segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não vim destruir a Lei - Godoi


Não vim destruir a Lei

Rodrigo de Godoi - Fevereiro de 2006


Acredito que existam inúmeros artigos, textos e livros sobre esse tema, mas lembro-me que na universidade ouvíamos um professor comentar sobre a nossa péssima mania de achar que não precisávamos mais pesquisar sobre determinado assunto quando muitos já o haviam estudado, como se fosse possível esgotá-lo. Sendo assim, permita o leitor que falemos sobre o Capítulo Primeiro de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado Não vim destruir a Lei.
Como não poderia deixar de ser, o início do Evangelho tem como propósito anunciar o surgimento do Espiritismo. Para esclarecer que a Doutrina Espírita constitui a Terceira Revelação, é preciso mencionar as duas primeiras. De início, temos o Decálogo, ou os Dez Mandamentos, Leis Divinas e imutáveis, que num primeiro momento ficaram sob a responsabilidade de Moisés, para que fossem transmitidas a um povo espiritualmente muito atrasado, quase animalizado. Atualmente essas Leis são responsabilidades de todos os que estão encarnados, considerando o fato de que constituímos uma humanidade (um pouco) menos atrasada.

Além dos Mandamentos, Moisés estipulou, com o auxílio de outros colaboradores (1) , uma série de leis para que as pessoas não matassem umas às outras. Esses regulamentos, se assim podemos chamar, diferentemente dos Dez Mandamentos, correspondem a leis que deveriam ser atualizadas de acordo com o avanço do tempo e com o amadurecimento desses espíritos encarnados. Entre essas leis temporárias poderíamos citar algumas:

Quem ferir a outro de modo que este morra, também será morto. (Êxodo, 21: 12)
Quem ferir a seu pai ou a sua mãe, será morto. (Êxodo 21: 15)
Quem amaldiçoar o seu pai ou sua mãe, será morto. (Êxodo 21, 17)

Poderíamos levantar a seguinte questão: O chamado Velho ou Antigo Testamento tem relevância para o entendimento da Doutrina Espírita?
Claro que sim, mas é necessário relativizar o grau de importância de cada ensinamento. A importância de Moisés é que a humanidade teve um primeiro contato com a noção de justiça, por mais absurda que essa justiça possa parecer nos dias de hoje. Seria demais qualquer ensinamento mais profundo em relação a estas leis para esse período. Para cada lição há o seu devido tempo.
Com a chegada de Jesus, 18 séculos depois (2), os Dez Mandamentos foram resumidos em dois ensinamentos mais abragentes, e não menos importantes: "amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo" (3) . A idéia de justiça, com Moisés, agora era atualizada com a Lei de Amor. Conforme nos ensina a Doutrina Espírita, enquanto a chamada Lei Antiga corresponde a um clamor dos homens pedindo sinais dos Céus, o Novo Testamento (Segunda Revelação), trazido por Jesus, é a resposta de Deus, dizendo que O Pai Eterno está presente ao lado de Seus filhos, e que os ama incondicionalmente.

Mas e o Espiritismo?
Conforme nos ensina o Evangelho, o Espiritismo é o Consolador prometido há 2000 anos (4). A Doutrina Espírita é isenta de dogmas. Não veio para contestar o que foi ensinado por Jesus, e sim para auxiliar a humanidade na compreensão e cumprimento de suas lições. Não se pretende como Doutrina única e possuidora exclusiva da verdade. Mas é o Espiritismo a Doutrina que esclarece sobre a continuidade da vida do espírito após a morte do corpo físico, assim como explica a reencarnação e as leis de provas e expiações. Sendo uma Doutrina muito recente, às vésperas de completar 150 anos, o Espiritismo ainda terá muito que caminhar com a humanidade. No mundo todo há bilhões de pessoas que ainda não crêem na "vida a pós a vida", quanto mais na possibilidade de comunicação com a espiritualidade, o que se dirá sobre a reencarnação. No Brasil isso é uma exceção, não só pelo fato de haver milhares de instituições espíritas atuantes, mas por ser uma nação que quase não pratica a intolerância religiosa. Quando o faz, isso se dá em proporções muito menores do que em outros países.

Daí a importância de fazermos um esforço para entendermos o primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, porque este terá que ser, não apenas lido e relido muitas vezes, mas também será necessário que os espíritas entendam sua responsabilidade sobre o que conhecem, e que tenham a humildade para não fazer proselitismos. O Evangelho nos ensina a não pregarmos frases como "Fora do Espiritismo não há salvação", justamente para não compartilharmos de práticas excludentes. Não será difícil crer que muitos homens (espíritas ou não) que atualmente são esclarecidos e de alma pacífica, tiveram encarnações passadas como fariseus (5), ou até mesmo inquisidores (6) e tiranos. O capítulo Primeiro do Evangelho serve para nos despertar para uma época de esclarecimento, caridade e fraternidade, e para que não sejam repetidos tantos erros do passado. Deus permita que possamos seguir o exemplo de Paulo de Tarso e que diante do nosso Caminho de Damasco, ouçamos também o chamado de Jesus e tenhamos a coragem de atendê-lo.

Notas: (subir texto)
1-Entre aqueles que auxiliaram Moisés, podemos destacar Arão, seu irmão, e Josué a quem foi designada a tarefa de sucedê-lo.
2-A Gênese, cap. I, tópico 49.
3-Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40.
4-João, todo o capítulo XIV.
5-Do hebreu parush: divisão, separação: Seita fundada por volta de 200 anos antes do Cristo. De acordo com a introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, os fariseus "tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação (...)"
6-Clique aqui para obter algumas informações sobre a Inquisição.

Rodrigo de Godoi, colaborador do Centro Espírita Casa de Emmanuel (Itatiba-SP).

Não vim destruir a lei


Não vim destruir a lei

As três revelações. Moisés - Cristo - O Espiritismo - Aliança da ciência com a religião - Instruções dos espíritos - A nova era

1. Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los: - porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto. (S. MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.)

