sábado, 9 de julho de 2016

NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS

NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS



A Doutrina Espírita ensina que o ser humano, durante seu período existencial, possui a necessidade de redirecionar seus passos, afim de corrigir suas atitudes, dentre elas, o hábito de julgar e muitas vezes apontar os defeitos do outro ou ainda condená-los pelos erros cometidos.

Ainda segundo a Doutrina, para que esse ato possa ser evitado é necessário o exercício do perdão tanto para com o próximo quanto para si mesmo, além de ficar atento às próprias atitudes, considerando-se "no lugar" da outra pessoa, refletindo: "Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?"

Segundo a educadora, pedagoga e psicóloga Arlete Corrêa "O ato de julgar vem da ignorância em não nos conhecermos, consequentemente, por não entendermos o que Jesus quis dizer com a frase: ´tirai primeiro o argueiro do teu olho e então, depois, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão´", afirma.

Em entrevista à reportagem da Rádio Boa Nova, Arlete Corrêa falou sobre o hábito do pré-julgamento que grande parte da população mantém, acreditando possuir esse direito.


RBN – Por que ainda julgamos?

Arlete Corrêa – Por falta de dar atenção e tempo as nossas próprias deficiências. Em nossa condição evolutiva diante das dificuldades diárias, tendemos sempre a estabelecer opiniões e comparações, muitas vezes fazendo julgamentos precipitados dos fatos, sem ouvirmos os dois lados, sem analisarmos o contexto e a situação e, nestes casos há sempre grandes possibilidades de equivocar-nos com a atitude do outro equivocadamente.


O que a frase “Não julgueis para não serdes julgados” significa dentro do contexto evolutivo da humanidade?

Certamente, Jesus queria reiterar seu ensinamento de amor ao próximo como base da verdadeira justiça, ou seja, desejai para os outros o que desejas para vós mesmos, lembrando-nos que com o juízo que julgamos seremos julgados e que com a medida que usarmos para medirmos as atitudes do outro, seremos medidos.


A crítica oferece condições de auxiliar a pessoa criticada?

A análise do erro é sempre uma necessidade quando usada para auxiliar, para corrigir, para educar, neste sentido apontar o erro é contribuição para construção do Ser moral, psicológico e espiritual. Porém, esta análise deve estar isenta das perversas intenções de dominação do ego que estão distantes da lei do amor e da caridade porém lembremos que temos facilidade em julgar o outro, afinal olhar o problema de fora o torna sempre mais tranqüilo. Entretanto, precisamos aprender a observar nossos próprios defeitos antes de apontarmos o defeito alheio.


É possível evitar o hábito de julgar o próximo?

Ao estabelecermos um julgamento, devemos antes de tudo, colocarmo-nos no lugar do réu: se já passamos por igual situação, ao invés de lançar a crítica, talvez possamos auxiliá-lo com nossa experiência, caso contrário, é melhor calar para não cairmos nos sérios riscos de cometer uma injustiça com o outro e conosco mesmo quando agimos assim.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo X, os espíritos esclarecem: “antes de reprovar a falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada”, isto quer dizer, que devemos em primeiro lugar verificar nossa condição moral em relação ao erro cometido pelo outro: como teríamos agido em seu lugar? Temos conduta adequada para orientá-lo no equívoco?


Antes de julgar, reflita:
Você conhece toda a história desta pessoa?
Você sabe o que ela passou durante toda a vida dela?
Você tem ideia do que fez com que ela se tornasse quem é hoje?

De acordo com os pesquisadores dos evangelhos, João, um dos apóstolos de Jesus, ele relata em seus escritos que os escribas e os fariseus trouxeram para o mestre da Galiléia, uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, disseram a Jesus:

"Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério; - ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?"- Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar.

Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. - Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: "Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra." - Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão.

- Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.

Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: "Mulher, onde estão os que te acusaram? Ninguém te condenou?" -

Ela respondeu: "Não, Senhor." Disse-lhe Jesus: "Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar." (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)

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