segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A cura do cego de Betsaida - Palestra de Nazareno


O cego de Betsaida - A Gênese

"A Gênese"
Cap XV - O cego de Betsaida

12. Tendo chegado a Betsaida, foi-lhe trazido um cego que lhe pediu que o tocasse.

E tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; colocou-lhe saliva sobre os olhos, e havendo-lhe imposto as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.

O homem, olhando, lhe disse: Vejo andarem homens que me parecem árvores. Jesus ainda lhe colocou as mãos sobre os olhos, e começou a ver melhor; e enfim ficou curado de tal forma, que via distintamente todas as coisas.

Ele o mandou em seguida para sua casa, e lhe disse: Ide à vossa casa; e se entrais na aldeia, não dizei a ninguém o que vos sucedeu. (S. Marcos, cap. VIII, vers. 22 a 26).

13. Aqui o efeito magnético é evidente; a cura não foi instantânea, porém gradual e como resultado de uma ação reiterada, embora bem mais rápida que na magnetização comum. A primeira sensação daquele homem é bem aquela que os cegos experimentam quando recobram a luz; por um efeito ótico os objetos lhe pareciam de um tamanho desmedido.


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O CEGO DE BETSAIDA

O CEGO DE BETSAIDA

"Então chegaram a Betsaida. E trouxeram-lhe um cego e pediram-lhe que o tocasse. Jesus, tomando o cego pela mão, conduziu-o para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, pôs as mãos sobre ele, e perguntou-lhe: Vês alguma coisa? Este, elevando os olhos, respondeu: Vejo os homens, porque, como árvores, os percebo andando. Então lhe pôs outra vez as mãos sobre os olhos; e ele olhando atentamente, ficou são; e distinguia tudo com clareza. Depois o mandou para sua casa e disse: Não entres nem na aldeia. " (Marcos, VIII, 22-26)

Betsaida, cidade da Palestina, da tribo de Zabulon, próxima de Cafarnaum e perto da margem ocidental do Lago Genesaré. Betsaida significa literalmente a "região da pesca". Foi a pátria dos discípulos de Jesus - Pedro, André e Filipe. Betsaida foi uma das cidades da Palestina em que Jesus operou os maiores e mais numerosos prodígios, e cuja população foi a mais endurecida e obstinada em não seguir os ditames do Mestre. Parecia uma gente que se limitava a observar "milagres" e a pedir "prodígios".

Pela narração de Marcos vemos que logo que Jesus chegou a Betsaida com seus discípulos, trouxeram-lhe um cego e lhe pediram que o tocasse. Jesus acedeu à solicitação, mas conduziu o paciente para fora da aldeia, longe do contacto com os curiosos que se limitavam a ver novidades. Aliás, o Mestre agia sempre desse modo quando julgava por bem restituir a saúde a um enfermo. O meio tem considerável influência nestas manifestações que requerem ambiente especial para que o sucesso seja como se deseja.

Assim, "fora da aldeia", o Divino Médico, tirando dos seus próprios lábios o remédio que deveria vitalizar as células componentes do aparelho óptico, aplicou-o aos olhos do cego, impôs depois sobre ele suas puríssimas mãos portadoras do veículo magnético do Amor, e perguntou-lhe: "Vês alguma coisa?"

Como sói acontecer a todos os cegos que recuperam repentinamente a vista, os objetos lhe pareceram muito maiores e ele viu os homens andando, mas de tamanho desmesurado; pelo que respondeu: "Vejo os homens como as árvores e os percebo andando".

Jesus então, desta vez, pôs novamente suas mãos nele, mas sobre os olhos e, restabelecido, o oprimido disse distinguir tudo com clareza. Esta cura não foi instantânea, mas precisou de ações reiteradas de fluidos magnéticos, como se nota atualmente no tratamento pelo Magnetismo.

Entretanto, colhemos uma lição de inestimável proveito em tudo isso, e refere-se à passagem do Espírito, da materialidade em que está, para a espiritualidade, da ignorância para a sabedoria, das trevas para a luz. Ele não adquire, como o cego não adquiriu, repentinamente a vidência da Verdade; passa por um estado de confusão, assim como o cego - vendo, mas vendo homens como árvores, até que possa distinguir claramente a realidade.

O materialista, o católico, o protestante, em sua ignorância das coisas espirituais, ao transporem a cegueira da negação ou dos dogmas que os oprimem, não ficam de posse instantânea da Verdade Espírita. E' como um edifício, que não pode ser retirado de momento do lugar que ocupa, e ser substituído por outro edifício novo de mais fortaleza e estética. Tem de ser derribado, e os escombros removidos para que ao novo edifício seja dado um alicerce adequado e sólido.

E enquanto se efetua esse trabalho de transformação, há uma certa confusão de cal, areia, cimento, pedras, tijolos, telhas, madeira, ferro, sem que o arquiteto posso colocar, combinar tudo em seus lugares. Só depois de todo o trabalho, que demora algum tempo, é que o novo edifício aparece, segundo o plano traçado anteriormente.

Finalmente, a lição da cura do cego é a lição do triunfo da Verdade na sua luta contra a falsidade. Ela deixa ver, ao mesmo tempo, que Jesus, seja no plano físico, seja na esfera espiritual, veio tirar o homem do abismo das trevas para a região da luz, e bem-aventurados serão aqueles que, dóceis à ação do Mestre, conseguirem, como o "cego de Betasaída", a visão do mundo com suas aparências enganadoras e a visão das coisas espirituais com suas claridades e esplendores.

Mas é complemento objetivo, condição terminante, tanto ao cego o corpo como ao cego da alma, não voltar mais à aldeia em que estava: "Vai para a tua casa; na aldeia nem entres".

Cairbar Schutel

A CURA DE UM CEGO EM BETSAÍDA

Analisando as curas de Jesus - A cura de um cego em Betsaída

A CURA DE UM CEGO EM BETSAÍDA


Conforme tradução da Bíblia Sagrada de Ferreira de Almeida.

Como actuam os médicos na terra ?Será que os doentes,com diferentes doenças recebem todos o mesmo medicamento?ou cada caso é um caso? Não será o que Jesus fez?

Analisemos as curas de Jesus.

Porquê Jesus não cura os cegos da mesma maneira?

Como actuou o guia e modelo da humanidade.


Jesus jamais encetou qualquer ritual.





A CURA DE UM CEGO EM BETSAÍDA

(Marcos 8, vs. 22-26)

E chegou a Betsaida; e trouxeram um cego,e rogando-lhe que lhe tocasse...

E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia : e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos,perguntou-lhe se via alguma coisa.


E, levantando ele os olhos,disse:-Vejo os homens ;pois os vejo como árvores que andam.

Depois tornou-lhe a pôr-lhe as mãos nos olhos, olhando firmemente, ficou restabelecido , e já via ao longe,e distintamente, a todas. E mandou-o para sua casa , dizendo: não entres na aldeia.


Analisando a cura do cego em Betsaida, concluímos que cada ser é um caso e que cada caso tem que ser tratado da forma adequada, embora lhe pedissem para impor as mãos, ele não o fez no momento, com também o levou para fora da aldeia e aplicando-lhe saliva nos olhos, Jesus impondo-lhe as mãos perguntou-lhe afinal, vê alguma coisa? Vejo homens como árvores, respondeu o cego, jesus desta vez não impôs as mãos, pôs-lhe as mãos nos olhos, e ele passou a ver claramente. Note-se a aplicação das mãos são feitas sobre o orgão doente.

Note-se a riqueza de detalhes nesta cura efectuada por Jesus.

Cura em cinco actos.

1º-Leva-lo para fora da aldeia; situação que era pertinente para a sua cura.

2º-Pôs-lhe a saliva nos olhos.

3º-Como a imposição de mãos não resultou.

4º-Pôs-lhe as mãos nos olhos.

5º-Depois de curado,recomendou-lhe, não entre na aldeia.

Os Espíritos esclarecem: “A prática do bem pode assumir as fórmulas mais diversas. Sua essência, porém, é sempre a mesma diante do Senhor.” (Emmanuel, O Consolador, perg.100).

Nota: Onde se explica que deve-se simplesmente imposição de mãos?

Note: As criaturas que se acercavam de Jesus a pedirem auxilio para os enfermos,não me parecem estar ligados a antigas correntes espiritualistas como a opinião de José Herculano Pires, segundo os relatos bíblicos, o que eles pediam é que Jesus fizesse imposição de mãos, era o que ele na maior parte das vezes não fazia .

O Cego de Betsaida - Slides FEB

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/08/Mod-4-Rot-2-O-cego-de-Betsaida1.pdf

O Cego de Betsaida - EADE

http://ocaminho.com.br/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T2P1M4R2.htm

O cego de Betsaida - slide de palestra

http://www.slideshare.net/aeakonline/a-cura-do-cego-de-betsida

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PERDOAI - Bezerra

Mensagem do Espírito Bezerra de Menezes através do médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da 60ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, em 08 de setembro de 2014, no Centro de Convenções Divaldo Franco.