Moisés

2. Na lei moisaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.
A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. - Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano. (¹)
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.
(1) Allan Kardec cita a parte mais importante do primeiro mandamento, e deixa de transcrever as seguintes frases: "... porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Deus zeloso, que puno a iniquidade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e uso de misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos." - (ÊXODO, XX, 5 e 6.)
Nas traduções feitas pelas Igrejas católica e protestantes, essa parte do mandamento foi truncada para harmonizá-la com a doutrina da encarnação única da alma. Onde está "na terceira e na quarta gerações", conforme a tradução Brasileira da Bíblia, a Vulgata Latina (in tertiam et quartam generationem), a tradução de Zamenhof (en la tria kaj kvara generacioj), mudaram o texto para "até à terceira e quarta gerações".
Esses textos truncados que aparecem na tradução da Igreja Anglicana, na Católica de Figueiredo, na Protestante de Almeida e outras, tornam monstruosa a justiça divina, pois que filhos, netos, bisnetos, tetranetos inocentes teriam de ser castigados pelo pecado dos pais, avós, bisavós, tetravós. Foi uma infeliz tentativa de acomodação da Lei à vida única. - A Editora da FEB, 1947.
O texto certo que, por mercê de Deus, já está reproduzido pelas edições recentíssimas a que nos referimos - traduções Brasileira e de Zamenhof -, que conferem com S. Jerônimo, mostra que a Lei ensina veladamente a reencarnação e as expiações e provas. Na primeira e na segunda gerações, como contemporâneos de seus filhos e netos, o Espírito culpado ainda não reencarnou, mas, um pouco mais tarde - na terceira e quarta gerações - já ele voltou e recebe as consequências de suas faltas. Assim, o culpado mesmo, e não outrem, paga sua dívida.
Logo, têm-se de excluir a primeira 1ª e 2ª gerações e expressar "na" 3ª e 4ª, como realmente é o original. Achamos conveniente acrescentar aqui esta nota, para facilitar a compreensão do estudioso que confronte a sua tradução da Bíblia com a citação do Mestre. - A Editora da FEB, 1947.
É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta. E evidente que aquele que incluíra, entre os seus mandamentos, este: "Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo", não poderia contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório.

O Cristo

3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso é que se nos depara, nessa lei, o principio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina. Quanto às leis de Moisés, propriamente ditas, ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substancia, quer na forma. Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar, do que as reduzindo a esta única prescrição: "Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo", e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.
Por estas palavras: "O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota", quis dizer Jesus ser necessário que a lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e conseqüências. Efetivamente, de que serviria haver sido promulgada aquela lei, se ela devesse constituir privilégio de alguns homens, ou, sequer, de um único povo? Sendo filhos de Deus todos os homens, todos, sem distinção nenhuma, são objeto da mesma solicitude.
4. Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos. Entretanto, não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos implícitos. Para ser apreendido o sentido oculto de algumas palavras suas, mister se fazia que novas idéias e novos conhecimentos lhes trouxessem a chave indispensável, idéias que, porém, não podiam surgir antes que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de madureza. A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Importava, pois, dar à Ciência tempo para progredir.

O Espiritismo

5. O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domino do fantástico e do maravilhoso. E a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e dai vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil.
6. A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.
7. Assim como o Cristo disse: "Não vim destruir a lei, porém cumpri-la", também o Espiritismo diz: "Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução." Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.

Aliança da Ciência e da Religião

8. A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.
A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. E toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A nova era

9. Deus é único e Moisés é o Espírito que Ele enviou em missão para torná-lo conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que se serviu Deus para se revelar por Moisés e pelos profetas, e as vicissitudes por que passou esse povo destinavam-se a chamar a atenção geral e a fazer cair o véu que ocultava aos homens a divindade.
Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, contêm o gérmen da mais ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia, porém, restringiam-lhe o sentido, porque, praticada em toda a sua pureza, não na teriam então compreendido. Mas, nem por isso os dez mandamentos de Deus deixavam de ser um como frontispício brilhante, qual farol destinado a clarear a estrada que a Humanidade tinha de percorrer.
A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo. Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a idéia de Deus lhes falava ao espírito.
O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. E a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance.
São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as idéias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas idéias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. - Um Espírito israelita. (Mulhouse, 1861.)
10. Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir. O mundo está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes!
O Espiritismo é de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza, e estai certos de que tudo o que é de ordem divina tem grande e útil objetivo. O vosso mundo se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral, mas conduzindo-vos ao bem-estar material, redundava em proveito do espírito das trevas. Como sabeis, cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência. O reino do Cristo, ah! passados que são dezoito séculos e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não veio. Cristãos, voltai para o Mestre, que vos quer salvar. Tudo é fácil àquele que crê e ama; o amor o enche de inefável alegria. Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sobejamente; dobrai-vos à rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados, isto é, preparai-vos e não imiteis as virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.
A revolução que se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas. Assim, pois, que estas palavras - "Somos pequenos" - careçam para vós de significação. A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso. Fénelon. (Poitiers, 1861.)
11. Santo Agostinho é um dos maiores vulgarizadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por toda parte. A razão disso, encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à vigorosa falange do Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios. Como vários outros, foi arrancado ao paganismo, ou melhor, à impiedade mais profunda, pelo fulgor da verdade. Quando, entregue aos maiores excessos, sentiu em sua alma aquela singular vibração que o fez voltar a si e compreender que a felicidade estava alhures, que não nos prazeres enervantes e fugitivos; quando, afinal, no seu caminho de Damasco, também lhe foi dado ouvir a santa voz a clamar-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" exclamou: "Meu Deus! Meu Deus! perdoai-me, creio, sou cristão!" E desde então tornou-se um dos mais fortes sustentáculos do Evangelho. Podem ler-se, nas notáveis confissões que esse eminente espírito deixou, as características e, ao mesmo tempo, proféticas palavras que proferiu, depois da morte de Santa Mônica: Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura. Que ensinamento nessas palavras e que retumbante previsão da doutrina porvindoura! Essa a razão por que hoje, vendo chegada a hora de divulgar-se a verdade que ele outrora pressentira, se constituiu seu ardoroso disseminador e, por assim dizer, se multiplica para responder a todos os que o chamam. -Erasto, discípulo de S. Paulo. (Paris, 1863.)
Nota. - Dar-se-á venha Santo Agostinho demolir o que edificou? Certamente que não. Como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não via enquanto homem. Liberta, sua alma entrevê claridades novas, compreende o que antes não compreendia. Novas idéias lhe revelaram o sentido verdadeiro de algumas sentenças. Na Terra, apreciava as coisas de acordo com os conhecimentos que possuía; desde que, porém, uma nova luz lhe brilhou, pôde apreciá-las mais judiciosamente Assim é que teve de abandonar a crença, que alimentara, nos Espíritos íncubos e súcubos e o anátema que lançara contra a teoria dos antípodas. Agora que o Cristianismo se lhe mostra em toda a pureza, pode ele, sobre alguns pontos, pensar de modo diverso do que pensava quando vivo, sem deixar de ser um apóstolo cristão. Pode, sem renegar a sua fé, constituir-se disseminador do Espiritismo, porque vê cumprir-se o que fora predito. Proclamando-o, na atualidade, outra coisa não faz senão conduzir-nos a uma interpretação mais acertada e lógica dos textos. O mesmo ocorre com outros Espíritos que se encontram em posição análoga.

