sábado, 10 de maio de 2014

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO




“Tornou a entrar Pilatos no Pretório e chamou Jesus e disse: Tu és o rei dos Judeus? – Respondeu Jesus: Meu reino não é deste mundo. – Se o meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora não é daqui o meu reino. – Disse-lhe então, Pilatos: Logo, tu és rei. – Responde Jesus: Tu o dizes que eu sou rei. Eu para isso, nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade; todo o que que é da verdade ouve a minha voz”.  João, XVIII-33, 36 e 37

DISSERTAÇÃO
Jesus foi levado à presença de Pilatos como réu, criminoso por tramar contra os sacerdotes, contra as leis de Herodes.
Seus discípulos e todos aqueles que costumavam acompanhá-LO em suas pregações, julgavam-NO poderoso e confiavam nesse poder.
Ao defrontar-se com Pilatos, porém, Jesus não tinha a altivez dos soberanos, nem dos senhores da força e da lei. Mostrava-se humilde, simples e tranquilo, como os homens humildes daquele tempo.



Quem seria aquele homem que tanto os surpreendia?
Quando Pilatos fez-LHE a pergunta: - Tu és o rei dos judeus? Que respondeu o Nazareno?
- Meu reino não é deste mundo, porque se o fosse, meus ministros lutariam ao meu lado para defendê-lo, assegurando-me a sua posse.




Pilatos, confuso, toma a palavra.
- Mas tu és rei.
- Tu o disseste, confirmou o Mestre.
Que reino seria este, que não dava ao soberano o galardão dos potentados, o luxo, a prepotência do poder?
Que rei seria este, que se deixava cair às mãos dos seus algozes, sem luta, sem revolta, sem rancor?
Que, tendo força não a aplicava para libertar-se daqueles que o atenazavam com o azorrague da calúnia, do ódio e da crueldade?
Se ele já havia demonstrado várias vezes e com que facilidade, como era completa e exuberante a Sua força, que até por um simples olhar, era capaz de dominar e fazer dobrar à Sua frente o joelho dos rebeldes e potentados, por que calava agora, diante daquele que poderia condená-LO a uma morte infamante, ignominiosa?
Se era rei, como explicar essa atitude, senão admitindo e compreendendo que o Seu reino não era deste mundo?

O sofrimento, a vergonha, o desprezo, o abandono, nada representava para ELE, entre a felicidade de se poder dar em holocausto à reforma íntima que esperava fazer despertar naqueles que O torturavam, hoje mesmo, amanhã talvez ou ainda num futuro distante, porém certo.


Se ELE não era deste mundo, como poderia se aperceber dos sofrimentos que O cercavam?
Se aquele sacrifício pudesse salvar os homens Seus irmãos diletos, estaria cumprida a Sua missão de governador espiritual deste nosso planeta, pois foi para redimir a humanidade das suas culpas, foi para despertar esses pobres espíritos, pelo amor que lhes oferecia sem restrições, ensinando-os a esquecer as ofensas, a perdoar e a amar aos próprios desafetos, que ELE deixou os planos siderais para viver entre os homens, durante 33 anos.
E Ele quis deixar exemplificado de uma maneira completa e para sempre, tudo que pregou aos Seus discípulos e às multidões que o seguiam.


Seu reino não era deste mundo, porque Ele, já libertado do carma, espírito missionário e sublime, não poderia conviver sempre entre os homens, cheios ainda de maldades, de ambições e de preconceitos.
Seu reino não era deste mundo, porque tinha que ser nas amplidões siderais, junto ao Pai, de quem é filho dileto e amorável, entre espíritos também missionários, sublimes, renunciados...
(Extraída do livro: As divinas parábolas – Autor: Samuel, médium Neusa Aguelo Fernandes – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE -1982)




                                                         Julio Flávio Rosolen, participa da diretoria da Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba, é Coronel da reserva, do Corpo de Bombeiros, espírita, e colaborador deste BLOG.
                                                                             

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