Façamos uma reflexão em torno dos objetivos essenciais da nossa existência na Terra, perguntando de maneira profunda e significativa: que queres que eu faça, Senhor? Quando Ele apareceu às portas de Damasco ao inimigo, a sua pergunta foi caracterizada pela ternura: Saulo, Saulo, porque me persegues? Quantas vezes estaremos repetindo essa mesma pergunta porque a dor agasalhou-se em nosso coração, porque o sofrimento tomou conta do país da nossa alma. Saulo, no entanto, teve a sabedoria de contra-interrogar ao Senhor. Era o servo que encontrava seu amo, o escravo que encontrava o seu senhor. Que queres que eu faça? Ele respondeu: vá a Damasco e ali te dirão o que deves fazer. Damasco, filhos da alma, é a província da nossa consciência. Sigamos em direção da nossa consciência e descubramos o que nos é lícito fazer, diante dos desafios que se encontram à nossa frente. Jesus veio para que tivéssemos vida e vida em abundância. E nos ofereceu em holocausto a Sua vida. Não temas aquele que permanece no mal. Não vos pode fazer mal algum, se não aceitardes o desafio do seu atrevimento. Com Jesus aprendei a permanecer no bem. A dor que a todos nos assalta é nada mais do que um acidente de percurso induzindo-nos ao amadurecimento espiritual. Sem qualquer masoquismo, bendigamos a dor libertadora que demonstra a fragilidade do corpo no qual estais e a debilidade das forças morais que a todos nos caracteriza. Somos da Divina Luz gerados. Permitamos que o Deus interno expanda-se e consiga vencer todas as trevas. Ide e amai! Parti daqui com a alma referta de esperança e perdoai! Mesmo àquele que parece não ser credor do perdão, perdoai, porque a vós fará bem. A Justiça Divina, a seu modo e termo, realizará a retificação do infrator. Mas a vós, a nós, cabe perdoar sempre e incessantemente. Os espíritos espíritas que aqui se encontram em nome da brasilidade espiritual, enternecidos, distribuem energias saudáveis por sobre todos vós que nos ouvistes onde quer que estejais e que acompanhais este momento de clausura de mais uma etapa que oferece iluminação para as consciências saírem daqui modificadas pelo Espírito do Cristo, vós que tendes a honra e a glória de conhecer Jesus. E quando alguma noite vos parecer excessivamente tempestuosa, buscai a Estrela de primeira grandeza que é Jesus e segui o seu rumo, para que no término Ele passe a viver em vós. Muita paz, filhos da alma! São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra. Muita paz.

domingo, 8 de setembro de 2013

Verdadeiros absurdos da bíblia

Bíblia sobre escravidão


Cada pessoa tem que ser submissa às autoridades, já que as que existem vieram ou foram estabelecidas por Deus.
- Romanos 13:1

"Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores terrenos, não só sob o seu olhar, como se os servísseis para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, por temor de Deus".
- Colossenses 3:22

"Servos, sedes submissos, com todo o temor aos senhores, não só aos bons e humanitários, mas também aos que são duros".
- I Pedro 2:18

O Senhor manda amar uma mulher infiel como Deus ama os filhos de israel, que se voltam para outros deuses e gostam das tortas de uvas passas.
- Oséias 3:1

Todos os escravos devem considerar os seus senhores dignos de toda a honra, para que não se fale mal do nome de Deus.
- I Timóteo 6:1

Escravos, obedeçam aos vossos senhores.
- Efésios 6:5

Os escravos devem estar submissos em tudo aos senhores. Que lhes sejam agradáveis, não os contradigam, não roubem.
- Tito 2:9-10

"Se alguém ferir seu escravo ou sua escrava com um bastão e morrer sob suas mãos, seja punido severamente, mas se sobreviver um ou dois dias, não seja punido, porque é seu dinheiro"
- Êxodo 21:20-21

"Quando comprares um escravo hebreu, servir-te-á seis anos, mas ao sétimo sairá livre e gratuitamente. Se entrou sozinho, sozinho sairá; se estava casado, sua esposa sairá com ele. Se seu amo lhe tiver esposa, e esta lhe tiver dado à luz filhos ou filhas, a mulher e os filhos serão de seu amo e ele sairá sozinho. Se o escravo, porém, disser: "Amo meu senhor, minha esposa e meus filhos; não quero sair livre", então seu senhor o levará diante de Deus, fá-lo-á aproximar-se da porta ou do umbrau da mesma e lhe furará a orelha com uma sovela, e ficará seu escravo para sempre.
- Êxodo 21:2-6

"Escravos e escravas para vos servires, podereis adquiri-los entre os povos circunvizinhos. Poderes também comprá-los dentre os filhos dos estrangeiros, que habitarem entre vós e dentre suas famílias, nascidos e crescidos na vossa terra, e serão vossa propriedade".
- Levítico 25:44-45

"De fato, vós, irmãos, vos fizestes imitadores das igrejas de Deus que estão na Judéia, que se deram a Cristo Jesus, tendo igualmente devido sofrer, da parte dos vossos compatriotas, o mesmo que eles próprios sofreram da parte dos judeus; judeus esses que deram a morte a Jesus e as profetas e nos perseguiram; eles não agradam a Deus e são adversários de todos os homens".
- I Tessalonicenses 2:14-15

A Bíblia sobre mulheres

Deus disse à mulher: "Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará".
-Gênesis 3:16

Se uma mulher der à luz um menino ela ficará impura por sete dias. Mas se nascer uma menina, então ficará impura por duas semanas.
- Levítico 12:2-8

Quando um homem e uma mulher se unirem com emissão de sêmen, se banharão e ficarão impuros até a tarde. Se uma mulher menstruar, ficará impura até sete dias após o término do fluxo, sendo que tudo o que ela tocar ficará impuro até a tarde. Se alguém tentar tocá-la ou tocar em um móvel deixado impuro por ela, ficará impuro até a tarde. Quem se juntar a ela durante este período ficará impuro por sete dias.
- Levítico 15:18-33

"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor"
- Colossenses 3:18

As mulheres tem de ser submissas aos vossos maridos.
- I Pedro 3:1

Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar.
- I Pedro 3:7

A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus.
- I Coríntios 11:3

O homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem.
- I Coríntios 11:9

As mulheres devem ficar caladas nas assembléias de todas as igrejas dos santos, pois devem estar submissas, como diz a lei.
- I Coríntios 14:34

Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará.
- Números 5:20-27

Se uma jovem é dada por esposa a um homem e este descobre que ela não é virgem, então será levada para a entrada da casa de seu pai e a apedrejarão até a morte.
- Deuteronômio 22:20-21

"É melhor alojar-se num canto do terraço, do que com mulher rixenta em casa espaçosa".
- Provérbios 25:24

"Aquela que é verdadeiramente viúva e desamparada, põe em Deus a sua esperança e persevera, noite e dia, nas súplicas e nas orações. Aquela, porém, que se entrega aos prazeres, mesmo vivendo, está morta. "
- I Timóteo 5:5-6

Que a mulher aprenda em silêncio, com total submissão. A mulher não poderá ensinar nem dominar o homem.
- I Timóteo 2:11-12

O marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja. Do mesmo modo que a igreja é submissa a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo aos maridos.
- Efésios 5:22-24


Atrocidades e Absurdos na Bíblia

"E, se o Senhor, teu Deus, a entregar nas tuas mãos, passarás a fio de espada todos os seus varões. As mulheres, porém, as crianças, o gado e tudo o que houver na cidade, todos os seus despojos, os tomarás para ti, e desfrutarás da presa dos teus inimigos, que o Senhor, teu Deus, te houver entregue".
- Deuteronômio 20:13-14

"E comerás um biscoito de cevada, a qual cozerás, à vista deles, com excrementos humanos."
- Ezequiel 4:12

"Suscitai ao seu lado um malévolo, e um acusador esteja à sua direita. Citado em juízo, seja condenado, e fique sem efeito a sua defesa. Sejam abreviados os seus dias, e receba outro o seu lugar. Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua esposa. Andem errantes e mendigando os seus filhos, e esmolem longe das suas casas em ruínas. Vincule-lhe o credor todos os seus bens, e os estranhos roubem as suas fadigas. Ninguém mais lhe mostre benevolência, nem haja quem se compadeça de seus órfãos. Sua descendência seja voltada ao extermínio; e na próxima geração extinga-se o seu nome."
- Salmo 109:6-13

"Bravo o que tomar os seus filhinhos e os esmagar contra uma pedra!"
- Salmos 137:9

"Não deixarás viver nenhuma feiticeira."
- Êxodo 22:17

"Quem sacrificar a algum deus que não seja o único Senhor, será posto em interdito."
- Êxodo 22:19

[Moisés para os soldados dele:] "Agora, pois, matai todos os varões de entre as crianças e toda a mulher que tenha tido relações com homem; mas conservai com vida, para vós, todas as donzelas que não tenham conhecido varão."
- Números 31:17-18

"Aos que crerem acompanhá-los-ão estes milagres: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes, e eles recobrarão a saúde."
- Marcos 16:17-18

"E, se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; é melhor entrares na vida mutilado, do que tendo ambas as mãos e ires para a geena, para o fogo inextinguível. E, se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; melhor é entrares na vida coxo, do que tendo ambos os pés e seres lançado na geena. E, se o teu olho é para ti ocasião de pecado, arranca-o; melhor é entrares no reino de Deus com um só olho, do que tendo ambos os olhos e seres atirado à geena, onde o seu verme não morre e o fogo não se extingue. Pois todos serão salgados pelo fogo."
- Marcos 9:43-49

"não cortareis o cabelo em redondo, nem rapareis os cantos da barba. Não fareis incisões no corpo em sinal de luto, nem usareis tatuagem alguma no corpo. Eu sou o Senhor."
- Levítico 19:27-28

"Eis que vos quebrantarei o braço e atirar-vos-ei ao rosto as fezes das vítimas que vos imolai nas solenidades, e sereis lançados fora com elas."
- Malaquias 2:3

"Respondeu-me ele: Vê, concedo-te esterco de boi em lugar de excrementos humanos, e cozerás sobre ele o teu pão."
- Ezequiel 4:15

"Mas o copeiro-mór respondeu: Porventura foi ao teu amo e a ti que meu senhor me enviou para dizer estas coisas? Não foi antes aos homens que estão sobre as muralhas e que, como vós, terão de comer os próprios excrementos e beber a própria urina?"
- Isaías 36:12

Deus mata milhares de inocentes (I Crônicas 21:14 & II Samuel 24:15), por um erro na qual somente David cometeu (I Crônicas 21:17 & II Samuel 24:17).

Bíblia sobre família
O que diz realmente a bíblia sobre valores familiares


Valores familiares são freqüentemente uma frase de propaganda usada por grupos religiosos, normalmente em uma colocação política. Eles implicam que a Bíblia é defensora de uma força-de-família. Aparentemente eles não lêem de fato o livro, como seria mais preciso dizer que, em equilíbrio, a bíblia é a anti-família.

As duas declarações seguintes são citadas a favor da família:
"Honrarás teu pai e tua mãe" (Êxodo 20:12).
Deus pode unir um casal em uma só carne (Mateus 19:5-6) (Marcos 10:8-9).

Essas se tornam apenas slogans vazios quando considerados ao lado das muitas específicas declarações de anti-família na Bíblia:

* Desde o princípio dos tempos, a concepção de filhos é feito com um castigo:
"Darás à luz teus filhos entre dores" (Gênesis 3:16).
"Ai das mulheres grávidas e das lactantes naqueles dias!" (Mateus 24:19) (Marcos 13:17) (Lucas 21:23).

