sábado, 29 de março de 2014

O Mandamento Maior - GEAE

O Mandamento Maior
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A - Texto de Apoio:
Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - "Mestre, qual o mandamento maior da lei?" - Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)

Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)

Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.).


O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. - Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. - Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. -O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: "Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo." - Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. - Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo, dizia: "Paga o que me deves." - O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: "Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo." - Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia. Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. - Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: "Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. - Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?" E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia. É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)


"Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles?

A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios,nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Como interpretar o mandamento maior da lei de Deus?

2 - Na prática, em que consiste "amar o próximo como a si mesmo"?

O Mandamento Maior - Conclusão Voltar ao estudo

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE062b - Cap. XI - Itens 1 a 4
Tema: O Mandamento Maior
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A - Conclusão do Estudo:
Amar o próximo como a si mesmo é preceito contido no mandamento maior da Lei de Deus. Constitui a exempressão mais completa da caridade porque resume todos os deveres do homem para com o próximo, e o meio mais eficaz para se eliminar o orgulho e o egoísmo.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Como interpretar o mandamento maior da lei de Deus?

Esse mandamento está expresso no dever que cada um de nós, seus filhos têm de amá-lo, com todo o nosso coração. Contudo, esse amor só será completo, e a lei divina integralmente cumprida, se também, igualmente, amarmos o nosso próximo como a nós mesmos.

Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos: "Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."

2 - Na prática, em que consiste "amar o próximo como a si mesmo"?

Consiste em examinar a nossa própria consciência, para saber como gostaríamos que procedessem conosco em cada circunstância e, daí, adotarmos esse procedimento para com o próximo.

"Amar o próximo como a si mesmo"... é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. (...) A prática dessa máxima, tende à destruição do egoísmo."

Amar o Próximo


“Amai-vos sempre uns aos outros, como irmãos; prestai-vos mútuo auxílio, e que o amor do próximo não vos seja uma palavra vazia de sentido.” [1]

Devemos compreender a necessidade de amar o próximo como a nós mesmos como fazer aos outros aquilo que queríamos que os outros nos fizessem, conforme nos orienta Jesus. O amor em ação pelo Bem do próximo, em suas diversas facetas como o respeito, a tolerância, a cordialidade etc., consiste na caridade. Diversas passagens da Codificação Espírita detalham este mandamento, como, por exemplo, o capítulo XI da obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, intitulado “Amar o Próximo como a Si Mesmo”.

No item 4 do capítulo supracitado, encontramos as seguintes orientações de Allan Kardec a respeito do tema:

“‘Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós’, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.” [2]

A ideia de amar o próximo é, como se vê, essencialmente prática, e traz diretamente o Bem a nós próprios. O Espírito Sanson, o qual integrava a Sociedade Espírita de Paris quando encarnado, enviou, do Plano Espiritual, a seguinte orientação, reforçando o sentido prático de amar o próximo:

“Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados; e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, destinados a se elevarem ao infinito. Assim, não podeis recusar aos vossos irmãos o que Deus liberalmente vos outorgou, porquanto, de vosso lado, muito vos alegraria que vossos irmãos vos dessem aquilo de que necessitais. Para todos os sofrimentos, tende, pois, sempre uma palavra de esperança e de conforto, a fim de que sejais inteiramente amor e justiça.” [3]

O Codificador da Doutrina Espírita reforça a orientação acima, ilustrando que amar o próximo é tratar a todos de forma igualitária, tal como desejamos não ser discriminados, ressaltando que essa forma equilibrada de tratamento acabará com graves problemas sociais, como o da fome.

“Ora, amar o próximo como a si mesmo é não fazer nenhuma diferença entre si mesmo e o próximo; é a consagração do princípio: Todos os homens são irmãos, porque são filhos de Deus.” [4]

“A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá.” [5]

Paulo de Tarso, em sua primeira carta aos Coríntios, capítulo 13, informa que a caridade é maior até mesmo do que a fé. Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XV item 07, comenta essa passagem, argumentando que a caridade está ao alcance de todos, independente de renda, cultura e mesmo credo religioso. O Espiritismo, coerente com seus princípios de liberdade de consciência, sempre ressalta que fora da caridade não há salvação. Como ressaltado por Kardec, o Espiritismo “não diz: Fora do Espiritismo não há salvação, mas, com o Cristo: Fora da caridade não há salvação, princípio de união, de tolerância, que congraçará os homens num sentimento comum de fraternidade, em vez de os dividir em seitas inimigas.” [6]

Fonte: http://www.flickr.com/photos/22177648@N06/2137735924/

Encontramos orientações sobre amar o próximo desde o Velho Testamento:

“Amarás, pois, a Jeová teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Deuteronômio 06:05)

“Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo: eu sou Jeová.” (Levítico 19:18)

“Vendo o jumento de teu irmão, ou o seu boi, caídos no caminho, não passarás por eles indiferente; sem falta o ajudarás a levantá-los.” (Deuteronômio 22:04)

“Se encontrares o boi do teu inimigo, ou o seu jumento desgarrado, sem falta lho reconduzirás. Se vires caído debaixo da sua carga o jumento daquele que te aborrece, não o deixarás, certamente com o dono o aliviarás.” (Êxodo 23:04-05)

Jesus, demonstrando não ter vindo destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento (Mateus 05:17), indica serem as essenciais as duas primeiras passagens acima citadas — amar a Deus e o próximo:

“Mestre, qual é o grande mandamento da Lei?
Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento.
O segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas.” (Mateus 22:36-40)

Allan Kardec obteve orientações acerca dessa passagem pelos Espíritos da falange do Consolador prometido:

“A lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?
‘Certamente. Esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Demais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei. Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas à interpretação.’” [7]

“Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
‘Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.’
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. (...) O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.” [8]

Na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), encontramos preciosas lições sobre o amor ao próximo. Um doutor da lei pergunta a Jesus: “quem é o meu próximo?” (Lucas 10:29), ao que o Mestre assim responde:

“Prosseguindo Jesus, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto. Por uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; quando o viu, passou de largo. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve compaixão dele. Chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o e quanto gastares de mais, na volta eu to pagarei. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai-te, e faze tu o mesmo.” (Lucas 10:30-37)

Na passagem acima, Jesus aponta que dois religiosos judeus evitaram auxiliar à pessoa em necessidade, porém um samaritano se dispôs a fazê-lo. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em sua Introdução, item III — “Notícias Históricas”, Kardec traz um breve histórico da animosidade existente entre judeus e samaritanos. Visando a ilustrar a necessidade de se fazer o bem, independente de credo religioso, Jesus utilizou a figura de um oponente ideológico dos judeus nessa parábola. Nosso próximo é, portanto, todo aquele em que esteja a nosso alcance auxiliar, e devemos fazê-lo sempre de forma incondicional. Nossa consciência não cobrará prodígios que beirem ao impossível, mas apenas fazer todo o Bem que podíamos. Assim comenta Kardec a respeito da referida passagem evangélica:

“(...) Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única.” [9]

Notemos, também, que Jesus analisa o comportamento dos sacerdotes judeus e também o do samaritano, porém não tece quaisquer comentários sobre a pessoa ferida e que precisava de ajuda. Ela necessitava de auxílio, independente do porquê de assim se encontrar. Verifica-se, aqui também, a lição do auxílio incondicional.

Necessitamos estar conectados ao mundo à nossa volta, vigilantes, a fim de percebermos as tantas oportunidades de auxiliar os outros, as quais surgem todos os dias. A utilização do samaritano na parábola também tem relação com o próprio significado da palavra, segundo apontamentos de Carlos Torres Pastorino: “Samaria, em hebraico (shomron) significa ‘vigilância’” [10]; e foi justamente uma alma vigilante, atenta às oportunidades de fazer o Bem, que cuidou de quem precisava de auxílio. Pastorino comenta, ainda:

“Só mesmo alguém que já tenha sido despertado para a vida maior do Espírito (samaritano – vigilante) é capaz de trazer-lhe efetivo e eficiente socorro, derramando em suas chagas o óleo (bálsamo do conforto e consolação) e o vinho (interpretação e explicações espirituais), e levá-lo, depois, aonde possa ele libertar-se, pela meditação ao lado de um mestre (hospedeiro), dos danosos efeitos e das consequências dos vícios, e poder assim recomeçar, fortalecido, sua evolução, após haver aprendido, em dolorosas experiências, a evitar os perigosos caminhos do mundo, infestados de gozos e paixões traiçoeiras (ladrões e salteadores) procurando manter-se equilibrado no plano espiritual. Atravessará, assim, indene as vicissitudes terrenas e chegará a salvo ao fim da jornada.” [11]

Concluímos nosso breve estudo acerca de tão importante tema, apresentando trecho de discurso de Allan Kardec, incitando-nos à caridade benevolente.

“O campo da caridade é muito vasto; compreende duas grandes divisões que, em falta de termos especiais, podem designar-se pelas expressões caridade beneficente e caridade benevolente. Compreende-se facilmente a primeira, que é naturalmente proporcional aos recursos materiais de que se dispõe; mas a segunda está ao alcance de todos, do mais pobre como do mais rico. Se a beneficência é forçosamente limitada, nada além da vontade poderia estabelecer limites à benevolência. O que é preciso, então, para praticar a caridade benevolente? Amar o próximo como a si mesmo. Ora, se se amar o próximo tanto quanto a si, amar-se-o-á muito; agir-se-á para com outrem como se quereria que os outros agissem para conosco; não se quererá nem se fará mal a ninguém, porque não quereríamos que no-lo fizessem.
Amar o próximo é, pois, abjurar todo sentimento de ódio, de animosidade, de rancor, de inveja, de ciúme, de vingança, numa palavra, todo desejo e todo pensamento de prejudicar; é perdoar aos inimigos e retribuir o mal com o bem; é ser indulgente para as imperfeições de seus semelhantes e não procurar o argueiro no olho do vizinho, quando não se vê a trave no seu; é esconder ou desculpar as faltas alheias, em vez de se comprazer em as pôr em relevo, por espírito de maledicência; é ainda não se fazer valer à custa dos outros; não procurar esmagar ninguém sob o peso de sua superioridade; não desprezar ninguém pelo orgulho.” [12]


Leia também, neste blog, as postagens “Família Espiritual”, “Vigiai e Orai”, “Tranquilidade no Retorno à Pátria Espiritual”, “Amar os inimigos”, “Os opositores da Doutrina Espírita”, “O Bem e o Mal” e “Egos virtuosos e Eus sapientes”.


Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências:
[1] KARDEC, Allan. “Revista Espírita de maio de 1860”. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2004. “Ditados Espontâneos: ‘Remorso e Arrependimento’”.
[2] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 97ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo XI, item 4.
[3] Ibidem, item 10.
[4] KARDEC, Allan. “Revista Espírita de março de 1864”. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2004. “A Jovem Obsedada de Marmande (Continuação)”.
[5] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 97ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo XXV, item 8.
[6] KARDEC, Allan. “Revista Espírita de outubro de 1866”. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2004. “Os Tempos são Chegados”.
[7] KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 66ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1987. Questão 647.
[8] Ibidem, questão 886.
[9] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 97ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo XV, item 3.
[10] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”. Rio de Janeiro, RJ: Sabedoria, 1964. Volume 2, capítulo “A Samaritana”.
[11] Ibidem, volume 5, capítulo “O Samaritano”.
[12] KARDEC, Allan. “Revista Espírita de dezembro de 1868”. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2004. “Sessão Anual Comemorativa do Dia dos Mortos (Sociedade de Paris, 1º de novembro de 1868); Discurso de Abertura pelo Sr. Allan Kardec: O Espiritismo é uma religião?”



Leia mais no endereço: http://licoesdosespiritos.blogspot.com/2010/08/amar-o-proximo.html#ixzz2xLoHkLdy

O mandamento maior - palestra

http://www.redeamigoespirita.com.br/video/mandamento-maior-palestra-em-v-deo-feeak-minas

Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo

Walkiria Lúcia de Araújo Cavalcante

“Mas os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, veio lhe fazer esta pergunta para o tentar: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito. Eis aí o maior e o primeiro mandamento. Eis o segundo, que é semelhante a este: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos. (Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40)

Cabe uma pequena explicação antes de comentarmos os versículos. Os fariseus eram um povo que estavam mais preocupados com as escrituras, com o exterior, do que com o interior. Os saduceus acreditavam em Deus, mas não acreditavam na imortalidade da alma e achavam que o nada os esperava após a morte.
O doutor da lei era um conhecedor das escrituras e queria testar Jesus perguntando qual era o maior mandamento da lei. Jesus responde-lhe com toda perspicácia: “Amareis o Senhor vosso Deus...” Observemos bem que Jesus não diz nosso Deus ou meu Deus. Ele diz o Senhor “vosso” Deus. Deixando claro que cada um de nós entende o que é Deus segundo a nossa religião e cultura. Frisamos “o que é Deus” para fazermos um desdobramento segundo o que a doutrina preceitua. Na questão nº 1 de “O Livro dos Espíritos” temos o seguinte: – Que é Deus? “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.
Mas mesmo entre nós espíritas, diante desta explicação também compreendemos Deus de formas diferentes. E por isso também vivenciamos de forma diversa o que a doutrina ensina.
Então o primeiro ponto é amarmos o Deus que compreendemos. Segundo Ele nos fala, devemos amá-lo de todo nosso coração, com a pureza de sentimentos; de toda a nossa alma; espíritos encarnados que ainda somos devemos praticar os ensinamentos de Jesus desde já; não esperar por um Reino dos Céus, e devemos aplicar estes ensinamentos também na nossa vida em sociedade; e de todo nosso espírito, por toda a eternidade e em plenitude.
“Amareis vosso próximo como a vós mesmos.” Precisamos amar o nosso próximo como a nós mesmos. Lembramos da questão 876 de “O Livro dos Espíritos”, que fala sobre a justiça, que devemos fazer ao outro o que gostaríamos que ele nos fizesse. No comentário de Kardec, na referida questão, fica claro que a recíproca não é verdadeira. Explico melhor: nós só vamos desejar o que é bom para nós, por isso que devemos desejar ao outro o que queremos para nós. Mas se fosse o contrário, desejar para nós o que desejamos ao outro é diferente. O outro nos faz coisas que nos magoam e por um segundo que seja acabamos desejando algo de ruim para ele. Se desejarmos para nós o que desejamos ao outro, por um segundo que seja também estaremos desejando coisas ruins para nós. Por analogia entendemos amar o nosso próximo como amamos a nós mesmos. Da forma que nos amamos, da maneira que compreendemos o que significa amar.
Cabe um parêntese. Amarmo-nos não é egolatria, narcisismo. É respeito por nós mesmos, é reconhecer os nossos limites e trabalhar para superá-los, é nos enxergar tal qual somos e analisar o que podemos fazer para nos melhorar.
Ele encerra dizendo que “Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos.” Não só a moral, que neste caso é representada pelos profetas, como, também, as leis humanas estão (pelo menos deveriam estar) contidas nestes dois mandamentos. “793 – Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa? – Vós a reconhecereis no desenvolvimento moral. [...] não tereis, verdadeiramente, o direito de vos dizer civilizados senão quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e puderdes viver, entre vós, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até lá, não sois senão povos esclarecidos, não tendo percorrido senão a primeira fase da civilização.” (“O Livro dos Espíritos”). A informação nós já temos. Precisamos nos decidir a pô-la em prática. Da mesma maneira com relação à Doutrina Espírita, a gama de informações que encontramos nas obras da codificação é imensa. Mas muitas vezes temos preguiça de lê-las. Entendemos que algumas coisas precisam ser explicadas para serem mais bem compreendidas. Mas o nosso querido “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, repositório de amor em palavras, é uma obra acessível e de grande cunho moral. Façamos dele o nosso amparo nas horas difíceis, mas não nos esqueçamos dele nas horas alegres.
Quanto à dificuldade de possível entendimento das outras obras, nos engajemos em grupos de estudos nas casas espíritas. Se eles não existem, formemos pequeno grupo e conversemos com a direção da casa. Se ela estiver realmente com bases firmes voltadas para o ensino que a doutrina nos traz em essência, não irá se opor à formação do grupo e, principalmente, ao amparo da casa para realização do trabalho. A falta de conhecimento não é desculpa para não existência desses grupos. Estaremos, assim, exercitando a nossa humildade e principalmente o amor ao próximo que Jesus nos orientou.

O mandamento maior - Felipe


POR FANTINO FELIPE

Recebia o pequeno grupo de espíritos que voltavam ao término de mais uma vida vivida na Terra, um luminoso espírito, imponente com suas vestes resplandecentes de luz. Era ele o porteiro do Céu. Examinando as fichas dos recém-vindos, foi chamando-os pelo nome: “Vicente, pode se aproximar, meu irmão”.

Soberbo, adiantou-se um espírito envergando uma batina de padre. “Que trazes da Terra?”, interpelou o porteiro com afabilidade.

– Trago o coração cheio de amor a Deus, nosso Pai. Amei-O com toda a devoção. Dediquei minha vida a Ele como sacerdote da Igreja Romana. Distribuí 1.523.578 hóstias do Santíssimo Sacramento. Ouvi 557.372 fiéis em confissão e os absolvi de seus pecados. Rezei 32.200 missas e agora busco o meu lugar de direito no Céu, ao lado de Deus Pai Criador.

– No entanto, vejo-te o coração obscuro. Fizeste tudo isso, é verdade, mas esqueceste que o amor a teus irmãos deveria ser o móvel de teus dias. Afastaste-te deles, apenas ministrastes os sacramentos. Volta à Terra. Precisas aprender a amar aos teus irmãos, filhos do mesmo Pai que já amas. Foste orgulhoso e distante, encastelado em uma pretensa superioridade.

– O próximo! Ezequiel, pode se aproximar. Vejo que pertenceste às Igrejas Reformadas.

– Com todo o orgulho! Servi a Deus fielmente. Amei a Bíblia. Tenho-a inteiramente gravada, versículo por versículo em minha memória e em meu coração.

– Mas que bem espalhaste?

– O da palavra! Preguei com voz veemente. Usei o verbo para investir contra o mal onde quer que ele se encontrasse. Condenei os pecadores e os afastei do recinto sagrado da Igreja. Agora os eleitos aguardam a recompensa do Altíssimo.

– Meu irmão, falhaste enxergando o mal onde existia apenas uma oportunidade de renovação da criatura. Esqueceste que Jesus veio para os doentes e os pecadores? Volta à Terra abençoada e aprende a amar a teus irmãos incondicionalmente.

Eis a vez de Atílio, que foi ateu. “Que trazes do Planeta, amigo?”

– Eu? Nada. Estava tão ocupado atendendo a orfandade da Terra que não tive tempo para me ocupar com Deus. Sequer sabia se ele existia mesmo, como diziam. Creio que não faço jus a um lugar no Céu, dada a minha descrença Naquele que, agora vejo, é o Senhor de tudo.

– Fizeste bem em socorrer aos teus irmãos. Isso basta. Entra.

– Mas como? – bradaram todos. Ele não professou religião alguma!!

– Professou a verdadeira: a da caridade. Jesus não disse que chamaria a Si aqueles que Lhe tivessem dado de comer, de beber, vestido e visitado? Pois ele fez tudo isso. Quanto a vocês, meus queridos, voltem e façam o mesmo.

Ante a voz sábia e justa da razão amorosa, ali, no país da verdade, onde as desculpas e ilusões da Terra não mais prevalecem, renderam-se à evidência de que necessitariam internar-se novamente no educandário terreno, pois já sabiam amar a Deus sobre todas as coisas, mas precisavam aprender a amar ao próximo como a si mesmos.

Agora encaixe o espírita nessa história. Como ele seria recebido? Ele entraria no “Céu”? Que argumentos ele teria a seu favor? Que ilusões poderia ter cultivado?

FANTINO FELIPE
Mensagem psicografada pela médium Célia Elmy em 20 de agosto de 2005, em Tremembé, SP.

o maior mandamento - palestra Jacob Melo


O maior mandamento - blog do andré

Capítulo 15 de "O Evangelho Segundo o Esiritismo, de Allan Kardec" - Fora da caridade não há salvação, itens 4 e 5, O MAIOR MANDAMENTO.

Este tema tem a finalidade de aprofundar a nossa compreensão sobre os dois maiores mandamentos da Lei de Deus ensinados por Jesus, ressaltando qual deve ser a nossa atitude para, verdadeiramente, amar a DEUS sobre todas as coisas e ao PRÓXIMO como a nós mesmos.

Jesus inquirido pelo doutor da Lei, sobre qual seria o MAIOR MANDAMENTO da Lei de DEUS respondeu de uma maneira direta e objetiva: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS e o segundo AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

AMA A DEUS de todo o coração e alma aquele que O reconhece como PAI MISERICORDIOSO.

AMA A DEUS de todo o coração e alma aquele que reconhece a VIDA como dádiva do Seu amor em benefício do nosso progresso.

