A Melancolia
Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida?
É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele.
E.S.E – Cap. V
A melancolia se assemelha a depressão, com o diferencial de que, na melancolia a tristeza se instala repentinamente e sem causa aparente. A depressão sempre surge em decorrência da perda, decepções ou doença prolongada.
No livro - Triunfo Pessoal – psicografia de Divaldo Pereira Franco, Joanna de Ângelis diz que a melancolia se caracteriza por uma insatisfação do ser em relação a si mesmo. Os seus desejos e prazeres, porque não atendidos, convertem-se em melancolia, que se expressa em forma de desinteresse pela vida em fuga espetacular do mundo que considera hostil, por lhe não haver atendido as exigências.
A melancolia é um estado d'alma de difícil definição, porque se manifesta nas profundezas do sentimento. Nada nessa existência justifica o estado melancólico. Tudo pode estar bem em relação a saúde, trabalho, família e o ser se sentir melancólico, saudoso, de algo que não sabe explicar.
Fatos, situações, pessoas, música, perfume são indutores dessas incursões inconscientes no passado e, conforme tenha sido a experiência, será o sentimento.
Viajores que somos da Eternidade, carregamos as marcas das experiências vividas nas várias existências.
Temos acumulado inúmeras experiências nas névoas dos séculos, em estâncias onde nossas almas estagiaram, e aprendido invariavelmente que só repararíamos nossos desacertos e equívocos perante a vida através do binômio “dor-castigo”.
Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.
Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar.
O momento presente é o ideal para o nosso progresso, e nós só podemos “sentir o aqui e o agora”, pois tentar sentir o ontem é “ressentir".
Ficamos retidos a idéias e conceitos que nos foram válidos em determinadas épocas de nossa vida; atualmente, porém, é preciso renovação e libertação dos ranços do pretérito em favor de um presente atuante e vantajoso.
Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo, tomar consciência de que os momentos felizes ou infelizes de nossa vida são o resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso caminho.
Uma catarse bem orientada eliminará da consciência a culpa e abrirá espaços para a instalação do otimismo, da auto-estima, graças aos quais os valores reais do ser emergem, convidando-o à valorização de si mesmo.
Somos também natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do desânimo, assim como as da primavera, do verão, do outono e do inverno.
Alegria e tristeza são nossos companheiros de viagem, estão sempre nos ensinando algo na caminhada evolucional.
Quando nos percebermos mergulhados em melancolia, devemos fazer esforços para mudar o clima psíquico, através da leitura edificante de uma prece, da companhia de alguém que nos ajude a sair dela.
Nos momentos de depressão, quando inconscientemente mergulhamos no passado, Espíritos infelizes ou antigos comparsas podem tentar nos envolver nas mesmas teias dos equívocos por nós cometidos anteriormente, levando-nos a estados de difícil retorno.
Expulse a melancolia da sua alma fazendo luz íntima. Acenda a lâmpada do Evangelho na sua mente.
Palestra realizada no Centro Espírita Chico Xavier, dia 20 de setembro de 2011
Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Triunfo pessoal - Espírito Joanna de Ângelis pelo médium Divaldo Pereira Franco
As dores da alma – Espírito Hammed pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto
Os prazeres da alma - Espírito Hammed pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto
Momento Espírita
Lindo essa comparação dos sentimentos com as estações do ano! Só mesmo essa doutrina consoladora que nos ensina de forma tão sublime todos revezes da vida.
ResponderExcluirAlegria e tristeza são nossos companheiros de viagem, estão sempre nos ensinando algo na caminhada evolucional. Que aproveitemos estes sentimentos: alegria de viver e a tristeza para aprender e evoluirmos . Que assim seja.
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