* Chegará um dia em que somente as mulheres que nunca tiveram filhos e nunca deram de mamar serão felizes:
"Porque sabei que virá tempo, em que se dirá: Ditosas as que são estéreis, e ditosos os ventres que não geraram, ditosos os peitos que não deram de mamar." (Lucas 23:29).

* Abraão iria matar o filho único dele por ordem de Deus. O ato de Abraão é apresentado como uma virtude (Gênesis 22:1-12) (Tiago 2:21).

* A esposa Agar de Abraão e Ismael, o filho deles, foram para o deserto, por nenhuma razão a não ser que a outra esposa dele, Sara, tivesse tido ciúmes (Gênesis 21:14). A Bíblia não mostra nenhuma crítica quanto a ter duas mulheres, e Abraão e Sara continuam juntos.

* A maioria de nós diria que incesto está contra os interesses da família, mas Lot, quem a bíblia considera ser um homem de bem, fez sexo com as duas filhas dele (Gênesis 19:33-36); e não houve nenhum castigo para Lot ou para as filhas.

* Para ganhar favor com um rei, Abrão disse que sua esposa era sua irmã, e a ofereceu ao rei para tomá-la como esposa. Isto aconteceu duas vezes (Gênesis 12:19) (Gênesis 20:2). Isaac fez uma coisa semelhante (Gênesis 26:9). E Lot uma vez ofereceu as filhas virgens dele (Gênesis 19:8).

* Jacob enganou seu irmão Esaú (Gênesis 25:31-33). Após isso, Jacob então mentiu para seu pai (Gênesis 27:19). Deus amou a Jacob e odiou Esaú, a vítima (Malaquias 1:3) (Romanos 9:13).

* Jesus prometeu grande recompensa para todos aqueles que largarem sua família em seu nome (Mateus 19:29).

* Jesus diz muito claramente que para ser seu discípulo tem que aborrecer seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos, seus irmãos e suas irmãs (Lucas 14:26).

* Jesus declara: "Porque vim separar ao homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E os inimigos do homem serão os seus mesmos domésticos" (Mateus 10:35-36). Esta passagem não indica uma atitude a favor da família por parte de Jesus.


http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=32954.0

Homem tumultua e atrapalha negócios no templo


DAVILSON SILVA
São Paulo, SP (Brasil)


Homem tumultua e atrapalha negócios no templo  

Quem sabe se o título deste texto não seria o mesmo de alguma manchete de jornal, se a imprensa tivesse sido inventada antes de certa passagem evangélica? Já ouvi de alguns: “Paciência tem limite, e até Deus não teve paciência, expulsando os camelôs do Templo”. Imaginemos Jesus, considerado Deus segundo o “mistério” da “Santíssima Trindade”, furioso...
Jesus expulsou comerciantes do Templo de Jerusalém, derrubando mesas de cambistas e cadeiras de vendedores de pombos, contam autores do Evangelho. Consoante eles, Jesus teria dito que a Sua casa, ou seja, o principal templo de Jerusalém, era “casa de oração”, e não “covil de salteadores”. (1) Expulsar significa a bem dizer: “fazer sair por castigo ou violência do lugar onde estava”, de acordo com o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Quem já viu na TV ou presenciou fiscais da prefeitura de São Paulo, do Rio de Janeiro e de outras cidades brasileiras expulsar camelôs das ruas, com o apoio da tropa de choque da polícia, sabe do que falamos. Ora, quem expulsa, e ainda por cima derruba tudo pela frente, não o faz com ternura. Expulsar, verbo transitivo direto e circunstancial, não dá ideia de um ato sereno. A narrativa de Mateus e de Marcos relata um Jesus colérico contra um bando de comerciantes gananciosos que teriam desrespeitado um lugar sacro. (Lucas, conciso, não descreve Jesus derrubando sequer uma mesa, uma cadeira.)
Um indivíduo encolerizado é o que reage feito bicho furioso, voltando-se contra tudo, descontando na natureza bruta, em objetos que despedaça, e contra todos, aqueles que o aborreceram. De acordo com certo Espírito Protetor, trata-se de um “acesso de demência passageira” de quem assim reage. (2) Pessoas ponderadas, calmas jamais terão ataques momentâneos de cólera por perder a paciência em face de uma contrariedade. O colérico propende sempre para esse desregramento mental, que se movimenta no limo oculto do ódio, um dos mais abjetos defeitos da natureza humana.
Jesus assinou a própria sentença
Mas por que Jesus teria ficado tão indignado, conforme narrativa dos dois evangelistas? Bem. Dizem historiadores, pesquisadores dos evangelhos, que o Templo de Jerusalém era o centro econômico, político e religioso da Palestina. Alegam que Jesus teria provocado a ira do clero e, portanto, assinado a própria sentença no instante em que se pronunciou contrário à prática do ágio de 8%. Esse ágio era cobrado por cambistas, sob anuência dos seus mais ferrenhos inimigos, durante o comércio de datas especiais nas dependências do Templo, quando ali realizavam diversas oferendas e sacrifícios conhecidas como okorbanot. Sendo a procura maior que a oferta, tetradracmas tírias eram convertidas em moedas correntes, moedas pagãs cunhadas em Tiro, Fenícia (hoje Líbano). E não era só Jesus que discordava: alguns judeus, frequentadores daquele mesmo espaço religioso, também reprovavam a compra e venda da moeda, no entender deles, “impura e inflacionária”.
Alguns judeus achavam um escândalo o fato de os sacerdotes fazerem vistas grossas à referida transação. Conforme historiadores, os líderes religiosos do Templo viam e fingiam que não viam fazerem do dinheiro oficializado a moeda que numa face mostrava a imagem de Melkart, deus protetor dos tirenses, e na outra, a águia de Júpiter, principal deus dos romanos.
No tempo de Jesus, nas comemorações de datas religiosas, sobretudo na Páscoa, chegavam a imolar mais de 250 mil cordeiros. Os fiéis eram constrangidos a submeter objetos de oferenda ao “controle de qualidade do Templo”, de acordo com as regras de pureza descritas no Livro de Levítico. As oferendas, tais como bois, cordeiros, pombos, etc., eram sempre rejeitadas; em verdade, o “controle” era mais um procedimento acintoso para forçar os fiéis do Templo a comprá-los de familiares de sacerdotes ou de comerciantes ligados a eles. Por exemplo: um pombo, o mais barato artigo de oferenda, tinha valor cem vezes mais que o preço normal, isto é, um denário equivalente ao salário pago por um dia de trabalho.
Minha casa será chamada casa de oração
Quanto a minha casa será chamada casa de oração, por que um recinto tão luxuoso, de tanta politicagem, de tanta ganância como o do Templo de Jerusalém, situado no Monte Moriá, também chamado Monte do Templo, ao Norte do Monte Sião, seria necessariamente “casa de oração” de Jesus? Além do mais, Seus adversários, os vigários, os escribas e os maiorais do povo dali não desejavam matá-Lo? (3)  
A casa de oração de Jesus representava o Monte das Oliveiras ou a residência de um amigo, ou a de um simpatizante, a margem de um lago ou um cenário da natureza. Com todo o respeito a templos de quaisquer religiões, de quaisquer seitas e a sacerdotes, Jesus nunca exigiu, sequer insinuou louvores a Ele em templo algum de quem quer que seja. Os homens é que inventaram essas coisas, fazendo as pessoas acreditarem que templos majestosos, altares e nichos floridos seriam imprescindíveis e sacerdotes, homens especiais, com ou sem vestes talares enfeitadas de ouro e pedras preciosas, de crucifixo pendurado no pescoço.
Concluindo
Teria mesmo Jesus hostilizado os comerciantes do Templo de Jerusalém? O bom senso diz que não. Atribuíram-No um comportamento no mínimo incoerente com a Sua inteligência, fraternidade, afabilidade e doçura. O Meigo Nazareno não faria nada daquilo contra os mercadores do Templo, tampouco tomou de um chicote como mostra uma tela de El Greco, do século 17; Jesus também jamais faria oposição de interesses mundanos ao clero da Sua época.
O Jesus até aqui referido é exatamente Aquele que proclamou: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra”. (4) Para nós, Ele significa a maior luz descida a este mundo (5), o mesmo que estabeleceu como lei a doçura, a prudência, a mansuetude, a benevolência e a paciência. Não! O nosso Jesus, não. Jamais o Jesus dos espíritas teria agido daquele jeito, ainda que achemos tremendo absurdo um desrespeito fazer de quaisquer espaços religiosos um âmbito de intolerância, de hostilidades a pessoas, a instituições, além de lugar de interesses políticos, de falcatruas, de culto à vaidade, de comércio em benefício próprio ou de um grupo.

Notas:

1)   Mateus, 21: 12 e 13; Marcos, 11: 15-17; Lucas, 19: 45 e 46.


2)   KARDEC, Allan. O evangelho segundo o Espiritismo. Tradução José Herculano Pires. 62. ed. São Paulo, Lake  Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 9.o , item 9, p. 130.


3)   Marcos, 11:18.


4)   KARDEC. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. J. H. Pires. 62. ed. São Paulo: Lake 2001. Cap. 9, it. 1 a 5, p. 127.

5)   KARDEC. O livro dos espíritos. Trad. J. H. Pires. 62. Ed. São Paulo: Lake, 2001. Questão 625, p. 223.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Saduceus - Wiki

http://pt.wikipedia.org/wiki/Saduceus

Fariseus - Wiki

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fariseus

(Fariseus, Saduceus, Escribas e outros quem eram)

(Fariseus, Saduceus, Escribas e outros quem eram)

Notícias Históricas

Para bem se compreenderem algumas passagens dos Evangelhos, necessário se faz conhecer o valor de muitas palavras neles freqüentemente empregadas e que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquela época. Já não tendo para nós o mesmo sentido, essas palavras foram com freqüência mal-interpretadas, causando isso uma espécie de incerteza. A inteligência da significação delas explica, ao demais, o verdadeiro sentido de certas máximas que, à primeira vista, parecem singulares.
Escribas
- Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, foi aplicado especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os fariseus, de cujos princípios partilhavam, bem como da antipatia que aqueles votavam aos inovadores. Daí o envolvê-los Jesus na reprovação que lançava aos fariseus.
Essênios ou esseus.
Também seita judia fundada cerca do ano 150 antes de Jesus Cristo, ao tempo dos macabeus, e cujos membros, habitando uma espécie de mosteiros, formavam entre si uma como associação moral e religiosa. Distinguiam-se pelos costumes brandos e por austeras virtudes, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição. Viviam em celibato, condenavam a escravidão e a guerra, punham em comunhão os seus bens e se entregavam à agricultura. Contrários aos saduceus sensuais, que negavam a imortalidade; aos fariseus de rígidas práticas exteriores e de virtudes apenas aparentes, nunca os essênios tomaram parte nas querelas que tornaram antagonistas aquelas duas outras seitas. Pelo gênero de vida que levavam, assemelhavam-se muito aos primeiros cristãos, e os princípios da moral que professavam induziram muitas pessoas a supor que Jesus, antes de dar começo à sua missão pública, lhes pertencera à comunidade. E certo que ele há de tê-la conhecido, mas nada prova que se lhe houvesse filiado, sendo, pois, hipotético tudo quanto a esse respeito se escreveu. (1)
(1) A morte de Jesus, supostamente escrita por um essênio, é obra inteiramente apócrifa, cujo único fim foi servir de apoio a uma opinião. Ela traz em si mesma a prova de sua origem moderna.


Fariseus(do hebreu parush, divisão, separação). - A tradição constituía parte importante da teologia dos judeus. Consistia numa compilação das interpretações sucessivamente dadas ao sentido das Escrituras e tomadas artigos de dogma. Constituía, entre os doutores, assunto de discussões intermináveis, as mais das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, no gênero das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica da Idade Média. Daí nasceram diferentes seitas, cada uma das quais pretendia ter o monopólio da verdade, detestando-se umas às outras, como sói acontecer.
Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus, que teve por chefe Hillel (2), doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola célebre, onde se ensinava que só se devia depositar fé nas Escrituras. Sua origem remonta a 180 ou 200 anos antes de Jesus Cristo. Os fariseus, em diversas épocas, foram perseguidos, especialmente sob Hircano -soberano pontífice e rei dos judeus -, Aristóbulo e Alexandre, rei da Síria. Este último, porém, lhes deferiu honras e restituiu os bens, de sorte que eles readquiriram o antigo poderio e o conservaram até à ruína de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, época em que se lhes apagou o nome, em conseqüência da dispersão dos judeus.
(2) Não confundir esse Hillel que fundou a seita dos fariseus com o seu homônimo que viveu duzentos anos mais tarde e estabeleceu os princípios religiosos e sociais de um sistema todo de tolerância e amor, sistema hoje conhecido por Hilelismo. - A Editora da FEB, 1947.
Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridade e da ostentação; entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos em Jerusalém. Acreditavam, ou, pelo menos, fingiam acreditar na Providência, na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (Cap. IV, nº. 4.) Jesus, que prezava, sobretudo, a simplicidade e as qualidades da alma, que, na lei, preferia o espírito, que vivifica, a' letra, que mata, se aplicou, durante toda a sua missão, a lhes desmascarar a hipocrisia, pelo que tinha neles encarniçados inimigos. Essa a razão por que se ligaram aos príncipes dos sacerdotes para amotinar contra ele o povo e eliminá-lo.

Nazarenos
- Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam voto, ou perpétuo ou temporário, de guardar perfeita pureza. Eles se comprometiam a observar a castidade, a abster-se de bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré. Também foi essa a denominação de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, a qual, do mesmo modo que os ebionitas, de quem adotava certos princípios, misturava as práticas do moisaísmo com os dogmas cristãos, seita essa que desapareceu no século quarto.


Portageiros
- Eram os arrecadadores de baixa categoria, incumbidos principalmente da cobrança dos direitos de entrada nas cidades. Suas funções correspondiam mais ou menos à dos empregados de alfândega e recebedores dos direitos de barreira. Compartilhavam da repulsa que pesava sobre os publicanos em geral. Essa a razão por que, no Evangelho, se depara freqüentemente com a palavra publicano ao lado da expressão gente de má vida. Tal qualificação não implicava a de debochados ou vagabundos. Era um termo de desprezo, sinônimo de gente de má companhia, gente indigna de conviver com pessoas distintas.

Publicanos
- Eram assim chamados, na antiga Roma, os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, incumbidos da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do Império. Eram como os arrendatários gerais e arrematadores de taxas do antigo regímen na França e que ainda existem nalgumas legiões. Os riscos a que estavam sujeitos faziam que os olhos se fechassem para as riquezas que muitas vezes adquiriam e que, da parte de alguns, eram frutos de exações e de lucros escandalosos. O nome de publicano se estendeu mais tarde a todos os que superintendiam os dinheiros públicos e aos agentes subalternos. Hoje esse termo se emprega em sentido pejorativo, para designar os financistas e os agentes pouco escrupulosos de negócios. Diz-se por vezes: "Ávido como um publicano, rico como um publicano", com referência a riquezas de mau quilate.
De toda a dominação romana, o imposto foi o que os judeus mais dificilmente aceitaram e o que mais irritação causou entre eles. Dai nasceram várias revoltas, fazendo-se do caso uma questão religiosa, por ser considerada contrária à Lei. Constituiu-se, mesmo, um partido poderoso, a cuja frente se pôs um certo Judá, apelidado o Gaulonita, tendo por principio o não pagamento do imposto, Os judeus, pois, abominavam a este e, como conseqüência, a todos os que eram encarregados de arrecadá-lo, donde a aversão que votavam aos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas muito estimáveis, mas que, em virtude das suas funções, eram desprezadas, assim como os que com elas mantinham relações, os quais se viam atingidos pela mesma reprovação. Os judeus de destaque consideravam um comprometimento ter com eles intimidade.

Saduceus
- Seita judia, que se formou por volta do ano 248 antes de Jesus-Cristo e cujo nome lhe veio do de Sadoc, seu fundador. Não criam na imortalidade, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus.
Entretanto, criam em Deus; nada, porém, esperando após a morte, só o serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que, segundo eles, se limitava a providência divina. Assim pensando, tinham a satisfação dos sentidos tísicos por objetivo essencial da vida. Quanto às Escrituras, atinham-se ao texto da lei antiga. Não admitiam a tradição, nem interpretações quaisquer. Colocavam as boas obras e a observância pura e simples da Lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época. Seita pouco numerosa, mas que contava em seu seio importantes personagens e se tornou um partido político oposto constantemente aos fariseus.

Samaritanos
- Após o cisma das dez tribos, Samaria se constituiu a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, tomou-se, sob os romanos, a cabeça da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou de suntuosos monumentos e, para lisonjear Augusto, lhe deu o nome de Augusta, em grego Sebaste.
Os samaritanos estiveram quase constantemente em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas. Aqueles, para tornarem maior a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros que a esse foram posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antigüidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. Ó antagonismo das duas nações tinha, pois, por fundamento único a divergência das opiniões religiosas; se bem fosse a mesma a origem das crenças de uma e outra. Eram os protestantes desse tempo.
Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas regiões do Levante, particularmente em Nablus e em Jafa. Observam a lei de Moisés com mais rigor que os outros judeus e só entre si contraem alianças. Sinagoga (do grego synagogê, assembléia, congregação). - Um único templo havia na Judéia, o de Salomão, em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. Os judeus, todos os anos, lá iam em peregrinação para as festas principais, como as da Páscoa, da Dedicação e dos Tabernáculos. Por ocasião dessas festas é que Jesus também costumava ir lá. As outras cidades não possuíam templos, mas, apenas, sinagogas: edifícios onde os judeus se reuniam aos sábados, para fazer preces públicas, sob a chefia dos anciães, dos escribas, ou doutores da Lei. Nelas também se realizavam leituras dos livros sagrados, seguidas de explicações e comentários, atividades das quais qualquer pessoa podia participar. Por isso é que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava aos sábados nas sinagogas.
Desde a ruína de Jerusalém e a dispersão dos judeus, as sinagogas, nas cidades por eles habitadas, servem-lhes de templos para a celebração do culto. Terapeutas (do grego therapeutai, formado de therapeuein, servir, cuidar, isto é: servidores de Deus, ou curadores). - Eram sectários judeus contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham muita relação com os essênios, cujos princípios adotavam, aplicando-se, como esses últimos, à prática de todas as virtudes. Eram de extrema frugalidade na alimentação. Também celibatários, votados à contemplação e vivendo vida solitária, constituíam uma verdadeira ordem religiosa. Fílon, filósofo judeu platônico, de Alexandria, foi o primeiro a falar dos terapeutas, considerando-os uma seita do judaísmo. Eusébio, S. Jerônimo e outros Pais da Igreja pensam que eles eram cristãos. Fossem tais, ou fossem judeus, o que é evidente é que, do mesmo modo que os essênios, eles representam o traço de união entre o Judaísmo e o Cristianismo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo

O fariseu e o publicano


"Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;
jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado."

Jesus, registrado no Evangelho de Lucas, capítulo 18, versículos 9 a 14.

Os fariseus, conforme pode ser melhor estudado na Introdução de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" [1], eram "servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias (...). Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas."

Da mesma fonte, colhe-se a explanação sobre os publicanos, que eram, "na antiga Roma, os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, incumbidos da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do Império." Como os judeus abominavam o pagamento do imposto, estenderam sua aversão a todos aqueles que tinham essa função, desprezando igualmente a todos os que com eles mantinham relações.

Figura “O FARISEU E O COBRADOR DE IMPOSTOS”
Desenho de Bida, gravura de Bracquemond


Carlos Torres Pastorino [2], comentando essa passagem, esclarece que: "Ao observarmos as seitas ortodoxas ou não, os ambientes espiritualistas e religiosos, verificamos que a maioria absoluta faz questão das aparências externas, crente de que nisso consiste a virtude.

Analisando etimologicamente a palavra “virtude”, vemos que é derivada do latim VIRTUS que, por sua vez, deriva de VIR (homem, varão, o elemento forte). E VIR é proveniente de VIS, a força", da raiz VI, que também dá viril, violência etc. Então, "virtude é a qualidade de quem tem força", sobretudo moral.