Não vim destruir a lei - Emmanuel


CEIFA DE LUZ - Capítulo 25

"Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim pra cumprir". Jesus (Mateus, 5:17)

No Monte Sinai, Moisés transmite o decálogo à toda a Humanidade. A esta Lei que Jesus se refere.
Todos os profetas que vieram depois de Moisés, chamaram a atenção para a observância dos dez mandamentos.
Jesus não veio destruir a Lei, não veio invalidar o decálogo, veio simplesmente fazer com que os homens vivessem a Lei.
Assim também o Espiritismo; não veio destruir ou combater religião alguma, mas veio nos ensinar a viver conforme nos ensina o Evangelho.
Emanuel inicia a lição nos dizendo: "Não matarás", diz a lei.
O texto não se refere, porém, unicamente à vida dos semelhantes.
"Não frustrarás a tarefa dos outros, porque a suponhas inadequada, de vez que toda tarefa promove quem a executa, sempre que nobremente cumprida".
Onde cada um estiver desenvolvendo a sua capacidade por menor que seja, devemos ter com eles o respeito, o incentivo, para que cada qual cumpra a sua tarefa de acordo com a sua capacidade.
Não dilapidarás a esperança de ninguém, porquanto a felicidade, no fundo, não é a mesma na experiência de cada um.
Não destruirás a coragem daqueles que sonham ou trabalham em teu caminho, considerando que, de criatura para criatura, difere a face do êxito.
Não aniquilarás com inutilidades o tempo de teus irmãos, porque toda hora é agente sagrado nos valores da criação.
Não extinguirás a afeição na alma alheia, porquanto ignoramos, todos nós, com que instrumento de amor a sabedoria Divina pretende mover os corações que nos partilham a marcha.
Não exterminarás a fé no espírito dos companheiros que renteiam contigo, observando-se que as estradas para Deus obedecem a estruturas e direções que variam ao infinito.
Reflitamos no bem do próximo, respeitando-lhe a forma e a vida. A Lei não traça especificações ou condições dentro do assunto; preceitua simplesmente: "não matarás".
Como diz Maria Dolores no livro Antologia da Espiritualidade:


Falando ao Senhor


Senhor!
Se hoje viesses em pessoa
Até nós,
Que te diria eu?
Que milhões e milhões de companheiros
Vagam em desatino
Sem cogitarem de saber
O que são e quem são?
Que penúria de espírito campeia,
Insuflando amargura e rebeldia,
Sofrimento, ilusão?
Que o medo, em se alastrando,
Na escura inquietação a que se aferra,
Gera conflito e angústia, em toda parte,
Nos caminhos da Terra?
Que a riqueza do ouro não remove
Tristeza e solidão da alma ferida,
Que os engenhos perfeitos do progresso
Não enxugam as lágrimas da vida?
Que te diria eu, Jesus, se te encontrasse?
Que nos condói fitar a multidão
Dos que fogem de si mesmos,
Dando-se à dor maior por onde vão?
Que nos comove contemplar
A inteligência rica e, entretanto, insegura,
Elevando o conforto
Sem saber dissipar as sombras da loucura?
Que diria, Senhor?
Não te diria nada disso,
Pois sabes tudo ver muito mais do que nós,
Rogar-te-ia tão somente
A bendita prisão
Na força do dever
Que me guarde em serviço,
Para que eu saiba compreender
Sem azedume e sem alarme
Como aperfeiçoar-me
Para aceitar-te, enfim,
Porque tudo, Senhor, estará justo e certo,
Do que eu veja no mundo, longe ou perto,
Se a tua luz brilhar dentro de mim.


Livro: Ceifa de Luz
Pelo espírito de Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Jesus não veio revogar a lei, mas cumprir Mt. 5,17 a 20


Narrativa Evangélica:
17- Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.
18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.
19 - Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
20 - Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
Comentários do GEET:
Com certeza Jesus não se referia aqui a toda a lei descrita na tradição judaica, pois certas leis como a proibição de curar no sábado e a de conversar com os desencarnados ele mesmo desobedeceu.
Podemos dividir a lei descrita na tradição judaica que chegou até o nosso tempo na Bíblia, especificamente no antigo testamento, em duas partes. A primeira se refere a lei divina imutável e universal, que até nos dias de hoje estudamos e procuramos observar. Exemplo desta lei é os 10 mandamentos. Outra parte são leis humanas estabelecidas para criar uma ordem social, específica para aquele povo, que vivia naquela época, naquelas condições culturais e geográficas. São leis específicas e mutáveis.
Jesus se refere nestes versículos a esta lei que imutável. O grande ensinamento ético, contido no versículo 18 é a existência de uma lei universal que é o parâmetro moral para a humanidade. Esta lei que é revelada, descoberta, refletida, interpretada e ampliada de acordo com a capacidade humana de compreensão da Lei de Deus.  A busca da ética é a busca do entendimento e vivência desta Lei Universal. Esta Lei é o bem, finalidade última da existência da criatura.
No versículo 19 Jesus adverte que a felicidade, o reino dos céus em nós, está na prática, exemplificação e no ensino da Lei Divina e que fazer o contrário implicará em consequências infelizes.
Finalmente no versículo 20 Jesus prenuncia o seu ensino da Lei Divina, sua interpretação e revelação que é muito superior a interpretação mosaica e dos profetas que vieram antes dele, que a prática moral de seus discípulos deveria ser superior aos dos escribas e fariseus, considerados os mais moralistas da época do Mestre.

