segunda-feira, 4 de julho de 2016

Bem-aventurados os que têm os olhos fechados

Bem-aventurados os que têm os olhos fechados

“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VIII itens 20 e 21

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Adriana Barreiros
Rio de Janeiro
20/02/2002

Dirigente do Estudo:

Jailton Pinheiro

Mensagem Introdutória:

NEM TODOS OS AFLITOS

A provação é um desafio que poucos suportam, lição que raros aprendem.

Depois de regulares períodos de paz e ordem, a alma é visitada pela provação que, em nome da Sabedoria Divina, lhe afere os valores e conquistas.

Raros, porém, são aqueles que a recebem dignamente

O impulsivo, quase sempre, converte-a em falta grave.

O impaciente faz dela a escura paisagem do desespero, onde perde as melhores oportunidades de servir.

O triste desvaloriza-lhe as sugestões e dorme sobre as probabilidades de auto-superação, em longas e pesadas horas de choro e desalento.

O ingrato transforma-a em calhau com que apedreja o nome e o serviço de companheiros e vizinhos.

O indiferente foge-lhe aos avisos como quem escapa impensadamente da orientadora que lhe renovaria os destinos.

O leviano esquece-lhe os ensinamentos e perde o ensejo de elevar-se, por sua influência, a planos mais altos.

O espírito prudente, entretanto, recebe a provação qual o oleiro que encontra no fogo o único recurso para imprimir Se a tempestade purifica a atmosfera e se o fel, por vezes, é o exclusivo medicamento da cura, a provação é a porta de acesso ao engrandecimento espiritual.

Só aqueles que a recebem por esmeril renovador conseguem extrair-lhe as preciosidades.

É por isso que nem todos os aflitos podem ser bem-aventurados, de vez que, somente aproveitando a dor para a materialização consistente de nossos ideais e de nossos sonhos, é que se nos fará possível encontrar a alegria triunfante do aprimoramento em nós mesmos, a que somos todos chamados pela vida comum, nas lutas de cada dia.

Emmanuel

Do Livro: Reconforto
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: GEEM

Oração Inicial:

<Wania> boa noite, amigos!

Buscando sempre o amparo do Mestre Jesus, da espiritualidade ammiga e sobretudo de Deus, iniciamos a atividade dessa noite.

Jesus amigo, rogamos ao Teu coração amigo que nos sustente no decorrer do estudo da noite.

Que as Tuas vibrações de paz, possam ser sentidas nos nossos corações.

Que a Tua luz, nos oriente.

Intua a amiga Adriana, que falará aos nossos corações, conduzindo os nossos pensamentos, trazendo material para que possamos refletir.

Que seja em Teu nome , em nome de Cairbar Schutel e em nome de Deus, que possamos considerar iniciada a reunião da noite.

Que assim seja!

Exposição:

<Adriana Barreiros> Primeiramente boa noite a todos os presentes. É muito bom estar aqui com vocês para estudarmos o Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita!

Nosso estudo desta noite fecha o capítulo VIII do Evangelho segundo o Espiritismo, entitulado bem-aventurados os que tem puro o coração. Especificamente os itens 20 e 21, na parte das Instruções dos Espíritos, Bem-aventurados os que têm fechados os olhos. Esta frase não pertence ao maravilhoso sermão da montanha, proferido pelo Mestre Jesus. Ela foi utilizada como título destes itens, que abrangem uma comunicação dada com relação a uma pessoa cega, a cujo favor se evocara o Espírito de Jean Baptiste Marie Vianney (também conhecido como Curé D'ars ), um padre francês, posteriormente canonizado pela Igreja Católica, conhecido por seus dons “supernaturais”. Através da imposição das mãos, faculdade considerada muito rara, excepcional (segundo a Gênese), ele devolvia a visão a cegos.

Vamos pegar alguns trechos desta comunicação e observar os ensinamentos deste Espírito.

“Não se faz milagre sem que Deus o queira. Todas as curas que tenho podido obter e que vos foram assinaladas não as atribuais senão àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, volvei sempre para o céu o olhar e dizei do fundo do coração: Meu Pai, cura-me, mas fazei que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve ao teu seio, com a brancura que possuía quando a criaste. Após essa prece, meus amigos, que o bom Deus ouvirá sempre, dadas vos serão as forças e a coragem e, quiçá, também a cura que apenas timidamente pedistes, em recompensa da vossa abnegação.”

Amigos, que lição tão bela, não é?

Primeiramente porque percebemos a humildade de quem se coloca na posição de um servo do Pai, dando à Ele todos os méritos da concessão da benção da cura. Ensina a dirigirmo-nos à Ele, e não a nenhum “santo” (lembrem-se, ele foi canonizado), para pedir a cura.

Em segundo lugar, porque ele nos ensina que, as limitações encarnatórias são uma conseqüência da enfermidade no espírito, pois ele diz para orarmos assim: fazei que minha alma enferma se cure antes.

