sexta-feira, 1 de julho de 2016
Bem e mal sofrer: cada criatura vive na terra de seus credores
Ao se esbarrar nas vicissitudes da vida, são comuns as queixas de autopiedade, mas que são tolos caprichos de um espírito em evolução. A Lei Divina de Justiça existe é para ser cumprida e não sairemos ilesos, sem antes pagarmos o último centavo. Sendo assim, o caminho é a resignação “que faz abençoar o sofrimento como o prelúdio da cura”*.
Nós espíritas sabemos disso, portanto é inadmissível que façamos o contrário e não saibamos sofrer bem, pois são de nosso conhecimento estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”. Seremos felizes porque quitaremos nossas dívidas com as Leis Divinas, e, depois disso, estaremos livres. A busca diária, então, deve ser pela coragem moral.
Deus, de infinito amor e justiça, disponibiliza todos os recursos para que tenhamos oportunidade para decidir pelo bem, pelo amor. Mas mesmo assim, se escolhemos mal, e embora sofrendo as consequências, Ele disponibiliza outro tanto de recursos a nosso favor quando somos resignados. Ele nos dá a coragem moral para suportarmos as vicissitudes provocadas pelos nossos atos e passamos a ver nossos problemas bem menores do que os víamos antes.
André Luiz, na mensagem “No retoque da palavra”**, inspira-nos o procedimento de como sofrer sem falatórios e reclamações, pois afinal cada criatura vive na terra de seus credores. Estamos nos lugares certos, com as pessoas certas, nas horas certas, portanto, não adianta resmungar coisas do tipo “detesto esse lugar, essa cidade, essa família, esses vizinhos” e por aí vai. Veja como ele continua a lição:
Ouvindo a frase infeliz, não grite: – “É um desaforo!”
Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.
Atravessando a madureza, não se lamente: – “Já estou cansado”.
Sintoma de exaustão, vontade enferma.
Sentindo a mocidade, não assevere: – ”Preciso gozar a vida!”
Romagem terrestre não é excursão turística.
À frente do amigo endividado, não ameace: – “Hoje ou nunca!”
Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.
Ao companheiro menos categorizado, não ordene: – ”Faça isso!”
Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.
Perante o doente, não exclame: – ”Pobre coitado!”
Compaixão desatenta, crueldade indireta.
Ao vizinho faltoso, nunca diga: “Dispenso-lhe a amizade.”
Todos somos interdependentes.
Sob o clima da provação, não se queixe: – ”Não suporto
mais!”
O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.
No cumprimento do dever, não clame: – ”Estou sozinho.”
Ninguém vive desamparado.
Colhido pelo desapontamento, não reclame: – ”Que azar!”
A Lei Divina não chancela imprevistos.
À face do ideal, não se lastime: – “Ninguém me ajuda.”
No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo.
*Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 12.
**Livro Espírito da verdade, item 26, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário