sábado, 28 de junho de 2014
Justiça das aflições.
Sempre nos fazemos algumas perguntas:
Por que uns sofrem mais do que outros?
Por que uns nascem na miséria e outros na riqueza, sem que tivessem feito coisa alguma que justifique?
Diante disso achamos que as coisas boas ou ruins dessa vida parecem tão mal repartidas, e que por isso que não existe justiça Divina. Vemos pessoas boas passando por misérias, doenças, outras egoístas e malvadas em excelente condição financeira e de saúde. Aí nos perguntamos: Onde está a Justiça de Deus?
Mas se pensarmos que não vivemos apenas uma vida, estamos aqui há milênios, já fomos ricos, pobres, homem, mulher, honesto, ladrão, injustiçados, morremos, matamos, enfim, já vivemos todos os personagens e trazemos para nossa encarnação atual todos os acertos e erros cometidos em outras vidas. Ou seja, o que fazemos aqui tem conseqüências que iremos com certeza resgatar nessa ou em outras vidas. Se pensarmos assim, veremos que não existe injustiça e sim resgate, causa e efeito.
E se formos mais fundo em nossa avaliação veremos que:
Quantos de nós caímos por nossa própria culpa, vítimas da própria imprevidência, do orgulho e da ambição?
Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem conseguido controlar seus desejos e instintos?
Quantos casamentos, famílias, separadas pelo interesse, pela vaidade, sem que se tenha usado o amor?
Quantas doenças o homem adquire devido seu excessos e vícios?
Quantos pais são infelizes com seus filhos, por não os terem educado de maneira correta, dizendo não, se necessário, pedindo desculpas quando errados e com isso os ensinando também a se desculparem. Mostrando o verdadeiro significado da família e a importância da união desta?
Ao fazer esse exame de consciência, verificamos que muitas vezes nós somos os culpados de nossas aflições. E com isso paramos de culpar a vida e o destino por tantas desilusões. E quando não encontrarmos respostas para alguns sofrimentos, nós devemos parar e lembrar que não vivemos apenas uma vida, portanto trazemos de outras alguns sofrimentos. È como se estivéssemos em uma escola e ao terminar o ano letivo, não conseguíssemos passar em todas as matérias, aí ficamos em dependência, por isso, seguimos o próximo ano repetindo assuntos que já deveríamos ter aprendido.
E assim é a vida, seguimos em frente com algumas pendências e culpamos Deus, e a sorte, dizendo: Deus eu não merecia isso!!!
Será?
Não podemos voltar e fazer um novo começo, mas podemos recomeçar e fazer um novo fim.
Justiça das Aflições
Tema: Justica das Aflicoes
-------------------------------------------------------------------
A - Texto de Apoio:
* Bem-aventurados os que choram, pois que serao consolados. -
Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justica, pois que serao
saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguicao pela justica, pois que
e' deles o reino dos ceus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)
* Bem-aventurados vos que sois pobres, porque vosso e' o reino dos ceus. -
Bem-aventurados vos, que agora tendes fome, porque sereis saciados. -
Ditosos sois, vos que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv.
20 e 21.)
* Mas, ai de vos, ricos que tendes no mundo a vossa consolacao. - Ai de vos
que estais saciados, porque tereis fome. - Ai de vos que agora rides, porque
sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)
* Somente na vida futura podem efetivar-se as compensacoes que Jesus promete
aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas maximas seriam um
contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza,
dificilmente se compreende a conveniencia de sofrer para ser feliz.
* Todavia, o que ainda menos se compreende e' que os bens e os males sejam
tao desigualmente repartidos entre o vicio e a virtude; e que os homens
virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fe' no futuro pode
consolar e infundir paciencia, mas nao explica essas anomalias, que parecem
desmentir a justica de Deus. Entretanto, desde que admita a existencia de
Deus, ninguem o pode conceber sem o infinito das perfeicoes. Ele
necessariamente tem todo o poder, toda a justica, toda a bondade, sem o que
nao seria Deus. Se e' soberanamente bom e justo, nao pode agir
caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam
de uma causa e, pois que Deus e justo, justa ha' de ser essa causa. Isso o
de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus
pos os homens na direcao dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente
maduros para compreende-la, lhes revela completamente a aludida causa, por
meio do Espiritismo, isto e, pela palavra dos Espiritos.
B - Questao para estudo e dialogo virtual:
1 - Como se pode acreditar na justica de Deus e, ao mesmo tempo, explicar a
diferenca de sorte entre os homens?
- Conclusao do estudo:
Ninguem padece sem justa razao, pois Deus nao o permitiria. Portanto, em
nossas aflicoes, busquemos consolo na paciencia e na resignacao, lembrando
sempre que a vida futura nos reserva sublimes alegrias.
B - Questao para estudo e dialogo virtual:
1 - Como se pode acreditar na justica de Deus e, ao mesmo tempo, explicar a
diferenca de sorte entre os homens?
Sendo Deus a suprema justica, nao permitiria que alguem sofresse sem o
merecer. Portanto, se alguem sofre, justa ha' de ser a causa de seu
sofrimento, e somente a pre-existencia do espirito pode explicar a
desigualdade na reparticao do bem e do mal entre os homens.
Se hoje sofremos e nada fizemos, nesta existencia que possa dar motivo ao
nosso padecimento, devemos busca-lo em vidas anteriores, pois Deus nao nos
permitiria sofrer sem razao.
-------------------------------------------------------------------
A - Texto de Apoio:
* Bem-aventurados os que choram, pois que serao consolados. -
Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justica, pois que serao
saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguicao pela justica, pois que
e' deles o reino dos ceus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)
* Bem-aventurados vos que sois pobres, porque vosso e' o reino dos ceus. -
Bem-aventurados vos, que agora tendes fome, porque sereis saciados. -
Ditosos sois, vos que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv.
20 e 21.)
* Mas, ai de vos, ricos que tendes no mundo a vossa consolacao. - Ai de vos
que estais saciados, porque tereis fome. - Ai de vos que agora rides, porque
sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)
* Somente na vida futura podem efetivar-se as compensacoes que Jesus promete
aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas maximas seriam um
contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza,
dificilmente se compreende a conveniencia de sofrer para ser feliz.
* Todavia, o que ainda menos se compreende e' que os bens e os males sejam
tao desigualmente repartidos entre o vicio e a virtude; e que os homens
virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fe' no futuro pode
consolar e infundir paciencia, mas nao explica essas anomalias, que parecem
desmentir a justica de Deus. Entretanto, desde que admita a existencia de
Deus, ninguem o pode conceber sem o infinito das perfeicoes. Ele
necessariamente tem todo o poder, toda a justica, toda a bondade, sem o que
nao seria Deus. Se e' soberanamente bom e justo, nao pode agir
caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam
de uma causa e, pois que Deus e justo, justa ha' de ser essa causa. Isso o
de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus
pos os homens na direcao dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente
maduros para compreende-la, lhes revela completamente a aludida causa, por
meio do Espiritismo, isto e, pela palavra dos Espiritos.
B - Questao para estudo e dialogo virtual:
1 - Como se pode acreditar na justica de Deus e, ao mesmo tempo, explicar a
diferenca de sorte entre os homens?
- Conclusao do estudo:
Ninguem padece sem justa razao, pois Deus nao o permitiria. Portanto, em
nossas aflicoes, busquemos consolo na paciencia e na resignacao, lembrando
sempre que a vida futura nos reserva sublimes alegrias.
B - Questao para estudo e dialogo virtual:
1 - Como se pode acreditar na justica de Deus e, ao mesmo tempo, explicar a
diferenca de sorte entre os homens?
Sendo Deus a suprema justica, nao permitiria que alguem sofresse sem o
merecer. Portanto, se alguem sofre, justa ha' de ser a causa de seu
sofrimento, e somente a pre-existencia do espirito pode explicar a
desigualdade na reparticao do bem e do mal entre os homens.
