segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
A ESPADA SIMBÓLICA
Tema do Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec: Capítulo XXIII - Estranha Moral - Itens 9 a 18 - Não vim trazer a Paz Mas a Espada REFLEXÕES DO ANDRÉ BASEADAS EM: LIVRO: CAMINHO VERDADE E VIDA CAPÍTULO 104 – “A Espada simbólica” Psicografia de Francisco Cândido Xavier – Editora FEB
A ESPADA SIMBÓLICA
Ensina Jesus: “Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 10, versículo 34.)
Escreve Kardec no capítulo em estudo que a Doutrina do Cristo não se estabeleceu sem lutas acirradas pelos interesses humanos e imediatistas. Ele trazia a Lei do amro que contrariava todos os princípios egoísticos humanos ferozmente defendidos com unhas e dentes pelo “homem velho” de todos os tempos.
Registra ainda Allan Kardec: Somente a forma, um tanto equívoca, não exprime exatamente o seu pensamento, o que provocou alguns enganos quanto ao seu verdadeiro sentido. Tomadas ao pé da letra, elas tenderiam a transformar a sua missão, inteiramente pacífica, numa missão de turbulências e discórdias, conseqüência absurda, que o bom senso rejeita, pois Jesus não podia contradizer-se.
O bom senso afirma em nossa consciência que O AMOR E A PAZ não se estabelecem pela espada... então que espada é essa que afirma o Cristo de Deus ter trazido à Terra? Emmanuel nos esclarece em seu livro CAMINHO VERDADE E VIDA na Lição 104 “A Espada simbólica” começando em sua mensagem a nos elucidar acerca de nosso conceito sobre A PAZ:
Ensina Emmanuel: “Inúmeros leitores do Evangelho perturbam-se ante essas afirmativas do Mestre Divino, porqüanto o conceito de paz, entre os homens, desde muitos séculos foi visceralmente viciado”.
Vivemos dizendo: EU SÓ QUERO PAZ! ME DEIXE EM PAZ! ME DÁ UM POUCO DE PAZ! E na verdade nem sabemos direito o que vem a ser PAZ.
CONFUNDIMOS PAZ COM OCIOSIDADE, COM FACILIDADE, COM IRRESPONSABILIDADE INCONSEQUENTE... e dizemos ainda que trocariamos tudo o que temos por um pouquinho de PAZ sem nem mesmo entender o que venha a ser isso...
Ao longo de nossas vidas fomos nos equivocando em nossa compreensão acerca da paz que o dicionário afirma ser: estado de espírito de uma pessoa que não é perturbada por conflitos ou inquietações; calma, quietude, tranqüilidade; relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, concórdia; relação tranqüila entre cidadãos; ausência de problemas, de violência; situação de uma nação ou de um Estado que não está em guerra; relação dos países que desfrutam dessa situação... e outras sínteses semelhantes.
É ainda Emmanuel que esclarece:”Na expressão co¬mum, ter paz significa haver atingido garantias ex¬teriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apo¬drecendo na ociosidade e ausentando-se dos movi¬mentos da vida”.
Quanta razão! Confundimos mesmo paz com o “dulce far niente” de ficar de papo pro ar esperando a morte chegar, com todos os desejos atendidos, apetites saciados, mimos e frescurinhas reverenciados por quanto nos cerquem a ilusão de crianças iludidas com uma paz que nada tem a ver com MATURIDADE ESPÍRITUAL!
Casa na praia, suquinho gelado, barriguinha cheia, sexo atendido, dinheirinho no banco, sogra no cemitério, possuir, ter, consumir... nada disso é PAZ isso é ESTAGNAÇÃO TOTAL DE NOSSA CAPACIDADE DE AGIR NO BEM! Jesus nos convidou para sua LAVOURA... para sua SEARA... para sua OFICINA... nunca falou em COLÔNIA DE FÉRIAS!!! VAMOS ACORDAR MINHA GENTE DESSE SONO HIPINÓTICO, DESSA BUSCA DESENFREADA PELO TER, TER, TER QUE NOS CONSOME A ALMA QUE SÓ DESEJA NA VERDADE É SER.... SER FELIZ, SER BOA, SER PACÍFICA, SER AMADA...
Continua Emmanuel a nos despertar: “Jesus não poderia endossar tranqüilidade dessa espécie, e, em contraposição ao falso princípio estabe¬lecido no mundo, trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior pela revelação divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em si mesmo”.