 Mensagem Espiritual:
 Que a paz esteja com vocês, irmãos e que o mestre Jesus possa nos orientar no sentido de comovermos em direção dos seus ensinamentos.
Neste memoráveis versículos estudados na noite de hoje, parece-me que o Mestre queria nos falar do rigor da Lei. Porém se a Lei a que ele se refere é a Lei do  Amor, qual seria esse rigor? Qual seria o rigor do Amor?
O Amor pode ser representado pela mãe que, incansavelmente, protege e educa seu filho. Que continua amando nos melhores e nos piores momentos.
O rigor do amor pode ser comparado ao sol que, incansavelmente, ilumina toda terra, todos os dias, que a aquece sem reclamar e que doa-se constantemente para sustentar a vida planetária.
Esta é a Lei Divina, a Lei do Amor, imutável e universal que todos devemos praticar, buscar, conhecer e ensinar.  E se assim o fizermos seremos grandes e se assim não o fizermos, seremos pequeninos. Fazendo isto faremos muito mais do que fazem a maioria daqueles que se encontram atualmente  encarnados.
Que estas palavras do Mestre dos Mestres nos incentive a buscar e a viver o amor.
Um espírito amigo e protetor
do site panorama espírita

AS TRÊS REVELAÇÕES: MOISÉS, CRISTO, O ESPIRITISMO


AS TRÊS REVELAÇÕES: MOISÉS, CRISTO, O ESPIRITISMO



O Evangelho segundo o Espiritismo – capítulo I – NÃO VIM DESTRUIR A LEI - itens 2 a 7.

1. Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los: – porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto. ( MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.)

iota – Do gr. iôta, pelo lat. iota.] 1.A 9a letra do alfabeto grego (I, i), correspondente ao nosso I.



Moisés

2. Na lei moisaica, há duas partes distintas:

a lei de Deus, promulgada no monte Sinai,

 e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés.

Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.


A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:


I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. – Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano. (¹)

II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

V. Não mateis.

VI. Não cometais adultério.

VII. Não roubeis.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.




É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito.

Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta.

E evidente que aquele que incluíra, entre os seus mandamentos, este: “Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo”, não poderia contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório.

(1) Allan Kardec cita a parte mais importante do primeiro mandamento, e deixa de transcrever as seguintes frases: “… porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Deus zeloso, que puno a iniquidade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e uso de misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” – (ÊXODO, XX, 5 e 6.)

Nas traduções feitas pelas Igrejas católica e protestantes, essa parte do mandamento foi truncada para harmonizá-la com a doutrina da encarnação única da alma. Onde está “na terceira e na quarta gerações”, conforme a tradução Brasileira da Bíblia, a Vulgata Latina (in tertiam et quartam generationem), a tradução de Zamenhof (en la tria kaj kvara generacioj), mudaram o texto para “até à terceira e quarta gerações”.

Esses textos truncados que aparecem na tradução da Igreja Anglicana, na Católica de Figueiredo, na Protestante de Almeida e outras, tornam monstruosa a justiça divina, pois que filhos, netos, bisnetos, tetranetos inocentes teriam de ser castigados pelo pecado dos pais, avós, bisavós, tetravós. Foi uma infeliz tentativa de acomodação da Lei à vida única. – A Editora da FEB, 1947.

O texto certo que, por mercê de Deus, já está reproduzido pelas edições recentíssimas a que nos referimos – traduções Brasileira e de Zamenhof -, que conferem com S. Jerônimo, mostra que a Lei ensina veladamente a reencarnação e as expiações e provas. Na primeira e na segunda gerações, como contemporâneos de seus filhos e netos, o Espírito culpado ainda não reencarnou, mas, um pouco mais tarde – na terceira e quarta gerações – já ele voltou e recebe as consequências de suas faltas. Assim, o culpado mesmo, e não outrem, paga sua dívida.

Logo, têm-se de excluir a primeira 1ª e 2ª gerações e expressar “na” 3ª e 4ª, como realmente é o original. Achamos conveniente acrescentar aqui esta nota, para facilitar a compreensão do estudioso que confronte a sua tradução da Bíblia com a citação do Mestre. – A Editora da FEB, 1947.



O Cristo



3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso é que se nos depara, nessa lei, o principio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina.

Quanto às leis de Moisés, propriamente ditas, ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substancia, quer na forma. Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar, do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.

Por estas palavras: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota”, quis dizer Jesus ser necessário que a lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e conseqüências.

Efetivamente, de que serviria haver sido promulgada aquela lei, se ela devesse constituir privilégio de alguns homens, ou, sequer, de um único povo? Sendo filhos de Deus todos os homens, todos, sem distinção nenhuma, são objeto da mesma solicitude.

I Timóteo 2 : 4 – o qual deseja que TODOS os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

4. Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina

Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos.

Entretanto, não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos implícitos.

Para ser apreendido o sentido oculto de algumas palavras suas, mister se fazia que novas idéias e novos conhecimentos lhes trouxessem a chave indispensável, idéias que, porém, não podiam surgir antes que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de madureza. A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Importava, pois, dar à Ciência tempo para progredir.

Hebreus 7: 18 – 19

18 – Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade

19 – (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus.

Hebreus 8 : 6, 7, 13

6 - Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas.

7 – Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda.

13 – Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.



O Espiritismo


João 14: 26 – mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.


5. O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo.

Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso.

E a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e dai vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil.

6. A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo.

O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.

É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.

Hebreus 1: 13 – 14

13  Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés?

14  Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?

Hebreus 2: 1 – 3

1  Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.

2  Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo,

3  como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;



 7. Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.”

Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras.

Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.


O próximo Post será sobre o Cristo Consolador e o Advento do  Espírito de Verdade.

A Grande Reforma - Caminhos de Luz




PRIMEIRA REFORMA
Segundo o Velho Testamento a nação egípcia, poderosa e evoluída nos tempos primórdios da Historiografia, tinha o povo hebreu por escravo há quatrocentos anos e esse povo levava grande preocupação ao faraó pelo seu rápido crescimento, em comparação ao povo egípcio, e por não aceitarem a idolatria aos vários eus'>deuses egípcios.
Em decorrência desses fatos o faraó proibiu, no seio dos hebreus, a crença que florescia dos seus antepassados em um Deus, único e espiritual, e determinou que todos os bebês do sexo masculino nascidos entre os mesmos fossem mortos nas águas do Rio Nilo, para tentar conter o crescimento populacional.
Foi nesse clima aterrador que nasceu Moisés, nome que em egípcio significa “salvo das águas”, pois, para fugir da perseguição e morte, Jocabel, sua mãe, colocou-o em um cesto e entregou-o às águas do Rio Nilo para que a Providência Divina cuidasse dele, quando então, por essa interferência, foi recolhido do rio pela filha do faraó, Termutis, que o fez um grande homem, em inteligência e destemor.
Este foi o primeiro Espírito de luz enviado por Deus à Terra para a Primeira Reforma, não fácil, pois tinha a incumbência de transformar Espíritos encarnados, cruéis e semi-selvagens, ao temor de um Deus único e material'>imaterial, contrário à crença milenar de “eus'>deuses materiais” que se praticava.
Nesse meio árido de sentimento, Moisés, através de sua mediunidade de efeitos físicos, recebe da espiritualidade maior os chamados Dez Mandamentos que, posteriormente, ficaram conhecidos por Primeira Revelação, implantando uma reforma radical nas condutas e sentimentos da época.