Se hoje sofremos e nada fizemos, nesta existencia que possa dar motivo ao
nosso padecimento, devemos busca-lo em vidas anteriores, pois Deus nao nos
permitiria sofrer sem razao.
Causas e Justiças das Aflições
Causas e Justiças das Aflições
Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Palestrante: Pedro Vieira
Rio de Janeiro
01/10/1999
Organizadores da palestra:
Moderador: "lflavio" (nick: ||Moderador||) "Médium digitador": "Brab" (nick: Pedro_Vieira)
Oração Inicial:
<volia> Deus, nosso pai de infinita bondade e misericórdia, Jesus, nosso Mestre e arquiteto do nosso planeta , pedimos a vossa ajuda e inspiração para os estudos que iniciaremos agora de tua santa Doutrina. Ajuda-nos, Pai, para que os ensinamentos da noite sejam para nós como luz de um farol na noite caliginosa, orienta-nos com a tua palavra doce e verdadeira para que possamos ser teus tarefeiros na nova era da regeneração . Assim seja!
Apresentação do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Muito boa noite a todos. Meu nome é Pedro Vieira, sou colaborador da Casa dos Cristófilos, em Botafogo, no Rio de Janeiro e também, pelo IRC-Espiritismo, do Centro Espírita Léon Denis. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Pedro_Vieira> "Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis." (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.) As palavras de Jesus são demasiadamente claras para nossos corações. Quando Jesus nos falava das consolações futuras, nos criava no espírito ainda atormentado a idéia de Justiça de Deus, ao mesmo tempo que nos falava sobre a continuidade da vida, das alegrias e também das tristezas. Por "pobres" entendamos não a condição financeira ou econômica de um cidadão, ou mesmo de um povo, porque, sendo assim, fácil seria ganhar o "reino dos céus". Os pobres a que Jesus se referia são aqueles que passam a humilhação do mundo, resignadamente. São aqueles denotados, muitas vezes, como sonhadores, utópicos ou mesmo sub-raça da humanidade. Aqueles que, pela sua perseverança silenciosa, são colocados à margem do processo social, educacional e mesmo humano. Não é difícil entender por que as aflições aparecem em nosso planeta. A respeito dessa questão citamos em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo III, item 07: "Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, um sítio malsão, e ela é, simultaneamente, tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite." Quando Allan Kardec nos coloca esse comentário, orientado pelos espíritos superiores, nos fala sobre a "necessidade do escândalo", em concordância com Jesus. "Casas de correção" aplicam, por vezes, remédios dolorosos para o bem e para a educação do espírito. É muito difícil, meus amigos, em meio a uma aflição pensarmos e agirmos como estudantes e aproveitarmos dela todos os ensinamentos. Ao contrário, a combinação orgulhosa e egoísta de nosso coração nos impulsiona à "concha psíquica", nos isolando de tudo aquilo que nos poderia melhorar. A mensagem que o Espiritismo nos traz é demasiadamente clara. Deus é soberanamente justo e bom, e tudo o que provém Dele é cheio de razão e de justiça. Nossas aflições são processo que devemos aprender a superar. Porque nosso destino é a perfeição. (t)
Perguntas/Respostas:
<||Moderador||> [1] <heroiiii> Há um item de "O Livro dos Espíritos" que diz que o clima de uma região influe nos aspectos morais do povo que lá vive isso. Não é determinista demais, apesar de achar que para a época e local onde foi informado era adequado?
<Pedro_Vieira> Vamos à análise meticulosa da questão. Na questão de número 52 de "O Livro dos Espíritos" lê-se: "Dá-se o mesmo com duas crianças, filhos da mesma mãe que, criados longe um do outro e de modo diferente, em nada se assemelham quanto ao moral". Não acreditamos esteja colocado aí nenhum determinismo moral. Pelo contrário, é dito que, pelo afastamento que os filhos (ou as raças, no assunto tratado) é possível que elas não guardem as semelhanças que seriam de se esperar entre dois irmãos criados juntos. Os espíritos nos ensinam que a formação na infância é fundamental à orientação do espírito reencarnante. Raças que comungam dos mesmos hábitos têm as mesmas POTENCIALIDADES de desenvolvimento. Essas POTENCIALIDADES de certa forma traçam limites à manifestação espiritual do indivíduo. Desde que o indivíduo não tem um aparelho ou uma condição de costume social para manifestar-se em sua totalidade, fica tolido por conta disso. Daí se observarem as diferenças, por conta do afastamento, uma diferenciação, mais uma vez, da liberdade vinda das condições que cercam esses espíritos, e não do estado espiritual deles em si. (t)
<||Moderador||> [2] <Rosa_Azul> Só podemos resgatar nossos erros através da dor?
<Pedro_Vieira> Só uma correção vocabular importante, para sermos fiéis à Codificação. "Dor" é uma sensação física. "Sofrimento" é uma sensação que pode ser moral. O espírito desencarnado nunca sente "dor", por não possuir veículo físico para o transmitir os impulsos nervosos da dor, mas pode "sofrer", desde que sua consciência vive após a desencarnação.
Agora vamos à resposta: É importante compreendermos uma coisa: o espírito não "sofre" ou se "alegra", antes disso e englobando tudo isso ele APRENDE. O processo evolutivo é, antes de tudo um processo educativo. E a evolução é urgente, ela precisa se fazer. A forma como a educação vai penetrar a psique do espírito é uma escolha que esse espírito - nós - tem que fazer. Se o espírito OPTA por se fechar ao processo educativo, tentando negar as leis de Deus, está escolhendo para si mesmo o processo educativo mais coerente com a sua postura mental, que convencionou-se chamar de "sofrimento". Se o espírito, no entanto, posta-se adequadamente na postura de aluno e, como isso, facilita o processo de aprendizado que bate incessantemente à porta de sua consciência, então diz-se que ele aprendeu "pelo amor". Mas o sofrimento nada mais é que um chamado ao despertar do aprendizado. Sendo assim, pode-se ter o sofrimento GUIANDO de volta ao aprendizado, mas só se aprende efetivamente - SEMPRE - pela opção pelo amor. O sofrimento não ensina, ele guia. Quem ensina é o amor. Se o amor vem precedido de sofrimento, no entanto, escolhemos nós. (t)
<||Moderador||> [3] <heroiiii> Muitos espíritas vêem o mendigo na rua e dizem : "Olha, ele é assim por que na outra vida anterior ele não sabia usar bem o dinheiro, fez mal com ele, aí nasceu assim" e, inconscientemente ou interiormente, pensa: "Olha, decerto eu sou rico ou remediado por que na outra vida soube usar o dinheiro. Portanto, devo ser superior." O que dizer disso?
<Pedro_Vieira> Orgulho sem fundamento. Deus concedeu a prova da pobreza a quem pode suportá-la. O aparentemente superior pode estar sendo somente fortalecido ao nível do mendigo para só depois poder aprender o que seu irmão já está fazendo desde hoje, pela força que já possui. De mais a mais, o espírita que age dessa forma ignora a Doutrina Espírita que diz que na consolação de nossos irmãos, Deus nos usa, por vezes, como meios de auxílio, virando as costas ao chamado do Pai para ajudá-lo no seu refazimento, por não achar que Deus é digno de servir-se dele para tão degradante mister. (t)
<||Moderador||> [4] <strega> O sofrimento que passamos hoje pode ser conseqüência do mal que fizemos a estas mesmas pessoas em vidas passadas?
<Pedro_Vieira> Sim. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no seu Capítulo III, lemos: "O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado." Complementando no item 07: "Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros.". Acredito que Allan Kardec responda completamente à sua questão. (t)
<||Moderador||> [5] <lflavio> Como saber se a causa de nossos sofrimentos esta nesta vida ou em vidas passadas?
<Pedro_Vieira> Questiono a utilidade de tal informação. Vejamos o que nos diz Allan Kardec: "O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei.'". A grande luta da humanidade atualmente é pela consciência límpida e tranqüila. Encontrar o criminoso desfaz um crime cometido? De maneira alguma. O que os espíritos nos dizem é que o criminoso nós já sabemos quem é. Nesse caso, o conhecimento de "detalhes do crime" (mantendo a nomenclatura para referência) não vai atenuar a falta, não vai nos dar o apoio da consciência, não vai nos tornar nem homens nem espíritos melhores. O conselho de Allan Kardec é claro: "Perdoa-me, Senhor, porque pequei", e ter uma ação ativa, positiva, procurando agir contra as más tendências e travando lutas vitoriosas. Aí sim estaremos reparando os erros que cometemos e que se encontram gravados em nosso espírito, sem necessidade de saber de onde vêm eles. (t)
<||Moderador||> [6] <strega> Se o que passamos hoje é conseqüência de faltas passadas, então não devemos ter pena de ninguém? Se alguém sofre é por que merece?
<Pedro_Vieira> As aflições atuais têm sua razão de ser. Eis o fato. O sádico encara o fato: "Sofre porque merece, que bom que merece, porque sofre" O demagogo encara o fato: "Todos deveriam ser bons para não sofrerem como aquele pobre coitado", e nada faz. O espírita não deve falar em "merecer sofrimento", mas sim em "necessitar aprendizado". A diferença é gritante. Se alguém necessita de um aprendizado e hoje está tendo ele pelas guias do sofrimento, será que Deus não nos colocou no caminho para refrescar-lhe o coração que já está em condições de suportar o aprendizado sem tanta dureza? Se uma pessoa deve transpor um obstáculo e encontra-se imbuída de coragem e de confiança, o transpõe sem maiores problemas. O mesmo não acontece com o ânimo caído. Sustentar nossos irmãos na provação, sem desculpas de "merecer sofrimento". Pedir a Deus que nos faça peças úteis do "precisar aprendizado". Que, com o nosso amor possamos facilitar-lhes a aquisição da lição que, insistentemente, Deus insiste em enviá-lo. A evolução é a única necessidade. O sofrimento de amanhã é conseqüência da escolha de hoje. (t)
<||Moderador||> [7] <heroiiii> Muitas vezes a pessoa sofre mais do que merece por que sabe que, com isso, abreviará sua prova. Mas por que alguns povos do "frio" tem mais atribulações que nós? Pode-se levantar esse aspecto e, daí, não temos furacões no Brasil, pelo mesmo determinismo do início da questão 52. Por que nossa moral depende do clima?
<Pedro_Vieira> Perguntaram certa feita a Chico Xavier porque os espíritos não o curavam de seu mal na vista e de sua debilidade física geral. Chico Xavier respondeu, sereno como sempre: "Eu me sentiria muito mal atendendo a esses irmãos tão mais necessitados que eu não sabendo na pele o que eles sofrem." Para muitos de nós, o que chamamos "tribulações" ou "sofrimentos", para outras pessoas, já mais adiantadas, são, nada mais nada menos, que meios comuns que não lhes causa a menor aflição. Por isso, a palavra "aflição" nunca está ligada ao fato em si, ao "clima", ao "frio", a doenças, a posturas de outrem, etc. A aflição é a conseqüência de nosso estado espiritual íntimo de inquietação perante algo que ainda nos causa medo e apreensão. É a conseqüência direta de nossa própria imprevidência em lidar com o desconhecido, com a nossa própria falta de fé e de auto-confiança. Por isso, voltando à pergunta, pode ser que, em termos de fatos físicos, algumas regiões do planeta estejam mais sujeitas que outras, mas a pergunta que nos deve recair é a seguinte: desses fatos, quais realmente são aflições? Outra pergunta seria: Julgaríamo-nos nós mais justos e sábios que Deus para saber melhor que Ele compensar todo tipo de mal físico que exista no planeta para o aprendizado dos espíritos? A aflição é uma medição espiritual, uma medição de arcabouço moral, por assim dizer. Sendo assim, com climas amenos, muito dinheiro, satisfação amorosa e profissional geram pessoas profundamente infelizes, ao passo que o clima frio e seco em local solitário e sem acesso tecnológico pode gerar corações muito felizes. Fechando, o clima não determina a reação moral do indivíduo. A felicidade ou a infelicidade, a aflição ou não é um estado d'alma, e não uma situação exterior. O que os fatos externos determinam são a maior ou menor manifestação de potencialidades do espírito, gerando certas diferenças. Nada mais que isso. (t)
<||Moderador||> [8] <lflavio> As aflições coletivas que determinados povos passam, esta relacionado com compromissos de aprendizados coletivos?
<Pedro_Vieira> Suponho que o amigo, se não joga, pelo menos sabe o que é o jogo de sinuca. No jogo de sinuca pode-se, com habilidade suficiente, em um número muito reduzido de jogadas, "matar" todas as bolas. Tanto mais hábil o jogador, mais perfeita, rápida e precisa é a combinação para atingir um mesmo objetivo. Deus é o melhor jogador de sinuca que eu conheço. Podendo oferecer aos espíritos aprendizados que unem presença mútua (oportunidade de trabalho - refazimento - uns aos outros) e tribulações que lhes sirvam, simultaneamente, ao aprendizado, fazendo, ao mesmo tempo, que esse povo trabalhe para o bem geral, há uma combinação mais perfeita a se fazer? Não importa quantas bolas você coloque sobre a mesa, Deus sempre as matará todas num tempo zero, perfeição infinita e com o toque das bolas ainda produzirá rearranjos perfeitos em outros infinitos problemas que afligem a Humanidade. Aposte em Deus, ele não decepciona você. (t)
<||Moderador||> [9] <Erni> Conheço poucos, mas conheço pessoas que passam por poucas aflições na vida, quer econômica, sentimental ou moral. Essas pessoas não estão sendo aferidas, ou são felizardos em férias na Terra?
<Pedro_Vieira> Pensam que estão matando aula, se esquivando de suas obrigações para com aqueles que clamam por uma ajuda que só essa tranqüilidade pode proporcionar. Ninguém, por mais pobre ou mais rico, por mais atribulado ou mais livre, está liberado do dever da caridade e do trabalho ao próximo. Como descansar no ócio se o serviço não está acabado? (t)
<||Moderador||> [10] <Erni> Como ver um mundo onde a maioria não sabe da existência de Jesus, tem os mulçumanos com seu Deus revanchista...Onde estaria a justiça para essas pessoas?
