o contexto histórico dos Evangelhos, o problema do conhecimento e a pedagogia de Jesus.
2. ENDEREÇO BÍBLICO
"Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na casa". (São Mateus, cap. V., v. 15)
"Não há ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou a coloque sob uma cama; mas a põe sobre o candeeiro a fim de que aqueles que entrem veja a luz; porque não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada de oculto que não deva ser conhecido e manifestar-se publicamente". (São Lucas, cap. VIII, v. 16 e 17)
"Seus discípulos, se aproximando, disseram-lhe: por que lhes falais por parábolas? E, lhes respondendo, disse: porque, para vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, para eles, não foi dado. Eu lhes falo por parábolas, porque vendo não vêem, e escutando não ouvem nem compreendem. E a profecia de Isaías se cumprirá neles quando disse: vós escutareis com vossos ouvidos e não ouvireis; olhareis com vossos olhos e não vereis. Porque o coração deste povo está entorpecido e seus ouvidos tornaram-se surdos, e eles fecharam seus olhos de medo que seus olhos não vejam, que seus ouvidos não ouçam, que seu coração não compreenda, e que, estando convertidos, eu não os curasse". (São Mateus, cap. XIII, v. de 10 a 15) (Kardec, 1984, p.283)
3. O SIGNIFICADO DOS TERMOS
Candeia - do lat. candela, "vela de sebo ou de cera" - significa pequeno aparelho de iluminação, que se suspende por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida, e de emprego em casas pobres.
Alqueire - do ár. al-kail -, antiga medida de capacidade para secos e líquidos, variável de terra para terra. Na Europa correspondia, pouco mais ou menos a 13 litros; na China, entre 10 e 31 litros. No Brasil, medida agrária que varia de acordo com a região: 48.400m2 (Rj, Go e Mg) e 24.400m2 (SP)
O uso simbólico do alqueire deve-se essencialmente a seu emprego pelas sociedades secretas: a idéia básica é tirar o que está oculto debaixo, mais propriamente, o que está no interior. Para isso, colocavam arroz vermelho, alimento da imortalidade, dentro do alqueire. E, se o alqueire contém esse alimento, é por causa da potência da luz, ou do conhecimento. Refere-se, também, à mitologia, em que o deus irlandês, Diancecht mata o seu filho Miach (alqueire). A filha de Diancecht, chamada Airmed, classificou as trezentas e sessenta e cinco plantas que cresceram sobre o túmulo de seu irmão, Miach. Diancecht, entretanto, colocou-os novamente em desordem, a fim de que ninguém pudesse utilizá-las. Miach (alqueire) simboliza a medida de equilíbrio cósmico, e Diancecht mata o próprio filho porque o conhecimento das plantas não deve ser divulgado. Ele põe esse conhecimento "debaixo do alqueire". (Chevalier, 1992)
4. CONTEXTO HISTÓRICO DOS EVANGELHOS
4.1. O EVANGELHO DE JESUS
A palavra evangelho, do grego euangélion, quer dizer "boa-notícia". O sentido mais antigo está relacionado com a gorjeta que se dava aos que traziam "boas-notícias". Nas cidades gregas, falava-se do Evangelho quando ecoava a notícia de uma vitória militar ou do nascimento do filho de um rei, de um imperador. Unia-se aos cânticos e às cerimônias festivas, dando uma conotação de alegria.
No Velho Testamento, Deus comunica os seus anúncios de alegria aos patriarcas, a Moisés, aos chefes e aos profetas de seu povo.
No Novo Testamento, Deus dá o maior dos "anúncios", o anúncio de Jesus. O Evangelho torna-se então "o alegre anúncio" da vinda do Cristo salvador e a proclamação da sua missão. (Battaglia, 1984, p.19 a 21)
4.2. O JUDAÍSMO E O IMPÉRIO ROMANO
O judaísmo compreende as leis, costumes, práticas religiosas peculiares aos judeus a partir do cativeiro da Babilônia.
O povo judeu, ao qual Jesus e os apóstolos pertenciam fazia parte do grande império romano que estendia as asas das suas águias do Atlântico ao Índico. O jugo romano, porém, pesava de modo especial sobre a Palestina ao contrário dos outros povos.
"O ambiente histórico, em que o Evangelho nasceu, é o do judaísmo, formado e alimentado pelos livros sacros do Antigo Testamento, condicionado pelos acontecimentos históricos, pelas instituições nas quais se encontrou inserido e pelas correntes religiosas que o especificaram.