SEGUNDA REFORMA
No transcurso da primeira reforma, vários outros Espíritos Superiores reencarnam e ficam conhecidos por Profetas, os quais reforçavam a crença da existência do Deus único e material'>imaterial, bem como anunciavam a vinda do Filho desse Deus, que seria chamado por Cordeiro de Deus, pois sabiam do sacrifício que estaria exposto junto aos Homens.

Esse Espírito, ultra-iluminado, seria o Cristo de Deus e o Salvador da Humanidade, pois traria os ensinamentos necessários para o ser humano desprender-se do mundo material e conquistar o mundo espiritual, originário a todos seres inteligentes.
Eis que, em meio de turbulências de conquistas e de crenças da época, encarna o Cristo, recebendo o nome de Jesus, em ambiente simples e humilde e, sem cursar qualquer escola, cresce em sabedoria e bondade.
Em sua caminhada terrestre, sem nada escrever, traz para a Humanidade a Segunda Revelação, que ficou conhecida por As Boas Novas, que na verdade é o caminho da luz para o Espírito.
Se o intuito da Primeira Reforma era a revelação de um Deus único e material'>imaterial, a Segunda Reforma foi a revelação da imortalidade do Espírito, e não mais o uso da força e da vingança, mas do amor e do perdão.
Por sua vez afirmou, categoricamente, que não veio revogar a Lei, ou seja, Os Dez Mandamentos, mas sim dar cumprimento à mesma, com estas palavras: “Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei e os profetas; não os vim destruir, mas cumpri-los, porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto”. (Meu'>ateus 5:17-18)
No transcorrer de seus ensinamentos deixou bem claro que estava transmitido somente o que se poderia compreender naquela fase evolutiva, pois não “suportariam” mais profundidade, quando então prometeu que enviaria Outro Consolador, o Espírito de Verdade, que lembraria tudo que havia dito e ensinaria todas outras coisas mais.

TERCEIRA REFORMA
Na Europa, já no século XIV do Cristianismo, houve um grande avanço da classe burguesa, classe essa de comerciantes que cresciam e se sentiam sufocados pelas classes dominantes, que eram ligadas ao Estado e à Igreja, com pesados impostos aos primeiros e injustos dízimos aos segundos.
Diante desta situação, a nobreza e o clero obstruíam ao interesse de enriquecimento tanto dessa nova classe quanto dos camponeses; assim a insatisfação crescia com reivindicações de liberdade em vários setores, principalmente da Igreja.
Foi nesse quadro geral que florescia em vários pontos da Europa, entre eles a Alemanha, Inglaterra, França, Suíça, Holanda, Hungria e Polônia, as idéias de mudanças religiosas e morais. A Igreja Católica, ligada ao Estado, distanciava-se das realidades evangélicas com seus dogma'>dogmas, rituais e paramentos.
Esse movimento ficou conhecido por PROTESTO.
Foi justamente nesse período que Deus faz reencarnar um outro Espírito de luz e de muita fibra para trazer a Terceira Reforma, Espírito esse que veio de outras lutas em existências pretéritas, o qual tornou-se um monge agostiniano, Martinho Lutero, e, em 31 de outubro de 1517, após vários contatos com outros interessados nessa reforma religiosa, afixou à porta da igreja do Castelo de Wittenberg, suas 95 Teses de reformas à Igreja Católica e, entre as principais, citamos a negação da superioridade do Papa; o não pagamento para receber indulgência; os ofícios religiosos tiveram o latim substituído pelo idioma do país; exclusão do celibato e de vários sacramentos, entre outras reformas, dando origem à Igreja Protestante.
Além de Martinho Lutero, destacaram-se nessa reforma John Wycliffe (Inglaterra); John Huss (Bohemia); Ulrich Zwinglio (Suíça); João Calvino (Genebra). Alias, foi uma reforma sangrenta que custou muitas vidas e muitos mártires, destacando-se a perseguição que ficou denominada por Noite de São Bartolomeu (24 de agosto de 1572), quando aproximadamente 30.000 protestantes foram massacrados a mando.
O Protestantismo rompeu com a autoridade da Igreja Romana devido aos abusos que ocorriam de todos gêneros e trouxe novos caminhos ao Cristianismo.

A GRANDE REFORMA
Como Jesus enfatizou que não veio destruir a Lei e os Profetas, mas dar cumprimento às mesmas, Allan Kardec, Codificador da Doutrina Espírita, identicamente não veio revogar as Leis procedentes de Deus, mas sim trazer luz sobre as mesmas.
E todas essas revelações, com períodos distanciados uma das outras, pela necessidade imperativa de aguardar o tempo apropriado ao grau de adiantamento dos Homens, com o escopo de poder receber novas informações educativas e evolutivas, e assimilá-las às suas condutas.
As Leis Mosaicas e as Leis Cristãs, num período de aproximadamente 6.000 mil anos, entre ambas, não conseguiram impor à Humanidade as Leis Imutáveis de Deus, pois os cristãos somam-se em apenas um terço (dois bilhões), enquanto que os hebreus são uma parte ínfima perante os seis bilhões de encarnados, havendo ainda grande, divergências e conflitos atrasando a evolução do planeta.
O que acarretou, até então, essa dificuldade de compreensão é o grau evolutivo diferenciado que existe entre as individualidades, levando-os em se agruparem de conformidade com suas afinidades de entendimento por se ajustarem melhor. Foi justamente devido a todas essas dificuldades evolutivas que o Cristo de Deus advertiu que havia ainda muitas coisas a serem reveladas, mas que não suportariam; entretanto prometeu que enviaria um Outro Consolador, o Espírito de Verdade que haveria de lembrar a tudo que havia dito e ensinaria todas outras coisas mais.
E, assim, chegou-se ao século XIX, período de transformações e renovações gigantescas no campo político, social, econômico, científico e religioso, oferecendo condições propícias para a nova semeadura prometida, pois o campo estava já fértil para aceitação e propagação.
Assim, aproximou-se o momento de vir à Terra um novo emissário do Cristo, um Espírito de escol que reencarnava na cidade de Lyon, na França, em 03 de outubro de 1804, há 200 anos, e foi registrado com o nome Hippolyte Léon Denizard Rivail. Teve a missão de codificar a Terceira Revelação, o Cristianismo Redivivo, que recebeu o nome de Espiritismo, ficando conhecida por Doutrina Espírita ou Doutrina dos Espíritos.
Realmente, concretizou-se a promessa do Cristo, pois em 18 de abril de 1857 Allan Kardec, pseudônimo que veio a usar, lança o primeiro livro da nova doutrina, O Livro dos Espíritos, obra filosófica advinda, mediunicamente, por milhares de mensagens de Espíritos Superiores, assim o Outro Consolador se implantava entre nós.
Se a Lei do Antigo Testamento está personalizada em Moisés, a do Novo Testamento em Cristo, o Espiritismo, que é a Terceira Revelação, não está personalizado em ninguém humano, pois é produto do ensinamento dado pelos Espíritos trabalhadores de Deus, chamados por As Vozes do Céu, que está sendo revelada em todos os pontos da Terra e para todas as crenças.
Portanto, a Doutrina Espírita é a GRANDE REFORMA que vem ocorrendo na Humanidade, chamada por Jesus de Tempos Chegados, que está intermediando entre o mundo velho, que é Mundo de Provas e Expiações e o mundo novo, que é o Mundo de Regeneração, que devemos conquistar com as práticas de seus ensinamentos, que não deixa de ser o Cristianismo Redivivo.
Não esperamos que o Espiritismo venha a ser mais uma Religião, nem tampouco que será a primeira Religião entre outras, nem que as demais irão desaparecer, mas com toda certeza veio como reformadora de todas elas que sem trocarem os seus nomes irão, pouco a pouco, como sempre ocorreu, aderindo e praticando as idéias Espíritas.
Os Espíritas ainda não se compenetraram que são, na realidade, os reformadores de nossa época, motivo que em toda parte do nosso globo terrestre estão ocorrendo, não pregações como se dizia antigamente, mas palestras incumbidas de reformar as religiões e, em conseqüência, a própria Humanidade.