AMA A DEUS de todo o coração e alma aquele que faz da própria vida uma caminhada em Sua direção, através da observância de suas Leis perfeitas e imutáveis.

AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS é reconhecer a natureza como obra de Sua bondade. E agradecer diariamente por tudo o que Ele nos concede.

AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS é recorrer a Ele como amparo de nossas fraquezas... É também louvá-Lo a cada instante como fonte de nossas alegrias e de nossa coragem diante dos desafios da vida.

AMAR AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO é entender que devemos dispensar ao nosso irmão o mesmo tratamento que gostaríamos de receber.

AMAR AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO é desejar aos outros tudo o que almejamos para nós, é ficarmos feliz com suas conquistas e suas alegrias como se fora nós mesmos que as experimentássemos.

AMAR AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO é consolar o irmão triste em suas dificuldades, dores e aflições oferecendo o socorro que estiver ao nosso alcance.

AMAR AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO é colocarmo-nos no lugar do OUTRO e dispensar-lhe as mesmas atenções e cuidados que desejaríamos se estivéssemos naquela situação.

Quando Jesus diz que os mandamentos que ensinara contém TODA A LEI E OS PROFETAS quer nos fazer entender que todos os preceitos religiosos, todos os ensinamentos dos profetas e iniciados, todas as lições dos livros sagrados podem ser sintetizadas naqueles dois mandamentos: Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos;

Os ensinamentos de Jesus são VERDADES ETERNAS por isso estes dois mandamentos contém tudo o que precisamos para a salvação do espírito... Mas salvar-nos de que? ELES NOS SALVAM DA INFELICIDADE!
Não é possível amar a DEUS sem amar ao próximo, porque DEUS se manifesta diante de nós na pessoa de seus filhos, os nossos irmãos.

Aquele que verdadeiramente traz dentro de si o desejo de AMAR A DEUS e observar Seus mandamentos estende esse amor a todas as pessoas, por nelas reconhecer criaturas por Ele criadas, irmãos nosso na divina paternidade.

Não se pode amar a DEUS desprezando o próximo. Ao contrário, é pelo bem que fazemos ao próximo que demonstramos o nosso amor a DEUS. Da mesma forma que ao ajudarmos uma criança, seus pais ficam gratos a nós, porque amando a criança demonstramos amor por eles.

Esse ensinamento do evangelho nos traz uma lição prática: que FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO uma vez que a caridade é a concretização do amor. A CARIDADE é a forma pela qual o AMOR se realiza, exteriorizando-se de nós na forma de ações, gestos e atitudes.

O caminho da salvação de nossa alma dos erros do passado e da infelicidade, da dor e do sofrimento, passa, necessariamente, pelo amor ao próximo objetivado através da CARIDADE.

Portando, para observar esses mandamentos devemos cultivar a CARIDADE e a HUMILDADE, pois a primeira nos ensina o esquecimento de nós mesmos em favor do nosso próximo, e a segunda nos liberta das vaidades humanas, aproximando-nos de todos na condição de irmãos.

CARIDADE = ESQUECIMENTO DE NÓS MESMOS = LIBERTAÇÃO DAS AMARRAS DO EGOISMO

HUMILDADE = EXTINÇÃO DAS VAIDADES HUMANAS = IDENTIFICAÇÃO COM O PRÓXIMO ATAVÉS DA LEI DE IGUALDADE.

Pela prática da CARIDADE combatemos o EGOÍSMO, pelo exercício da HUMILDADE libertamo-nos do ORGULHO... EGOISMO E ORGULHO são as chagas da humanidade, os criadores de todo mal, que nos impedem de ser FELIZ integrando-nos com DEUS através do PRÓXIMO.

Devemos ser caridosos mesmo com as pessoas que se consideram (ou que consideramos) nossos adversários ou inimigos. AMAR E PERDOAR desejando a essas pessoas todo o bem que gostaríamos de receber sem deixar de aproveitar todas as oportunidades de RECONCILIAÇÃO.

Se, mesmo agindo assim, não formos compreendidos pelo nosso irmão desarmonizado conosco, DEUS que tudo vê e preside saberá reconhecer o nosso esforço.

O PERDÃO, A CARIDADE, A HUMILDADE E O AMOR beneficiam em primeiríssimo lugar aquele que os estende ao próximo, assim como as rosas perfumam primeiramente as mãos que as estendem aos outros.

AMA a DEUS SOBRE TODAS AS COISAS aquele que O coloca como centro de sua vida, observa seus mandamentos e em tudo percebe as manifestações do seu AMOR.


AMA AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO aquele que faz para os outros todo o bem que para si próprio desejaria, fazendo do AMOR AO SEMELHANTES a mais autêntica manifestação do amor a DEUS.

O Maior Mandamento - Emmanuel

O Maior Mandamento



"Ama a Deus, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento! — eis o maior mandamento", proclamou o Senhor.

Entretanto, perguntarás, como amarei a Deus que se encontra longe de mim?

Cala, porém, as tuas indagações e recorda que, se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos, se o artista está invisível em suas obras, também Deus permanece em suas criaturas.

Lembra que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho.

Ele é o Todo em que nos movemos e existimos.

Escuta a Lei Sublime do Bem e vê-Lo-ás sofrendo no irmão enfermo, esperando por tuas mãos; necessitado, no coração ignorante que te pede um raio de luz; aflito, na criancinha sem lar que te estende os braços súplices, rogando abrigo e consolação; ansioso, no companheiro agonizante que te implora a bênção de uma prece que o acalente para a viagem enorme; inquieto, no coração das mães que te pedem proteção para os filhinhos infelizes e expectante, nas páginas vivas da Natureza, aguardando a tua piedade para as árvores despejadas, para as fontes poluídas, para as aves sem ninho ou para os animais desamparados e doentes.

Amemos ao próximo com toda a alma e com todo o coração e estaremos amando ao Senhor com as forças mais nobres de nossa vida.

Compreende e auxilia sempre...

Serve e passa...

Quem se faz útil, auxilia a construção do Reino Divino na Terra e quem realmente ama a Deus, sacrifica-se pelo próximo, fazendo a vida aperfeiçoar-se e brilhar.



Emmanuel


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/o-maior-mandamento-42033/?PHPSESSID=e885d4c2a9c39eb63b5ed9fc03edd149#ixzz2xLfRdNqP

O mandamento maior - FEB

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/01/Mod-2-Rot-7-O-mandamento-maior.pdf

O mandamento maior - bíblia do caminho

http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T2P2M2R7.htm

O mandamento maior - irc

O mandamento maior

Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam
parábola dos credores e dos devedores

"O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI, itens 1 a 4"

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Vera Oliveira
Rio de Janeiro
31/07/2002

Dirigente do Estudo:

Márcio Alves

Mensagem Introdutória:

PSICOLOGIA DA CARIDADE

"Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas." - Jesus - Mateus, VII:12.

"Amar ao próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade porque resume todos os deveres do homem para com o próximo." - Cap. XI:4.

Provavelmente, não existe em nenhum tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.

Esbarrando com a vítima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficência, mas seguiram de largo, receando complicações.

Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.

Não sabe quem é. Ignora-lhe a procedência.

Não se restringe, porém, à emotividade.

Pára e atende.

Balsamiza-lhe as feridas que sangram, coloca-o sobre o cavalo e condu-lo à uma hospedaria, sem os cálculos que o comodismo costuma traçar em nome da prudência.

Não se limita, no entanto, a despejar o necessitado em porta alheia. Entra com ele na vivenda e dispensa-lhe cuidados especiais.

No dia imediato, ao partir, não se mostra indiferente. Paga-lhe as contas, abona-o qual se lhe fora um familiar e compromete-se a resgatar-lhe os compromissos posteriores, sem exigir-lhe o menor sinal de identidade e sem fixar-lhe tributos de gratidão.

Ao despedir-se, não prende o beneficiado em nenhuma recomendação e, no abrigo de que se afasta, não estadeia demagogia de palavras ou atitudes, para atrair influência pessoal.

No exercício do bem, ofereceu o coração e as mãos, o tempo e o trabalho, o dinheiro e a responsabilidade. Deu de si o que poderia por si, sem nada pedir ou perguntar.

Sentiu e agiu, auxiliou e passou.

Sempre que interessados em aprender a praticar a misericórdia e a caridade, rememoremos o ensinamento do Cristo e façamos nós o mesmo.

Emmanuel

Do Livro: Livro da Esperança

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Editora: CEC

Oração inicial:

<Moderador_> Senhor Jesus, aqui estamos, mestre querido, reunidos em Teu nome, buscando o aprendizado de Tua doutrina de luz. Que os amigos espirituais, com quem buscamos nos sintonizar neste momento, possam nos auxiliar o entendimento da lição a ser estudada na noite de hoje, que, sem dúvida, tem muito a nos acrescentar. Abençoe nossa companheira Vera, que fará uso da palavra nesta noite. Que ela possa ser intuída e amparada em seu estudo. Que em Teu nome, mestre querido, em nome da espiritualidade amiga que nos acompanha e sobretudo em nome de Deus possamos dar por iniciado o estudo da noite de hoje.

Que assim seja!

Exposição:

<Vera_Oliveira> Que sejam as nossas primeiras palavras uma rogativa à Deus para que Ele nos auxilie ao estudo da noite.

Certamente que o tema "Amar ao próximo como a si mesmo" é muito profundo para a nossa compreensão e a nossa forma de sentir, pois se assim não fosse, já há 2000 anos que esta mensagem está gravada em nossas almas e ainda exige de nós muito esforço para senti-la e, conseqüentemente praticá-la. Vamos nos deter mais especificamente no segundo mandamento que é semelhante ao primeiro: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo".

Observemos, queridos companheiros, que o próprio Mestre através de Suas palavras nos coloca uma medida.

Qual é a medida? A ti mesmo!

Vamos então parar e meditar sobre esta medida.

No item III, Ele nos trás a história do homem que devia dez mil talentos e foi perdoado. Logo a seguir, encontrou-se com um companheiro que lhe devia muito menos, entretanto, não conseguiu perdoar.

Buscando trazer para o nosso dia a dia estes comportamentos, certamente veremos que não estão tão distantes de nós. Analisemos em nós mesmos, já que somos a medida.

Quais são as nossas maiores dificuldades no relacionamento com o próximo? Certamente o mau humor e a grosseria com que muitas vezes tratamos o semelhante, porém, damos como desculpa o cansaço, a cabeça cheia de problemas. Não estaria, neste comportamento tão simples, um convite para exercitarmos com o outro o que gostaríamos que fizessem conosco?