Embora o Cristianismo seja uma religião revelada, diferente da judaica, apareceu historicamente como continuação e aperfeiçoamento da revelação dada por Deus ao povo de Israel. Jesus era um judeu, que nasceu e viveu na Palestina. Os apóstolos eram todos da sua gente e da sua religião. Os primeiros ouvintes do Evangelho e os primeiros convertidos eram adoradores do Deus de Israel e seguidores da legislação mosaica". (Battaglia, 1984, p. 118)
5. O PROBLEMA DO CONHECIMENTO
5.1. CONCEITO DE CONHECIMENTO
"No conhecimento encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre esses dois elementos, que nela permanecem eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento". (Hessen, 1968, p. 26)
Desta forma:
- conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade.
- damos o nome de conhecimento à posse deste pensamento que concorda com a realidade.
- concordância do pensamento com a realidade, chamamos verdade.
5.2. TIPOS DE CONHECIMENTO
Conhecimento "folk", que é o processo pelo qual adquirimos conhecimento ao longo da vida quotidiana e através dos relacionamentos comuns na família, entre amigos, no grupo de iguais etc. Seu defeito maior é a dificuldade de ser acumulado, pois existe apenas nas cabeças dos viventes. Pode desfazer-se com uma simples epidemia.
Conhecimento literário, processo de conhecimento envolvendo o uso da escrita ou outras formas de registro de informações. Começou a partir mais ou menos do ano 3.000 a. C. e dura até os dias atuais. Isso veio tornar o problema da transmissão do estoque de conhecimentos de uma geração para a outra muito mais fácil e permitir maior especialização, visto que o estoque de conhecimentos não ficava confinado ao que uma cabeça individual pode guardar.
O conhecimento científico pode ser apontado como o terceiro processo de produzir conhecimento, e tem sido o característico dos últimos 300 anos. damo-lhe o nome de ciência. O progresso do conhecimento produzido por esse movimento praticamente dobrou a duração da vida humana, lançou o homem no espaço, explorou toda a superfície da Terra, liberou enorme fontes de energia, criou materiais inteiramente novos e provocou enorme acréscimo de produtividade e de riqueza. (Boulding, 1974, p. 12 a 15)
Conhecimento filosófico, como processo de autoconhecimento do homem. A maiêutica socrática encontra-se atualíssima na era moderna.
Conhecimento religioso, como processo de relacionamento entre criatura e criador, consubstanciando na Revelação, na intuição e outras formas.
5.3. A LINGUAGEM SIMBÓLICA
No símbolo, a pessoa se expressa. No símbolo a pessoa é conhecida. No símbolo encontra-se com outra no plano da comunicação e da confidência que une dois seres pessoais. Foi por isso, que, com razão, já se definiu o homem como um ser simbólico.
Toda a cultura é uma produção de símbolos dos quais os homens se expressam, se comunicam e se trocam a riqueza interior. (Idígoras, 1983)
A palavra símbolo presta-se a muitas significações. Confundimo-la com a metáfora, a alegoria, a parábola, o apólogo etc. Há, até um matéria filosófica, denominada simbólica, que estuda a gênese, o desenvolvimento, a vida, a morte e a ressurreição do símbolo.
Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, precisamos extrair a essência daquilo que ele deixou velado, ou seja, a simbologia de sua linguagem.
6. A PEDAGOGIA DE JESUS
6.1. EDUCAÇÃO
A educação é um processo lento. O amadurecimento do ser requer consideração, reflexão e ponderação constantes. Por sua própria natureza, a educação é um diálogo. Através desse diálogo, as gerações mais experimentadas transmitem às mais jovens a riqueza de seus conhecimentos e vivências. Cristo é o grande educador da humanidade. Para educar o povo, recorreu à pedagogia da época: parábolas, hipérboles gráficas e alegorias.
6.2. AS PARÁBOLAS
Parábola é um relato que possui sentido próprio, destinado , porém, a sugerir, além desse sentido imediato, uma lição moral.
No fundo do parabole grego há a idéia de comparação, enigma, curiosidade.
As parábolas evangélicas contadas por Jesus são imagens tomadas das realidades terrestres para serem sinais das realidades reveladas por Deus. Elas precisam de uma explicação mais profunda.