<Pedro_Vieira> Impressa na consciência, nos dizem os espíritos. Independente da crença, há sempre caminhos corretos que a consciência do cristão ou do muçulmano apontam. Podem ignorar a existência da pessoa do Cristo, mas não ignoram o que é o bem. Se não ignoram o bem, não há razão para não o praticarem. Os espíritos são categóricos quando nos respondem: não é a crença exterior que salva o homem, mas sim sua postura interior perante o bem, a paz, o amor. Acaso alguma alma do mundo encontra-se privada da guia de sua consciência? (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Antes das considerações finais, gostaria de colocar um trecho para o nosso amigo heroiiii de "O Livro dos Espíritos", reposta à questão 861: "Aliás vós confundis sempre duas coisas distintas: os acontecimentos materiais da vida e os atos da vida moral. Se, por vezes, há fatalidade é nos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que independem de vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, eles sempre emanam do próprio homem que tem sempre, conseqüentemente, liberdade de escolha. Nestes atos jamais existe fatalidade". Estamos abertos a maiores debates sobre o tema posteriormente. Uma coisa deve nos permanecer em mente quando falamos em aflições: sofrimentos são meios de nos conduzir ao aprendizado; tanto mais nos amoleçamos de coração, tanto menos eles serão necessários. Para isso é necessário que nos portemos intimamente como cristãos e como espíritas que somos, agindo ativamente na eliminação dos males de nossos irmãos que nos compartilham a caminhada. Mesmo no sofrimento pode ou não existir aflição. A aflição é uma resposta do espírito a um estímulo que lhe causa estranheza de qualquer ordem. Se o espírito reage sempre de maneira resignada, de maneira correta, com fé, amor e ação, mesmo frente aos sofrimentos não existirá aflição. O Espiritismo cumpre o papel de "Consolador Prometido" nesse sentido, de levar à pessoas a verdadeira consolação, a consolação que Jesus nos falou no início, fazendo-nos compreender as tribulações da vida, mostrando-nos o porquê dessas tribulações, e mostrando-nos o caminho de superá-las, reagindo sempre de maneira ativa perante os acontecimentos, com paz, brandura, calma e paciência. (t)
Oração Final:
<Safiri> Senhor meu Deus, obrigada por mais esta oportunidade de estarmos próximos a ti aprendendo mais, nos confortando e nos resignando pelas ações impostas a nós no dia a dia e reconhecendo nossos erros pelas nossas falhas perantes nossos irmãos e a nós mesmos. Que Vós possa sempre nos guiar, nos tocar com a leve brisa, como um suave canção tocando nossos corações. E prometemos, então, ao menos nos conscientizar de que a vida, é para aprendermos a amar! Que assim seja!
Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Palestrante: Pedro Vieira
Rio de Janeiro
01/10/1999
Organizadores da palestra:
Moderador: "lflavio" (nick: ||Moderador||) "Médium digitador": "Brab" (nick: Pedro_Vieira)
Oração Inicial:
<volia> Deus, nosso pai de infinita bondade e misericórdia, Jesus, nosso Mestre e arquiteto do nosso planeta , pedimos a vossa ajuda e inspiração para os estudos que iniciaremos agora de tua santa Doutrina. Ajuda-nos, Pai, para que os ensinamentos da noite sejam para nós como luz de um farol na noite caliginosa, orienta-nos com a tua palavra doce e verdadeira para que possamos ser teus tarefeiros na nova era da regeneração . Assim seja!
Apresentação do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Muito boa noite a todos. Meu nome é Pedro Vieira, sou colaborador da Casa dos Cristófilos, em Botafogo, no Rio de Janeiro e também, pelo IRC-Espiritismo, do Centro Espírita Léon Denis. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Pedro_Vieira> "Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis." (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.) As palavras de Jesus são demasiadamente claras para nossos corações. Quando Jesus nos falava das consolações futuras, nos criava no espírito ainda atormentado a idéia de Justiça de Deus, ao mesmo tempo que nos falava sobre a continuidade da vida, das alegrias e também das tristezas. Por "pobres" entendamos não a condição financeira ou econômica de um cidadão, ou mesmo de um povo, porque, sendo assim, fácil seria ganhar o "reino dos céus". Os pobres a que Jesus se referia são aqueles que passam a humilhação do mundo, resignadamente. São aqueles denotados, muitas vezes, como sonhadores, utópicos ou mesmo sub-raça da humanidade. Aqueles que, pela sua perseverança silenciosa, são colocados à margem do processo social, educacional e mesmo humano. Não é difícil entender por que as aflições aparecem em nosso planeta. A respeito dessa questão citamos em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo III, item 07: "Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, um sítio malsão, e ela é, simultaneamente, tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite." Quando Allan Kardec nos coloca esse comentário, orientado pelos espíritos superiores, nos fala sobre a "necessidade do escândalo", em concordância com Jesus. "Casas de correção" aplicam, por vezes, remédios dolorosos para o bem e para a educação do espírito. É muito difícil, meus amigos, em meio a uma aflição pensarmos e agirmos como estudantes e aproveitarmos dela todos os ensinamentos. Ao contrário, a combinação orgulhosa e egoísta de nosso coração nos impulsiona à "concha psíquica", nos isolando de tudo aquilo que nos poderia melhorar. A mensagem que o Espiritismo nos traz é demasiadamente clara. Deus é soberanamente justo e bom, e tudo o que provém Dele é cheio de razão e de justiça. Nossas aflições são processo que devemos aprender a superar. Porque nosso destino é a perfeição. (t)
Perguntas/Respostas:
<||Moderador||> [1] <heroiiii> Há um item de "O Livro dos Espíritos" que diz que o clima de uma região influe nos aspectos morais do povo que lá vive isso. Não é determinista demais, apesar de achar que para a época e local onde foi informado era adequado?
<Pedro_Vieira> Vamos à análise meticulosa da questão. Na questão de número 52 de "O Livro dos Espíritos" lê-se: "Dá-se o mesmo com duas crianças, filhos da mesma mãe que, criados longe um do outro e de modo diferente, em nada se assemelham quanto ao moral". Não acreditamos esteja colocado aí nenhum determinismo moral. Pelo contrário, é dito que, pelo afastamento que os filhos (ou as raças, no assunto tratado) é possível que elas não guardem as semelhanças que seriam de se esperar entre dois irmãos criados juntos. Os espíritos nos ensinam que a formação na infância é fundamental à orientação do espírito reencarnante. Raças que comungam dos mesmos hábitos têm as mesmas POTENCIALIDADES de desenvolvimento. Essas POTENCIALIDADES de certa forma traçam limites à manifestação espiritual do indivíduo. Desde que o indivíduo não tem um aparelho ou uma condição de costume social para manifestar-se em sua totalidade, fica tolido por conta disso. Daí se observarem as diferenças, por conta do afastamento, uma diferenciação, mais uma vez, da liberdade vinda das condições que cercam esses espíritos, e não do estado espiritual deles em si. (t)
<||Moderador||> [2] <Rosa_Azul> Só podemos resgatar nossos erros através da dor?
<Pedro_Vieira> Só uma correção vocabular importante, para sermos fiéis à Codificação. "Dor" é uma sensação física. "Sofrimento" é uma sensação que pode ser moral. O espírito desencarnado nunca sente "dor", por não possuir veículo físico para o transmitir os impulsos nervosos da dor, mas pode "sofrer", desde que sua consciência vive após a desencarnação.
Agora vamos à resposta: É importante compreendermos uma coisa: o espírito não "sofre" ou se "alegra", antes disso e englobando tudo isso ele APRENDE. O processo evolutivo é, antes de tudo um processo educativo. E a evolução é urgente, ela precisa se fazer. A forma como a educação vai penetrar a psique do espírito é uma escolha que esse espírito - nós - tem que fazer. Se o espírito OPTA por se fechar ao processo educativo, tentando negar as leis de Deus, está escolhendo para si mesmo o processo educativo mais coerente com a sua postura mental, que convencionou-se chamar de "sofrimento". Se o espírito, no entanto, posta-se adequadamente na postura de aluno e, como isso, facilita o processo de aprendizado que bate incessantemente à porta de sua consciência, então diz-se que ele aprendeu "pelo amor". Mas o sofrimento nada mais é que um chamado ao despertar do aprendizado. Sendo assim, pode-se ter o sofrimento GUIANDO de volta ao aprendizado, mas só se aprende efetivamente - SEMPRE - pela opção pelo amor. O sofrimento não ensina, ele guia. Quem ensina é o amor. Se o amor vem precedido de sofrimento, no entanto, escolhemos nós. (t)
<||Moderador||> [3] <heroiiii> Muitos espíritas vêem o mendigo na rua e dizem : "Olha, ele é assim por que na outra vida anterior ele não sabia usar bem o dinheiro, fez mal com ele, aí nasceu assim" e, inconscientemente ou interiormente, pensa: "Olha, decerto eu sou rico ou remediado por que na outra vida soube usar o dinheiro. Portanto, devo ser superior." O que dizer disso?