Kardec, no item IV, nos diz que devemos ter indulgência e benevolência para com o semelhante. Quando analisamos esta observação , nos lembramos da necessidade que temos de ser mais fraternos uns com os outros. Ele chega mesmo a dizer que isto é uma regra de comportamento, e então, voltando a questão do mau humor, nos lembramos: Não seria uma regra de comportamento evitarmos esses obstáculos nas nossas relações, obstáculos esses que dificultam o nosso entrosamento?

Não gostamos que falem de qualquer maneira conosco, e por que não observamos que muitas vezes tratamos os outros com grosseria?

Os companheiros devem estar pensando: Mas, por que um comportamento tão simples, dentro de um tema tão complexo? E nós diríamos: seria uma forma de começarmos colocar esta regra em nosso comportamento.

Santo Agostinho, na questão 919-a do Livro dos Espíritos, nos diz que a reencarnação na qual ele mais progrediu foi quando adotou por comportamento perguntar todas as noite à sua consciência, se tivera feito alguma coisa ao outro que não fosse boa, ou se deixara de fazer algo de bom, ou ainda se tinha alguma queixa dele naquele dia. Remontava assim o seu dia, através das suas atitudes e se programava para não cometer no outro dia, os mesmo erros do dia anterior.

Ele afirma ser esta a maneira mais eficaz e mais eficiente para a auto-transformação.

Será que nós estaríamos dispostos a copiar essa regra de auto transformação de Santo Agostinho?

Não estaria faltando algo, ou melhor, uma metodologia criada por nós mesmos para nos impor um exercício de renovação, de esclarecimento mental, de ampliação de nossos sentimentos e de equilíbrio das nossas emoções?

Somos filhos de Deus, portanto, herdeiros de um Ser Supremo , que espera amadureçamos todo o nosso potencial para finalmente alcançarmos a felicidade que nos espera.

Mas, com certeza, sem aprendermos o grande desafio do relacionamento mútuo, ficará muito difícil para nós.

Como conhecer o sentimento fraterno e solidário, se não nos predispormos a dar o melhor de nós mesmos?

Dentro de tudo aquilo que fazemos e dentro da nossa convivência, cada criatura é uma individualidade que nos compete conhecer as suas características para que possamos aprender a lidar, a conviver e a amar. Cada criatura nos trás uma grande oportunidade de renovação.

Quantas vezes já ouvimos alguém dizer: Meu Deus, eu não sabia que o fulano era capaz de fazer isso ou aquilo... E realmente está certo, porque essa relação era uma relação

superficial, não havia um conhecimento mais profundo.

Costumamos conquistar amizades, mas não sabemos mantê-las. Joanna de Ângelis nos diz que assim agimos, justamente porque nos faltam os recursos para a cada dia doarmos algo de nós naquela relação. E, muitas vezes, dizemos assim: Eu não tenho mais como continuar com essa relação! E deveríamos estar dizendo: preciso me melhorar, preciso dilatar os meus sentimentos e os meus conhecimentos para voltar.

Nos lembra Kardec, no Capítulo XIII de "O Evangelho Segundo o Espiritismo": caridade material sem a caridade moral é deficiente, mas já é um começo.

Kardec nos esclarece melhor a questão da benevolência. Ele nos convoca a tratar os homens da mesma maneira que queremos que os homens nos tratem.

Quando buscamos uma informação no dia a dia, gostamos que alguém nos informe com carinho e com atenção, gostamos que as pessoas compreendam as nossas dificuldades enfim gostamos de ser tratados com toda a educação.

Quando Jesus nos fala que o Reino dos Céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servos, nos detemos em uma outra parte que nos chama bastante atenção. “...Quando o servo lança-se aos pés do seu senhor e lhe suplica: Senhor, tenha um pouco de paciência e eu lhe pagarei tudo! As mesmas palavras que ele usou, tenha um pouco de paciência, logo ao sair, um seu irmão também lhe pediu, mas ele não quis escutá-lo e fez que o prendessem até que lhe pagasse o que lhe devia. Então o senhor chamou este servo e disse: servo mau, eu te perdoei tudo o que me devia, porque me implorastes, portanto tu também devias ter piedade de teu companheiro, como eu tive de ti. E finaliza dizendo: é assim que meu pai que está nos céus vos tratará se cada um de vós não perdoar do fundo do coração as faltas que seu irmão tiver cometido contra vós.

Buscando refletir um pouco mais na questão dos relacionamentos, quando eles muitas vezes chegam ao final por não terem mais as pessoas o que se dizerem, Jesus é muito claro, nos mostrando a necessidade de avaliar as nossas emoções, de avaliar as nossas intenções, e, se na maioria das vezes, fomos sinceros conosco mesmos.

O que nos falta é a vontade de prosseguir no esforço de cada instante.

Talvez, neste momento, alguns dos companheiros que nos assistem podem pensar: mas existe uma relação que eu não consigo mais levar adiante, porque posso até me comprometer muito mais, e nós dizemos: prossiga em silêncio, orando, abençoando, entregando esse companheiro que você não sabe mais lidar e, pedindo ao Pai que ilumine mais a sua alma, a sua mente para resgatar essa amizade, essa relação.

Na simplicidade do cotidiano, momento a momento o convite para a nossa melhoria. Vale a pena tentar. Pouco a pouco conseguiremos.

Deus abençoe aos nossos corações.

Oração Final:

<Moderador_> Jesus, mestre amigo, nós Te agradecemos pelos momentos de estudo e aproveitamento que tivemos nesta noite.

Ajuda-nos, mestre, a combater nossas imperfeições e a nos aproximarmos, cada vez mais, de um comportamento mais cristianizado. Que os amigos da espiritualidade nos abençoem e nos protejam em nossa caminhada terrena.

Que assim seja! Graças a Deus!

O Maior Mandamento - ESE

O Maior Mandamento

            4 – Mas os fariseus, quando viram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, se ajuntaram em conselho. E um deles,que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhes disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração,e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XII: 34-40)



                5 – Caridade e humildade, esta é a única via de salvação; egoísmo e orgulho, esta é a via da perdição. Esse princípio é formulado em termos precisos nestas palavras: “Amarás a Deus de toda a tua alma, e ao teu próximo como a ti mesmo; estes dois pensamentos contêm toda a lei e os profetas”. E para que não houvesse equívoco na interpretação do amor de Deus e do próximo, temos ainda: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo”, significando que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo sem amar a Deus, porque tudo quanto se faz contra o próximo, é contra Deus que se faz. Não se podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se encontram resumidos nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.

domingo, 23 de março de 2014

BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO


Esses dois fenômenos são variedades do das manifestações visuais, propriedade do peispírito.

O perispírito por sua organização, flexibilidade e expansibilidade, fornece inúmeras condições de ação ao Espírito, mesmo quando encarnado, sendo o propulsor de toda e qualquer ação é o Espírito.

Para que essas propriedades se tornem evidentes, necessário se atender às leis dos fluidos, no que tange as suas condições de afinidade, quantidade necessária e qualidade dos fluidos; além do conhecimento e a elevação moral do Espírito que manuseia tais fluidos.

Além da Bicorporiedade e da transfiguração, temos outras propriedades do perispírito como aparição, tangibilidade, penetrabilidade e emacipação da alma.

Bicorporiedade: isolado do corpo, o Espírito de um encarnado pode, como de um morto, mostra-se com todas as aparências da realidade, pode adquirir momentânea tangibilidade. Não devemos confundir a bicorporeidade com a bilocação pois enquanto a primeira precisa que a segunda se dê, a recíproca não é verdadeira. Para ocorrer a bicorporeidade, carece que o Espírito se desloque, se afaste de seu corpo físico e, onde se manifeste, necessário produza transformações em sua constituição molecular perispiritual afim de se fazer visto; já para ele se deslocar (bilocação), necessário se dê apenas a primeira parte do fenômeno pois o Espírito pode se desprender sem contudo, ser visto ou apreendido pelos sentidos comuns.

Como exemplo do fenômeno de bicorporiedade temos Eurípedes Barsanulfo. Nascido em 1º de maio de 1880, na pequena cidade de Sacramento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na mesmo cidade, aos 38 anos de idade, em 1o. de novembro de 1918.

Logo cedo manifestou- se nele profunda inteligência e senso de responsabilidade, acervo conquistado naturalmente nas experiências de vidas pretéritas. Portador de várias faculdades mediúnicas. Confira o filme abaixo.




Transfiguração: o perispírito dos encarnados goza das mesmas propriedades que o dos Espíritos. A transfiguração consiste na modificação do aspecto de um corpo vivo. Admiti-se em princípio que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as aparências. Que, por uma modificação das disposições moleculares, pode ele dar a visibilidade, a tangibilidade e em consequência a opacidade. Que o perispírito de uma pessoa viva, fora do corpo pode passar pelas mesmas transformações e que essa mudança de estado se realiza por meio da combinação dos fluidos.

O fenômeno da transfiguração pode opera-se com intensidades muito diferentes, conforme o grau de depuração do perispírito, grau que sempre corresponde ao da elevação moral do Espírito.

Transfigura de Jesus - A Gênese, capitulo XV
Seis dias depois, tendo chamado de parte a Pedro, Tiago e João, Jesus os levou consigo a um alto monte afastado (1) e se transfigurou diante deles. - Enquanto orava, seu rosto pareceu inteiramente outro; suas vestes se tornaram brilhantemente luminosas e brancas qual a neve, como não há pisoeiro na Terra que possa fazer alguma tão alva. - E eles viram aparecer Elias e Moisés, a entreter palestra com Jesus.

Então, disse Pedro a Jesus: Mestre, estamos bem aqui; façamos três tendas: uma para ti, outra para Moisés, outra para Elias. - É que ele não sabia o que dizia, tão espantado estava. Ao mesmo tempo, apareceu uma nuvem que os cobriu; e, dessa nuvem, uma voz partiu, fazendo ouvir estas palavras: Este é meu Filho bem-amado; escutai-o. Logo, olhando para todos os lados, a ninguém mais viram, senão a Jesus, que ficara a sós com eles.

Quando desciam do monte, ordenou-lhes ele que a ninguém falassem do que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. - E eles conservaram em segredo o fato, inquirindo uns dos outros o que teria ele querido dizer com estas palavras: Até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dentre os mortos. (S. Marcos, cap. IX, vv. 1 a 9.)

É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno. A transfiguração, explicada no cap. XIV, nº 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés e Elias
cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap. XIV, nos 35 e seguintes.)
__________
(1) O Monte Tabor, a sudoeste do lago de Tabarich e a 11 quilômetros a sudeste de Nazaré, com cerca de 1.000 metros de altura.