Analisando a virtude do ponto de vista evolutivo, verificamos que, enquanto a criatura tem que "fazer força" para evitar o erro, o desvio do caminho certo, isso demonstra que ainda não evoluiu. Por exemplo: "não roubar" consiste em não tirar materialmente o que nos não pertence, embora se morra de vontade de fazê-lo; "castidade" é não ter contato físico corporal, ainda que os desejos mentais e emocionais sejam incontrolados; "ser religioso" é frequentar, em dias prefixados, a casa de oração com o corpo, mesmo que a mente permaneça distante e, ao sair de lá, as ações demonstrem que não somos nada religiosos. E assim por diante. A criatura que assim age, se julga "virtuosa", porque "faz força" para adquirir bons hábitos e, geralmente, consegue praticá-los com sacrifício.

Fazer força para melhorar não é um mal. Absolutamente. Constitui antes um grande benefício para o próprio, pois é esse exercício constante de vencer as inclinações erradas, que nos vão acostumando a não gostar delas. Assim, depois de várias encarnações que vivemos a fazer esforços continuados de virtude, acabamos acostumando-nos e forma-se então o hábito. Esse hábito plasma, no subconsciente, o instinto. Uma vez formado este, e quando agimos certo naturalmente, sem esforço e sem sequer pensar nisso, então teremos dado um passo evolutivo à frente.

Deixaremos de ser "virtuosos", para sermos "naturais" ou espontâneos, já que o hábito bom se tornou parte integrante de nossa natureza íntima.

Portanto, o esforço despendido para ser "virtuosos" (forte moral e espiritualmente) é exercício de suma vantagem no caminho evolutivo.

O erro da criatura reside em julgar que, por estar combatendo em si as más inclinações, já é evoluída, acreditando-se, por isso, superior aos outros e desprezando-os, e até mesmo evitando-lhes a companhia "para não se misturar" e não ser confundido com eles. O que também pode constituir uma "defesa" para quem não está muito seguro consigo mesmo.

Mesmo inconscientemente, a criatura "virtuosa" se compara aos outros, chegando à conclusão de que "já é diferente" e, por esse motivo agradece a Deus; ao passo que a criatura evoluída não se compara a ninguém, porque não se vê perfeita, nem repara nos outros, porque não tem tempo para isso.

Ora, a vibração da vaidade presunçosa é pior que o próprio erro em si. Porque a vaidade é a vibração oposta à humildade divina. (...) Por isso, o cobrador de impostos, ao pedir misericórdia para seus erros, saiu do templo justificado, porque sintonizado com a humildade."

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Essa passagem evangélica também nos ensina que a prece deve ser feita com humildade, conforme o Codificador recomenda, no item 4 do capítulo XXVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.”

Além disso, essa passagem nos ensina que não são necessárias muitas palavras, mas que o mais importante é o sentimento. O Espírito V. Monod, no item 22 do capítulo XXVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, corrobora: “Tende como certo que um só desses pensamentos, se partir do coração, é mais ouvido pelo vosso Pai celestial do que as longas orações ditas por hábito, muitas vezes sem causa determinante e às quais apenas maquinalmente vos chama a hora convencional."


Bons Estudos!
Carla e Hendrio

Veja também, sobre esse assunto, as postagens A Prece e Egos virtuosos e eus sapientes.

Referências:

1. KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 2ª ed. de bolso. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1999.
2. PASTORINO, C. T. "Sabedoria do Evangelho". Rio de Janeiro, RJ: Sabedoria, 1964, volume 6. "A Vaidade".


Leia mais no endereço: http://licoesdosespiritos.blogspot.com/2009/12/o-fariseu-e-o-publicano.html#ixzz2dn09KvI0

Jesus ficava Calado?

Jesus ficava Calado?

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Introdução

Vez por outra ouvimos a afirmativa de que não devemos responder a isso ou a aquilo, pois Jesus não respondeu a ninguém, sempre permanecia calado. Interessante como certas coisas facilmente são transformadas em mito. O mito, como sabemos, é algo que prolifera e mesmo que seja o maior erro, torna-se uma verdade para muitos. Isso acontece, pois, normalmente, não somos dados a questionamentos, preferindo seguir pela trilha do bezerro que abrir novo caminho pela mata.

Recebemos recentemente um e-mail em que uma leitora nos propunha uma reflexão sobre nossa atitude de sempre defender a Doutrina Espírita dos ataques gratuitos dos detratores de plantão, nos sugerindo que, talvez, fosse melhor que ficássemos calados seguindo o exemplo do Mestre.

Sinceramente, até então não tínhamos pensado mais seriamente sobre isso, mas dessa vez, não sabemos o porquê, mas resolvemos ir à fonte para conhecer como exatamente as coisas se deram. Assim, caro leitor, apresentamos agora o fruto de nosso estudo sobre esse assunto.

Como realmente Jesus agia

         Iremos analisar várias passagens bíblicas a fim de podermos saber como era mesmo o comportamento de Jesus: ficava mesmo calado? Não! Quem tiver curiosidade de ler mais detidamente o Evangelho verá que liderança religiosa da época – escribas, fariseus, saduceus, sacerdotes e anciãos do povo - não deram tréguas a Jesus. Entretanto, as narrativas nos dão conta de que o Mestre jamais ficou calado, sempre os respondeu à altura e nem mesmo os poupou de, por várias vezes, chamá-los de hipócritas e em uma oportunidade os comparou a sepulcros caíados, brancos por fora e podres por dentro. Isso a nosso ver não é ficar calado.

         Ao reler essas passagens foi que nos demos conta disso. Veja, se temos ou não razão:

Mt 5,20: “Com efeito, eu lhes garanto: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu".

         Percebe-se por aqui que Jesus em relação aos escribas e fariseus já os tomava a conta de pessoas às quais não devíamos seguir o exemplo, cuja justiça não deveria ser imitada.

Mt 12,1-8: Naquele tempo, Jesus passou por uns campos de trigo, num dia de sábado. Seus discípulos ficaram com fome, e começaram a apanhar espigas para comer.  Vendo isso, os fariseus disseram: "Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!" Jesus perguntou aos fariseus: "Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? Como ele entrou na casa de Deus, e eles comeram os pães oferecidos a Deus? Ora, nem para Davi, nem para os que estavam com ele, era permitido comer os pães reservados apenas aos sacerdotes. Ou vocês não leram também, na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado, sem cometer falta?. Pois eu digo a vocês: aqui está quem é maior do que o Templo. Se vocês tivessem compreendido o que significa: 'Quero a misericórdia e não o sacrifício, vocês não teriam condenado estes homens que não estão em falta. Portanto, o Filho do Homem é senhor do sábado”.

Essa questão de fazer algo no sábado era para eles um ponto de honra, daí não perdiam oportunidade de importunar Jesus quando esse fazia algo nesse dia. Ao ser questionado sobre a atitude de seus discípulos em providenciar alimentação num dia de sábado Jesus respondeu-lhes à altura não deixando passar batido, como se diria popularmente.

Mt 12,9-14: Jesus saiu desse lugar, e foi para a sinagoga deles. Aí havia um homem com uma das mãos paralisada. E, para poderem acusar Jesus, os fariseus perguntaram: "É permitido fazer cura em dia de sábado?" Jesus respondeu: "Suponham que um de vocês tem uma só ovelha, e ela cai num buraco em dia de sábado. Será que ele não a pegaria e não a tiraria de lá? Ora, um homem vale muito mais do que uma ovelha! Logo, é permitido fazer uma boa ação em dia de sábado." Então Jesus disse ao homem: "Estenda a mão." O homem estendeu a mão, e ela ficou boa e sadia como a outra. Logo depois, os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus.

         Na continuação da narrativa anterior veremos Jesus curando num dia de sábado, mas nem numa situação como essa os intolerantes de sua época achavam certa essa atitude. Vemos, hoje em dia, os fundamentalistas agindo quase que da mesma forma. Os tempos mudam, mas, para muitos, é como se isso não ocorresse, já que ficam apegados ao passado.

Mt 12,22-37: Então levaram a Jesus um endemoninhado cego e mudo. Jesus o curou, de modo que ele falava e enxergava. E todas as multidões ficaram admiradas, e perguntavam: "Será que ele não é o filho de Davi?" Os fariseus ouviram isso, e disseram: "Ele expulsa os demônios através de Belzebu, o príncipe dos demônios!" Sabendo o que eles estavam pensando, Jesus disse: "Todo reino dividido em grupos que lutam entre si, será arruinado. E toda cidade ou família dividida em grupos que brigam entre si, não poderá durar. E se Satanás expulsa Satanás, ele está dividido contra si mesmo. Como, então, o seu reino poderá sobreviver? Se é através de Belzebu que eu expulso os demônios, através de quem os filhos de vocês expulsam os demônios? Por isso, serão eles mesmos que julgarão vocês. Mas se é através do Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês. Ainda: como alguém pode entrar na casa de um homem forte, e se apoderar de suas coisas, se antes não amarrar o homem forte? Só depois poderá roubar a sua casa. Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, espalha. É por isso que eu digo a vocês: todo pecado e blasfêmia será perdoado aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Quem disser alguma coisa contra o Filho do Homem, será perdoado. Mas quem disser algo contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir. Se vocês plantarem uma árvore boa, o fruto dela será bom; mas se vocês plantarem uma árvore má, também o fruto dela será mau, porque é pelo fruto que se conhece a árvore. Raça de cobras venenosas! Se vocês são maus, como podem dizer coisas boas? Pois a boca fala aquilo de que o coração está cheio. O homem bom tira coisas boas do seu bom tesouro, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro. Eu digo a vocês: no dia do julgamento, todos devem prestar contas de cada palavra inútil que tiverem falado. Porque você será justificado por suas próprias palavras, e será condenado por suas próprias palavras".

         Nem ainda saímos do capítulo doze e já encontramos mais uma outra situação em que a liderança religiosa cega no seu saber questiona a Jesus, quando o Mestre liberta uma criatura endemoninhada. Para seus adversários ele fazia isso porque era o príncipe dos demônios ao que Jesus lhes responde com maestria. E, destacamos, ao final ainda os chama de raça de cobras venenosas, atiçando a ira deles. Daqui percebemos que também a liderança religiosa nos dias atuais fazem exatamente a mesma coisa em relação ao Espiritismo, que, apesar de libertar muitas pessoas das influências espirituais inferiores, é taxado de “obra do demônio”. Deveríamos repetir Jesus dizendo-lhes: raça de víboras?

Mt 12,38-42: Então alguns doutores da Lei e fariseus disseram a Jesus: "Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti." Jesus respondeu: "Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. De fato, assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra. No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão"

         Aos doutores da Lei e fariseus que queriam um sinal como prova de que Jesus era mesmo o Messias. Em resposta de Jesus não se fez esperar e, nessa ocasião, os chama de geração má e adúltera.

