sexta-feira, 17 de junho de 2016

A IMPRUDÊNCIA E A CÓLERA




A IMPRUDÊNCIA E A CÓLERA

            Seguiam os carros em fila indiana. Na minha frente, antes do cruzamento das ruas, um carro.
            Seguíamos. A preferencial era nossa.
            Subitamente outro carro, sem respeitar a sinalização de solo: PARE, avançou.
            O condutor do automóvel, na minha frente, freou bruscamente e imediatamente buzinou, colocou o braço para fora, através da janela, e, por sua expressão, e a forma como articulava as palavras, tenho certeza de que ele não estava agradecendo o imprudente.
            Mais adiante, com toda a segurança, ao ultrapassá-lo, rapidamente, percebi que sua fisionomia ainda estava tensa com a forte emoção da cólera estampada.
            É evidente que a imprudência do motorista que cortou a sua frente foi de molde a produzir grande susto e forte indignação, todavia é sempre preciso ter cautela para não deixar os sentimentos e emoções assim gerados tomarem conta da nossa racionalidade de seres humanos.
            Muitos são os episódios relatados no noticiário policial que culminam com atritos físicos e até mesmo com o homicídio.
            Encontramos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, na reflexão sobre: “ Bem aventurados os pacíficos...” – Jesus, no capítulo IX, item 9, parágrafo segundo: “ Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo perder o sangue frio e a razão. Pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir coléricos, os mais ponderados conselhos , senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências,  que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.” E mais adiante complementa: “ Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, deverá contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal, se , num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!”
            Da reflexão desse texto concluímos a importância de aprender a controlar nossas emoções e sentimentos para não avançarmos indevidamente os sinais da vida e provocarmos graves acidentes de sérias conseqüências para nós e para aqueles com quem convivemos.
            Como, necessariamente, precisamos aprender a controlar o carro e as regras de trânsito também necessitamos aprender a conduzir o maravilhoso veículo de nossa manifestação na vida material – o corpo físico e, ainda, as regras de bem nos conduzir, mesmo diante de obstáculos.
            Continuamos a nossa viagem.
            Mais adiante, o motorista imprudente estava com o carro estacionado. Ao lado dele  o policial lavrando o auto de infração. Para aproveitar os “segundinhos” atravessara o sinal vermelho.
            Felizmente nada de grave. Somente a multa educativa: pontos na carteira e um valor a ser pago.
            Porém quantas desgraças em consequência de atos como o dele: acidentes, ferimentos, limitações para o resto da vida e mortes.
            O outro motorista, assustado e encolerizado, aos poucos foi se acalmando.           Chegando em casa tomou um copo d’água para tranqüilizar mais.
            Felizmente não teve enfarto, nem AVC. Alguns têm!
            E eu...  procurando aprender a lição protagonizada pelos dois.
            Vivendo e aprendendo!      

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