Ora, Deus é infinitamente justo e bom! Jamais nos teria dado, em primeiro lugar, a doença, se elas não tivesse o propósito de aprimoramento de nossos espíritos. Se há doença no corpo, há enfermidade no espírito. Não foi uma punição arbitrária. Deus educa seus filhos concedendo-nos a possibilidade do resgate.

Adiante, ele diz: Lembrai-vos de que o Cristo disse convir que arrancásseis o vosso olho se fosse mau, e que mais valeria lançá-lo ao fogo, do que deixar se tornasse causa da vossa condenação.

Quantos de nós não falimos pela saúde perfeita, não é, amigos? Fazemos uso do corpo saudável para gerar a dor alheia! Muitas vezes as expiações que vivemos hoje, em nossas vidas, partem desta premissa. Em avaliações para a próxima encarnação, os bons espíritos nos fizeram perceber o que em nós gerou a dor alheia, a nossa queda, obviamente. Então, os que conseguiram ser esclarecidos, até concordam com as limitações físicas, com o fim de impedir-lhe nova queda, e o planejamento reencarnatório traz estas limitações ou doenças, com o aval do próprio Espírito. O véu do esquecimento não nos permite lembrar disso, mas, há nossa participação neste processo de escolha das provas, como vemos na pergunta 258, do Livro dos Espíritos:

258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e revisão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? “Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”

- Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo? “Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o universo. Ide agora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das conseqüências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.”
Finalizando sua comunicação, Vianney consola a mulher sofredora com palavras de ânimo, confiança no Pai. Recomenda-lhe a oração e a pensar em tudo que lhe foi dito naquela noite! Um atendimento fraterno, uma consolação, papel tão precioso que a doutrina espírita tem! Consolar o sofredor, dando-lhe a visão da vida mais ampla, da realidade da pré-existência e pós-existência do espírito; de que em tudo há um porquê.

A maioria das casa espíritas oferece o serviço de atendimento fraterno. Com base nos ensinamentos espíritas, o atendimento fraterno abre amplas perspectivas para quem o procura, mostrando-lhe um roteiro de libertação e de paz, com o entendimento de que o sucesso depende dele, que deve promover, desde logo, o processo de reformulação interior. O trabalho não se propõe a solucionar os problemas que lhes sejam apresentados, mas a sugerir caminhos para a reabilitação

As recomendações que nós fazemos no serviço de atendimento fraterno do irc-espiritismo, caminham ao lado dos que este bondoso espírito fez à mulher sofredora. A oração, seja só ou reunidos em família, no evangelho no lar; o estudo da doutrina, pensando, refletido suas questões à luz da mesma, tanto no lar, quanto na casa espírita; o passe, reequilibrando as energias e fortalecendo a alma; o trabalho no bem.

Nosso trabalho funciona tanto por e-mail, onde recebemos os pedidos de conforto e esclarecimento, quanto através do canal #espiritismo_atendimento, às terças, 22:00, onde uma equipe de operadores treinados acolhem os usuários e, através de uma conversa fraterna, procuram transmitir o consolo e esclarecimento para suas aflições.

Agradeço mais uma vez a oportunidade e espero ter contribuído para que a Doutrina de Kardec seja cada vez mais guardadas em nossos corações, em nossas almas.

Perguntas/Respostas:

[01] <Milia> É muito difícil a conformação com o sofrimento.

<Adriana Barreiros> o entendimento é um passo para a conformação, vc não acha? Por isso é importante a conscientização através da doutrina espírita. Ela nos consola porque nos esclarece. Nos faz entender que aquilo que sofremos hoje tem um porque, e este porquê é o nosso crescimento. Os benefícios que tiraremos daquela vivência serão importantes em nossa caminhada.

Oração Final:

<jaja> Senhor Jesus, Mestre amigo!
É sempre bom poder ouvir teus belos ensinamentos. Vieste a esse mundo, em carne, Há dois mil anos e, cada minuto daquela sua existência foi um ato de amor e ensinamento para nós, e suas palavras ainda estão nos ensinando, hoje, o que mostra a amplitude de teu ser. Obrigado, senhor! Muito obrigado por nos dar todos os dias a oportunidade de rever nossas faltas, de aliviarmos nosso fardo, de crescermos mais e mais, sempre para frente e para o alto. Então, senhor, abençoe aqueles que estiveram aqui esta noite. Encarnados e desencarnados. Abençoe nossa amiga Adriana e a todos aqueles que coordenam este trabalho de auxílio espiritual pela Internet. E que em teu nome, em nome de Cairbar Schutel, nosso mentor espiritual, possamos dar por encerrados a nossa noite de estudos em torno do Evangelho Segundo o Espiritismo. Que Que assim seja! Graças a Deus!

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