segunda-feira, 4 de julho de 2016

Bem-aventurados os que têm fechados os olhos

Bem-aventurados os que têm fechados os olhos

• O estudo desta noite fecha o capítulo VIII do Evangelho segundo o Espiritismo, intitulado bem-aventurados os que têm puro o coração. • Especificamente os itens 20 e 21, na parte das Instruções dos Espíritos. • Mostra uma pessoa cega que procurou um (a) médium para evocar Vianney para que este a curasse. A data – Paris, 1863. • Um padre francês, sendo mais conhecido por Cura de Ars, vigário da cidade chamada Ars (interior da França) posteriormente canonizado pela Igreja Católica. • João Maria Vianney comparece com uma intitulada “Bem-aventurados os que têm fechados os olhos”, onde demonstra a humildade de que se revestia, o conceito que tinha das dores sobre a face da Terra. • Esta frase não pertence ao maravilhoso sermão da montanha, proferido pelo Mestre Jesus. • Ela foi utilizada como título destes itens. • João Maria Batista Vianney sem dúvida alguma se tornou o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes" • João Maria Vianney nasceu em 1786 na França. • Desde os quatro anos, ele gostava de frequentar a Igreja. • Sua instrução foi precária, pois passou a infância em pleno Terror da Revolução Francesa, com os sacerdotes perseguidos e as escolas fechadas. • Só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia, escola que frequentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar no campo. • Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional. • Foi na escola que se tornou amigo de um padre, e aos poucos foi crescendo nele o desejo de se tornar sacerdote. • Foi necessário muita insistência, pois o pai, de forma alguma, desejava dispensar braços fortes de que a terra necessitava. • Aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário onde os obstáculos existiam por causa de sua falta de instrução. • Sabia ler, mas escrevia e falava francês muito mal. Além de aprimorar a língua pátria, precisou aprender latim, pois na época os estudos para o sacerdócio eram feitos em latim, bem assim toda a celebração litúrgica. • Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos. • Entretanto era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo. • Em 1815, foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. • Durante o seu aprendizado perceberam que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. • Foi então designado vigário geral na cidade de Ars. • Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos não praticantes e afamados pela violência, onde não havia pobres, só miseráveis. • Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. • Conta-se que encontrou um pequeno pastor a quem pediu que lhe indicasse o caminho. • A conversa foi difícil, pois o menino não falava francês e o dialeto de Ars diferia. • Mas acabaram por se compreenderem. • A tradição narra que o novo pároco teria dito ao garoto: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu.” Um pequeno monumento de bronze à entrada da aldeia lembra esse encontro. • Ele mesmo preparava suas refeições. Apenas dois pratos: umas vezes, batatas, que punha para secar ao ar livre. Outras vezes, "mata-fomes", grandes bolos de farinha de trigo escura. Um pouco de pão e água. • Quando lhe davam pão branco, trocava pelo escuro e distribuía o primeiro aos pobres. • Dizia: "Tenho um bom físico. Depois de comer não importa o quê e de dormir duas horas, estou pronto para recomeçar." • O que mais ele valorizava era a caridade e a gentileza. • Grandes somas ele dispendia auxiliando os seus paroquianos. Dinheiro que vinha da pequena herança de seu pai e de doações de pessoas abastadas, a quem ele sensibilizava pela palavra e dedicação. • A capela estava sempre vazia, então o padre Vianney se colocava diante do altar singelo e fazia o que mais amava fazer: orava. • Ele pedia a Deus, com fervor, que lhe inspirasse um jeito de despertar nos corações endurecidos de Ars, um desejo sincero de voltar-se para as coisas divinas, pelo menos um dia na semana. • E logo lhe veio a ideia de ir visitar as pessoas em seus lares, antes que saíssem para o trabalho, e lhes contar histórias de santos, de pessoas que tiveram vida exemplar. • Foi assim que em poucos anos os cabarés estavam vazios e a capela precisou ser ampliada para acolher os novos fiéis, que agora vinham até das localidades vizinhas para visitar aquele padre humano, sensível e terno, que sabia