De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. Posto de lado o
seu envoltório carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.

Vejam mais no Livro dos Médiuns, capitulo VII.

Juventude da Casa dos Humildes

Reunião Mediúnica no Tabor

Reunião Mediúnica no Tabor



RICHARD SIMONETTI

Mateus, 17:1-13 Marcos, 9:2-13 Lucas, 9:28-36



        Alguém não familiarizado com a Doutrina Espírita poderá estranhar o título deste artigo, que se reporta a um dos acontecimentos mais significativos do apostolado de Jesus.
       Reunião mediúnica no Tabor?
        O intercâmbio com o Além não foi instituído pelo Espiritismo?
        Negativo.
        Sabemos que sempre existiu, desde as culturas mais antigas, envolvendo grupos e indivíduos.
        No tempo de Moisés havia tantos abusos que ele decidiu proibir o intercâmbio.
        Isso está registrado em dois livros do Pentateuco mosaico.

        Levítico, 19:31:
        Não vos voltareis para os médiuns, nem para os feiticeiros, a fim de vos contaminardes com eles... Deuteronômio, 18:10-11: Não haja no teu meio quem faça passar pelo fogo o filho ou a filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos.

        Impertinentes contestadores do Espiritismo apegam-se a essa proibição, o que é uma tolice.
        Moisés legislava para seus contemporâneos.
        Suas orientações diziam respeito ao povo judeu, em determinado tempo, não para a Humanidade, em todos os tempos.
        Se alguém pretende cumprir essa orientação, tudo bem. Só que, por coerência, deve observar toda a legislação mosaica.
        Alguns exemplos:

   l Os filhos devem pagar pelos pecados dos pais (Êxodo, 20:5);

   l Quem trabalhar no sábado será morto (Êxodo, 35:2);

   l Animais e aves serão sacrificados, sangue espargido sobre altares, atendendo a variados objetivos (Levítico, capítulos 1 a 7);

   l Quando morrer o homem sem deixar descendentes, seu irmão deverá casar-se com a viúva (Deuteronômio, 25:5);

   l Os filhos desobedientes e rebeldes, que não ouçam seus pais e se comprometam no vício, serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 21:18-21);

   l É proibido comer carne de porco, lebre ou coelho (Levítico, 11:5-7);

   l O homossexualismo será punido com a morte (Levítico, 20:13);

   l A zoofilia sexual será punida com a morte (Levítico, 20:15-16);

   l Deficientes físicos estão proibidos de aproximar-se do altar do culto, para não profaná-lo com seu defeito (Levítico, 21:17-23);

   l O hanseniano deve ser segregado da vida social, vivendo no isolamento (Levítico, capítulo 13);

   l Os adúlteros serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 22:22);

   l A blasfêmia contra Deus será punida com o apedrejamento, até a morte (Levítico, 24:15-16); Quanto à mulher, em particular:

   l Ao dar à luz um menino ficará impura por 40 dias. Se for uma menina ficará impura 80 dias (Levítico, 12:1-5);

   l A noiva que simular virgindade ao casar-se será apedrejada até a morte (Deuteronômio, 22:21);

   l Descontente com a esposa, o homem poderá dispensá-la, sem nenhuma compensação, dando-lhe carta de divórcio (Deuteronômio, 24:1);
        Se as piedosas representantes de movimentos pentecostais, tão empolgadas com a Bíblia, tomassem conhecimento do que há contra elas no Velho Testamento, certamente mudariam de opinião.
        Qualquer pessoa de bom senso constatará que essas orientações estão totalmente superadas, mero folclore para o nosso tempo.
        Ora, por que cargas d’água haveremos de considerar que a proibição quanto à evocação dos mortos é inamovível? Ficou bem no tempo de Moisés, para coibir os excessos do povo. Não tem nada a ver com o nosso tempo, principalmente a partir da Doutrina Espírita, que disciplina o intercâmbio com o Além.
        Outro detalhe: As pessoas que combatem o Espiritismo, apegando-se aos textos bíblicos, proclamam ser impossível o contato com os mortos.
        Contrariam o próprio Moisés que, ao proibi-lo, passou atestado de que é possível.
        Ocioso legislar sobre o impossível.
        Exemplo: Proibir o homem de volitar.

...

        Havia abusos, o que ocorre ainda hoje – a velha tendência de apelar aos Espíritos para resolver problemas imediatistas. Foi por isso que Moisés adotou a medida extremada.

        Convenhamos que houve excesso de zelo, algo como suprimir o passe magnético no Centro Espírita porque existem os “papa-passes”, que fazem desse benefício uma rotina. As pessoas devem ser orientadas em relação aos excessos, jamais impedidas de buscar os recursos espirituais. O equívoco de Moisés foi corrigido por Jesus, que reinstituiu o contato com os mortos. Mesmo depois de sua morte, cultivou o intercâmbio, materializando-se diante dos assombrados discípulos.

...

        A reunião mediúnica que Jesus se propôs realizar aconteceu no alto de um monte, provavelmente o Tabor, que fica a sudeste de Nazaré. Estavam presentes Simão Pedro, João e seu irmão Tiago, enquanto os demais discípulos atendiam à multidão, ao pé do monte. Os três eram os discípulos de maior afinidade com Jesus e os que mais se destacariam no colégio apostólico.

        Paulo os chamaria “as colunas da comunidade” (Gálatas, 2:9). Provavelmente eram os mais bem dotados para a reunião que Jesus se propusera realizar. Subida cansativa, o monte fica a 580 metros acima do nível do mar, e aproximadamente 300 metros em relação à planície onde se ergue. Ofegantes, após a longa subida, os discípulos assombraram-se com um fenômeno inesperado que ocorreu com Jesus. Segundo Mateus:

        (...) foi transfigurado diante deles: seu rosto resplandeceu como o sol, e suas vestes tornaram-se brancas como a luz. A transfiguração é um notável fenômeno espiritual que pode acontecer por mediunismo ou animismo. No mediunismo, há uma alteração das feições do médium, que assume a aparência do Espírito comunicante. No animismo, o fenômeno manifesta-se na forma de intensa luminosidade que envolve o indivíduo, emanada dele próprio e das esferas mais altas com as quais sintoniza naquele momento. Foi o que aconteceu com Jesus. Surgiram ao seu lado dois ilustres representantes do Velho Testamento: Moisés, o grande legislador, que vivera há 1.250 anos. Elias, o combativo profeta, que vivera há 800 anos. Ali estavam materializados – visíveis e tangíveis. Simão Pedro, sempre o mais ativo, observando Jesus conversar com os dois Espíritos, animou-se:

–        Senhor, é bom estarmos aqui; se queres, farei três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.

 O Evangelista Marcos, que certamente colheu informações do próprio Pedro, afirma que ele assim falou por não saber o que dizer, porquanto estavam todos apavorados. Como já acontecera em outras oportunidades, o contato com os Espíritos assustou os discípulos, o que não é novidade. A falta de familiaridade com os desencarnados sempre infunde temor.

        É a temida assombração. As pessoas preferem enfrentar a presença de um malfeitor vivo ao benfeitor morto. Certamente, mais assustados ficaram os discípulos quando surgiu uma nuvem brilhante, de onde ouviram uma voz que proclamava:

        – Este é o meu filho amado, em quem me comprazo. Ouvi-o. Repetiu-se o fenômeno mediúnico de voz direta que ocorreu quando Jesus se encontrou com João Batista, às margens do Jordão (Marcos, 1:11). Mentores espirituais realizavam essas intervenções, procurando sedimentar nos discípulos a convicção de que Jesus era o Messias, que viera à Terra investido de grandiosos poderes, como um representante de Deus. Era preciso ouvi-lo, dar atenção às suas orientações, que consubstanciavam uma revelação divina, tendente a imprimir novos rumos à Humanidade, nos caminhos do progresso. Após esses espantosos acontecimentos, Moisés e Elias retiraram-se. Encerrada a reunião mediúnica, Jesus recomendou-lhes que nada comentassem a respeito. Não era chegado o tempo de divulgar aquelas maravilhas.

...

        Os discípulos exprimiram uma dúvida:

        – Por que dizem os escribas ser preciso que Elias venha primeiro? Segundo as profecias, Elias voltaria à Terra, como o precursor, aquele que prepararia os caminhos do Senhor. Se Jesus era o Messias, por que não viera Elias antes? Por que só agora se apresentara? Jesus respondeu:

        — Certamente, Elias vem primeiro e restaurará todas as coisas, mas eu vos digo que Elias já veio e não o conheceram, antes fizeram com ele tudo o que quiseram; assim também o filho do Homem há de padecer por parte deles. A passagem evangélica termina com o seguinte comentário de Mateus:

        Então os discípulos souberam que lhes falara a respeito de João Batista. Os teólogos insistem que Jesus se referia a alguém igual a Elias, que viria anunciar sua vinda. Contrariam o próprio texto. Jesus afirma que ambos eram a mesma pessoa.

        Malaquias (4:5) diz claramente que seria enviado o profeta Elias, e não alguém que se parecesse com ele. Oportuno destacar que no episódio da transfiguração João Batista já tinha retornado à espiritualidade, decapitado a mando de Heródes.

...



        O  ilustre visitante apresentar-se como Elias, não  como João Batista, é compreensível.

        O Espírito superior dá à forma perispiritual a aparência que deseje ou que lhe pareça conveniente. Interessante notar, a esse respeito, as experiências de Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier. Foi:

   l Nestório, o escravo, no livro 50 Anos Depois.

   l Padre Manoel de Nóbrega, fundador de São Paulo.

   l Padre Damiano, do livro Renúncia. No entanto, consta apresentar-se como o senador romano Públio Lentulus, do livro Há 2000 Anos, talvez por ter sido a existência que lhe falou mais intimamente ao coração. Marcou seu glorioso encontro com Jesus.

...

        A transfiguração tinha por objetivo animar os discípulos e sedimentar a idéia de que Jesus era um ser superior, em missão na Terra. Ao mesmo tempo estabelecia uma conexão com o velho Testamento, representado por dois de seus expoentes. O Cristianismo deveria situar-se como um desdobramento do Judaísmo. Iluminaria as antigas crenças com a revelação do Deus pai, que substituía Jeová, o deus guerreiro, estabelecendo as bases de um reino divino, a partir do exercício do amor, que irmanaria todos os homens. Imbuídos do espírito da raça, com a pretensão de povo escolhido, dispostos a conquistar o mundo com a liderança de Jeová, os judeus rejeitaram a mensagem e mataram o mensageiro. Por isso o Evangelho floresceu fora do Judaísmo, dando origem a novo movimento religioso.