Mt 15,1-14: Alguns fariseus e diversos doutores da Lei, de Jerusalém, se aproximaram de Jesus, e perguntaram: "Por que os teus discípulos desobedecem à tradição dos antigos? De fato, comem pão sem lavar as mãos!" Jesus respondeu: "Por que é que vocês também desobedecem ao mandamento de Deus em nome da tradição de vocês? Pois Deus disse: 'Honre seu pai e sua mãe'. E ainda: 'Quem amaldiçoa o pai ou a mãe, deve morrer'. E no entanto vocês ensinam que alguém pode dizer ao seu pai e à sua mãe: 'O sustento que vocês poderiam receber de mim é consagrado a Deus'. E essa pessoa fica dispensada de honrar seu pai ou sua mãe. Assim vocês esvaziaram a palavra de Deus com a tradição de vocês. Hipócritas! Isaías profetizou muito bem sobre vocês, quando disse: 'Esse povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos.'" Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto dele, e disse: "Escutem e compreendam. Não é o que entra na boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso torna o homem impuro". Então os discípulos se aproximaram, e disseram a Jesus: "Sabes que os fariseus ficaram escandalizados com o que disseste?" Jesus respondeu: "Toda planta que não foi plantada pelo meu Pai celeste será arrancada. Não se preocupem com eles. São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois cairão num buraco”.

         A liderança religiosa tinha um apego exagerado à tradição, quase faziam dela uma questão religiosa, daí se espantarem quando os discípulos não lavaram as mãos antes de comerem. Novamente recebem de Jesus uma resposta à altura chamando-os de hipócritas e guias cegos.

Mt 16,5-12: Quando atravessaram para o outro lado do mar, os discípulos se esqueceram de levar pães. Então Jesus disse: "Prestem atenção, e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus." Os discípulos pensavam consigo mesmos: "É porque não trouxemos pães." Mas Jesus percebeu, e perguntou: "Por que vocês estão pensando na falta de pães, homens de pouca fé? Vocês ainda não compreendem, nem mesmo se lembram dos cinco pães para cinco mil homens, e de quantos cestos vocês recolheram? Nem dos sete pães para quatro mil homens, e quantos cestos vocês recolheram? Como é que não compreendem que eu não estava falando de pão com vocês? Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus." Então eles perceberam que Jesus não tinha falado para tomar cuidado com o fermento de pão, mas com o ensinamento dos fariseus e saduceus.

         Aqui Jesus recomenda aos discípulos para não seguirem o ensinamento dos fariseus e saduceus. Ficamos a pensar se Jesus não manteria esse discurso à liderança religiosa atual! Assim, com essa atitude, Jesus deixa claro que os ensinamentos deles não são cunho divino, mas apenas fruto de seus próprios interesses, tal e qual está acontecendo nos dias atuais.

Mt 19,1-12: Quando Jesus acabou de dizer essas palavras, ele partiu da Galiléia, e foi para o território da Judéia, no outro lado do rio Jordão. Numerosas multidões o seguiram, e Jesus aí as curou. Alguns fariseus se aproximaram de Jesus, e perguntaram, para o tentar: "É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo?" Jesus respondeu: "Vocês nunca leram que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? E que ele disse: 'Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne'? Portanto, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar." Os fariseus perguntaram: "Então, como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio ao despedir a mulher?" Jesus respondeu: "Moisés permitiu o divórcio, porque vocês são duros de coração. Mas não foi assim desde o início. Eu, por isso, digo a vocês: quem se divorciar de sua mulher, a não ser em caso de fornicação, e casar-se com outra, comete adultério". Os discípulos disseram a Jesus: "Se a situação do homem com a mulher é assim, então é melhor não se casar." Jesus respondeu: "Nem todos entendem isso, a não ser aqueles a quem é concedido. De fato, há homens castrados, porque nasceram assim; outros, porque os homens os fizeram assim; outros, ainda, se castraram por causa do Reino do Céu. Quem puder entender, entenda".

         Obviamente, que nesse episódio, os fariseus não estavam querendo se instruir, mas queriam colocar Jesus em situação difícil, ou seja, tudo que dissesse seria usado contra ele. Esse episódio traduz semelhança ao que nos acontece agora, quando algum fundamentalista emite perguntas capciosas, intentando colocar-nos contra a “palavra de Deus”.

Mt 21,23-27: Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo se aproximaram, e perguntaram: "Com que autoridade fazes tais coisas? Quem foi que te deu essa autoridade?" Jesus respondeu: "Eu também vou fazer uma pergunta para vocês. Se responderem, eu também direi a vocês com que autoridade faço isso. De onde era o batismo de João? Do céu ou dos homens?" Mas eles raciocinavam, pensando: "Se respondemos que vinha do céu, ele vai dizer: 'Então, por que vocês não acreditaram em João?' Se respondemos que vinha dos homens, temos medo da multidão, pois todos consideram João como um profeta." Eles então responderam a Jesus: "Não sabemos." E Jesus disse a eles: "Pois eu também não vou dizer a vocês com que autoridade faço essas coisas."

         A todo momento Jesus era questionado quanto à sua autoridade, ao que sempre respondia a altura dos seus interlocutores, deixando-os acuados perante suas próprias colocações. Diríamos, popularmente: “perderam uma ótima ocasião de ficarem calados”.

Mt 21,33-46: "Escutem essa outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, cercou-a, fez um tanque para pisar a uva, e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha para alguns agricultores, e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos agricultores para receber os frutos. Os agricultores, porém, agarraram os empregados, bateram num, mataram outro, e apedrejaram o terceiro. O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu próprio filho, pensando: 'Eles vão respeitar o meu filho'. Os agricultores, porém, ao verem o filho, pensaram: 'Esse é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo, e tomar posse da sua herança'. Então agarraram o filho, o jogaram para fora da vinha, e o mataram. Pois bem: quando o dono da vinha voltar, o que irá fazer com esses agricultores?" Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: "É claro que mandará matar de modo violento esses perversos, e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo". Então Jesus disse a eles: "Vocês nunca leram na Escritura: 'A pedra que os construtores deixaram de lado tornou-se a pedra mais importante; isso foi feito pelo Senhor, e é admirável aos nossos olhos'? Por isso eu lhes afirmo: o Reino de Deus será tirado de vocês, e será entregue a uma nação que produzirá seus frutos. Quem cair sobre essa pedra, ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair, será esmagado". Os chefes dos sacerdotes e os fariseus ouviram as parábolas de Jesus, e compreenderam que estava falando deles. Procuraram prender Jesus, mas ficaram com medo das multidões, pois elas consideravam Jesus um profeta.

         Constata-se, também, que Jesus não deixava por menos quando se defrontava com essa “raça de cobras venenosas”. Aqui, percebe-se, claramente, que a parábola é dirigida a eles, tal fato nitidamente percebido por todos, aumentando a raiva que nutriam de Jesus, aguardavam, assim, o momento propício para lhe darem o venenoso bote.

Mt 22,15-22: Então os fariseus se retiraram, e fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. Mandaram os seus discípulos, junto com alguns partidários de Herodes, para dizerem a Jesus: "Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e que ensinas de fato o caminho de Deus. Tu não dás preferência a ninguém, porque não levas em conta as aparências. Dize-nos, então, o que pensas: É lícito ou não é, pagar imposto a César?" Jesus percebeu a maldade deles, e disse: "Hipócritas! Por que vocês me tentam? Mostrem-me a moeda do imposto." Levaram então a ele a moeda. E Jesus perguntou: "De quem é a figura e inscrição nesta moeda?" Eles responderam: "É de César." Então Jesus disse: "Pois dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." Ouvindo isso, eles ficaram admirados. Deixaram Jesus, e foram embora.

         Nunca perderam uma oportunidade de colocar Jesus numa situação difícil, sendo isso cabalmente denotado nessa situação. Percebendo-lhes a segunda intenção, Jesus, sem meias palavras, diz: hipócritas! Não poucas vezes os chamou desse modo, apontando-lhes a falsidade.

Mt 22,23-33: Os saduceus afirmam que não existe ressurreição. Alguns deles se aproximaram de Jesus, e lhe propuseram este caso: "Mestre, Moisés disse: 'Se alguém morrer sem ter filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de que possam ter filhos em nome do irmão que morreu'. Pois bem, havia entre nós sete irmãos. O primeiro casou-se, e morreu sem ter filhos, deixando a mulher para seu irmão. Do mesmo modo aconteceu com o segundo e o terceiro, e assim com os sete. Depois de todos eles, morreu também a mulher. Na ressurreição, de qual dos sete ela será mulher? De fato, todos a tiveram." Jesus respondeu: "Vocês estão enganados, porque não conhecem as Escrituras, nem o poder de Deus. De fato, na ressurreição, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. E, quanto à ressurreição, será que não leram o que Deus disse a vocês: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos." Ouvindo isso, as multidões ficaram impressionadas com o ensinamento de Jesus.

         A pergunta dos saduceus não tinha por objetivo esclarecer o assunto, mas, tão somente, constatar se Jesus possuía a capacidade de se explicar, já que, intimamente, acreditavam que não, por conseguinte, adveio o desejo de pegá-lo com suas próprias palavras.

Mt 22, 34-40: Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito os saduceus se calarem. Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus para o tentar: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?" Jesus respondeu: "Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos."

         Nem bem deixou os saduceus acuados, aparecem os fariseus pensando serem mais capazes que os primeiros. Assim, fizeram um novo questionamento a Jesus. Com certeza orgulhosos que eram, pensavam, intimamente, conduzirem Jesus àquilo que obstinadamente queriam: usar as palavras do Mestre para obterem um bom motivo de o matarem ou, na pior das hipóteses, confrontá-lo com o governo político.

Mt 22, 41-46: Os fariseus estavam reunidos, e Jesus lhes perguntou: "O que é que vocês acham do Messias? Ele é filho de quem?" Os fariseus responderam: "De Davi." Então Jesus disse: "Como é que Davi, pelo Espírito, o chama Senhor, quando afirma: 'O Senhor disse ao meu Senhor: sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés'? Se o próprio Davi o chama de Senhor, como ele pode ser seu filho?" E ninguém podia responder a Jesus uma só palavra. Desse dia em diante, ninguém mais se arriscou a fazer perguntas a Jesus.

