domingo, 11 de maio de 2014

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI


Renato Costa

(rsncosta@terra.com.br)

http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A_ERA_DO_ESPIRITO_-_Portal/ARTIGOS/ArtigosGRs/HA_MUIT_MOR_NA_CASA_PAI_RC.html

“Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais.” (S. JOÃO, Cap. XIV, vv. 1 a 3.)

Interpretando a mensagem do Mestre à Luz da Doutrina Espírita, sabemos que “A Casa do Pai” é o Universo, a Criação e que “As Muitas Moradas” são Os Diferentes Estados da Alma na Erraticidade ou Os Diferentes Mundos Habitados.

OS DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

“Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao... estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas”. (ESE Cap. III, 2)

Manoel P. de Miranda descreve as dimensões espirituais da seguinte forma, em Temas de Vida e Morte, obra psicografada por Divaldo Franco:

“Certa estranheza invade muitos leitores e pessoas desinformadas a respeito da vida espiritual, quando tomam conhecimento da estrutura e da constituição do mundo parafísico, bem como da sociedade onde se movimentam os sobreviventes ao túmulo.

Acostumados às notícias da teologia ortodoxa apresentada pelas religiões que estabeleceram regiões estanques para os Espíritos, quando vencida e superada essa crença armaram-se de cepticismo, às vezes inconscientemente, em tomo da organização e do modus vivendi dos que se libertaram do corpo, mas não saíram da Vida.

Um pouco de reflexão basta para contribuir de maneira positiva em favor do entendimento da vida e de sua continuidade um passo além do túmulo.

Na Terra mesma, interpenetram-se vibrações e movimentam-se incontáveis expressões de vida, sem que o homem disso se dê conta.

Ondas de freqüência variada cortam os espaços terrestres, carregadas de mensagens somente percebidas quando necessariamente transformadas em som e imagem por aparelhos especiais.

Raios de constituição diferente rompem os campos vibratórios em torno do planeta, auxiliando, estimulando e transformando os fenômenos biológicos sem que se possa percebê-los, senão através dos seus efeitos ou quando captados por equipamentos próprios.

A Vida espiritual não é, conforme alguns pensam, semelhante à física ou cópia dela. Ocorre exatamente o contrário, sendo a terrena um símile imperfeito daquela que lhe é causal, preexistente e sobrevivente.

Liberada da matéria densa, a alma não se transfere para regiões excelsas de imediato.

Há toda uma escala de valores a conquistar.

Os Espíritos vivem fora do corpo em conglomerados próprios, em sociedade mais harmônica ou mais atormentada, de acordo com o grau da evolução que os reúne por automatismo da afinidade vibratória, que decorre da identidade moral que os retém em campos de igual densidade de onda.

Sendo o pensamento a força criadora, é natural que este construa os recintos para habitação e instale, em nome do Pai, programas de ação que facultam os meios de crescimento para o Espírito, na direção dos mundos felizes, cuja constituição superior a nós nos escapa.

Nas faixas mais próximas da Terra, a vida se apresenta semelhante ao que se conhece no planeta, facilitando a adaptação para os recém-chegados e propiciando mais fácil intercâmbio com aqueles que estão instalados na matéria densa.

Conforme sucede no mundo objetivo, há uma escala de progresso cultura e moral cujos valores partem das manifestações mais primárias até os índices mais elevados.

Conseqüentemente, há núcleos que refletem as condições sócio-morais, sócio-econômicas, sócio-culturais dos seus habitantes, desde choças e fiarias até habitações saudáveis, belas e confortáveis...

As moradas do Além igualmente variam em densidade vibratória correspondente àqueles que as vêm habitar, felizes e liberados, ou noutras onde se demoram a dor, as misérias morais e as condições de insalubridade, todas elas em caráter sempre transitórios.

Em todo lugar, todavia, apresenta-se a misericórdia e o socorro do Pai, ao alcance de quem deseja progredir e ser ditoso, na faixa vibratória em que estacione.

Igualmente, convém considerar que urbanistas e engenheiros, cientistas e legisladores levam para a Terra as lembranças dos planos onde residiam e a eles retornam, periodicamente, através do parcial desdobramento pelo sono, acentuando lembranças que depois materializam em projetos e edificações avançados.

A ascensão dos seres somente ocorre mediante conquistas intransferíveis através do trabalho, método seguro para a aquisição da plenitude.