...

        Algo semelhante ocorreu com o Espiritismo. Poderia ser um desdobramento natural do Cristianismo, ajudando-o a depurar- se de suas mazelas. Ocorre que os círculos religiosos estavam aferrados ao materialismo e negavam veementemente a possibilidade de intercâmbio com o Além. Lamentável paradoxo, tanto maior quando lembramos que Jesus conversava com os Espíritos, o mesmo acontecendo com a primitiva comunidade, orientada pelo Espírito Santo, designação genérica dos Espíritos Superiores que se manifestavam em seu seio. A supressão do fenômeno mediúnico na comunidade cristã fechou a porta de acesso ao mundo espiritual. A partir daí os teólogos passaram das revelações celestes para as especulações terrestres, e surgiu uma doutrina fantasiosa, fixada pelo dogma, este instrumento terrível de aniquilamento da razão. Por isso o Espiritismo teve que se manifestar fora dos círculos religiosos.

        Reinstituído o intercâmbio com o Além, fenômenos como a materialização dos profetas voltaram a ocorrer. Alertam sobre nossas responsabilidades, ante a certeza da vida que não acaba nunca e onde nunca está ausente a justiça de Deus.?

RICHARD SIMONETTI

Reflexões sobre Transfiguração

Reflexões sobre Transfiguração

Segundo o dicionário [1], transfiguração vem do latim transfiguratione, e significa ato ou efeito de transfigurar(-se). Decompondo a palavra, temos o prefixo trans, que significa [2] além de, para além de, em troca de, através e o radical figuração, também do latim, figuratio, significando configuração, forma, figura. Assim, o termo “transfiguração” traduziria a ideia de uma forma que vai além, que vai através, que vai em troca de.

O dicionário ainda [1] nos esclarece que o termo transfiguração é “uma mudança radical na aparência, no caráter, na forma; transformação, metamorfose. Transformação espiritual que exalta ou glorifica. Estado glorioso em que apareceu Cristo aos apóstolos sobre o monte Tabor”.

A transfiguração, portanto, traduz tanto uma transformação física (mudança na aparência, na forma) como uma mudança mais sutil, no caráter, na parte espiritual, e neste caso, uma transformação para o bem, que exalta ou glorifica. Destaca-se ainda nesta definição a passagem evangélica da Transfiguração de Jesus, que veremos oportunamente neste texto.

Em O Livro dos Médiuns [3], no item 122, Allan Kardec nos define transfiguração como fenômeno que “consiste na mudança do aspecto de um corpo vivo”.

Pela definição de Kardec, a transfiguração é uma mudança de aspecto que pode ser bem pequena, quase imperceptível ou ainda muito grande, como a de Jesus, registrada pelos evangelistas.

Definido o termo, observa-se que a transfiguração pode ter efeitos diferentes e, portanto, causas diversas. Neste estudo, sugerimos uma classificação do fenômeno da transfiguração, baseada no critério da causa.

Sobre as causas da transfiguração
Os sistemas de classificação surgiram para organizar o conhecimento e são baseados em determinado critério, que, dentro do nosso nível de conhecimento, não pode ser considerado como absoluto.

Neste estudo sobre transfiguração utilizamos como critério classificatório a causa, ou seja, o que está promovendo a mudança do aspecto de um corpo vivo, relembrando a definição de Kardec.

Encontramos assim três causas, que descrevemos a seguir.

Primeira causa: corpo físico
A primeira causa foi descrita por Kardec, no item 123 de O Livro dos Médiuns [3], como sendo “simples contração muscular, capaz de dar à fisionomia expressão muito diferente da habitual, ao ponto de tornar quase irreconhecível a pessoa”.

Esse tipo de transfiguração baseado apenas em mudanças musculares no corpo físico é a mais conhecida. Ao observarmos uma pessoa muito feliz, costumamos utilizar a palavra “radiante”. Todo o semblante da pessoa se modifica... É possível constarmos essa mudança registrada em fotos de momentos muito felizes de nossa vida. Há que se considerar também que nem sempre nossas emoções são tão sublimes; quando ficamos enfurecidos há também mudança de fisionomia a ponto de nos tornarmos irreconhecíveis. Naturalmente, esse tipo de mudança de aspecto para uma aparência negativa, que assusta, devemos evitar.

Segunda causa: perispírito
A segunda causa para a transfiguração foi apresentada pelo Codificador em O Livro dos Médiuns [3], ainda no item 123, e também em A Gênese [4]: trata-se da teoria do perispírito ou a irradiação fluídica do perispírito.

O que é perispírito?
Encontramos o termo “perispírito”, palavra criada por Allan Kardec, em muitas obras da Codificação, aparecendo pela primeira vez em O Livro dos Espíritos [5]. Nesta obra, os Espíritos Superiores informam que o perispírito é “uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós (...). Tem a forma que o Espírito queira.” Allan Kardec, comentando esta resposta, nos diz que o perispírito “serve de envoltório ao Espírito propriamente dito”; e que, do mesmo modo que, envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma, por comparação, envolvendo o Espírito, há o perispírito.

Nós, como encarnados, ou seja, com um corpo físico, somos compostos por três partes – a primeira, nós mesmos (Espírito); a segunda, um corpo menos material que o corpo físico, mas ainda bastante grosseiro (perispírito), e a terceira, o corpo físico. Quando desencarnamos, deixamos o corpo físico e prosseguimos nossa jornada evolutiva sempre sendo Espírito, envolvido por um corpo chamado perispírito.

O perispírito: suas propriedades e modificações
Em O Livro dos Médiuns [6], no seu capítulo VI, que trata das manifestações visuais, no item 100, Allan Kardec propõem, entre outras questões, a de número 21ª - Como pode o Espírito fazer-se visível?
“O princípio é o mesmo de todas as manifestações, reside nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, ao sabor do Espírito.”
Na obra A Gênese [7], Kardec nos esclarece que o perispírito é o corpo fluídico dos Espíritos e que a sua natureza está sempre de acordo com o grau de adiantamento moral do Espírito. Este envoltório perispirítico se modifica com o progresso moral que o Espírito realiza em cada encarnação. Assim, esse corpo fluídico vai se modificando de acordo com a elevação moral do Espírito: quanto mais evoluído, mais sutil, menos denso é esse perispírito.

Além da modificação do perispírito de acordo com o seu nível evolutivo, há alterações que podem ocorrer por influência do Espírito, dentro de um mesmo nível evolutivo. Tal o princípio das manifestações físicas, conforme nos esclareceram os Espíritos em O Livro dos Médiuns [6].

O perispírito de encarnados e desencarnados
Em Obras Póstumas [8], que é composto por estudos que Allan Kardec estava fazendo enquanto encarnado e que foram reunidos e publicados após a sua desencarnação, em sua Primeira Parte, abordando o tema Manifestações dos Espíritos, no parágrafo 3º, item 22 – Transfiguração, o Codificador nos diz que:
“O perispírito das pessoas vivas goza das mesmas propriedades que o dos Espíritos. Como já foi dito, o daquelas não se acha confinado no corpo: irradia e forma em torno deste uma espécie de atmosfera fluídica.”
Entendemos que, estando desencarnado, o que envolve o Espírito é o perispírito, que tem diversas propriedades e pode sofrer modificações... Segundo nos esclarece Kardec nesta passagem, o perispírito dos encarnados irradia além do corpo físico e forma em torno deste corpo físico uma espécie de atmosfera fluídica. Allan Kardec, neste mesmo estudo em Obras Póstumas, havia exposto que o perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expansível, irradia para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera, que o pensamento e a força de vontade podem dilatar mais ou menos.

Após esse breve resumo sobreo o perispírito, voltemos a analisar a segunda causa do fenômeno de transfiguração, a teoria do perispírito ou a irradiação fluídica do perispírito. Em O Livro dos Médiuns [3], Capítulo VII, item 123, o Codificador esclarece:
“Está admitido que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as aparências; que, mediante uma modificação na disposição molecular, pode dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e, conseguintemente, a opacidade.”
Da mesma maneira que nós, num laboratório, podemos manipular as substâncias e dar-lhes propriedades diferentes das que tinham antes, o Espírito pode modificar o perispírito, dando-lhe visibilidade, ou seja, tornando-se visível, de acordo com as modificações que o Espírito faça no seu perispírito. Pode também tornar-se tangível, isto é, passível de ser tocado, e pode tornar-se opaco, não deixando que possamos ver através dele.

Ainda no mesmo texto, Kardec nos diz:
“Figuremos agora o perispírito de uma pessoa viva (...) irradiando-se em volta do corpo, de maneira a envolvê-lo uma espécie de vapor. (...) Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, ficar velado (...)”      
Quando Kardec refere-se a “uma pessoa viva”, entendemos “um encarnado”. O perispírito do encarnado começa a se irradiar, porque ele não está confinado no corpo físico. Essa irradiação forma, por comparação, uma “nuvem de vapor”, e não conseguimos mais ver o corpo físico, que desaparece no meio daquela “nuvem”.

Continua o Codificador, ainda na mesma referência já citada:
“Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal for a vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto.”
Assim, o fenômeno de transfiguração que tem por causa a irradiação fluídica do perispírito ou a teoria do perispírito se processa da seguinte forma: o perispírito de alguém encarnado se expande, se irradia, cobre o seu corpo físico de modo a deixá-lo invisível e, dependendo da vontade do Espírito e do seu grau evolutivo, o Espírito (mesmo estando encarnado) pode torná-lo brilhante, pois, quanto mais evoluído o Espírito, tanto maior o seu poder para operar modificações no perispírito.

Ainda sobre a teoria do perispírito ou irradiação fluídica do perispírito, Kardec explica, em A Gênese [4], capítulo XIV, que trata dos fluidos, item 39:
“Pode a imagem real do corpo apagar-se mais ou menos completamente sob a camada fluídica, e assumir outra aparência; ou então, vistos através da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão.”
O corpo físico é envolvido por uma camada fluídica – e utilizamos aqui a comparação com a camada de vapor, e pode assumir outra aparência ou os traços primitivos podem assumir outra expressão, quando olhamos através daquela camada fluídica.

A palavra transfiguração no sentido de “uma forma que vai através”, “que vai em troca de” fica mais compreensível quando entendemos o fenômeno da expansão do perispírito e sua mudança de propriedades.