entender as misérias humanas e consolar os aflitos. • Além disso, ele curava os doentes com apenas um aperto de mão... • Não era orador, não falava com eloquência, nas homilias perdia o fio da meada, atrapalhava-se, outras vezes não sabia como acabá-las cortava a frase e descia do púlpito acabrunhado. • No confessionário, porém, estava sua maior atuação pelo mistério da Providência Divina. No aconselhamento das pessoas falava do bom Deus de forma tão amorosa que todos saiam reconfortados. Não sabia usar palavras bonitas, ideias geniais, buscava termos do quotidiano das pessoas. • Tanto trabalhos, tantas privações em alimentação e repouso, levaram-no a uma debilidade física muito grande. • Em 1859, aos 73 anos, desencarnou. • Dois dias antes, já bastante debilitado fora visto a chorar. Perguntaram-lhe se estava muito cansado. • "Oh, não", respondeu. "Choro pensando na grande bondade de Nosso Senhor em vir visitar-nos nos últimos momentos." • O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. • Vamos pegar alguns trechos desta comunicação e observar os ensinamentos deste Espírito. • Vianney atendeu ao chamado e disse: ler • Vianney deixa claro que as curas que realizava só eram possíveis porque Deus permitia. • Muitos não conseguem obter a cura, e acabam achando que o curador é um charlatão. • Na verdade, é que Deus não permitiu. Porque Ele sabe o que é melhor para nós. • O médium curador é apenas um instrumento de Deus. • Essas pessoas, geralmente, querem dos Espíritos um milagre, como fez a cega que buscou a médium para evocar Vianney. • Por isso muitos fogem, querendo um “milagre” que não precise fazer o sacrifício de engolir o remédio da abstinência dos vícios, dos erros, das falhas morais. • “Não há doença, há doente”. • A Terra é um planeta que ainda abriga Espíritos rebeldes à lei de Deus. Portanto, são Espíritos doentes (da alma). • Quando tivermos o coração livre das impurezas, não haverá mais doenças no corpo físico. • Cada encarnação é como um filme mudam os cenários, mas o enredo é sempre o mesmo: começamos a vida como “mocinhos”, dispostos a mudar o mundo e, geralmente, terminamos como “bandidos”, comprometidos por vícios e mazelas. • No segundo parágrafo, ele escreve que “os que estão privados da vista deviam considerar-se como os bem-aventurados da expiação. Lembrai-vos de que o Cristo disse que era necessário arrancar o vosso olho, se ele fosse mau, e que mais valia atirá-lo ao fogo que ser a causa da vossa perdição.” • E explica que os privados da visão têm a chance de viver a vida das almas, a vida espiritual, podendo ver mais do que quem tem a boa visão. • Conclama a jovem cega, motivo de sua evocação nessa reunião mediúnica, a esperar e ter coragem, na provação. • Confiar em “Deus, que fez a felicidade e permite a tristeza”, prometendo-lhe fazer tudo o que puder em seu favor, mas, pede-lhe que ore e, sobretudo, pense em tudo o que acabou de dizer. • Kardec esclarece após a comunicação, que sempre que uma aflição não tem causa na vida presente, podemos saber que ela está em uma vida passada, em função de justiça divina, que não age, arbitrariamente, havendo sempre correlação entre a falta e a pena, visto que o objetivo dessa última é sempre a reeducação de quem errou. • Assim, as causas da perda da visão podem ser: sua vista foi causa de sua queda; ele provocou a perda da vista de alguém, por feri-lo, ou por obrigá-lo a excesso de trabalho, ou em consequência de maus tratos, de falta de cuidados, etc . • Ainda não sabemos o que é melhor para nós. Pela nossa imaturidade espiritual, queremos sempre nos livrar das coisas que nos são desagradáveis, ou dolorosas. • Façamos a nossa parte, procuremos a medicina, façamos o tratamento, aceitemos o que não pode ser corrigido, procurando sempre tirar dessas situações o melhor proveito para nosso próprio benefício, aprendendo e fazendo nosso crescimento espiritual. • O atendimento fraterno, uma consolação, papel tão precioso que a doutrina espírita tem! • Com base nos ensinamentos espíritas, o atendimento fraterno abre amplas perspectivas para quem o procura, mostrando-lhe um roteiro de libertação e de paz, com o entendimento de que o sucesso depende dele, que deve promover, desde logo, o processo de reformulação interior. • O trabalho não se propõe a solucionar os problemas que lhes sejam apresentados, mas a sugerir caminhos para a reabilitação.

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