sexta-feira, 8 de julho de 2016
Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos
Cap. IX, O Evangelho Segundo o Espiritismo
Quem é brando? Quem é pacífico?
Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus
"Sabeis que foi dito aos antigos: Não matarás e quem quer que mate merecerá condenação pelo Juízo. Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no Juízo; que aquele que disser a seu irmão: raca, merecerá condenação pelo conselho; e que aquele que lhe disser: és louco, merecerá condenado ao fogo do inferno".
Allan Kardec, no cap. IX, do Evangelho Segundo o Espiritismo, diz-nos:
- Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes.
Quem herdará a Terra?
Usamos a força bruta, no passado, porque naqueles tempos assim nos exigia a Natureza. Havia a seleção natural. O estômago estava em primeiro lugar. Como diz o Espírito Públio, “ontem, o grito de guerra a destruir e a matar. Agora, os apelos da paz para proteger e salvar. Antes, a noção da violência a produzir escravos e avassalar povos. Hoje, a compreensão de que é necessário respeito ao direito de todos, sem exceção”.
O recado de Jesus foi dado. Aqueles que se mantiverem violentos não poderão permanecer aqui na Terra. Serão despejados do nosso planeta todos aqueles que tiverem condutas inferiores. Assim, diariamente somos testados para aferir em que grau está a nossa mansidão e a nossa pacificidade.
Pessoas há que defendem a causa dos animais, mas que são a favor da pena de morte para os humanos. Outros criticam violências praticadas por governos, contudo, em casa, espancam os próprios filhos. Há, ainda, criaturas que dão conselhos de calma para os outros, porém, desequilibram-se e tornam-se agressivas quando estão numa fila de banco ou supermercado.
Desse modo, o Mensageiro Divino compareceu pessoalmente ao nosso planeta para, com a maior brandura, transmitindo-nos muita paz, solicitar-nos atitudes mais coerentes com o ser espiritual que somos, filhos do Pai de Bondade infinita, que nos aguarda, pacientemente, há bilhões de anos, para tornarmo-nos perfeitos, isto é, seus filhos, como Ele nos criou e destinou, a fim de sermos co-criadores, partícipes de toda a Sua Obra Infinita.
E, para que o Reino se instale aqui na Terra, é necessário que seus habitantes, tanto encarnados como desencarnados, não sejam violentos, nem vingativos, nem agressivos, nem impacientes.
Para tanto, Jesus comparou a conquista do Reino “a uma rede lançada ao mar, que apanha toda a espécie de peixes. Quando está cheia, os pescadores a retiram e, sentados na praia, escolhem os bons para os cestos e o que não presta, deitam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes”.
Emigrações e imigrações dos Espíritos - Raças Adâmicas
Isto tem ocorrido em todo o Universo. Superados todos os prazos para a evolução moral dos Espíritos em determinado sistema planetário, e para permitir a promoção do orbe a um nível mais elevado, em que seus habitantes, encarnados e desencarnados, usufruam de novas e melhores condições para seu progresso, a Sabedoria Divina estabeleceu as emigrações e imigrações dos Espíritos entre os mundos, tal qual Allan Kardec relata no livro "A Gênese", cap. XI, publicado em Paris, em 1868.
E o Espiritismo confirma, e explica em linguagem atual, o expurgo que será feito, e diferentes religiões falam em “Juízo Final”, mas não como essas religiões imaginam, com condenação eterna, mas como algo temporário, semelhante ao acontecido há cerca de 12 mil anos em um planeta do Sistema Capela, na Constelação do Cocheiro, relatado no livro “A Caminho da Luz”, pelo Espírito Emmanuel, em que milhares de Espíritos, por não serem mansos nem pacíficos e por atrapalharem o progresso de seus irmãos lá naquele orbe distante 42 anos-luz, isto é, a sua luz leva 42 anos para atingir a Terra, reencarnaram aqui em nosso planeta, onde formaram as castas da Índia, a civilização do Egito, o povo de Israel e o grupo dos Árias, onde descende a maioria dos povos brancos indo-europeus, incluindo os latinos, os celtas e os gregos, além dos germanos e dos eslavos.
Então, para tornarmo-nos mansos e atingirmos a condição exigida por Deus para herdarmos a Terra, não existem mágicas ou um tal milagre que foge à lógica da racionalidade. Como obteremos o galardão da mansuetude e da paz? Somente através da Reencarnação, cada um de nós se livrará do “homem velho” e se transformará no “homem novo”, de que falam os Espíritas.
Explica a Doutrina Espírita a Lei de Causa e Efeito, que é aplicada para o nosso aprendizado pelas vidas sucessivas, obrigando-nos a receber de volta todo o mal praticado, eliminando os nossos impulsos primitivos.
- O bruto renascerá em corpo mirrado.
- Quem mente, ofende, difama, ressurgirá com distúrbios vocais.