Nessa passagem, verifica-se que Jesus é quem os indaga. Agindo sabiamente, coloca-lhes em uma situação embaraçosa. O feitiço virou contra o feiticeiro, diríamos. Enfrenta-os destemido, mesmo conhecendo suas reais intenções, mas não os deixava sem respostas às suas indagações, por mais difíceis que fossem.

Mt 23, 1-12. Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: "Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Vejam como eles usam faixas largas na testa e nos braços, e como põem na roupa longas franjas, com trechos da Escritura. Gostam dos lugares de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas; gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, e de que as pessoas os chamem mestre. Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Na terra, não chamem a ninguém Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu. Não deixem que os outros chamem vocês líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias. Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado."

         Ao recomendar a todos que não agissem como os doutores da lei e fariseus, implicitamente, estava chamando-os de hipócritas, indubitavelmente. Jesus vai mais longe quando menciona que gostam de serem vistos, dos primeiros lugares, de serem destacados na multidão, deixando a descoberto todo orgulho que nutriam em seus corações. Podemos acrescentar que usavam a religião para esse fim, fato comum, também, nos dias de hoje, quando essa liderança religiosa que vemos por aí, busca na religião um veículo de satisfação de seus próprios interesses, ao invés de se preocuparem, efetivamente, com a salvação dos fiéis.
Mt 23, 13-36: "Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar aqueles que desejam. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês exploram as viúvas, e roubam suas casas e, para disfarçar, fazem longas orações! Por isso, vocês vão receber uma condenação mais severa. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês percorrem o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguem, o tornam merecedor do inferno duas vezes mais do que vocês. Ai de vocês, guias cegos! Vocês dizem: 'Se alguém jura pelo Templo, não fica obrigado, mas se alguém jura pelo ouro do Templo, fica obrigado'. Irresponsáveis e cegos! O que vale mais: o ouro ou o Templo que santifica o ouro? Vocês dizem também: 'Se alguém jura pelo altar, não fica obrigado, mas se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado'. Cegos! O que vale mais: a oferta ou o altar que santifica a oferta? De fato, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. E quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita no Templo. E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês pagam o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês deveriam praticar isso, sem deixar aquilo. Guias cegos! Vocês coam um mosquito, mas engolem um camelo. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês limpam o copo e o prato por fora, mas por dentro vocês estão cheios de desejos de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o copo por dentro, e assim o lado de fora também ficará limpo. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês constroem sepulcros para os profetas, e enfeitam os túmulos dos justos, e dizem: 'Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas'. Com isso, vocês confessam que são filhos daqueles que mataram os profetas. Pois bem: acabem de encher a medida dos pais de vocês! Serpentes, raça de cobras venenosas! Como é que vocês poderiam escapar da condenação do inferno? É por isso que eu envio a vocês profetas, sábios e doutores: a uns vocês matarão e crucificarão, a outros torturarão nas sinagogas de vocês, e os perseguirão de cidade em cidade. Desse modo, virá sobre vocês todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que vocês assassinaram entre o santuário e o altar. Eu garanto a vocês: tudo isso acontecerá a essa geração".
         Essa é, talvez, a passagem em que mais Jesus chamou a liderança religiosa de hipócrita. Aqui, desnudou aqueles falsos líderes, demonstrando que realmente preocupavam-se tão somente com aquilo que pudesse satisfazer seus desejos, explorando, para isso, a fé do povo. Infelizmente, tal forma de proceder está presente nos “lideres” contemporâneos.

Mc 2, 1- 1. Alguns dias depois, Jesus entrou de novo na cidade de Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. E tanta gente se reuniu aí que já não havia lugar nem na frente da casa. E Jesus anunciava a palavra. Levaram então um paralítico, carregado por quatro homens. Mas eles não conseguiam chegar até Jesus, por causa da multidão. Então fizeram um buraco no teto, bem em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os seus pecados estão perdoados." Ora, alguns doutores da Lei estavam aí sentados, e começaram a pensar: "Por que este homem fala assim? Ele está blasfemando! Ninguém pode perdoar pecados, porque só Deus tem poder para isso!" Jesus logo percebeu o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: "Por que vocês pensam assim? O que é mais fácil dizer ao paralítico: 'Os seus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levante-se, pegue a sua cama e ande?' Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa." O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus dizendo: "Nunca vimos uma coisa assim!"

         Algumas vezes esses críticos não tinham coragem de externar suas idéias, mas, mesmo assim, no íntimo, o faziam. Jesus, conhecendo-lhes o pensamento, rebate essa crítica “mental” para não perder mais essa oportunidade de provar-lhes a incoerência de suas atitudes.

Mc 2, 15-17: Mais tarde, Jesus estava comendo na casa de Levi. Havia vários cobradores de impostos e pecadores na mesa com Jesus e seus discípulos; com efeito, eram muitos os que o seguiam. Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: "Por que Jesus come e bebe junto com cobradores de impostos e pecadores?" Jesus ouviu e respondeu: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Eu não vim para chamar justos, e sim pecadores".

         Mas não havia nada que Jesus fizesse que agradasse essa liderança religiosa, tudo quanto fazia era motivo de críticas. Qualquer relação com o Espiritismo, não é mera coincidência: a liderança de hoje deve ser a de ontem reencarnada.

Mc 2, 18-22: Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam fazendo jejum. Então alguns perguntaram a Jesus: "Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus fazem jejum e os teus discípulos não fazem?" Jesus respondeu: "Vocês acham que os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está presente, os convidados não podem fazer jejum. Mas vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles. Nesse dia eles vão jejuar. Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano e o rasgo fica maior ainda. Ninguém coloca vinho novo em barris velhos; porque o vinho novo arrebenta os barris velhos, e o vinho e os barris se perdem. Por isso, vinho novo deve ser colocado em barris novos".

         O apego às determinações de Moisés também era um dos motivos pelos quais eles não deixavam de criticar as atitudes de Jesus, já que o Mestre não parecia muito disposto a seguir ao pé da letra tais recomendações. Podemos extrair da sua resposta podemos entender que Jesus claramente sobrepõe seus ensinamentos aos de Moisés, todavia, apesar disso ser tão óbvio, a liderança religiosa finge não ver. Para ela é interessante manter também a legislação anterior, pois é desta a premissa de que só se salvará aquele fiel que, pontualmente, pagar o dízimo.

Lc 16, 14-15: Os fariseus, que são amigos do dinheiro, ouviam tudo isso, e caçoavam de Jesus. Então Jesus disse para eles: "Vocês gostam de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece os corações de vocês. De fato, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

         Mais uma vez, Jesus ressalta a hipocrisia dos fariseus. Assim como ocorria àquela época, a liderança religiosa atual caçoa daqueles que vêm justamente tentar restaurar os verdadeiros ensinamentos de Jesus mediante o Espiritismo.

Lc 19, 37-40: Quando Jesus estava junto à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão de discípulos começaram, alegres, a louvar a Deus em voz alta, por todos os milagres que tinham visto. E dizia: "Bendito seja aquele que vem como Rei, em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto do céu." No meio da multidão, alguns fariseus disseram a Jesus: "Mestre, manda que teus discípulos se calem." Jesus respondeu: "Eu digo a vocês: se eles se calarem, as pedras gritarão."

         Nota-se que até mesmo o fato de Jesus ter sido aclamado pelos seus discípulos incomodava os fariseus. Mas não ficaram sem resposta, já que esse é o estilo do Mestre, que perfeitamente estamos identificando ao longo desse estudo.

         Aqui, terminamos as passagens em que Jesus responde a todas as críticas dos seus opositores, sem que deixasse pelo menos uma sem a devida resposta. Não os poupou ao chamá-los de hipócritas, raça de víboras, entre outras denominações. Entretanto, agora vamos apresentar uma atitude ainda mais enérgica de Jesus, a qual demonstra, perfeitamente, que ele não agia como um manso cordeirinho, conforme querem que pensemos, vejamos:

Mt 21, 12-13: Jesus entrou no Templo, e expulsou todos os que vendiam e compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. E disse: "Está nas Escrituras: 'Minha casa será chamada casa de oração'. No entanto, vocês fizeram dela uma toca de ladrões."

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            Nesse ponto, mais energicamente, ainda, agiu Jesus ao expulsar do Templo os cambistas e todos que estavam ali a vender, levando-nos a concluir que ele não era tão manso assim como querem pintá-lo. Acaba por insinuar que eram todos eles ladrões na toca.

            Bom até agora somente apontamos passagens demonstrando que Jesus não cultivava o silêncio. Alguém poderia nos perguntar: “será que você não está distorcendo os fatos, considerando que, possivelmente, em algum momento, ele tenha mesmo silenciado?” A resposta é negativa: a verdade joga por terra toda essa idéia que nos passaram, ou seja, de um Mestre sem personalidade, pois, para nós, quem age tão mansamente assim é desprovido dessa característica. Vejamos então esta passagem:
Mt 27,1-2.11-14: De manhã cedo, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, para o condenarem à morte. Eles o amarraram e o levaram, e o entregaram a Pilatos, o governador. Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou: "Tu és o rei dos judeus?" Jesus declarou: "É você que está dizendo isso." E nada respondeu quando foi acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos. Então Pilatos perguntou: "Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?" Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou vivamente impressionado.

         Está aí a única passagem em que Jesus nada respondeu. Foi exatamente aquela em que os chefes dos sacerdotes e anciões o acusaram diante de Pilatos. Mas isso se justifica, pois consciente de seu destino, simplesmente entregou-se a ele. Pensamos que, se tivesse resistido, teria sido solto, obviamente, assim, se sua missão era morrer na cruz, esse fato não deveria ocorrer.

Conclusão

A conclusão obtida nesse estudo é a seguinte: devemos sim contestar todas as críticas e acusações que fazem ao Espiritismo, atitude perfeitamente compatível com a de Jesus.

