Bem aventurados os mansos e pacíficos
AAA
No último 21 de setembro, proclamado pela ONU como Dia Internacional da Paz , e recentemente a data 2 de outubro ela proclama Dia da Não Violência. Estas datas comemorativas têm como intuito despertar as criaturas e sensibilizá-las para o tema, mesmo sabendo que verdadeira paz independa de leis, normas, códigos; ela depende da nossa decisão em nos tornarmos pessoas que vivenciam a paz. Para isso, autoeducar-se, transmutando os hábitos de violência, seja física ou moral para hábitos saudáveis, nos quais exista o respeito ao próximo.
Convidamos você, leitor (a), a refletir conosco sobre esse processo de mudança e, então, verá que é possível, é um ato de coragem e depende, exclusivamente, de cada um. Comecemos a pensar no que podemos fazer no cotidiano, em prol da construção de uma cultura de paz, de não violência. Podemos começar no próprio lar, buscando o diálogo, o entendimento, a orientação, evitando brigas, castigos, palmadas e outros tantos tipos considerados corretivos, porém não passam de atos de “violência”. Atitudes que não educam causam temor, medo, repressão.
Uma decisão pessoal que já pode ser considerada como começo de mudança, é evitar palavrões, atitude tão corriqueira para muitas pessoas, que desatentas do reflexo dessa atitude em sua vida, nas suas relações, torna-se um hábito em ofender, destratar pessoas, seja com gestos ou palavras que ferem tanto quanto uma agressão física.
Jesus há mais de dois mil anos, convida-nos para a vivência da paz. No Monte, quando canta as “Bem Aventuranças”, aqui citadas apenas duas delas para nossa reflexão:” Bem aventurados os mansos e pacíficos” e “Bem aventurados os que são misericordiosos”. São convites a uma ação proativa e não à passividade como pensam alguns; é convite ao Não Revidar, a perdoar, a oferecer a outra face quando agredido, quando receber diferentes tipos de atitudes de violência.
Agindo assim, a criatura promove em si um movimento íntimo na construção da cultura de não violência, caminhando para a conquista da paz. Chegará o momento em que, não Reagir, tornar-se-á um hábito, por sinal, saudável e ela se sentirá feliz, pois desenvolveu virtudes. Agora, portadora de bons sentimentos, conseguirá exercitar a compaixão, a indulgência, o perdão para com aquele que a agride, e não mais se deixará contaminar com as energias deletérias que lhe chegam.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo /Allan Kardec, capítulo IX, encontramos o ensinamento: “Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei”. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera, e até toda expressão descortês que alguém possa usar para com o seu semelhante. Traz-nos este questionamento: por que uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça reprovação?
“Toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade; é que entretém o ódio e a animosidade; é que enfim, que depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei de todo cristão”. No capítulo X outro convite, “A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso, não poderá ser brando e pacífico”.
Eduquemos nossas crianças com valores que as auxiliem a desenvolver virtudes e assim teremos adultos exercitando a mansidão, a brandura vivenciando a paz. Nas escolas, estimular a pesquisa para que os alunos conheçam a vida de pessoas que passaram pelo mundo semeando paz e concórdia, dentre eles: Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luther King, Chico Xavier.
Gandhi e Martin Luther King provaram ao mundo que é possível promover grandes mudanças sem lançar mão da violência como forma de resolver conflitos. A Índia conheceu sua independência depois de décadas de diálogos e protestos pacíficos, liderados por Gandhi e seus discípulos. As leis racistas norte-americanas foram abolidas, graças ao empenho e à persistência de Martin Luther King e seus seguidores.
Divaldo Franco incansavelmente vem trabalhando na semeadura da paz, dentre outras atividades, O Movimento Você e a Paz tem oportunizado a pessoas do Brasil e outros países refletirem sobre a paz e, com isso, proporcionado criaturas a mudarem de conduta.
Para que o mundo seja um lugar pacífico, temos que praticar a paz na sociedade em que vivemos. É um momento em que não existem divisas, todas as religiões exercitando o respeito pela escolha de cada um, é nos unirmos por um único objetivo, viver e conviver em clima de “Paz e Fraternidade”.•
(*) Níobe Rondon militante no movimento espírita como também ativista no Movimento por uma cultura de paz desenvolvendo o Projeto Semeadores da Paz – nrondon55@gmail.com
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