O conhecimento exotérico e o conhecimento esotérico estão implícitos nas parábolas. O conhecimento exotérico refere-se à exposição que Jesus fazia publicamente, enquanto o conhecimento esotérico, refere-se às explicações que Jesus dava aos apóstolos, em particular.
6.3. O MISTÉRIO DO REINO DOS CÉUS
Mistério - do grego mysterion evoca a idéia de coisa secreta. É um dogma religioso cuja compreensão está acima da razão humana. Pode ser, também, o ensinamento dado à parte aos iniciados em uma doutrina ou religião. Temos, assim, o mistério eleusíaco, o mistério órfico, o mistério da encarnação, o mistério da Santíssima Trindade etc.
Reino dos Céus - é uma realidade misteriosa que só Jesus pode dar a conhecer. Jesus revela o reino dos céus às crianças, aos humildes e aos pobres de espírito. Nega-o, porém, aos prudentes. (Leon-Dufour, 1972)
7. A CANDEIA, O ALQUEIRE E O ESPIRITISMO
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, com o auxílio dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios valiosos para a interpretação desta e de outras passagens evangélicas. Analisemos, pois:
reino dos céus - não é um lugar circunscrito, nem governo ou Estado; é o governo do cada um pela obediência às leis naturais, inscritas por Deus em nossa consciência.
o falar por parábolas - Jesus falava, exotericamente, de modo obscuro, somente com relação aos aspectos mais abstratos de sua doutrina; quanto à caridade, falava claramente. Com os apóstolos, mais aptos a compreender o alcance de sua doutrina, falava mais abertamente. E, mesmo com estes, não disse tudo.
o mistério - é um instrumento valioso para as religiões, pois seus propagadores não podem fornecer uma luz mais intensa do que aquela que os seus adeptos possam absorver. Observe que a Ciência, descobrindo novas leis da natureza, já elucidou mistérios. Por isso, a necessidade da constante atualização dos conhecimentos.
"O Espiritismo vem hoje lançar luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideravelmente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessivamente e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-la sair da sombra". (Kardec, 1984, p. 285)
8. CONCLUSÃO
Todos podemos ser os arautos do Senhor. O Espiritismo nada inventou, apenas facilitou a nossa compreensão das verdades eternas. Cabe-nos, portanto, não só estudar os princípios fundamentais da doutrina, como também, penetrar no âmago do psiquismo humano. Tal empreendimento auxiliar-nos-á eficazmente no sentido de transmitirmos o conhecimento espiritual de acordo com a capacidade de entendimento daqueles que nos ouvem.
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BATTAGLIA, 0. Introdução aos Evangelhos - Um Estudo Histórico-crítico. Rio de Janeiro, Vozes, 1984.
BOULDING, K. E. O Impacto das Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números) . 6. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1992.
HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. 4. ed., Coimbra, Armênio Amado, 1968.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.
LEON-DUFOUR, X. e OUTROS. Vocabulário de Teologia Bíblica. Rio de Janeiro, Vozes, 1972.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
As Parábolas de Jesus
Palestrante: Pedro Vieira
Rio de Janeiro
07/12/2001
Rio de Janeiro
07/12/2001
Organizadores da Palestra:
Moderador: "M_Alves" (nick: [Moderador])
"Médium digitador": "Pedro Vieira" (nick: Pedro_Vieira)
Oração Inicial:
<_Alves_> Pai Amado! Em Teu nome estamos reunidos neste recanto virtual. Para que possamos receber um pouco da Luz que enviaste através de Teus mensageiros. Possamos, Ó Pai, assimilarmos as lições. E, acima de tudo, colocá-las em prática em nosso dia-a-dia. Que os bons espíritos nos envolvam e nos protejam abrindo as nossas mentes, Iluminando os nossos corações e amparando o nosso expositor. Sê conosco, Senhor, agora e sempre. Que assim seja. (t)
Apresentação do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Meu nome é Pedro Vieira, sou espírita e colaboro no Centro Espírita Cristófilos, no Rio de Janeiro, como médium, palestrante e evangelizador infantil, além de com o IRC-Espiritismo nas atividades desenvolvidas pela Internet. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Primeiramente desejo a todos os companheiros e amigos uma noite recheada de paz e de lembranças de amor e carinho na figura de nosso amado Jesus. É nessa figura que nos centraremos no encaminhar de nossos estudos da noite, em sua doação ao mundo, em seu papel frente a cada um de nós, em sua inserção humana, mas principalmente espiritual. Iniciemos.