<Pedro_Vieira> Orgulho sem fundamento. Deus concedeu a prova da pobreza a quem pode suportá-la. O aparentemente superior pode estar sendo somente fortalecido ao nível do mendigo para só depois poder aprender o que seu irmão já está fazendo desde hoje, pela força que já possui. De mais a mais, o espírita que age dessa forma ignora a Doutrina Espírita que diz que na consolação de nossos irmãos, Deus nos usa, por vezes, como meios de auxílio, virando as costas ao chamado do Pai para ajudá-lo no seu refazimento, por não achar que Deus é digno de servir-se dele para tão degradante mister. (t)
<||Moderador||> [4] <strega> O sofrimento que passamos hoje pode ser conseqüência do mal que fizemos a estas mesmas pessoas em vidas passadas?
<Pedro_Vieira> Sim. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no seu Capítulo III, lemos: "O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado." Complementando no item 07: "Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros.". Acredito que Allan Kardec responda completamente à sua questão. (t)
<||Moderador||> [5] <lflavio> Como saber se a causa de nossos sofrimentos esta nesta vida ou em vidas passadas?
<Pedro_Vieira> Questiono a utilidade de tal informação. Vejamos o que nos diz Allan Kardec: "O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei.'". A grande luta da humanidade atualmente é pela consciência límpida e tranqüila. Encontrar o criminoso desfaz um crime cometido? De maneira alguma. O que os espíritos nos dizem é que o criminoso nós já sabemos quem é. Nesse caso, o conhecimento de "detalhes do crime" (mantendo a nomenclatura para referência) não vai atenuar a falta, não vai nos dar o apoio da consciência, não vai nos tornar nem homens nem espíritos melhores. O conselho de Allan Kardec é claro: "Perdoa-me, Senhor, porque pequei", e ter uma ação ativa, positiva, procurando agir contra as más tendências e travando lutas vitoriosas. Aí sim estaremos reparando os erros que cometemos e que se encontram gravados em nosso espírito, sem necessidade de saber de onde vêm eles. (t)
<||Moderador||> [6] <strega> Se o que passamos hoje é conseqüência de faltas passadas, então não devemos ter pena de ninguém? Se alguém sofre é por que merece?
<Pedro_Vieira> As aflições atuais têm sua razão de ser. Eis o fato. O sádico encara o fato: "Sofre porque merece, que bom que merece, porque sofre" O demagogo encara o fato: "Todos deveriam ser bons para não sofrerem como aquele pobre coitado", e nada faz. O espírita não deve falar em "merecer sofrimento", mas sim em "necessitar aprendizado". A diferença é gritante. Se alguém necessita de um aprendizado e hoje está tendo ele pelas guias do sofrimento, será que Deus não nos colocou no caminho para refrescar-lhe o coração que já está em condições de suportar o aprendizado sem tanta dureza? Se uma pessoa deve transpor um obstáculo e encontra-se imbuída de coragem e de confiança, o transpõe sem maiores problemas. O mesmo não acontece com o ânimo caído. Sustentar nossos irmãos na provação, sem desculpas de "merecer sofrimento". Pedir a Deus que nos faça peças úteis do "precisar aprendizado". Que, com o nosso amor possamos facilitar-lhes a aquisição da lição que, insistentemente, Deus insiste em enviá-lo. A evolução é a única necessidade. O sofrimento de amanhã é conseqüência da escolha de hoje. (t)
<||Moderador||> [7] <heroiiii> Muitas vezes a pessoa sofre mais do que merece por que sabe que, com isso, abreviará sua prova. Mas por que alguns povos do "frio" tem mais atribulações que nós? Pode-se levantar esse aspecto e, daí, não temos furacões no Brasil, pelo mesmo determinismo do início da questão 52. Por que nossa moral depende do clima?
<Pedro_Vieira> Perguntaram certa feita a Chico Xavier porque os espíritos não o curavam de seu mal na vista e de sua debilidade física geral. Chico Xavier respondeu, sereno como sempre: "Eu me sentiria muito mal atendendo a esses irmãos tão mais necessitados que eu não sabendo na pele o que eles sofrem." Para muitos de nós, o que chamamos "tribulações" ou "sofrimentos", para outras pessoas, já mais adiantadas, são, nada mais nada menos, que meios comuns que não lhes causa a menor aflição. Por isso, a palavra "aflição" nunca está ligada ao fato em si, ao "clima", ao "frio", a doenças, a posturas de outrem, etc. A aflição é a conseqüência de nosso estado espiritual íntimo de inquietação perante algo que ainda nos causa medo e apreensão. É a conseqüência direta de nossa própria imprevidência em lidar com o desconhecido, com a nossa própria falta de fé e de auto-confiança. Por isso, voltando à pergunta, pode ser que, em termos de fatos físicos, algumas regiões do planeta estejam mais sujeitas que outras, mas a pergunta que nos deve recair é a seguinte: desses fatos, quais realmente são aflições? Outra pergunta seria: Julgaríamo-nos nós mais justos e sábios que Deus para saber melhor que Ele compensar todo tipo de mal físico que exista no planeta para o aprendizado dos espíritos? A aflição é uma medição espiritual, uma medição de arcabouço moral, por assim dizer. Sendo assim, com climas amenos, muito dinheiro, satisfação amorosa e profissional geram pessoas profundamente infelizes, ao passo que o clima frio e seco em local solitário e sem acesso tecnológico pode gerar corações muito felizes. Fechando, o clima não determina a reação moral do indivíduo. A felicidade ou a infelicidade, a aflição ou não é um estado d'alma, e não uma situação exterior. O que os fatos externos determinam são a maior ou menor manifestação de potencialidades do espírito, gerando certas diferenças. Nada mais que isso. (t)
<||Moderador||> [8] <lflavio> As aflições coletivas que determinados povos passam, esta relacionado com compromissos de aprendizados coletivos?
<Pedro_Vieira> Suponho que o amigo, se não joga, pelo menos sabe o que é o jogo de sinuca. No jogo de sinuca pode-se, com habilidade suficiente, em um número muito reduzido de jogadas, "matar" todas as bolas. Tanto mais hábil o jogador, mais perfeita, rápida e precisa é a combinação para atingir um mesmo objetivo. Deus é o melhor jogador de sinuca que eu conheço. Podendo oferecer aos espíritos aprendizados que unem presença mútua (oportunidade de trabalho - refazimento - uns aos outros) e tribulações que lhes sirvam, simultaneamente, ao aprendizado, fazendo, ao mesmo tempo, que esse povo trabalhe para o bem geral, há uma combinação mais perfeita a se fazer? Não importa quantas bolas você coloque sobre a mesa, Deus sempre as matará todas num tempo zero, perfeição infinita e com o toque das bolas ainda produzirá rearranjos perfeitos em outros infinitos problemas que afligem a Humanidade. Aposte em Deus, ele não decepciona você. (t)
<||Moderador||> [9] <Erni> Conheço poucos, mas conheço pessoas que passam por poucas aflições na vida, quer econômica, sentimental ou moral. Essas pessoas não estão sendo aferidas, ou são felizardos em férias na Terra?
<Pedro_Vieira> Pensam que estão matando aula, se esquivando de suas obrigações para com aqueles que clamam por uma ajuda que só essa tranqüilidade pode proporcionar. Ninguém, por mais pobre ou mais rico, por mais atribulado ou mais livre, está liberado do dever da caridade e do trabalho ao próximo. Como descansar no ócio se o serviço não está acabado? (t)
<||Moderador||> [10] <Erni> Como ver um mundo onde a maioria não sabe da existência de Jesus, tem os mulçumanos com seu Deus revanchista...Onde estaria a justiça para essas pessoas?