Movimentando, portanto, as energias cósmicas presentes no Universo, os Espíritos plasmam os seus Círculos de realização, nos quais estagiam entre uma e outra reencarnação, galgando Esferas que se apresentam em graus de evolução quase infinita.

‘Na Casa do Pai - disse Jesus - há muitas moradas’, não somente nos astros luminíferos que gravitam nos espaços siderais, mas também, em torno deles, como estações intermediárias entre uns e outros mundos que pulsam nas galáxias, glorificando a Criação”.

Além dessa mensagem, Manoel P. Miranda escreveu sobre o assunto uma outra mais extensa e que pode ser encontrada na obra Sob a Proteção de Deus, edição de mensagens ditadas por vários espíritos e psicografadas por Divaldo Franco.

O panorama mais completo e detalhado das dimensões espirituais já publicado consiste, sem sombra de dúvida, da portentosa série André Luiz, psicografada por Chico Xavier.

OS DIFERENTES MUNDOS HABITADOS

Diferentes Categorias dos Mundos Habitados

• Mundos Primitivos: destinados às primeiras encarnações e experiências da alma humana.

• Mundos de Expiação e Provas: Nesses mundos, o mal predomina. Os Espíritos aí encarnam para prosseguir na sua evolução, passando por provas e expiações, decorrentes de seu processo de aprendizado evolutivo. Dentre os Espíritos que encarnam em um mundo de provas e expiações há os que acabaram de sair da infância evolutiva, vindos de um mundo primitivo, os que se demoram no aprendizado, precisando de inúmeras reencarnações para aprender cada lição evolutiva e os “degredados” de outros mundos, “de onde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons.”

• Mundos de Regeneração: Onde a alma penitente encontra a calma e o repouso e acaba por depurar-se. O Espírito ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; experimentando as mesmas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas e dos vícios. O amor e o reconhecimento de Deus predominam e o esforço evolutivo é constante. Ainda suportam provas, pois são essas não mais que mecanismos de ensino necessários à evolução. Sendo o Espírito ainda falível, no entanto, ocorre de alguns recaírem no erro, fazendo com que voltem aos mundos de provas e expiações para aprenderem pelo método mais árido aquilo que pelo bem recusaram aprender no ambiente de amor e paz.

• Mundos Ditosos ou Felizes: onde o bem sobrepuja o mal. A felicidade predomina.

• Mundos Celestes ou Divinos: habitação dos Espíritos mais evoluídos, onde reina exclusivamente o bem e o conhecimento da verdade.

Dois Exercícios de Comparação

1. Entender a pluralidade dos mundos habitados como uma imensa cadeia escolar, cobrindo da creche à pós-graduação. É lícito aos alunos repetir o ano quantas vezes for necessário, mudar de professor, de unidade, de método pedagógico, conforme demandar o seu aprendizado.

2. À luz da Escala Espírita, tentar imaginar qual deve ser a classe de Espíritos predominante em cada mundo.

Categoria de Mundo

Progresso Acadêmico

Classes Predominantes de Espíritos

Primitivo

Educação Infantil

7a classe:

Espíritos Neutros.

Provas e Expiações

Ensino Fundamental

6a, 7a, 8a e 9a classes: Espíritos Perturbadores, Neutros, Pseudo-sábios, Levianos e Impuros.

Regeneradores

Ensino Médio

4a e 5a classes:

Espíritos Sábios e Benévolos.

Ditosos ou Felizes

Curso Superior

2a e 3a classes:

Espíritos de Sabedoria e Superiores.

Celestes ou Divinos

Pós Graduação

1a classe:

Espíritos Puros.

Progressão dos Mundos

Diz Santo Agostinho (ESE Cap. III, 19):

“... Ao mesmo tempo em que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!...”

Mundos Transitórios

Em O Livro dos Espíritos (Parte 2, 234-236), os Espíritos nos ensinam sobre uma outra categoria de Mundos, estes não habitados, intitulada de Mundos Transitórios.

“Sim, há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de bivaques, de campos onde descansem de uma demasiadamente longa erraticidade, estado este sempre um tanto penoso. São, entre os outros mundos, posições intermédias, graduadas de acordo com a natureza dos Espíritos que a elas podem ter acesso e onde eles gozam de maior ou menor bem-estar.”

“Os que vão a tais mundos levam o objetivo de se instruírem e de poderem mais facilmente obter permissão para passar a outros lugares melhores e chegar à perfeição que os eleitos atingem.”