Em O Livro dos Médiuns, Parte II, Capítulo XIX, item 225, último parágrafo, os Espíritos Erasto e Timóteo nos esclarecem: "Conforme acima dissemos, os Espíritos não precisam vestir seus pensamentos; eles os percebem e transmitem, reciprocamente, pelo só fato de os pensamentos existirem neles. Os seres corpóreos, ao contrário, só podem perceber os pensamentos, quando revestidos. (...)
Enquanto que a letra, a palavra, o substantivo, o verbo, a frase, em suma, vos são necessários para perceberdes, mesmo mentalmente, as idéias, nenhuma forma visível ou tangível nos é necessária a nós.” (Erasto e Timóteo)
Vemos claramente, portanto, que a convenção da "palavra" humana é uma forma imperfeita de interpretação do pensamento do Espírito encarnado, que transcende e muito os sentidos conforme os conhecemos. "Símbolo" origina-se do grego "symbolon", um sinal de reconhecimento. Na Grécia antiga, quando dois amigos se separavam, quebravam uma moeda, um pequeno prato de argila, um anel, ou ainda a metade de uma concha de madrepérola. Quando o amigo ou alguém de sua família voltava, tinha de apresentar sua metade. Caso ela combinasse com a outra metade, esse alguém teria revelado sua identidade de amigo e tinha, assim, direito à hospitalidade.
"Parábola" origina-se do grego "parabolé", do latim "parábola", significa "comparação", "história simbólica", "símbolo".
Através de "parabolé" veio às línguas latinas parábola, que deu no francês parole e parler; no espanhol palabra e parlar; no português palavra, palavrear, parlar, parolar; finalmente no Esperanto paroli (= falar).
Interessante como à luz da Doutrina Espírita vemos claramente que a própria "palavra" (que guarda sua raiz em "parábola") é uma forma simbólica e imperfeita por si só de expressão do pensamento do Espírito, é um 'símbolo' do seu pensamento, tanto que a fonte de muitos desentendimentos é a má interpretação do que se fala, em detrimento daquilo que realmente se sente ou que se deseja.
Voltemos a Erasto e Timóteo. Qual é a finalidade da própria "palavra" para o pensamento do Espírito? Um revestimento deste, utilizado para levá-lo a quem - por sua condição de encarnado - não poderia compreendê-lo em sua essência pura, sem o revestimento. É, portanto, um recurso necessário.
E quando falamos de parábolas, no sentido Evangélico? Falamos do "símbolo do símbolo", ou uma "história da palavra". É uma história ou uma aplicação de um ensinamento que não pode ser entendido diretamente, mesmo que dito com todas as letras, por incapacidade de os Espíritos compreenderem. É, vemos, mais um revestimento, que dessa vez vai de encontro à limitação intelectual, moral e mesmo sociológica da época.
O próprio Cristo nos disse isso, quando foi perguntado: "E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. (...)
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis." (Mt, 13:10-14)
Entendendo, entretanto, a necessidade daquele povo (nós, quem sabe?), Jesus não os deixou sós, prometendo que, a tempo certo, de possibilidade de entendimento da causalidade das coisas, pediria a Deus que enviasse ao mundo o Consolador, que estabeleceria novamente seus ensinos, dando a eles mais real significação, já que o coração estaria menos endurecido para receber os ensinamentos.
"Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. (...)
Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito.” (Jó, 14:15-17 e 26)
Verificamos, entretanto, que a parte de Jesus está sendo cumprida, bem como a do Pai, mas nós tivemos 2000 anos para entendermos, pelo menos sentimentalmente, confiando no que nos pediu o Cristo, e continuamos hoje ainda incapazes de, mesmo com o Consolador, que é o Espiritismo, praticarmos a nossa parte - o entendimento e a reflexão para o crescimento na direção do bem.
Vamos procurar entender melhor a forma amorosa e pedagógica que Jesus nos falou ao coração, por meio de parábolas, para então tentar vôos mais altos, em direção à compreensão de Deus. (t)
Perguntas/Respostas:
<[moderador]> [1] - [01] - <[Moderador]>Hoje temos diversos recursos áudio-visuais para fazer uma exposição. Podemos dizer que Jesus utilizava as parábolas, com exemplos simples, para melhor fixar as idéias na mente do povo da época?
