"Um simples raio de cólera costuma perturbar ou destruir longas e pacientes sementeiras de amor”
(M. de Maricá)
A cólera é aquele impulso violento que nos arremessa contra tudo e contra todos. A cólera, também, se classifica como ira, raiva, fúria, furor e zanga. O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Kardec nos ensina que “todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito”. A cólera é aquela mancha negra do Espírito ainda imperfeito. A fonte da cólera é o orgulho. Sempre queremos nos apresentar mais do que somos. Queremos os primeiros lugares. Queremos ser elogiados. Quando sentimos este nosso orgulho ferido, revoltamo-nos e caímos nos terríveis calabouços da cólera. Os acessos de demência passageira, por certo, agravam-se pela influência dos maus Espíritos. Encolerizados, tornamo-nos verdadeiros animais selvagens. Encolerizados, repelimos as observações justas e rejeitamos os mais prudentes conselhos. Com a cólera instalada em nosso sistema nervoso, revoltamo-nos, até mesmo, contra a natureza. Tornamo-nos um verdadeiro troglodita, regressamos ao período dos homens da caverna. Meus amigos, o orgulho é terrível e leva-nos à impaciência. Queremos tudo a tempo e à hora, não sabemos esperar. Queremos que todos se curvem às nossas ordens de comando. Em nosso frenesi de cólera, queremos arrebentar tudo. Conheci um cidadão que, num momento de cólera, deu um tremendo murro contra a parede, chegando a fraturar uma das mãos.
Meus amigos, num momento de cólera, se voltássemos os olhos para o nosso “íntimo”, teríamos horror e pena do ridículo papel que estaríamos a desempenhar. Que triste impressão que o homem colérico causa aos seus familiares e aos seus amigos. Um homem colérico, por certo, torna-se ridículo, e também digno de pena. Ante o exposto, todos nós que, ainda, carregamos a mancha da cólera, temos que nos corrigir. Não podemos alterar um defeito físico congênito (expiação), mas, podemos, COM ESFORÇO E BOA VONTADE, mudarmos o nosso temperamento para melhor. Os vícios e mazelas do nosso Espírito, COM PERSEVERANÇA E PRECES, podemos extirpá-los. Tudo depende, como já dissemos, do PODER DA NOSSA BOA VONTADE. Assim, com cautela e prudência, podemos nos dominar e, com muito esforço, podemos libertar nossa casa-mental desta incômoda moradora: a cólera. Meus amigos, a cólera nada resolve, pelo contrário, complica ainda mais. O cidadão colérico é candidato às moléstias do sistema nervoso e, até mesmo, está sujeito a um infarto fulminante. Ensina-nos Emmanuel que:
“A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência,…”
(“Pensamento e Vida” – Psicog. de Francisco C. Xavier).
Meus amigos, busquemos o exemplo máximo que contraria todo e qualquer sintoma de cólera, na pessoa do nosso saudoso Francisco C. Xavier. Ele, sem dúvida, foi um universo de Amor e de Tolerância. A vida do nosso sempre lembrado Chico Xavier, sem dúvida, foi uma linha pontilhada de atos de indulgência. Sempre que estivermos para explodir, lembremo-nos do velho Chico Xavier. Ele, agora, em Espírito, terá mais facilidade para nos ajudar. E, se a ele suplicarmos, as nossas cóleras se abrandarão e sentiremos um verdadeiro rio de paz banhando os nossos Espíritos.
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