Não vim destruir a lei - Sob a ótica espírita

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O Antigo Testamento foi revogado por Jesus?


O Antigo Testamento foi revogado por Jesus?

Paulo da Silva Neto Sobrinho
Recebemos, via Internet, o seguinte questionamento:
Você fala que Jesus veio para acabar com o Velho Testamento. Verdade: não cuideis que vim destruir a lei e os profetas (como era chamado o Antigo Testamento), não vim ab-rogar, mas cumprir. MATEUS cap. 5, 17. (leia até 48). Se você ler, verá que Jesus veio explicar a lei e os profetas e explicar o que era o inferno (chamado de morte pelos profetas do AT). Portanto se Isaias (profetas) profetiza sobre Jesus e contra o Espiritismo (cap. 8, 19 e 20) e nos livros da lei como Deuteronômio também Deus fala que abomina o Espiritismo (conversa ou invocação de mortos ou supostos espíritos superiores) Jesus veio para cumprir e também ele abominava essas praticas. Jesus não colocou ai exceção (não me lembro o cap. de Deuteronômio e Levítico). Se você prestar atenção, tudo que Jesus ensinou esta na lei e nos profetas. Jesus só eliminou os rituais e sacrifícios. Saiba também que você interpretou errado a parábola do remendo e do vinho novo. Leia com atenção.
Estudaremos, logo a seguir, algumas passagens do Evangelho buscando compreender as palavras de Jesus, para deixar o mais claro possível o que realmente Ele pensava, de modo que também o nosso leitor tenha elementos suficientes para tirar suas próprias conclusões. Não deixaremos de ler Mateus 5, 17 a 48, conforme sugerido, para ver se Jesus nestas passagens realmente está explicando a Lei e os Profetas.
Lucas 10, 25-28: E eis que certo homem, intérprete da lei, se levantou com intuito de por Jesus em provas, e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então Jesus lhe perguntou: Que está escrito na lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto, e viverás.
Se Jesus, quando disse a respeito da Lei, estivesse se referindo a todo o Pentateuco mosaico estaria em contradição com esta passagem, pois considerou como correta a resposta do intérprete da lei. Nela somente disse que está escrito na lei: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Ora, na legislação de Moisés existem muitas outras coisas para se cumprir além dessas.
Lucas 16, 16-18: A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra, do que cair um til sequer da lei. Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério.
Se a Lei e os profetas vigoraram até João é porque depois de João está vigorando algo diferente, uma nova lei. Ela é nada mais nada menos que o Evangelho, ou seja, o Novo Testamento. A questão: de toda a lei e os profetas serem cumpridos, se refere a tudo que há neles com relação às profecias sobre a vinda de Jesus e os acontecimentos que iriam ocorrer com Ele é que seriam cumpridos e não, como querem alguns, que todas as ordenações contidas lá sejam cumpridas. Até mesmo porque, como iremos ver mais adiante, especificamente algumas delas Ele as alterou profundamente, como é o caso, por exemplo, da questão do “olho por olho”. Observar que isso não faz parte dos rituais e sacrifícios.
Lucas 24, 25-27: Ele então lhes disse: “Ó homens sem inteligência, como é lento o vosso coração para crer no que os profetas anunciaram! Não era preciso que Cristo sofresse essas coisas para entrar na glória? E partindo de Moisés começou a percorrer todos os profetas, explicando em todas as Escrituras, o que dizia a respeito a ele mesmo.
Após ressuscitar, Jesus caminha com dois discípulos e lhes explica o que nas Escrituras se dizia a respeito dele, iniciando por Moisés, percorre todos os profetas, ou seja, esclarece-lhes somente o que era importante e que deveria ser cumprido na Lei e nos Profetas. Portanto o que Ele não veio revogar ou abolir foram as profecias contidas nas Escrituras a seu respeito. Se tudo nas Escrituras fosse importante não iria se restringir só a explicar o que dizia a Seu respeito. E para provar que não estamos distorcendo os fatos vejamos a passagem seguinte.
Lucas 24, 44-45: A seguir Jesus lhes disse: São estas palavras que eu vos falei, estando ainda convosco, que importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras;
Vejam vocês, é perfeitamente claro o que Jesus quis dizer quanto ao cumprimento das Escrituras. Não era, portanto tudo quanto existia nas Escrituras, mas somente importava que se cumprisse tudo o que dele estava escrito nela, ou seja, sua origem da casa de Davi, sua missão, todo o seu padecimento que culminou com sua morte na cruz e sua gloriosa ressurreição. Assim não há como entender de outra forma, a não ser que as palavras de Jesus não sirvam para nada ou que as queiramos distorcer.
João 1, 17: Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
Aqui temos uma nítida demonstração de que a Lei de Moisés não é de suma importância para os cristãos, já que a VERDADE veio por Jesus Cristo e é Ele que nós procuramos seguir e não a Moisés. Não poderemos dizer que a Lei de Moisés não teve o seu valor, é claro que teve, entretanto, como diz Jesus, somente até João. Porque, para um povo atrasado, ela foi um fator de desenvolvimento.
João 1, 45: Filipe encontrou Natanael e lhe falou: “Achamos aquele de quem escreveram Moisés na Lei e os Profetas, Jesus, filho de José de Nazaré”.
Passagem que vem a confirmar que as profecias a respeito do Messias estavam se cumprindo no momento que Jesus inicia a sua vida pública. E era justamente nisso que os hebreus esperavam ansiosamente que se cumprisse as Escrituras.
João 7, 23: Se um homem recebe a circuncisão no sábado, para cumprir a Lei de Moisés, por que vos irritais contra mim porque curei totalmente um homem no sábado?
João 8, 5-7: Na Lei, Moisés nos manda apedrejar as adúlteras; mas tu o que dizes? Perguntavam isso para tentá-lo a fim de terem do que o acusar. Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo no chão. Como insistissem em perguntar, ergueu-se e lhes disse: “Aquele de vós que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra”.