<Pedro_Vieira> É sabido que a memória visual do ser humano é muito mais fiel à lembrança do que a auditiva, por exemplo, por estudos da área científica levados a cabo durante anos.
É sabido que a linguagem humana, conforme dissemos na introdução, é profundamente imperfeita, sendo um empecilho seriíssimo à compreensão do Espírito, que se vê obrigado a comunicar-se por meros 5 sentidos. Qualquer tentativa de fazer-se melhor compreendido, utilizando o máximo da capacidade sensorial é louvável, ainda mais na difusão espírita.
Entretanto, quando falamos das parábolas de Jesus falamos em muito mais do que simples recurso exterior. A profundidade das colocações do Mestre encontra muito mais comparação na profundidade pedagógica, porque não só levava o homem a refletir sobre sua própria realidade (identificação mais fácil, mais simples imaginar aplicação na própria vida) como também respeitava o tempo espiritual desses mesmos homens. Para termos de esclarecimento: de nada adiantaria os melhores recursos audiovisuais para falar de Espírito para aquele que não acredita em Deus. A beleza das parábolas está, então, em utilizar a capacidade de compreensão dos homens pela sua imaginação na vida cotidiana para levar os mais novos, profundos e importantes conceitos a que a humanidade já teve acesso. (t)
<[moderador]> [02] - <Luno_palestra> É dito que Jesus falava por meio de parábolas, pois assim seus ensinamentos adquiriam maior alcance e aceitação entre os membros da comunidade de sua época. Ainda hoje em dia, com todo o progresso intelectual alcançado desde aqueles tempos, se não fizermos uma análise muito cuidadosa de seus ensinamentos, freqüentemente temos dificuldade para extrair o sentido real das palavras do mestre, como podemos ver nos capítulos do Evangelho: "Odiar os pais", "Abandonar pai, mãe e filho", "Deixar os mortos o cuidado de enterrar seus mortos", "Não vim trazer a paz, mas, a divisão", ou como na "Parábola do festim de bodas", no episódio que trata dos "Trabalhadores da última hora" ou no trecho do sermão da montanha que diz "Bem-aventurados os aflitos". O Espiritismo veio esclarecer, de maneira inédita, o sentido que há por traz de todas estas palavras de Jesus, mas como esperar que o povo de 2000 anos atrás pudesse extrair tais informações? Será que ao utilizar parábolas Jesus não estaria ocultando as informações ao invés de torna-las claras, ou em outras palavras, não estaria ele colocando a candeia debaixo do alqueire, contrariando seu próprio ensinamento "Não ponhais a candeia debaixo do alqueire?” (t)
<Pedro_Vieira> Reflitam na figura do professor. Que é o professor? É o ser que se dedica a estar presente, acompanhando o aprendizado de seus alunos, facilitando esse mesmo aprendizado, introduzindo sempre, como maneira pedagógica, fatos novos, para que eles vão progredindo naquele estudo pouco a pouco. Imaginem agora um professor que pudesse, de alguma forma, "encapsular" o ensinamento mais profundo a uma profundidade maior, um intermediário a uma profundidade intermediária, e o mais imediato a uma profundidade menor, de maneira que o aluno por si só teria no ensinamento diversos níveis e iria galgando-os paulatinamente, à medida que sua capacidade de análise fosse aumentando.
Jesus é o Grande Professor da Terra, mas não poderia estar encarnado entre nós até o advento do Espírito da Verdade. Todos os ensinos do mundo deveriam acompanhar o desenvolvimento da própria humanidade nesse tempo, sem a sua "presença física" do lado. Era necessário que, além disso, os ensinos chegassem intactos, longe da capacidade de deformação humana, às épocas ulteriores à dele.
Para isso Jesus, o maior pedagogo que o mundo já conheceu, sabendo a necessidade que teríamos, e conhecendo a imperfeição do nosso coração, colocou as luzes gradativamente, que seriam "lidas" à medida que o homem pudesse melhor compreendê-las.