<Pedro_Vieira> Impressa na consciência, nos dizem os espíritos. Independente da crença, há sempre caminhos corretos que a consciência do cristão ou do muçulmano apontam. Podem ignorar a existência da pessoa do Cristo, mas não ignoram o que é o bem. Se não ignoram o bem, não há razão para não o praticarem. Os espíritos são categóricos quando nos respondem: não é a crença exterior que salva o homem, mas sim sua postura interior perante o bem, a paz, o amor. Acaso alguma alma do mundo encontra-se privada da guia de sua consciência? (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Antes das considerações finais, gostaria de colocar um trecho para o nosso amigo heroiiii de "O Livro dos Espíritos", reposta à questão 861: "Aliás vós confundis sempre duas coisas distintas: os acontecimentos materiais da vida e os atos da vida moral. Se, por vezes, há fatalidade é nos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que independem de vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, eles sempre emanam do próprio homem que tem sempre, conseqüentemente, liberdade de escolha. Nestes atos jamais existe fatalidade". Estamos abertos a maiores debates sobre o tema posteriormente. Uma coisa deve nos permanecer em mente quando falamos em aflições: sofrimentos são meios de nos conduzir ao aprendizado; tanto mais nos amoleçamos de coração, tanto menos eles serão necessários. Para isso é necessário que nos portemos intimamente como cristãos e como espíritas que somos, agindo ativamente na eliminação dos males de nossos irmãos que nos compartilham a caminhada. Mesmo no sofrimento pode ou não existir aflição. A aflição é uma resposta do espírito a um estímulo que lhe causa estranheza de qualquer ordem. Se o espírito reage sempre de maneira resignada, de maneira correta, com fé, amor e ação, mesmo frente aos sofrimentos não existirá aflição. O Espiritismo cumpre o papel de "Consolador Prometido" nesse sentido, de levar à pessoas a verdadeira consolação, a consolação que Jesus nos falou no início, fazendo-nos compreender as tribulações da vida, mostrando-nos o porquê dessas tribulações, e mostrando-nos o caminho de superá-las, reagindo sempre de maneira ativa perante os acontecimentos, com paz, brandura, calma e paciência. (t)
Oração Final:
<Safiri> Senhor meu Deus, obrigada por mais esta oportunidade de estarmos próximos a ti aprendendo mais, nos confortando e nos resignando pelas ações impostas a nós no dia a dia e reconhecendo nossos erros pelas nossas falhas perantes nossos irmãos e a nós mesmos. Que Vós possa sempre nos guiar, nos tocar com a leve brisa, como um suave canção tocando nossos corações. E prometemos, então, ao menos nos conscientizar de que a vida, é para aprendermos a amar! Que assim seja!
JUSTIÇA das aflições
JUSTICA DAS AFLICOES
A outra face das dificuldades
FRANCISCO REBOUÇAS
O ser humano é o somatório de inúmeras experiências adquiridas em suas várias passagens por este nosso planeta, ao longo dos milênios, em que armazenou em seu psiquismo a bagagem da qual se utiliza diariamente no relacionamento com seu semelhante.Por ser resultado de uma semeadura investida em sua grande maioria na obtenção de bens fugazes, perecíveis, que os ladrões e as traças se incumbem de destruir, vive envolto em inúmeras situações, que muitas das vezes o fazem duvidar até mesmo da bondade do Pai Celestial de todos nós, inconformado com as tribulações, as situações adversas, as dificuldades etc... que se lhes apresentam aparentemente sem motivos.Procura então, um argumento de defesa que justifique perante a opinião dos outros, o seu presente estado de sofrimento, apressando-se em se apresentar como vítima da vida, blasfemando contra a sorte, alegando que nada faz por merecer tal castigo, pois sempre procurou respeitar as leis instituídas pela sociedade no relacionamento com seu próximo, não entendendo o porque de tanto sofrimento.É natural que ainda pense dessa forma, em vista da nossa pequenez ante a grandiosidade da perfeição das Leis Divinas, únicas capazes de nos projetarem para frente e para o alto, e das quais freqüentemente nos divorciamos, para buscar a satisfação de nossos instintos selvagens, sem nos apercebermos de que sofreremos as conseqüências positivas ou negativas da nossa livre escolha.Não nos preocupamos em analisar algumas questões que por certo muito nos ajudariam a proceder de maneira diferente da que normalmente decidimos por agir, e perdemos muito tempo com coisas que não oferecem absolutamente nada que nos ajude na obtenção de nosso sonho por adquirir um estado permanente de paz, de felicidade, etc... como se essas virtudes pudessem ser adquiridas sem o esforço necessário da reforma íntima que precisamos empreender.Faz-se urgente a decisão de buscarmos quanto antes fazer a parte que nos cabe, na reforma de nossos atos e atitudes modificando inteiramente a maneira de ver, ouvir e sentir o convite do mestre Jesus, que de mãos estendidas nos oferece sua ajuda, e segurá-las com fé, esperança, trabalho no bem e confiar aquilo que não depende de nós a Deus nosso Pai, infinitamente bom e justo, criador de tudo e todos, e que tem o controle total do universo não caindo sequer a folha de uma árvore, nem um fio de cabelo de nossa cabeças sem sua permissão e entender que os problemas que hoje nos visitam são frutos amargos de nossa própria plantação, que agora colhemos por força da Lei de ação e reação que vem confirmar as palavras de Jesus quando nos afirmou “a cada um segundo as suas obras”.No 5º capítulo de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no item Justiça das aflições, encontramos sábias explicações no texto que segue:“Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos”.Resta-nos buscar na Codificação, as explicações claras, fundamentadas na lógica da razão, e no ensino moral da Doutrina Espírita e providenciarmos colocar em prática seus conceitos ético-morais, procurando vivenciar as lições dos espíritos superiores, e entendermos que Deus nosso Pai, é infinitamente amoroso com todos nós, e que tudo pelo que passamos faz parte da bagagem de detritos que acumulamos ao longo dos séculos, da qual precisamos urgentemente nos desvencilhar se pretendemos ascender na escala hierárquica dos seres imortais da criação em busca da felicidade que tanto almejamos.Preciso se faz, seguir os ensinamentos ali contidos, e atentarmos para o chamamento que nos convidam a aprimorar as virtudes que estão presentes no imo de nosso ser, esperando o momento em que nos decidirmos por desenvolvê-las, projetando de dentro para fora as qualidades que nos hão de fazer seres melhores, dispostos a nova semeadura, em benefício do nosso futuro porvir.E para tanto, não precisamos de grandes esforços, na maioria das vezes nos bastariam pequeninas atitudes em nossas ações do dia a dia, procurando espalhar em redor de nossos passos a simpatia, o otimismo, a gentileza, a compreensão, a calma, a fraternidade em doses homeopáticas, e no exercitar dessas atitudes positivas em nossa vida de relação em qualquer ambiente em que nos encontrarmos, estaríamos automatizando em nós as boas ações que com o passar do tempo se tornariam espontâneas, naturais, e não precisaríamos de enormes sacrifícios como costumamos alardear, o codificador Allan Kardec não deixou de formular pergunta nesse sentido aos imortais da vida maior na questão que abaixo transcrevemos de "O Livro dos Espíritos".909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?“Sim, e, freqüentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”Finalizando, queremos enfatizar que só nos resta investir cada vez mais no estudo da Doutrina Espírita, para sairmos desse estado de inércia, se pretendemos fazer da nossa vida motivo de alegria e felicidade, não mais utilizando-nos do desculpismo injustificado, nem jogando a responsabilidade que nos cabe de fazer os inevitáveis esforços, de trabalharmos pelo nosso crescimento moral espiritual visando à colheita de novas oportunidades melhores do que as que hoje vivenciamos, e que costumeiramente responsabilizamos a vida e o acaso.