Ainda em A Gênese [4], Kardec conclui que:
“Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa; se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.”
Jesus, na transfiguração descrita nos Evangelhos, e não poderíamos supor de outra maneira, dada a sua evolução, estava nessa condição de Espírito que se identifica com as coisas do mundo espiritual – daí a luminosidade, a transfiguração luminosa!

Do mesmo modo, de acordo com a nossa vontade, se estamos presos a paixões más, tomamos um aspecto horrendo. Neste caso, não mais apenas por uma contração muscular, não apenas um fenômeno do corpo físico, mas temos a participação do perispírito se irradiando e promovendo, de acordo com a vontade do Espírito, o aspecto determinado.

Terceira causa: perispírito, com atuação de outro Espírito
Em o Livro dos Médiuns [3], no Capítulo VII, que fala da Bicorporeidade e da Transfiguração, no item 122 Kardec narra um fato, ocorrido em Saint-Etienne, de 1858 a 1859. Diz ele:
“Uma mocinha, de mais ou menos 15 anos, gozava da singular faculdade de se transfigurar, isto é, de tomar, em dados momentos, todas as aparências de certas pessoas mortas. Tão completa era a ilusão, que os que assistiam ao fenômeno julgavam ter diante de si a própria pessoa, cuja aparência ela tomava, tal a semelhança dos traços fisionômicos, do olhar, do som da voz e, até da maneira particular de falar.”
Aqui observamos um fenômeno um pouco diferente do descrito anteriormente. A mocinha não apenas mudava de aspecto físico, mas tomava tanto o aspecto quanto outras características, como o som da voz e a maneira particular de falar de outras pessoas, que já tinham desencarnado (mortas), conforme o texto.

Kardec continua, na mesma referência já citada [3]:
“Tomou, em várias ocasiões, a aparência de seu irmão, que morrera alguns anos antes. Reproduzia-lhe não somente o semblante, mas também o porte e a corpulência. Um médico do lugar, testemunha que fora, muitas vezes, desses estranhos efeitos, pesou a moça no estado normal e no de transfiguração. (...) Verificou-se que no segundo estado o peso era quase o duplo do seu peso normal.”
Observando a narrativa vemos que ela tomava a aparência do irmão, que tinha desencarnado alguns anos antes – ora, se era alguns anos antes, e ela tinha 15 anos, podemos supor que os dois viveram juntos quando encarnados, eram contemporâneos, não sendo possível que a moça tivesse sido aquele seu irmão em uma encarnação passada. Logo, não era um fenômeno apenas do encarnado, mas havia a interferência de um desencarnado, no caso, seu irmão.

A atitude do médico do lugar, que também assistia ao fenômeno, foi fundamental para nos auxiliar a entendê-lo melhor. Ele teve a ideia de pesar a moça em seu estado normal e pesá-la quando estava transfigurada no irmão e os pesos foram diferentes, de quase o dobro um do outro.

Como se explica isso?

Pela terceira causa do fenômeno da transfiguração que é a teoria do perispírito ou da irradiação fluídica do perispírito com combinação de fluidos de Espíritos diferentes.

Em o Livro dos Médiuns [3], mesmo capítulo, item 123, Kardec nos explica:
“Um outro Espírito, combinando os seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa combinação de perispíritos, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte que o corpo real desapareça sob um envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito.”
Lembremo-nos da teoria do perispírito ou irradiação fluídica do perispírito: o perispírito do encarnado se expande, envolve todo o seu corpo físico e, de acordo com a vontade da pessoa, pode tomar aparência diversa da que tinha antes, pode até tornar-se luminoso. Neste caso, ao expandir seu perispírito, este entra em combinação com o perispírito de um desencarnado (no caso em análise, o perispírito da moça entra em combinação com o perispírito do seu irmão), e o desencarnado passa a assumir o comando da atividade, imprimindo àquela combinação de perispíritos a sua aparência, de acordo com a sua vontade. Daí poder se pesar a moça transfigurada e medir-se o peso do irmão, porque havia combinação de fluidos.

Resumindo, segundo a classificação que se baseia no critério causa do fenômeno de transfiguração, temos três causas diferentes: a simples contração muscular, a irradiação fluídica do perispírito e a irradiação fluídica do perispírito com combinação de fluidos de Espíritos diferentes.

Sobre os tipos de transfiguração
Vale ressaltar que temos tipos, efeitos de transfiguração diferentes – seria um outro tipo de classificação, conforme Kardec nos esclarece na já citada Obras Póstumas [8], no item 22:
“O fenômeno da transfiguração pode operar-se com intensidades muito diferentes, conforme o grau de depuração do perispírito, grau que sempre corresponde ao da elevação moral do Espírito. Cinge-se às vezes a uma simples mudança no aspecto geral da fisionomia, enquanto que doutras vezes dá ao perispírito uma aparência luminosa e esplêndida.”
E é ainda em Obras Póstumas [8] que Kardec vem nos auxiliar na imensidade de questões que surgem quando começamos estudar mais a fundo os fenômenos de transfiguração, quando diz, agora no item 23:
“Estes fenômenos talvez pareçam singulares, mas somente por não se conhecerem ainda as propriedades do fluido perispirítico. Este é, para nós, um novo corpo, que há de possuir propriedades novas e que não se podem estudar senão pelos processos ordinários da Ciência, mas que não deixam, por isso, de ser propriedades naturais, só tendo de maravilhosa a novidade.”
Aí está um novo campo de estudos, o perispírito, que, como disse Kardec, exige os processos ordinários da Ciência – ou seja, da mesma forma que ninguém aprende biologia, ou mecânica quântica apenas por assistir a uma palestra ou ler um livro, é necessário um pouco mais de dedicação, de estudo, de pesquisa, para se aprofundar no conhecimento das propriedades do fluido perispirítico.

Parece maravilhoso, e é algo mesmo de se deslumbrar um fenômeno deste tipo, mas não é sobrenatural, pois está perfeitamente dentro das leis da natureza, que nós ainda não conhecemos em plenitude.

A Transfiguração de Jesus
A Transfiguração mais importante, mais famosa que conhecemos é a narrada pelos Evangelhos, a Transfiguração de Jesus. Este fenômeno é descrito tanto por Marcos, no capítulo 9, versículos 2 a 9, por Lucas, também no capítulo 9, versículos 28 a 36 e por Mateus, que foi a narrativa que escolhemos, no capítulo 17, versículos 1 a 9. Segundo o texto de Mateus, alguns dias antes Jesus começou a preparar os discípulos para os acontecimentos de Jerusalém, e convidou Pedro, Tiago e João a subir a um alto monte e, segundo a narrativa de Mateus:
“E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.” (Mateus 17:2)

Pintura: The Transfiguration. Autor: Carl Heinrich Bloch. Ref.: http://www.carlbloch.org/

Jesus, o ser mais evoluído que já veio à Terra, podia, por sua vontade, atuar no seu perispírito livremente. Neste momento narrado nos Evangelhos, Jesus expandiu seu perispírito, que se mostrou brilhante, tal qual deve ser o natural de todos os Espíritos evoluídos.

Encontramos este comentário em A Gênese [9], capítulo XV – os milagres do Evangelho, item 44:
“(...) De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares.”
Assim, tudo o que Jesus fez, podemos fazer (João 14:12), desde que nos melhoremos, nos aperfeiçoemos, pois tudo o que ele fez, não destruindo a lei, está na lei, está na Natureza.

Outros exemplos de transfiguração
Encontramos ainda outros exemplos de transfiguração na Bíblia.
“E aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai trazia as duas tábuas do testemunho em suas mãos, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com Ele.” (Êxodo 34:29)
“Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que resplandecia a pele do seu rosto; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com Ele.” (Êxodo 34:35)
Temos aqui um exemplo de transfiguração luminosa e duradoura, pois a luminosidade de Moisés era tão aparente a ponto de ele ter de andar com um véu sobre o rosto. Pela narrativa, após o contato com a Espiritualidade superior, recebendo os dez mandamentos, Moisés estava nessa condição que vimos anteriormente neste estudo, de sair do terra-a-terra e se identificar com as coisas do mundo espiritual.

Transfiguração no plano espiritual
A transfiguração também ocorre no plano espiritual, já que é um fenômeno relacionado ao perispírito e Espírito desencarnado também tem perispírito. Alguns exemplos narrados pelo Espírito André Luiz, pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier:

Transfiguração de Alexandre [10]
“Nesse instante, Alexandre silenciou, mantendo-se, então, em muda rogativa. Admirado, comovido, notei que o generoso instrutor se transfigurava, ali, aos nossos olhos. Pela primeira vez, depois de meu retorno ao novo plano, observava acontecimento tão singular. Suas vestes tornaram-se de neve radiosa, sua fronte emitia intensa luz e de suas mãos estendidas evolavam-se raios brilhantes que, caindo sobre nós, pareciam infundir-nos estranho encantamento. Profunda emoção dominou-me o íntimo e quase todos nós, sem definir a causa daquelas divinas vibrações, chorávamos de alegria, contendo o peito opresso de júbilo inesperado.”

Transfiguração de Ismália e outros trabalhadores [11]
“Observando-a, por um momento, reparei que a esposa de Alfredo se transfigurara. Luzes diamantinas irradiavam de todo o seu corpo, em particular do tórax, cujo âmago parecia conter misteriosa lâmpada acesa.”
“Em vista da ligeira pausa que imprimira a oração, observei a nós outros, verificando que o mesmo fenômeno se dava conosco, embora menos intensamente. Cada qual parecia, ali, apresentar uma expressão luminosa, gradativa.”
“As senhoras que acompanhavam Ismália estavam quase semelhantes a ela, como se trajassem soberbos costumes (trajes) radiosos, em que predominava a cor azul. Depois delas, em brilho, vinha a luz de Aniceto, de um lilás surpreendente. (...), Vicente e eu, mostrávamos fraca luminosidade, a qual, porém, nos enchia de brilho intenso, considerando que a maioria dos cooperadores em serviço apresentava o corpo obscuro, como acontece na esfera carnal.”

Transfiguração em nós
Por fim, além de todo o conhecimento que vamos adquirindo a respeito do perispírito, o fenômeno da transfiguração de Jesus traz algum outro ensinamento para nós? Este questionamento foi feito para o benfeitor Emmanuel, nos seguintes termos [12]:
“310 – A transfiguração do Senhor é também um símbolo para a Humanidade?
Todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência, no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germes lhe dormitam no coração.”

Almejamos que este estudo sobre a transfiguração nos estimule cada vez mais ao desenvolvimento de nós mesmos, ao nosso aperfeiçoamento, pela prática do bem e do amor, conforme sempre nos ensina Nosso Mestre Jesus.

Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências bibliográficas:
[1] HOLANDA FERREIRA, Aurélio Buarque. “Novo Aurélio Século XXI”. Verbete Transfiguração.
[2] Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [online], 2008-2013, Verbete Trans- Disponíevl em: http://www.priberam.pt/dlpo/trans- .Consultado em 26-09-2013.
[3] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 2ª Parte, Cap. VII, Da bicorporeidade e da transfiguração. Itens 122, 123.
[4] KARDEC, Allan. A Gênese. Parte – Os Milagres. Cap. XIV – Os fluidos. Item 39.
[5] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questões 93 a 95.
[6] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 2ª Parte, Cap. VII, Da bicorporeidade e da transfiguração. Itens 100.
[7] KARDEC, Allan. A Gênese. Parte – Os Milagres. Cap. XIV – Os fluidos. Itens 7 a 12.
[8] KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 1ª Parte, Manifestações dos Espíritos. §3º Transfiguração, itens 22 e 23.
[9] KARDEC, Allan. A Gênese. Parte – Os Milagres. Cap. XV – Os milagres do Evangelho. Itens 43-44.
[10] XAVIER, F. C. “Missionários da Luz” Pelo Espírito André Luiz. 25ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1994, capítulo 9.
[11] XAVIER, F. C. “Os Mensageiros” Pelo Espírito André Luiz. 15ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1983, capítulo 24.
[12] XAVIER, F. C. “O Consolador”. Pelo Espírito Emmanuel. 18ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1997, Questão 310.


Leia mais no endereço: http://licoesdosespiritos.blogspot.com/2013/12/reflexoes-sobre-transfiguracao_20.html#ixzz2wpSV0f8s

A transfiguração - Estudo


https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=18&ved=0CHcQFjAHOAo&url=http%3A%2F%2Fcespjoaobatista.com.br%2FTransfiguracao.doc&ei=FGMvU_SGN8aqkAfd4YHABQ&usg=AFQjCNEy7vaBb-P7e5gK_2PrMo-6D_h5zQ&sig2=1z3djWmg4DJaXu4Y1zs5OA&bvm=bv.62922401,d.eW0&cad=rja

A Transfiguração de Jesus

A Transfiguração de Jesus



WW escreveu………



“Novamente, Elias”

“Voltamos (ou avançamos, se for considerar a sequência Bíblica) até o monte Tabor, quando ocorreu a chamada “Transfiguração de Jesus”. Eis ali dois espíritos se materializando na frente de Jesus e dos discípulos, sendo plenamente identificados. Quer prova maior de que existe mediunidade?”



Em resposta a WW , primeiro vamos ver o que o livro A Gênese- Cap. XIV – Os Fluidos – Aparições e Transfigurações – item 39.  nos diz sobre Transfigurações:



39. – Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu envoltório perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na superfície mesma do corpo um fenômeno análogo ao das aparições.



Pode a imagem real do corpo apagar-se mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência;

ou, então, vistos através da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão.



Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa;

se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.



Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre qualidades e sentimentos predominantes no Espírito.



O fenômeno resulta, portanto, de uma transformação fluídica; é uma espécie de aparição perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo e, algumas vezes, no momento da morte, em lugar de se produzir ao longe, como nas aparições propriamente ditas.



O que distingue as aparições desse gênero é o serem, geralmente, perceptíveis por todos os assistentes e com os olhos do corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível, ao passo que, nas aparições puramente fluídicas, não há matéria tangível.





Agora, vejamos o que o livro  A Gênese – Cap. XV – Os Milagres do Evangelho- Transfiguração – item 44, tem a nos ensinar:



Mateus 17: 2 – 3 – E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.



Marcos 9 :2 – 3 - Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.



Lucas 9: 29 – 31 - E aconteceu que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura. Eis que dois varões falavam com ele: Moisés e Elias, os quais apareceram em glória e falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém.



44. – É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno.



A transfiguração, explicada no cap. XIV, nº 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo;



mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés e Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap. XIV, nos 35 e seguintes.)



De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza.



Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares.

Posto de lado o seu envoltório carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.



WW escreve ainda………..



“Esquecem (os espíritas) que Jesus, dentro do contexto BÍBLICO, que é o que deve ser considerado, era o Filho de Deus, ou o próprio Deus encarnado, como queiram.”



Prefiro, Filho de Deus.

Porque dizer que Jesus era o próprio Deus encarnado, é um absurdo, negado sempre pelo próprio Jesus.





 Em Obras Póstumas, Allan Kardec escreveu um ótimo texto sobre este assunto:



O dogma da divindade de Jesus está fundado sobre a igualdade absoluta entre a sua pessoa e Deus, uma vez que é o próprio Deus: é um artigo de fé;



ora, estas palavras, tão freqüentemente repetidas por Jesus: Aquele que me enviou, testemunham não somente quanto a dualidade das pessoas, mas, ainda, como dissemos, excluem a igualdade absoluta entre elas;



porque aquele que é enviado, necessariamente, está subordinado àquele que envia;

obedecendo, faz ato de submissão.



Um embaixador, falando de seu soberano, dirá: Meu senhor, aquele que me enviou; mas se é o soberano em pessoa que vem, ele falará em seu próprio nome e não dirá: Aquele que me enviou, porque não se pode enviar a si mesmo.



Jesus o disse, em termos categóricos por estas palavras: eu não vim por mim mesmo, mas foi ele quem me enviou.



Estas palavras: Aquele que me despreza, despreza aquele que me enviou, não implicam, de nenhum modo, a igualdade e ainda menos a identidade; em todos os tempos, o insulto feito a um embaixador era considerado como feito ao próprio soberano.



Os apóstolos tinham a palavra de Jesus, como Jesus tinha a de Deus; quando lhes disse: Aquele que vos escuta me escuta, não entendia dizer que seus apóstolos e ele não faziam senão uma única e mesma pessoa, igual em todas as coisas.



A dualidade de pessoas, assim como o estado secundário e subordinado de Jesus, com relação a Deus, ressaltam, além disso, sem equívoco, das passagens seguintes:



“Fostes vós que permanecestes sempre firmes comigo nas minhas tentações. – Por isso eu vos preparo o Reino, como meu pai mo preparou, – a fim de que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e que vos senteis sobre os tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas, cap. XXII, v. 28, 29 e 30.)



“Por mim eu digo o que vi na casa de meu Pai, fazeis vós o que vistes na casa de vosso pai.” (João, cap. VIII, v. 38.)



“Ao mesmo tempo apareceu uma nuvem que os cobriu, e saiu dessa nuvem uma voz que fez ouvir estas palavras: Este é meu filho bem-amado; escutai-o.” (Transfiguração. Marcos, cap. IX, v. 6.)



“Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á sobre o trono de sua glória; – e todas as nações estando reunidas, separará umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos bodes, – e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.

– Então, o Rei dirá àqueles que estarão à sua direita: Vinde, vós que fostes abençoados por meu Pai, possuir o reino que vos foi preparado desde o começo do mundo.” (Mateus, cap. XXV, v.31 a 34.)



“Ouvistes o que vos disse:” Eu me vou, e volto a vós. Se me amais, vos alegrareis de que vou para meu Pai, porque meu Pai É MAIOR DO QUE EU.” (João, cap. XIV, v. 28).



“Então um jovem se aproxima e lhe diz: Bom mestre, que bem é necessário que eu faça para adquirir a vida eterna?

– Jesus lhe respondeu:: “Por que me chamais bom? Não há senão Deus que seja bom.

Se quereis entrar na vida, guardai os mandamentos.” (Mateus, cap. XIX, v. 16, 17. – Marcos, cap. X, v. 17, 18, – Lucas, cap. XVIII, v. 18, 19.)



Não somente Jesus não se deu, em nenhuma circunstância, por ser o igual de Deus, mas aqui ele afirma positivamente o contrário, considera-se como inferior em bondade;



ora, declarar que Deus está acima dele pelo poder e suas qualidades morais, é dizer que ele mesmo não é Deus.



As passagens seguintes vêm em apoio destas, e são também explícitas.



“Não falei, de nenhum modo, de mim mesmo; mas meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, por seu poder, o que devo dizer, e como devo falar; – e eu sei que o seu poder é a vida eterna; o que eu digo, pois, o digo segundo o que meu Pai mo ordenou.” ( João, cap. XII, v. 49, 50.)



“Jesus lhes respondeu: “Minha doutrina não é minha doutrina, mas a doutrina daquele que me enviou. – Se alguém quer fazer a vontade de Deus, reconhecerá se a minha doutrina é dele, ou se falo de mim mesmo.



– Aquele que fala de seu próprio movimento procura sua própria glória, mas aquele que procura a glória de quem o enviou é verídico, e nele, de nenhum modo, há injustiça.” (João cap. VII, v. 16, 17, 18.)



“Aquele que não me ama nada, não guarda, minha palavra; e a palavra que ouvistes não foi a minha palavra em nada, mas a de meu Pai que me enviou.’ (João, cap. XIV, v. 24.)



Desde então, que ele não disse nada de si mesmo; que a doutrina que ensinou não é a sua, mas que a tem de Deus, que lhe ordenou vir fazê-la conhecer;



que não faz senão o que Deus lhe deu o poder de fazer; que a verdade que ensina, ele aprendeu de Deus, à vontade de quem está submetido;



é que não é o próprio Deus, mas seu enviado, seu messias e seu subordinado.



Jesus NÃO é Deus.

Jesus é FILHO de Deus

Jesus JAMAIS disse que era Deus.

Ele sempre chamou Deus de PAI.



I João 1: 3 – o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco.

Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.





E, WW continua escrevendo………..



“Outra coisa importante: dentro do contexto Bíblico, ELIAS NÃO MORREU.”



 Morreu, sim, pois TODOS MORREM.



Salmo 82: 7 – Todavia, como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir.



Salmo 89: 48 -  Que homem há, que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma das garras do sepulcro?



Lucas 23: 46 - Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.



Até Jesus morreu. Por que Elias não teria morrido ?

A Bíblia diz apenas, que Elias subiu ao céu num redemoinho.



Mas, Jesus DECLAROU , que Elias e João Batista eram o mesmo espírito ( os discípulos, assim o entenderam).



Mateus 17 : 12 – 13

12  Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles.

13  Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.



Para Elias ter reencarnado como João Batista, evidentemente, é porque ele morreu.



E, WW escreve mais…………



 “Então, como poderia ser um espírito “invocável” numa sessão Espírita?”



A resposta já foi dada. Mas, esta dedução, responde a própria  pergunta.

Se Elias apareceu, é porque era um ESPÍRITO.