Se realmente as leis que Moisés passou ao povo hebreu fossem todas provenientes de Deus, por que nestas duas passagens não se diz: cumprir a Lei de Deus e Na lei, Deus nos manda, respectivamente. Porque eram leis de Moisés e não de Deus. Tanto é que na questão das adúlteras Jesus não disse ao povo para cumprir a Lei, antes ao contrário revoga-a demonstrando uma inteligência peculiar. Deus também nunca diria: “Não cobiçar a mulher do próximo”, mandamento que realça ser, obviamente, um produto da cultura de uma sociedade machista daquela época, nada mais que isso, sendo, portanto, da forma que está expressa, lei dos homens e não de Deus.
Atos 7, 35-37: A este Moisés eles rejeitaram, dizendo: Quem te nomeou nosso chefe e juiz? Mas Deus é que o enviou como guia e libertador, por meio do anjo que lhe apareceu na sarça. Então o anjo conduziu o povo para fora, realizando milagres e prodígios no Egito, no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. Este é Moisés que disse aos filhos de Israel: Deus fará surgir dentre vossos irmãos um profeta como eu. Foi ele quem, no tempo da assembléia no deserto, foi mediador entre o anjo que lhe falava no Monte Sinai e nossos antepassados, e foi ele quem recebeu palavras de vida para nos transmitir.
Temos na Lei que Deus apareceu a Moisés no Monte Sinai, que pessoalmente conduziu o povo para fora do Egito, que realizou vários milagres, etc. Entretanto por esta passagem está se afirmando que foi um ANJO. E aí como ficamos?
Romanos 7, 5: Enquanto viviam segundo a carne, as paixões pecaminosas, estimuladas pela Lei, produziam fruto para a morte em nossos membros.
Podemos deduzir desta passagem que a Lei estimulava paixões pecaminosas? Se for isto mesmo, é porque ela, a Lei, não era a VERDADE, que veio somente com Jesus.
Romanos 7, 6: Mas agora, livres da Lei, estamos mortos para aquilo que nos conservava prisioneiros, de sorte, que podemos servir a Deus conforme um espírito novo e não segundo a letra antiga.
Livres da Lei, ou seja, que não estamos mais submissos a ela, não é claro isso? Se podemos servir a Deus conforme um espírito novo, qual seja, os ensinamentos de Jesus, por que ficar ainda apegados a Moisés (letra antiga)? O Antigo Testamento está revogado ou ainda queremos permanecer na dúvida?
Mateus 5, 17-18: Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não os vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra.
Conforme já explicamos anteriormente até que tudo se cumpra em relação a Ele, ou seja, que veio para cumprir tudo que Dele está escrito na lei e nos profetas, que nem um i ou nem um til do que ali estava deixaria de ser cumprido.
Mateus 5, 19-20: Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Nosso quadro é: Jesus na passagem evangélica do Sermão do Monte, onde inicia dizendo novos ensinamentos que deveremos cumprir. São as verdades que Ele passa a todos nós como roteiro de vida. São os mandamentos que diz para não violar. A partir dali também é que altera e revoga a legislação de Moisés, confirmamos isso com as passagens relativas ao capítulo 5 de Mateus que serão colocadas logo a seguir.
Mateus 5, 21-22: Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
Moisés: Não matarás. Jesus: que não devemos irar nem insultar ao nosso irmão
Mateus 5, 27-28: Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer um que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.
Moisés: Não adulterarás. Jesus: só o fato de olhar para uma mulher com intenção impura já cometemos adultério.
Mateus 5, 31-32: Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
Moisés: que se poderia repudiar a mulher. Jesus: se repudiar estás expondo a mulher ao adultério.
Mateus 5, 33-37: Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: De modo algum jureis: Nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.
Moisés: Não jurarás falso. Jesus: De modo algum jureis.
Mateus 5, 38-42: Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede, e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.
Moisés: Olho por olho. Jesus: Quem te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.
Mateus 5, 43-48: Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
Moisés: Odiarás o teu inimigo. Jesus: Amai os vossos inimigos.
Hebreus 7, 18-19: Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. E, visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá; Tu és sacerdote para sempre); por isso mesmo Jesus se tem tornado fiador de superior aliança.
Hebreus, 8, 6-7 e 13: Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer.
Se até aqui ainda existia alguma pequena sombra de dúvida, agora foi definitivamente dissipada por estas duas narrativas da carta aos Hebreus. Poderíamos até dizer: “quem tem ouvidos que ouça”, mas diremos quem tem olhos veja: aliança anterior é fraca, inútil e com defeito, enquanto que a nova é superior a ela. Quanto ao “está prestes a desaparecer”, só não desapareceu ainda é por insistência de alguns que querem a todo custo manter viva a Legislação de Moisés contida no Antigo Testamento. Repetindo: Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda.
Marcos 2, 18-22: Como os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando, foram lhe perguntar: Por que é que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus não? Jesus lhes respondeu: Por acaso ficaria bem que os convidados para um casamento fizessem jejum, enquanto o esposo está com eles? Enquanto está, não convém. Mas virá um tempo em que o esposo lhes será tirado. Então sim, eles vão jejuar. Ninguém costura um remendo de pano novo em roupa velha. Do contrário o remendo novo, pelo fato de encolher, estraga a roupa velha e o rasgão fica pior. Ninguém põe vinho novo em velhos recipientes de couro. Caso contrário, o vinho arrebentaria os recipientes. Ficariam perdidos os recipientes e também o vinho. Para vinho novo, recipientes novos!