Perguntados se tais mundos seriam habitados por seres corpóreos, encarnados, os Espíritos esclarecem:

“Não, estéril é neles a superfície. Os que os habitam de nada precisam.”

Falando sobre a Terra, os Espíritos informam que a Terra já foi um mundo Transitório, quando estava em formação, isto é, antes de ser mundo Primitivo, quando recebeu os ancestrais do Homem.

Algumas Considerações Sobre os Mundos Transitórios

Segundo nos informam os Espíritos na resposta à Questão 224 de O Livro dos Espíritos, Espírito errante é todo Espírito que ainda não alcançou a perfeição e se encontra nas dimensões espirituais, entre uma encarnação e a seguinte. Dentre os que ficam por tempos mais longos nas dimensões espirituais, um grupo nos interessa de forma particular, qual seja, o de Espíritos que “pedem que ela (a permanência) se prolongue, a fim de continuarem estudos que só na condição de Espírito livre podem efetuar-se com proveito”.

Se os Espíritos que procuram descanso nos Mundos transitórios não precisam de nada material, se estão lá por sua própria vontade e autorizados para tal, para se instruírem e passarem para mundos melhores, é válido depreender que se trata de Espíritos da 5a classe ou superior. Se, por outro lado, eles precisam de tais mundos para descansar de uma longa erraticidade, se se cansam nas dimensões espirituais, é porque ainda sentem falta da matéria, apesar de não precisarem propriamente dela. São, portanto, Espíritos esforçados, bem-intencionados, mas que ainda sofrem a influência da matéria, por menor que seja o que significa não se tratarem de Espíritos Puros. Depreende-se daí que existem mundos transitórios para Espíritos das classes 5, 4, 3 e 2, em graus crescentes de sutileza.

A Ciência e a Pluralidade dos Mundos Habitados

A Teoria de Oparin e a Busca de Oceanos no Sistema Solar

Fiel ao seu princípio de somente investigar aquilo que consegue modelar e testar em laboratório, a busca de vida em outros planetas que vem sendo empreendida pela Ciência, parte de uma teoria comprovada chamada de Teoria de Oparin, em homenagem ao cientista russo que a idealizou.

Diz a Teoria de Oparin que a Terra no passado foi muito diferente do que ela é hoje, sendo que sua constituição básica há 3,5 bilhões de anos atrás eram três compostos, hidrogênio, amônia e metano, que, em conjunto, forneciam os elementos básicos necessários da Terra primitiva, nitrogênio, carbono e hidrogênio. Faltava apenas mais um ingrediente, o oxigênio, que, segundo Oparin, veio do vapor d'água liberado pelos incontáveis vulcões que havia no passado. (10% dos gases liberado por vulcões é vapor d'água). Além da constituição da Terra primitiva ser diferente da atual, a Terra foi bem mais quente quando se formava do que é hoje. Por ainda não possuir a camada de ozônio, ela esteve sujeita à ação de raios ultravioletas que, quando se misturavam com as descargas elétricas (raios), possibilitaram a ocorrência de reações químicas com os elementos básicos, surgindo assim os primeiros aminoácidos (constituinte primário das proteínas).

A teoria de Oparin foi testada por Miller em laboratório no ano de 1953. Ele colocou, dentro de um balão de vidro, metano, amônia, hidrogênio e vapor d'água, que foram extensivamente aquecidos e sofreram a ação de centelhas elétricas. Tudo isto simulou as condições da Terra primitiva. Após alguns dias de espera ele viu aminoácidos se formarem, confirmando a teoria de Oparin.

Bem, se a Teoria de Oparin não provou como a vida se formou na Terra, pelo menos, ofereceu uma hipótese válida – comprovada - de como ela pode ter surgido, dando à Ciência uma Teoria para prospectar a vida em outros planetas. E é isso que ela vem fazendo.

Dentre os corpos do nosso Sistema Solar, aqueles que têm despertado atenção dos pesquisadores são o planeta Marte, Europa, uma das luas de Júpiter, e Titã, uma das luas de Saturno.

O mais curioso nessa busca da Ciência é que ela busca oceanos, água líquida, e não o vapor d’água que a Teoria de Oparin disse ser necessário.

Investigando Marte por missões espaciais não tripuladas, a ciência humana sabe hoje que o nosso vizinho só possui água na forma de gelo e dióxido de carbono nas suas calotas polares. Acredita-se que boa parte da água, toda a que possa ter existido na forma líquida em sua superfície, se tenha evaporado à medida que a atmosfera se foi atenuando e a superfície se tornava mais quente. Persiste o interesse em descobrir se existe alguma forma de vida sobrevivente sob o gelo polar.