Justiça das aflições
GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)
Justiça das aflições
“Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.” – Jesus. (Mt, 26:52.)
Ao ignorar a Lei de Causa e Efeito e as vidas sucessivas, dirá o homem que Deus é injusto. Ou que não existe. E dirá:
“(...) por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir?” 1
Mas Ele existe; e nossas dores provêm de transgressões às Suas Leis.
“(...) as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.” (...) “Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, (...) lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo (...).” 2 – Grifos do original.
Respondemos por nossos atos e seus efeitos: “(...) o Filho do homem retribuirá a cada um conforme as suas obras”. – Jesus. (Mt, 16:27.)
Léon Denis, filósofo francês, amplia a compreensão do tema:
“Cada um desses atos executa sua evolução e volta com os seus efeitos, bons ou maus, para a fonte que os produziu. O mal, do mesmo modo que o bem, torna ao seu ponto de partida.
(...) as paixões e malefícios do ser humano produzem resultados, sempre idênticos, aos quais ele não pode subtrair-se.
O orgulhoso prepara para si um futuro de humilhações, o egoísta cria o vácuo ou a indiferença, e duras provações esperam os sensuais.
(...) A história da Terra é uma urdidura de homicídios e de iniquidade. Ora, todos esses séculos ensanguentados, todas essas existências de desordens reúnem-se na vida presente como afluentes no leito de um rio.
Os Espíritos que compõem a sociedade atual nada mais são que homens de outrora, que vieram sofrer as consequências de suas vidas anteriores.
Formada de tais elementos, como poderia a humanidade viver feliz?
(...) Isso nos faz sentir a necessidade de melhorar o meio social, esclarecendo os nossos semelhantes sobre a causa dos males comuns (...)”. 3 (Sublinhamos.)
“O Pai não coloca fardos pesados em ombros frágeis.” Os Espíritos aclaram esse conceito: nas vidas sucessivas, somamos experiências que nos amadurecem. Só aí, aptos para suportar provas e aprender as lições delas advindas, submete-nos a agudas expiações, para corrigir-nos. Ao contrário do que se prega, Ele não castiga, mas educa.
Não foram casuais as mortes de João Batista e a dos ‘inocentes’ – crianças de dois anos para baixo, em Belém e arredores, por ordem de Herodes. As ‘vítimas’ sofriam efeitos de ações anteriores, praticadas por elas mesmas.
Revela Bittencourt Sampaio, Espírito4, que João Batista, na fortaleza de Herodes, volve em espírito ao passado. Recorda erros cometidos na personalidade de Moisés; e aqueles em que foi o personagem Elias e mandara trucidar profetas do deus pagão, Baal.
Rende graças a Jesus por resgatar essas faltas; por ser o Precursor e, ainda, por vir à Terra, seguido pelos filhos da tribo de Levi – supostos inocentes – para, como ele, entregarem suas cabeças e se redimirem de seus erros. Eis as origens dessas dores:
I) Êxodo 32-25/29: Moisés manda matar os idólatras (adoradores do bezerro de ouro). Ordem que os filhos de Levi – futuros ‘inocentes’ – executaram;
II) I Reis 18-20:40: Elias manda que se mate os sacerdotes de Baal, ao vencê-los na disputa: incendiaria a lenha em um altar, sem fogo, aquele cujo Deus fosse verdadeiro. 5
Muitos perderam a vida por suas decisões; mas, nas personalidades de Moisés, Elias e João Batista, praticou a caridade. Assim, degolado apenas uma vez, redimiu-se desses erros; comprovando que a Lei apenas educa; que não é vingativa.
Provações pessoais são intransferíveis, mas podem ser suavizadas se praticamos o bem, “(...) porque o amor cobre multidão de pecados”. – (1Pe, 4:8.)
Não há, pois, injustiças nas Leis divinas – tudo tem sua causa –; nem privilégios, eis que, se existissem, João Batista não teria sido degolado: “(...) Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João (...)”. – Jesus. (Lc, 07:28.)
Aflições morais ou físicas são criações nossas. Resultam de nossos pensamentos e obras, quer lesemos terceiros, quer o façamos a nós mesmos, como no suicídio.
Emmanuel, Espírito, responde à indagação “A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? (...)”:
“A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos (...), desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagaram (...); que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitos destruidores; que se encolerizam pelas menores razões (...); ou que passam todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo (...) geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas”. 6 (Grifamos).
Não há perdão mágico, gratuito, sem transformação interior e reparação dos erros cometidos, como tradicionalmente apregoado. Nem há demônios fadados à condenação eterna: “Das ovelhas que o Pai me confiou, nenhuma se perderá”. – (Citação de Emmanuel 7).
Jesus (Jo, 8:32) assinala que o conhecimento da Verdade libertar-nos-á de todos os males; entre eles, do egoísmo, da maldade e, certamente, do “inferno eterno”.
Oferece-nos, no Evangelho, diretriz perfeita à conquista da saúde espiritual – que se estenderá aos corpos de futuras encarnações –, ao nos recomendar fazer aos outros aquilo que desejamos para nós e evitar a prática do mal aos semelhantes.
Referências:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 123ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. V, p. 98.
2. Idem, ibidem.
3. DENIS, Léon. Depois da Morte. 11ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. p. 238 a 241.
4. SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da. Jesus Perante a Cristandade. Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio. 5ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975. p. 56-57.
5. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
6. XAVIER, F. Cândido e VIEIRA, Waldo. Leis de Amor. Pelo Espírito Emmanuel. 7ª ed. São Paulo: FEESP, 1975. p. 17-18.
7. XAVIER, F. Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 4ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. Cap. 39, p. 163.
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)
Justiça das aflições
“Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.” – Jesus. (Mt, 26:52.)
Ao ignorar a Lei de Causa e Efeito e as vidas sucessivas, dirá o homem que Deus é injusto. Ou que não existe. E dirá:
“(...) por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir?” 1
Mas Ele existe; e nossas dores provêm de transgressões às Suas Leis.
“(...) as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.” (...) “Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, (...) lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo (...).” 2 – Grifos do original.
Respondemos por nossos atos e seus efeitos: “(...) o Filho do homem retribuirá a cada um conforme as suas obras”. – Jesus. (Mt, 16:27.)
Léon Denis, filósofo francês, amplia a compreensão do tema:
“Cada um desses atos executa sua evolução e volta com os seus efeitos, bons ou maus, para a fonte que os produziu. O mal, do mesmo modo que o bem, torna ao seu ponto de partida.
(...) as paixões e malefícios do ser humano produzem resultados, sempre idênticos, aos quais ele não pode subtrair-se.
O orgulhoso prepara para si um futuro de humilhações, o egoísta cria o vácuo ou a indiferença, e duras provações esperam os sensuais.
(...) A história da Terra é uma urdidura de homicídios e de iniquidade. Ora, todos esses séculos ensanguentados, todas essas existências de desordens reúnem-se na vida presente como afluentes no leito de um rio.
Os Espíritos que compõem a sociedade atual nada mais são que homens de outrora, que vieram sofrer as consequências de suas vidas anteriores.
Formada de tais elementos, como poderia a humanidade viver feliz?
(...) Isso nos faz sentir a necessidade de melhorar o meio social, esclarecendo os nossos semelhantes sobre a causa dos males comuns (...)”. 3 (Sublinhamos.)
“O Pai não coloca fardos pesados em ombros frágeis.” Os Espíritos aclaram esse conceito: nas vidas sucessivas, somamos experiências que nos amadurecem. Só aí, aptos para suportar provas e aprender as lições delas advindas, submete-nos a agudas expiações, para corrigir-nos. Ao contrário do que se prega, Ele não castiga, mas educa.