Mas, para que não fiquemos adstritos apenas a uma opinião pessoal, vejamos o que o confrade Divaldo P. Franco, disse há tempos, especificamente em 17/06/2001, quando, ao comparecer no programa “Espiritismo Via Satélite”, pela Rede Visão, fizemos-lhe esta pergunta:

Divaldo, considerando que Kardec no Projeto 1868, sugere que entre as atribuições da Comissão Central, a ser criada para coordenar o movimento espírita, estaria a refutação dos ataques ao Espiritismo. Presumimos que os Espíritos Superiores concordaram com essa recomendação de Kardec. Assim lhe perguntamos: será que hoje os Espíritos não concordam com isso, ou seja, que não devemos refutar os ataques à Doutrina Espírita ou isso é coisa dos Espíritas?
Cuja resposta foi:

 “Naturalmente devemos refutar. Mas refutar numa linguagem nobre. O difícil é encontrar as pessoas que possuam condições para enfrentar esses debates sem descerem aos níveis infelizes dos agressores. A nossa imprensa Espírita, na medida do possível, através de homens e mulheres admiráveis, tem refutado as agressões que o Espiritismo vem sofrendo”.


 “Ainda há pouco lemos aqui, na Internet, a Rede Visão refutando agressões muito dolorosas, desonestas e não autenticas veiculadas por uma revista protestante que a espalhou por todo o mundo. Espíritas de diferentes países receberam essa revista, inclusive na Bélgica e na Itália, na qual está exarado um ataque muito grosseiro à reencarnação, sem qualquer fundamento, porque toda a documentação é adulterada e direcionada e, no entanto aqui a Rede Visão, através da Internet como pode ser lida, está enfrentando. E o vem fazendo com muita assiduidade. Nós devemos sim refutar todas as agressões à Doutrina nobre, mas nunca descermos ao baixo nível dos nossos agressores”.

Esse e-mail do qual falamos no início, foi providencial e sinceramente já agradecemos ao autor por nos tê-lo enviado, pois ele foi motivo de estudo e reflexão de nossa parte. Se, antes, tínhamos alguma dúvida em relação à defesa da Doutrina Espírita, embora saibamos que o próprio Kardec não deixou por menos, fato que parece ser ignorado pela maioria dos Espíritas, agora não temos mais, pois enganaram-se os que pensam que Jesus ficou o tempo todo calado e é por ele que nos esforçamos, tentando seguir o seu exemplo.

SABER AMAR • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

SABER AMAR  •  J. Herculano Pires (Irmão Saulo)


Às vésperas do Natal, a poetisa Maria Dolores nos lembra o mandamento do amor. Se o houvéssemos obedecido, a Terra seria hoje um mundo tranquilo e feliz. Como não fomos capazes de segui-lo, vemo-nos envolvidos em lutas inglórias e submetidos a terríveis ameaças. Quando Jesus advertiu os discípulos contra o fermento dos fariseus, eles entenderam que o Mestre lhes falava de pão. Dois milênios depois fazemos o mesmo. O fermento do orgulho e da vaidade nos leva a desfigurar os seus ensinos e rejeitar as suas palavras. Somos alunos repetentes de muitos séculos!
O item 5 do capítulo VI de O evangelho segundo o espiritismo, citado por Chico Xavier, constitui-se de uma mensagem do Espírito da Verdade, que há mais de um século repetiu-nos, como porta-voz de Cristo, o seu ensino esquecido: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instrui-vos, eis o segundo”. A mensagem é dirigida aos espíritas, na era da razão, porque eles devem estar em condições de compreendê-la.

Não basta amar, é preciso saber amar. Jesus não nos trouxe apenas o amor, mas também a verdade. Ensinou-nos a raciocinar, a buscar o sentido da vida, a não nos perdermos de novo nas trevas da vaidade farisaica. Por isso o Espírito da Verdade acentua: "Instrui-vos".

O espiritismo é a Renascença cristã, segundo a bela definição de Emmanuel. Inicia na Terra uma fase nova da Ilustração, de Iluminismo, desalojando a nossa mente do fanatismo sectário. No Renascimento tivemos a iluminação das ciências. No espiritismo temos a iluminação da verdade, sob as luzes conjugadas da ciência, da filosofia e da religião.

Não temos o direito de nos perdermos de novo em jogos de palavras, como fizeram os sofistas gregos, os rabinos judeus, os clérigos medievais. Não temos o direito de corrigir os textos de Jesus e Kardec segundo a medida estreita de nossa miopia mental. Precisamos instruir-nos, arejar-nos, libertar-nos dos preconceitos para não confundirmos o fermento do passado com o pão de cada dia que o padeiro nos entrega.

A prece de Maria Dolores é um convite de Natal à compreensão profunda das lições do Mestre, à rejeição “das bagatelas entre as quais nos perdemos”, como crianças que brincam com os seixos da praia sem compreender a extensão e a profundidade do mar.

Abençoada lição que nos dá a grande poetisa do além: deixemos de lado os bilros das palavras e cuidemos do sentido real dos ensinos de Jesus, pondo-nos em prática na realidade da vida. Neste Natal, o Mestre nos olha compassivo, perguntando a si mesmo até quando continuaremos apegados à ilusão dos sofismas, tentando corrigir os seus ensinos.

SABEDORIA DO EVANGELHO - FERMENTO DOS FARISEUS

SABEDORIA DO EVANGELHO - FERMENTO DOS FARISEUS


Olá,


Mat. 16:5-12 5. " Indo seus discípulos para o outro lado, esqueceram- se de levar pão. 6. Disse-lhes Jesus: "Olhai: guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus". 7. Eles, porém, dialogavam entre si dizendo: "É porque não trouxemos pão". 8. Percebendo-o Jesus, prosseguiu: "Por que estais discorrendo entre vós, homens de pequena fé, por não terdes pão? 9. Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e quantos cestos apanhastes? 10. Nem dos sete pães para quatro mil, e quantas cestas recolhestes?



11. Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pão, mas: Guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus"? 12. Então entenderam que lhes não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas do ensinamento dos fariseus e dos saduceus. "


Marc. 8: 14-21 14. " E esqueceram-se os discípulos de levar pão; e não tinham consigo no barco senão um só pão. 15. E preceituava-lhes, dizendo: "Olhai: guardai- vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes". 16. Eles racionavam entre si, dizendo: "É porque não temos pão". 17. Percebendo-o Jesus, lhes perguntou: "Por que discorreis por não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem entendeis? Tendes vosso coração endurecido? 18. Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais de 19. quando parti os cinco pães para cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços apanhastes"? Disseram-lhe: "Doze". 20. "E quando parti os sete para quatro mil, quantas cestas cheias de fragmentos recolhestes"? Disseram: "Sete". 21. E disse-lhes: "Ainda não entendeis"?


O episódio que se desenrola, todo natural e cheio de vivacidade, é um instantâneo da vida, com seus esquecimentos inevitáveis e suas confusões. Ao embarcar, os discípulos esqueceram de prevenir-se com provisões de boca.


Lembra-se Marcos de que tinham apenas um pão, pois Pedro lhe frisara bem esse ponto. E isso talvez preocupasse os discípulos desde o início da travessia. Ora. de seu travesseiro de couro, à popa, o Mestre ergue a voz máscula, embora repassada de doçura, para dar-lhes um aviso, precedido de uma interjeição:


 "Olhai! Cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus" (em Marcos: "dos fariseus e de Herodes").


Diante disso, eles extravasam a angústia represada:


 "Pronto! é porque esquecemos os pães"! ... E quem sabe principia urna discussão entre eles, buscando qual o "culpado" ...


Mas Jesus interrompe-os com entonação de tristeza e desilusão na voz. Mais uma vez fora mal interpretado: seu ensino era espiritual, não material. Que importava o pão físico? Então já haviam esquecido as duas multiplicações?


E aqui vem a comprovação da realidade de ambas, citadas separadamente, com os pormenores salientados, numa vivacidade natural: quantos cestos apanhastes quando cinco mil foram saciados com cinco pães? E quantas cestas, quando quatro mil o tornam com sete?


 A expressão "ter olhos e não ver" ... é bíblica (cfr Jer. 5:21; Ex. 12:2; Salmo 115:5 e 135:16), salientando a decepção causada ao Mestre pelos próprios discípulos, que com Ele conviviam há bastante tempo, e que não percebiam ainda o sentido oculto. Era uma desilusão forte, após a outra sofrida na aula dada na sinagoga de Cafarnaum (João, 6:66; vol. 3.º).


 Parece então que foi percebido, como anota Mateus: o fermento, elemento corruptor (tanto que era proibido colocá-lo no pão utilizado na Páscoa e no das oblatas, Lev. 2:11) era a hipocrisia (Luc. 12:2) e outros graves defeitos citados em vários pontos do Evangelho, mas sobretudo em Mat. 23: 1-7.


A lição da individualidade chega-nos com frequência à personalidade física. Mas esta, envolvida pela materialidade que a circunda, não entende os sussurros silenciosos de advertência que lhe são feitos, e quase sempre os interpreta viciosamente, atribuindo aos avisos espirituais sentido material. Por vezes, mesmo, há amigos desencarnados que se encarregam de advertir-nos. No entanto, queixamonos de que "não são claros nem objetivos", porque não os ouvimos com os ouvidos espirituais, mas apenas com os materiais ... eles querem facilitar-nos a compreensão, mas temos os olhos da mente vedados!


As palavras do Espírito só podem tratar de aspectos espirituais. Todavia, o aviso é oportuno: cuidado com os fariseus (os hipócritas intelectuais), com os saduceus (os materialistas agnósticos) e os herodianos (os que se prendem aos gozos dos sentidos), porque eles, que de todos os lados nos cercam, acabam permeando-nos com suas doutrinas e agindo como o fermento: fazendo-nos inchar toda a massa, corrompendo-a.


O sentido espiritual se deduz da letra, única que pode chegar até nós através do intelecto. E que o sentido da palavra deva ser percebido em todas as minúcias, vemo-lo num pormenor que parece insignificante: ao relembrar as duas multiplicações, o Mestre sublinha os termos utilizados em cada uma, distinguindo que, na primeira, os fragmentos foram recolhidos em cestos (kophínos) e na segunda em cestas (spurídas), recipientes maiores.


Não há confusão possível. O espiritualista está cercado de doutrinas exóticas e facilmente deixa-se penetrar por elas sem sentir. Quando abrir os olhos, verificará que saiu da renda reta despercebidamente. Cuidado! O pão sobressubstancial é simples, sem fermentos de grandezas, sem exterioridades, sem misturas: é sincero (no sentido etimológico, "sem mistura"), não hipócrita, não fariseu; é espiritual, sem materialidade nem agnosticismo, não saduceu; e não busca prazeres físicos dos sentidos, é não herodiano."