Seria o mesmo que Jesus dizer: Se vocês ficarem apegados aos ensinamentos de Moisés, não conseguirão suportar nem compreender os que agora vos trago. Aonde se falava sobre os jejuns? Não é no Velho Testamento, que tanto os fariseus e os discípulos de João Batista tiravam o que seguiam? Lembram-se: a Lei e os Profetas vigoraram até João. Assim não fica claro sua revogação por Jesus? Só não o é para os que ainda insistem em seguir Moisés. Mais claro fica quanto tomamos da nota de rodapé constante do Novo Testamento, Edições Loyola o seguinte: Tanto o pano novo como o vinho novo são símbolos duma nova era (cf. At 10, 11; Hbr 1, 11; Gên 49, 11-12); os cristãos dever estar animados dum espírito novo, incompatível com antigas prescrições do judaísmo já ultrapassadas.
Concluindo nosso estudo. Provamos que Jesus não se restringiu a só revogar os rituais e sacrifícios. Provamos que não distorcemos as narrativas da Bíblia à nossa conveniência, como tanto nos acusam. São elas exatamente que nos dão uma base sólida para afirmar com absoluta certeza que:
  1. o cumprimento da lei e dos profetas que Jesus se refere no Evangelho é com relação às profecias contidas nas Escrituras sobre Ele mesmo;
  2. que somente tem como ser cumprido da Lei: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
  3. que nunca disse para seguirmos toda a Lei, aqui entendida como todo o Pentateuco.
Agora podemos responder ao questionamento: O Antigo Testamento foi revogado por Jesus? Sim, sem nenhuma sombra de dúvida.
Por isso não nos sentimos na obrigação de cumprir nada do que consta no Antigo Testamento, até mesmo por sermos coerentes com o que pensamos.
São as conclusões que chegamos. Entretanto não há como obrigar ninguém a pensar como nós. A única coisa que pedimos é que deixem de se apegar em demasia aos velhos ensinamentos como se eles fossem verdadeiros. A Terra já não é mais o centro do Universo, visto que o homem percebendo a ignorância de tal afirmativa, finalmente, aceitou a voz da Ciência. Além do que muitas coisas não foram mudadas para que se pudesse conservar o domínio sobre o povo que as cúpulas religiosas queriam manter a todo custo. Ainda hoje encontramos as que buscam conseguir o “poder” e o “dinheiro” com os quais subjugam todos os seus profitentes.
Paulo da Silva Neto Sobrinho
Jun/2001.
Bibliografia:
- Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible/Texto bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto. São Paulo, Mundo Cristão, 1994.
- Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, São Paulo, 1989, 68ª Edição.
- Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1989, 8ª Edição.
- Novo Testamento, LEB – Edições Loyola, São Paulo, 1984.
Nota: Na página seguinte colocamos a resposta que nos foi enviada pela pessoa que nos fez o questionamento.
A Resposta ao Texto: O Antigo Testamento foi revogado por Jesus?
Gostaria de deixar claro que espero com esse texto, bom senso e imparcialidade de religiões.
Primeiro falarei da parábola, que você interpretou errado. A parábola não fala nada de revogar o Antigo Testamento, e nada dessas interpretações absurdas que você escreve. FALA SIM QUE ENQUANTO O PRÓPRIO DEUS (Jesus é o Deus que se fez carne, o ungido de Deus, aquele a quem Deus confiou tudo, não para acabar com tudo, mas para cumprir tudo) ESTAVA COM ELES, eles tinham que ficar alegres, exultarem ao ver sua grande luz, e não afligir suas almas. E quando lhes fosse tirada a luz, então jejuariam. Ora você trata o jejum como se Jesus tivesse abolido o jejum. Nesta passagem e em Mateus 6, 16-18, Ele até ensina como o povo deve jejuar. POR FAVOR, LEIA E REFLITA. LEIA AS PALAVRAS NO CONTEXTO INTERNO E NÃO ACREDITE EM QUALQUER NOTA DE RODAPÉ.
A seguir comento suas observações:
Lucas 10, 25a 28 – Amar a Deus, não é simplesmente dizer que o ama. É cumprir em verdade e alegria, tudo o que foi mandado por Ele. Leia Mateus 19, 16 a 20, e verá que amar a Deus é seguir o que Ele disse, DEUS não proibiu à-toa o Espiritismo, você vai ver mais na frente. Numa página que aconselhei.
Lucas 16, 16a 18 – Mas uma vez você manipulou as palavras. É mentiroso o que você afirma que o Antigo Testamento serviu só para cumprir a vinda de Jesus. Me fale onde e quando Jesus quis dizer isso. Rituais e sacrifícios foram abolidos, a lei não. A lei foi explicada no seu contexto certo por Jesus. Você tem que entender que um povo que depois de ver prodígios, constrói um bezerro de ouro para o adorar, não compreenderia as palavras de Jesus. Como deus disse: atentei para este povo (Israel) e eis que era povo obstinado de coração – o que Jesus quis explicar, ele explicou, o que quis mudar mudou. Se ele não apoiou e nem comentou a comunicação com os mortos (se percebe nos cultos cristãos depois da morte de Jesus, que os apóstolos nem de longe coisas parecidas com cultos espíritas, e nem eram médiuns), e porque é abominação ao senhor.
A lei era falha, mas Jesus a completou. O que tinha que ser mudado mudou. o que tinha que ser anulado anulou. Mas não a conversa com mortos, a mediunidade (necromancia) médiuns = necromantes.
Ora, o Espiritismo fala que a revelação dos espíritos é mais importante que a Bíblia. Sai disso meu amigo Paulo. Sai disso.
Se você não acredita que Deus falou a Moisés, eu sinto muito, mas aí começou o projeto de Deus. Se foi um anjo, ou Deus eu não sei. Sei que o Espírito Santo quando eu era ateu me tocou, no que eu lesse a Bíblia que antes tinha como nojo. E ele me tocou a começar exatamente pelo AT. E eu sei que aquela lei não é perfeita, mas é a lei de Deus. E claro que não vou apedrejar ninguém, sei que Jesus a fez ficar perfeita. Por favor, entre nessa página de um ex-satanista que presenciou visões e coisas semelhantes as minhas. Se quiserdes saber minha história pergunte na resposta, mas eu só aceito resposta depois que você tiver entrado nessa página que te esclarecerá.