- Quem tem ódio, mágoa, rancor, renascerá com a mente torturada por mil problemas.
É dessa maneira que a Vida, pouco a pouco, eliminará a animalidade que trazemos há milhões de anos conosco.
Quais as causas dessa atual onda de criminalidade?
O historiador mundialmente conhecido, Arnold Toynbee, opina: - “Talvez a razão principal seja a perda da Religião. Deixamos de acreditar nas formas convencionais de religião e não encontramos novas alternativas. Vivemos num vácuo religioso. E, talvez, em grande parte por esse motivo, os padrões tradicionais e os códigos de ética perderam sua força. Esse colapso espiritual surgiu nas duas guerras mundiais, cujos efeitos foram cumulativos. As guerras abriram as comportas da onda de violência que hoje se derrama sobre o Mundo.”
Entendo que, a partir do Renascimento, do Iluminismo, do Positivismo, o homem desenvolveu a intelectualidade, amparando-se na Ciência e libertando-se da Religião, pois, a mesma já não atendia mais aos seus anseios. Criou-se, assim, um vácuo religioso, caminhando o homem em direção ao materialismo, sem saber controlar seus impulsos agressivos.
André Luiz, ao explicar o fenômeno da violência, através de Benevenuto, refere-se à “falta de preparação religiosa. Não basta ao homem inteligência apurada. É-lhe necessário iluminar os raciocínios para a Vida Eterna”.
O homem atual, devido à atual conturbação, necessita de uma religião que ilumine o seu Espírito e não de religiões de cultos externos, que nada respondam aos seus anseios transcendentais, mas uma religião que realmente o aproxime em Espírito e Verdade do Ser Maior, compreendendo-O pela razão.
Por isso Jesus previu e enviou o Consolador nestes tempos muito difíceis, onde mais e mais criaturas vivem seus dramas existenciais, suas carências e desajustes, necessitados de atenção e amparo, de esclarecimento e de amor.
Contudo, os tempos são chegados.
Creio que a grande maioria da população mundial gostaria de aqui permanecer, não ficando distante de seus parentes e amigos, sabe-se lá por quantos séculos... Somente a minoria que optou pelo Mal certamente não se preocupa com isto, nem se importa em ter que viver em outro planeta na idade das cavernas, onde muito sofrerá pela separação de seus amados e do planeta dadivoso em que iniciaram suas vidas há milhões de anos.
Conta o Espírito Amélia Rodrigues que, certa feita, ao anoitecer, João aproximou-se de Jesus que estava sentado na praia, meditando, e perguntou:
- De onde procedem tantos males, que aturdem os seres humanos, Senhor? São tão diferenciadas as dores! No entanto, todos aqueles que sofrem se apresentam desesperados, em rebeldia, vencidos! Por que Mestre?
Lembrando o cego de nascença que chamara a atenção de todos, Jesus lhe disse:
- João, o Espírito tem a sua origem no silêncio dos tempos passados, e avança através de experiências corporais sucessivas. O nascimento na carne é continuação da vida, assim como a morte é prosseguimento em outro nível de vibração. Em cada etapa se adquire conhecimento ou sentimento, avançando sempre, a esforço do amor ou da aflição. Quando erra e se compromete, retorna à mesma situação para aprender a reparar. O sofrimento é o educandário que o disciplina e corrige, impulsionando-o para a frente, sem solução de continuidade, até quando, depurado, adianta-se sem chaga e deixa que brilhe a luz do bem que em todos jaz.
- E por que sofrem os bons, enquanto os maus parecem progredir?
- Aqueles que hoje vemos como bons são as mesmas pessoas que antes exerceram a maldade, quando poderiam ser nobres; que optaram pelo crime e agora recomeçam o caminho, alquebrados pelo sofrimento; que compreendem a necessidade de elevar-se, embora a contributo das aflições... eles serão consolados. Enquanto isto sucede, o Pai Amantíssimo proporciona, aos outros, oportunidades de ação dignificante, que preferem utilizar prejudicialmente, gerando os efeitos tormentosos que advirão no futuro... O tempo é um suceder infinito de horas, e como não há pressa na evolução, todos se elevarão mediante a escolha pessoal. Eu tenho ensinado o amor, por ser o único processo de viver sem sofrer, sem promover futuras aflições para si mesmo. Todavia, os homens, preferindo ignorar a verdade, desejam a saúde para desperdiçá-la; a alegria para atirá-la fora; a paz para convertê-la em conflito. Na sua insensatez, não se detêm a meditar na realidade transitória da vida física pensando na outra Realidade, a do ser eterno...
- Como, porém, mudar essa situação?
- A única solução para o encontro da felicidade é não fazer a outrem o que não gostaria que este lhe fizesse... E a alternativa é vir a mim todos os que se encontram cansados e aflitos, tomando sobre os ombros o meu fardo, recebendo o meu jugo, pois só assim eu os consolarei...
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