Chegamos finalmente ao significado da espada simbólica! A Espada do conhecimento interior, aquele que enxerga sem piedade nem medo as nossas próprias imperfeições. Aquela espada da valentia de decepar a sombra que demora em nossa alma, nos impedindo de voar à plena luz do amor de Deus.
Onde está o inimigo que a Espada do Cristo deve combater e matar sem piedade nem dó? Creio eu que está dentro de nós... É a nosso “eu sombra” conforme ensinou o eminente Carl Gustav Jung, que nos ancora no sofrimento, no medo e na dor, impedindo o EU VERDADEIFO – O SELF - de brilhar libertando-nos definitivamente das amarras do Ego dominador.
“O Mestre veio instalar o combate da redenção sobre a Terra. Desde o seu ensinamento primeiro, foi formada a frente da batalha sem sangue, destinada à iluminação do caminho humano. E Ele mesmo foi o primeiro a inaugurar o testemunho pelos sacrifícios supremos”. – Continua nos esclarecendo Emmanuel, mentor de Chicho Xavier.
Quando Jesus disse AMAI-VOS soou na Terra o “Grito de Guerra” que iria derrotar o “homem velho” cansado e sofrido que habita o nosso interior, e libertar da crisálida de erros e enganos a borboleta celeste da alma para a glória da luz. Não sem o sofrimento peculiar de toda “morte por transformação” mas certamente compensador, porque seriam as dores do parto de um anjo rompendo as prisões do EGOISMO, ORGULHO e da VAIDADE...
A ESPADA DO CRISTO é cirúrgica, através do AUTOCONHEICMENTO ela remove as sombras, expandindo a luz. AME-SE é um farol de luz voltado para dentro de nós. AMEM-SE é o mesmo farol quando rompe a concha do eu e lança-se para fora identificando-se com cada irmão e irmã na fraternidade imortal de filho de Deus.
Alerta com franqueza o benfeitor Emmanuel: “Há quase vinte séculos ((hoje mais de 20...) vive a Terra sob esses impulsos renovadores, e ai daqueles que dormem, estranhos ao processo santificante!”
A proposta do Cristo Jesus de nossa PACIFICAÇÃO PELO AMOR já nos ilumina a vida a mais de 20 séculos. Porque nos demoramos na sombras? Porque dormimos como se não soubessemos que é o AMOR que vai nos salvar da loucura, da solidão, do auto abandono, da tristeza, da síndrome do pânico, da depressão, do transtorno bipolar, dos cânceres e das síndromes que nos visitam a alma como demônios da dor a nos tentar depertar do pesadelo da irresponsabilidade em que nos demoramos... É soada a hora do depertar: é amar ou sofrer... QUAL SERÁ A NOSSA OPÇÃO?
“Buscar a mentirosa paz da ociosidade é desviar-se da luz, fugindo à vida e precipitando a morte. No entanto, Jesus é também chamado o Príncipe da Paz.” Nos lembra ainda Emmanuel.
Toda ociosidade e excessos de prazeres que julgamos ser A PAZ na verdade causam em nós a estagnação das energias, as doenças degenerativas, os processos de morte do corpo e da alma, trazendo o estado de coma do espírito num sono sem descanso recheado de pesadelos. PAZ é uma força dinâmica, que nos empurra para frente...
Jesus, o Prícipe da Paz, nos trouxe então uma espada? Emmanuel responde: “Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, consti-tuindo em si mesmo a divina fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor; esses, nas mais perigosas situações da Terra, encontram, nEle, a se¬renidade inalterável.”
Em Jesus encotnramos repouso operante, na sua LEI DE AMOR encontramos o remédio paranossas aflições, o jugo leve, o descanso do fardo do egoismo que carregamos... a redenção de nossos erros. Quem escolhe agir no mundo pela LEI DO AMOR não está isento de sofrimento, mas encontra forçar para tudo, não está absolvido de seus erros, mas lhes suporta serenamente as consequências, não está com a estrada atapetada de flores, mas já respira as aragens renovadoras da consciência tranquila...
Arremata Emmanuel nos ensinando a ser melhores: “É que Jesus começou o combate de salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros”.
Que Jesus nos sustente a espada da libertação de nossas sombras, firme em nossas mãos, até o dia em que poderemos finalmente devolver-lhe à bainha e estender ao Cristo Jesus as nossas mãos limpas e calejadas no trabalho do autoaperfeiçoamento e dizer-lhe felizes: JESUS, ESTOU AQUI, O QUE QUERES QUE EU FAÇA.
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