Europa é uma das maiores luas de Júpiter e é um corpo totalmente recoberto de gelo. A última sonda espacial que chegou perto de Europa constatou o que parece ser gigantescos icebergs se movimentando na superfície daquela lua, o que sugere haver nela um oceano, onde esses icebergs flutuam e se deslocam. Uma nova sonda deve se lançada nos próximos anos, com o intuito de mergulhar nesse oceano e sondar suas profundezas.

Titã é o maior satélite de Saturno. Apesar de estar envolto em uma espessa atmosfera, os instrumentos que sondaram sua composição revelaram que essa lua possui condições idênticas às previstas por Oparin, ou seja, metano, nitrogênio em abundância, hidrogênio e vapor d’água. Já existe uma missão espacial a caminho de Titã e que deverá chegar ao satélite em 2004, adentrando sua atmosfera e revelando o que ela esconde.

A Vida em Marte e a Vida em Saturno,

segundo Maria João de Deus

Em Cartas de Uma Morta, Chico Xavier psicografou várias mensagens de sua querida mãezinha, uma delas falando da vida em Saturno e, outra, da vida em Marte.

Em ambas as descrições, Maria João informa serem os Espíritos habitantes em tais planetas, seres de grande adiantamento, de forma estranha, que podem volitar. Fala de edificações graciosas, vegetação, oceanos menos densos que os da Terra.

Ora, quando a última sonda espacial visitou Marte e descreveu sua superfície, nada encontrou das construções vistas por Maria João, da vegetação ou dos oceanos por ela descritos. Tampouco o conhecimento de que a superfície de Saturno é gasosa parece bater com a descrição recebida pelo Chico de sua querida mãe. O que há de errado, então?

O que há de errado é que a Ciência somente procura vida como ela conhece e entende. Maria João, como Espírito desencarnado, estava com seus sentidos muito mais aguçados que qualquer ser encarnado, mesmo com o auxílio dos mais sofisticados instrumentos. As edificações e oceanos que ela viu, portanto, devem existir, mas são de tal sutileza que os atuais instrumentos da ciência não logram perceber.

Sabemos, do estudo da Doutrina, que, à medida que os Espíritos progridem, seus perispíritos e os corpos físicos que assumem quando encarnam vão se tornando mais e mais sutis, até que se despojem totalmente da matéria, quando finalmente é alcançada a perfeição. Desse modo, os Espíritos que Maria João viu, vivendo em total harmonia e dedicados somente às mais nobres virtudes, deviam certamente ser Espíritos muito adiantados, da terceira ou da segunda classe. Tais Espíritos devem ser tão sutis a ponto de serem confundidos pelos instrumentos humanos com radiações cósmicas ou eletro-magnéticas, ao invés de serem reconhecidos como os seres vivos que são.

A Ciência se Pergunta: O Que é vida?

“Afinal, o que é um ser vivo?”, se pergunta a Ciência. Algo que se move e tem sangue vermelho? Baratas não têm sangue, como os demais insetos e alguns animais marinhos que têm, como a lagosta, sangue verde, devido à presença de cobre na sua constituição. Um sistema vivo deveria ser, pelo menos, capaz de se reproduzir e de consumir energia. No entanto, sem falar dos vírus, certas espécies de animais de razoável complexidade, como sapos e peixes que vivem nos desertos, são capazes de permanecer como mortos, sem qualquer troca com o meio ambiente, durante anos, até que chova no local. Dizer que uma propriedade exclusiva de um ser vivo é reproduzir-se, implicaria em aceitar que cristais são seres vivos. Se fosse escolhida a propriedade do metabolismo para identificar vida, o fogo seria um ser vivo. Se a escolha recaísse sobre o movimento, seria ainda pior, pois incluiríamos o ar e a água entre os seres vivos.

O principal obstáculo que a Ciência tem para resolver o problema de como a vida se originou realmente na Terra é o fato de que os cientistas não sabem ao certo o que significa vida. A rigor, como diz o astrônomo Seth Shostak, “definir vida’ de um modo que seja a um tempo completo e exclusivo não é apenas difícil, mas algo que até hoje não foi feito”.