Não foram casuais as mortes de João Batista e a dos ‘inocentes’ – crianças de dois anos para baixo, em Belém e arredores, por ordem de Herodes. As ‘vítimas’ sofriam efeitos de ações anteriores, praticadas por elas mesmas.
Revela Bittencourt Sampaio, Espírito4, que João Batista, na fortaleza de Herodes, volve em espírito ao passado. Recorda erros cometidos na personalidade de Moisés; e aqueles em que foi o personagem Elias e mandara trucidar profetas do deus pagão, Baal.
Rende graças a Jesus por resgatar essas faltas; por ser o Precursor e, ainda, por vir à Terra, seguido pelos filhos da tribo de Levi – supostos inocentes – para, como ele, entregarem suas cabeças e se redimirem de seus erros. Eis as origens dessas dores:
I) Êxodo 32-25/29: Moisés manda matar os idólatras (adoradores do bezerro de ouro). Ordem que os filhos de Levi – futuros ‘inocentes’ – executaram;
II) I Reis 18-20:40: Elias manda que se mate os sacerdotes de Baal, ao vencê-los na disputa: incendiaria a lenha em um altar, sem fogo, aquele cujo Deus fosse verdadeiro. 5
Muitos perderam a vida por suas decisões; mas, nas personalidades de Moisés, Elias e João Batista, praticou a caridade. Assim, degolado apenas uma vez, redimiu-se desses erros; comprovando que a Lei apenas educa; que não é vingativa.
Provações pessoais são intransferíveis, mas podem ser suavizadas se praticamos o bem, “(...) porque o amor cobre multidão de pecados”. – (1Pe, 4:8.)
Não há, pois, injustiças nas Leis divinas – tudo tem sua causa –; nem privilégios, eis que, se existissem, João Batista não teria sido degolado: “(...) Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João (...)”. – Jesus. (Lc, 07:28.)
Aflições morais ou físicas são criações nossas. Resultam de nossos pensamentos e obras, quer lesemos terceiros, quer o façamos a nós mesmos, como no suicídio.
Emmanuel, Espírito, responde à indagação “A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? (...)”:
“A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos (...), desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagaram (...); que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitos destruidores; que se encolerizam pelas menores razões (...); ou que passam todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo (...) geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas”. 6 (Grifamos).
Não há perdão mágico, gratuito, sem transformação interior e reparação dos erros cometidos, como tradicionalmente apregoado. Nem há demônios fadados à condenação eterna: “Das ovelhas que o Pai me confiou, nenhuma se perderá”. – (Citação de Emmanuel 7).
Jesus (Jo, 8:32) assinala que o conhecimento da Verdade libertar-nos-á de todos os males; entre eles, do egoísmo, da maldade e, certamente, do “inferno eterno”.
Oferece-nos, no Evangelho, diretriz perfeita à conquista da saúde espiritual – que se estenderá aos corpos de futuras encarnações –, ao nos recomendar fazer aos outros aquilo que desejamos para nós e evitar a prática do mal aos semelhantes.
Referências:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 123ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. V, p. 98.
2. Idem, ibidem.
3. DENIS, Léon. Depois da Morte. 11ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. p. 238 a 241.
4. SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da. Jesus Perante a Cristandade. Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio. 5ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975. p. 56-57.
5. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
6. XAVIER, F. Cândido e VIEIRA, Waldo. Leis de Amor. Pelo Espírito Emmanuel. 7ª ed. São Paulo: FEESP, 1975. p. 17-18.
7. XAVIER, F. Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 4ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. Cap. 39, p. 163.
JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino de Deus. ( Mateus, V: 5,6 e 10).
Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós , que agora chorais, porque rireis. ( Lucas, VI: 20 e 21 ).
Mas ai de vós, ricos, porque tendes no mundo a vossa consolação. Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis. ( Lucas, VI: 24 e 25 ).
Ser bem-aventurado significa ser feliz. Se pensarmos que a vida termina com a morte do corpo, as palavras de Jesus não têm o menor sentido, são promessas vãs.
Se aceitamos Jesus com o Espírito mais perfeito que veio enviado por Deus para auxiliar os homens na Terra, só podemos entender essas bem-aventuranças, como uma promessa para a vida além da morte.
Assim, uma vez mais, Jesus deixa bem clara a idéia da imortalidade da alma, da vida futura após esta.
Mas se pensarmos em vidas sucessivas, através das quais o Espírito imortal vai evoluindo e se aperfeiçoando, podemos ver nessas palavras, também a lei de causa e efeito, que, juntamente, com a lei da imortalidade da alma, tornam possível o cumprimento dessas promessas.
A lei de causa e efeito, que se cumpre através da lei da reencarnação, é a chave para compreendermos esses ensinos de Jesus, destacando a Justiça de Deus, que funciona sempre, para o ser espiritual, de acordo com seu entendimento, dando a cada um segundo suas obras.
Os que sofrem hoje, poderão ser recompensados no além e dispensados em próximas reencarnações de determinados sofrimentos, visto não mais precisarem deles para seu desenvolvimento espiritual. Por exemplo, o Espírito que já aprendeu usar o dinheiro para o progresso da comunidade e dos seus irmãos também em desenvolvimento, não precisa mais passar pela prova da pobreza, a não ser que ele queira, em determinada missão.
No estudo deste capítulo vamos refletir quando, como, porquê, os que sofrem aflições merecem ser bem-aventurados.
Kardec inicia os seus raciocínios, relacionando essas palavras de Jesus com a justiça de Deus.
As desigualdades sócio- econômicas entre os povos, entre os habitantes de um mesmo país ou de uma mesma cidade, mostram-nos a imensa injustiça que vige entre os homens na Terra, dando motivo para eternas perguntas, tais como: "Por que uns nascem na miséria, outros na riqueza? Por que para uns tudo é tão difícil, para outros tão fácil? Por que o mal parece ser mais recompensador do que o bem?"
Não encontrando justificativa para tais situações, muitos concluem que essas situações, praticamente normais na Terra, desmentem a justiça divina. Negam a existência de Deus e a existência do Espírito, considerando que tudo, sentimentos , emoções, inteligência, criatividade, etc., provêm da própria matéria, do cérebro. Por isso são chamados materialistas.
Outros, que consideram existir diferentes formas de adquirir conhecimentos da vida, além da Ciência, que cuida apenas dos fatos físicos e materiais, esses buscam encontrar as diversas causas do sofrimento na Terra. São os espiritualistas, que admitem a existência própria e independente da matéria, do Espírito, e acima de tudo, Deus.
Quem aceita a existência de Deus e n'Ele deposita sua fé e confiança, tem condições de compreender as aparentes injustiças do viver na Terra, lutando para que desapareçam um dia, através da vivência da lei do amor, a única capaz de trazer a paz e a felicidade aos habitantes da Terra.
Quem aceita Deus, como a causa primária de todas as coisas, vendo-O na Sua própria obra, no próprio dinamismo da vida em todos os seres vivos, não pode deixar de considerá-Lo em seus atributos infinitos de perfeição de inteligência, bondade, justiça.
Então, não pode atribuir a Ele a injustiça dos homens. Há que pensar que deve existir causas para as aflições que o homem experimenta na Terra.
Por isso, Kardec escreve neste estudo que " As vicissitudes da vida têm pois, uma causa, e como Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que todos devem compenetrar-se. Deus encaminhou os homens na compreensão dessa causa pelos ensinos de Jesus, e hoje, considerando-os suficientemente, maduros para compreendê-la, revela-a por completo através do espiritismo, As causas das aflições da vida são de duas origens: as atuais, desta existência e as anteriores, conseqüências de atos de vidas passadas, sempre pois, originadas por quem sofre as conseqüências, os efeitos. Iniciaremos seu estudo no próximo mês.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Maio / 2004
Assinar:
Postagens (Atom)