Não colocou a lâmpada sob o alqueire. Ele colocou várias lâmpadas, de luminosidades inimagináveis, que iriam brilhando à medida que o homem pudesse compreendê-las, visível a todos os que pudessem enxergá-las, tão em evidência que até hoje iluminam a nossa vida. E quem sabe quantas coisas ainda escondidas e brilhantes nos escondem as parábolas? (t)
<[moderador]> [03] - <_Alves_> Amigo Pedro, existe uma "afirmação" de Jesus muito apregoada pelos Espíritas: "Das ovelhas que Meu Pai me confiou, nenhuma se perderá". Você pode explicar esta afirmação de Jesus diante da passagem bíblica de que somente uma parte da humanidade se salvará? (t)
<Pedro_Vieira> As citações bíblicas relativas ao Juízo Final e à separação dos bons e dos maus por Jesus, em sua glória, é uma alegoria, uma parábola levada à compreensão literal, do processo de separação que sofre o Espírito perante as Leis de Deus, no caminhar da evolução, mais especificamente quando reavaliar suas atitudes.
A compreensão do povo hebreu, principalmente dos saduceus, sobre a realidade espiritual, era muito curta. Lembremos que foram lutas após lutas, séculos após séculos, para que a idéia do Deus Único fosse firmada definitivamente na consciência daquele povo.
Jesus falava a um povo com total desconhecimento do ser espiritual independente do ser material, ou seja, desconheciam o Espírito desencarnado como Espírito como nós. Os chamavam "fantasmas", como acreditaram ser Jesus na passagem da tempestade no barco. Seria impossível a ele revelar coisas numa luminosidade que os cegaria. Por isso, para alertá-los sobre a RESPONSABILIDADE, disse-lhes sobre o dia do Julgamento. Isso seria o suficiente para que verificassem a necessidade de se regrarem perante as Leis de Deus.
A partir do momento que o Espiritismo trouxe à luz os ensinos do Cristo, pode-se verificar em que circunstâncias dá-se essa "separação" - no âmbito da própria consciência. A partir desse momento não são mais aparentemente contraditórias as palavras do evangelista Lucas no capítulo 21, versículo 18: "Mas não se perderá um único fio de cabelo de vossa cabeça", referindo-se à eternidade. (t)
<[moderador]> [04] - <LuFrancis> Se fizermos um estudo entre o Jesus Cristíco e o Jesus Histórico, há diferença no contexto, ou no ensinamento, das parábolas?
<Pedro_Vieira> Não no sentido profundo das palavras, mas entenderemos, por uma análise sociológica, que determinadas comparações e alegorias utilizadas calavam profundamente o dia-a-dia do povo da época, e devemos, ao estudar as palavras de Jesus, estarmos inseridos naquele contexto para absorver-lhes a lição. Entretanto, repetimos, o sentido profundo das palavras é um ensinamento de Deus à humanidade, por meio de Jesus, que ultrapassa fatores históricos, sociais e contextuais de forma geral. São para o Espírito imortal. (t)
<[moderador]> [05] - Qual parábola você acha mais bela e qual a de maior dificuldade de compreensão?
<Pedro_Vieira> A mais bela: aquela que cala mais o nosso coração. Todas as parábolas contêm em si próprias um ensino direcionado. Se estivermos arrependidos de algo, leremos a Parábola do Filho Pródigo; se nos achamos pequenos, lemos o Óbolo da Viúva; se descremos das coisas e de nosso potencial, lemos a Parábola da Figueira Seca; se queremos nos manter firmes na caridade, a do Bom Samaritano; se queremos nos colocar à disposição de Deus, a do Semeador; se estamos em dúvida sobre o que estamos fazendo com a nossa vida, a dos Talentos, e assim por diante.
Na minha opinião estritamente pessoal, conforme foi pedido, a parábola do Filho Pródigo é belíssima. A dificuldade de compreensão é algo relativo. Cito Paulo de Tarso, em sua Epístola aos Efésios, Capítulo 1, Versículos 17 e 18, quando diz: "(...) para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saiba qual seja a esperança da sua vocação (...)”.
Nos mostrando que a compreensão não é só um estado intelectual - necessário, certamente - mas principalmente um estado de coração, d'alma, de abrir-se real e profundamente aos ensinamentos, deixar-se tocar, e, principalmente, deixar-se modificar com humildade. Por isso abstenho-me de emitir minha opinião pessoal. (t)
<[moderador]> [06] - <[Moderador]> Podemos dizer: "É comum acharmos, na leitura da Parábola do Filho Pródigo, que o pai legou ao filho arrependido mais do que ao filho que se comportou retamente na vida, nos dando uma sensação de injustiça quando procuramos agir corretamente toda a vida. Como o amigo avalia essa questão?" (t)
<Pedro_Vieira> Se analisarmos bem a parábola, veremos que o que a criatura que assim analisa deseja é a notoreidade exterior, de que se acha merecedora. Entretanto, é da convivência do pai que a alma justa deve nutrir-se de amor e carinho, e do ponto de vista do sentimento, o privado foi justamente o que se afastou, se adsorver da fonte de amor de estar junto.