Vida na Terra em Condições Extremas

Para terminar este nosso estudo, vamos examinar alguns fatos sobre seres vivos desconhecidos do público em geral e que se encontram em nosso próprio planeta.

-    existem micro-organismos que se reproduzem somente em temperatura superior a 100o C;

-    existem mais de mil espécies de plantas na Antártica;

-    foram encontrados cachalotes a profundidade superior a 2440 metros abaixo no nível do mar, o que corresponde a uma pressão de 244 atmosferas;

-    foram encontradas bactérias vivendo na rocha a 1500 metros abaixo do solo e se alimentando, de rocha, naturalmente;

-    a bactéria Deinococcus radiodurans sobrevive a um tratamento radioativo que mataria um ser humano e  é capaz de remontar o seu genoma a partir de centenas de fragmentos, sem erro;

-    cientistas fizeram reviver esporos de bactérias que estiveram envoltas em âmbar por pelo menos 25 milhões de anos;

-    úlceras são causadas por bactérias resistentes ao ácido e não pelo excesso de ácido produzido no estômago;

-    os cientistas tiveram sérias dificuldades em identificar vida inteligente na Terra de uma altura de apenas 1000 km;

-    há bactérias que vivem em ambientes hidrotermais marinhos a três mil metros de profundidade e que se alimenta, de sulfito de hidrogênio, uma substância tóxica;

-    há bactérias que vivem nas profundezas do oceano e que se alimentam de metano;

-    existe na Antártica, duas milhas abaixo da calota de gelo, um lago maior que o lago Ontário, do Canadá.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como tivemos a oportunidade de ver, ao longo de nosso estudo, o entendimento Espírita a respeito da afirmação do Senhor Jesus mantêm a sua lógica irretocável.

A Casa do Pai é o Universo e as muitas moradas, os diversos estados da alma na erraticidade e/ou os mundos habitados pelos Espíritos e pelas demais criaturas em evolução. Tais mundos são, também eles, sujeitos à evolução, partindo da natureza mais grosseira e convulsionada até a mais sutil e tranqüila. Quanto mais evoluem os Espíritos e mais sutis se tornam seus envoltórios perispiritual e físico, mais sutis os mundos em que encarnam.

A própria Ciência aceita a pluralidade dos mundos e investe pesado na procura da vida aqui mesmo em nosso sistema solar, apesar de sequer saber ao certo quais as características que definem um ser vivo. À medida que a Ciência explora mais e mais o nosso próprio planeta, mais ela se surpreende com a diversidade e a complexidade da vida.

Sabendo nós, através dos ensinamentos da Doutrina Espírita, que o ser humano está em constante evolução, mais dia, menos dia, a Ciência conseguirá identificar vida em outros mundos ao mesmo tempo em que aprenderá que aquilo que hoje entende como vida nada mais é que uma minúscula parte de um entendimento muitíssimo mais abrangente. Perceberá, então, que aquele que considerava um planeta morto é, na verdade, pululante de vida. Constatará que lá onde cria existirem somente organismos unicelulares, é, de fato, o lar de seres sábios e diáfanos que antes lhe escapavam aos sentidos.

Bibliografia

1. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, 105a edição, FEB, 1991.

2. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 77 ed, FEB, 1997.

3. Temas de Vida e da Morte, Manoel P. Miranda, psicografia de Divaldo P. Franco, FEB.

4. Sob a Proteção de Deus, Diversos Espíritos, psicografia de Divaldo P. Franco, 2a edição, LEAL, 1997.

5. Cartas de Uma Morta, Maria João de Deus, psicografia de Francisco Cândido Xavier, 13a edição, LAKE, 1999.

6. Life on the Edge: Amazing Creatures Thriving on Extreme Environments, Michael Gross, Perseus Books, 2001.

7. Oceanos Além da Terra, Silvia Ribeiro Calbo, em www.geocities.com/rafaelorca/scalbo/palestra.htm

8. Pluralidade de Mundos Habitados, Carlos Parchen, www.parchen.hpg.com.br.

9. Afinal, o que é a vida? É ela uma regra ou uma exceção?, em www.on.br/revista/noticias/vida.htm.

10. The Meaning of Life, Seth Shostak, Project Phoenix, em www.space.com/searchforlife/seti_shostak_020829.html.

11. Life on Extreme Environments, Astrobiology Web, em www.astrobiology.com/extreme.html

(Estudo originalmente apresentado no Grupo Espírita João de Freitas, no Rio de Janeiro, em 17/10/2002)

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