Quando o pai oferece a festa ao filho é só uma demonstração de felicidade, sem qualquer conseqüência real para o amor que sente por ele, e não deve ser levada em conta de preferência pessoal, como muitos têm feito entender. É do sentimento de ciúme do ser humano, que nasce de seu egoísmo, que nasce essa interpretação. Observem bem. (t)
<[moderador]> [07] - <Luno_palestra> Uma vez que as parábolas de Jesus já foram muito bem interpretadas pela Doutrina Espírita, haveria ainda hoje razão para continuarmos estudando-as tal como foram enunciadas por Jesus? Se as parábolas eram apenas a "forma" que o Mestre utilizava para passar suas mensagens, qual a razão de hoje, dois mil anos depois, ainda sermos tão envolvidos por esta maneira de ensinar de Jesus?
<Pedro_Vieira> Temos sobre isso algumas considerações:
1) Os Espíritos clarearam o significado das parábolas, mas com isso não fizeram - porque não o podem - com que elas penetrassem total e profundamente o nosso psiquismo. As parábolas precisam muito mais do que interpretações, precisam de introspecções, trabalho que só cada um pode fazer por si.
O homem, no seu ímpeto natural de caminhar em direção a Deus, busca incessantemente, mesmo inconscientemente, tudo que lhe possa proporcionar uma vivência modificada de seus erros em direção ao acerto. Desse ponto de vista os ensinos de Jesus são e continuarão a ser uma chamada direta ao coração que deseja acertar, mas está obcecado pelos vícios.
2) O Espiritismo continuará caminhando com a humanidade no entendimento do Espírito imortal. Kardec não é a última palavra, é a primeira, que deve ser sempre colocada como referência, mas que deve, conforme ele mesmo afirmou, adequar-se à realidade de cada época. Quem sabe quantas coisas ainda temos a descobrir nas parábolas que o Espiritismo, ainda hoje, não nos pode mostrar, por nossa incapacidade?
3) Todas as coisas, as palavras e os pensamentos carregam consigo profunda vinculação com o magnetismo de quem as profere. A busca por Jesus é natural em todas as épocas, por ser o psiquismo do Mestre, na forma de suas palavras, o ideal de todo Espírito encarnado na Terra. A busca não só das parábolas - que contém o ensinamento - mas de informações da vida, de fotos, de fatos históricos, relativos a Jesus é uma obsessão do homem. Por tudo isso não só continuam como continuarão sendo referência no entendimento e no caminhar dos seres humanos as parábolas de Jesus. (t)
Considerações finais do palestrante:
<Pedro_Vieira> O estudo das palavras de Jesus, principalmente na época de Natal, quando o mundo, afundado em guerras e interesses pessoais e coletivos nem sempre nobres, que não valorizam a vida humana, é um alento ao coração que sente-se impotente e perdido.
Se nos sentimos hoje amarrados em nossas ações, imaginemos que Jesus, encarnando num povo muito mais hostil, numa época muito mais difícil, legou ao mundo os maiores ensinos e é o maior vencedor que a planeta já conheceu.
Por que nos sentimos tão fracos assim? Vamos semeando como o semeador, doando como a viúva, multiplicando nossos talentos, estando prontos ao trabalho - nem que seja na última hora, disponíveis como o samaritano, benevolentes como o credor que perdoa as dívidas e principalmente confiantes que essas modificações se farão sem tardar em nosso coração, na busca do Cristo, e tudo melhorará. Melhoremos o homem, iniciando por nós, e melhoraremos o mundo. Que Jesus nos continue orientando em seu silêncio poderoso, que grita sem falar em parábolas em nosso Espírito na direção de Deus. (t)
Oração Final:
<Luno_palestra> Deus, Pai querido, tudo que queremos fazer neste momento é agradecer pelas belas palavras trazidas através do amigo Pedro e pedir a força necessária para fazer vibrar em nosso coração cada um destes belos ensinamentos do Mestre Jesus. Que cada um de nós possa ter uma agradável noite de sono, quando então, poderemos, em Espírito, dar prosseguimento ao estudo iniciado de maneira tão bonita aqui no meio virtual! Permanece conosco, Que assim seja! (t)
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