sábado, 24 de novembro de 2012

Corpus Christi na visão de Divaldo Franco

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Corpus Christi

Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre da internet, trata-se de uma solenidade da Igreja Católica,  instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula “Transiturus” de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. O objetivo é realçar a presença real do "Cristo" no pão consagrado, reportando-se às palavras de Jesus anotadas por João: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comerdeste pão viverá eternamente” (6:51); e ... “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” (6:53).

Para nós espíritas Corpus Christi é apenas mais um feriado, sem significado religioso. Mas das anotações do evangelista podemos fazer algumas reflexões. Comer ou beber significa alimentar-se. Há alimento do corpo e também há alimento da alma. Quando Jesus dizia que era o pão, referia-se aos conhecimentos e aos exemplos que trazia para a Humanidade. Querer comê-lo implica no esforço da nossa parte para buscar esses ensinamentos, entendê-los e praticá-los. Se alimentamos o corpo várias vezes por dia, muito mais importante é cuidarmos da alma de forma permanente. palavra e mesmo pensamento serem direcionados pelos ensinamentos de Jesus.

Só assim teremos a vida eterna, representando a felicidade decorrente da prática correta do Bem, a essência da Lei Divina. Nesse sentido, pa rece mais adequado nos referirmos a um “Spiritus Christi”, que sugere nos animarmos do espírito cristão. 

Transubstanciação


Transubstanciação

José Reis Chaves
Eucaristia é o dogma do corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo. Já os Mistérios das antigas religiões egípcias, persas, gregas, romanas, judaicas e outras realizavam ágapes ou ceias com base no trigo (pão) aliado à água ou vinho, ou a ambos, simbolizando fraternidade. E os judeus, na sua Páscoa, ainda comem, ritualisticamente, o "matzot" (pão ázimo). Isso teria ajudado a transformar a ceia de Jesus na missa?
Ao dizer Jesus: "Isto é meu corpo" e "Isto é meu sangue", fê-lo simbolicamente. Também à Samaritana Ele prometeu uma água viva, e com a qual ela não teria mais sede, mas a água aqui, também, era simbólica. Jesus é nosso modelo. E se Ele, no caso da ceia, determinou que nos lembrássemos Dele, fazendo o que Ele fez, logo, quando o celebrante diz "Isto é meu corpo" e "Isto é meu sangue", está se referindo também ao seu próprio corpo e ao seu próprio sangue. Mas a missa acabou transformando-se num meio de os sacerdotes ganharem dinheiro, prestígio e de, egoisticamente, se colocarem acima dos fiéis. Já ouvi alguns padres dizerem que eles são superiores aos anjos e à Mãe de Jesus, pois que só eles podem transformar, respectivamente, o pão e o vinho no corpo e sangue de Jesus! E, como os teólogos divinizaram o Nazareno, isso significa que os padres teriam o poder de recriarem o próprio Deus nas missas! Foi Stº Tomás de Aquino que, com sua escolástica, idealizou a doutrina da Transubstanciação, segundo a qual as substâncias do pão e do vinho, depois de consagrados, deixam de existir, ficando apenas os acidentes das substâncias (forma, peso, cor, sabor, cheiro etc.), as quais se transformariam nas substâncias do corpo e sangue reais de Jesus. Mas os acidentes não podem existir sem as substâncias do pão e do vinho! E para a ciência moderna, a substância (energia) é essencialmente idêntica aos seus acidentes (matéria)!
Teólogos do Concílio de Trento (1545 a 1563) tentaram instituir a Consubstanciação, ou seja, a existência somente metafísica (espiritual) do corpo e do sangue de Jesus ao lado do pão e do vinho consagrados, mas eles não o conseguiram. Respeitemos a Eucaristia. Mas é com o respaldo da ciência que os protestantes e espíritas apenas a aceitam simbolicamente, e proclamam que o centro do Cristianismo não é a Transubstanciação ou a Eucaristia, como o afirmam os padres, mas Jesus Cristo, a única e verdadeira Pedra Angular da sua Igreja!
Autor de "Quando Chega a Verdade" (Ed.Martin Claret).

“CORPUS CHRISTI”



“CORPUS CHRISTI”

Corpus Christi uma festividade inerente a Igreja católica, instituída em 1264, ou a respectiva oitava, tinha como fundamento numa revelação obtida pela freira Juliana de Liége. Diante desta revelação teve inicio a evolução da doutrina conhecida nos dias de hoje como “Eucaristia”. Uma palavra de derivação grega eucharistía, e do latim eucharistia um dos sete sacramentos da Igreja católica, no qual, segundo a crença. Jesus Cristo se acha presente, sob as aparências do pão e do vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade. Senhores este é mais um dos muitos dogmas da religião católica, visto que Jesus apesar de ser um Espírito Puro não tem divindade, pois a divindade é exclusividade do Pai Maior, Deus, Todo Poderoso. Representa o ato central do culto cristão, missa, banquete sagrada, comunhão, ceia e memorial do Senhor, pão dos anjos, pão da alma, as espécies consagradas, o ato de dar graças. São essas as sinonímias que levaram a consagração do dia de “Corpus Christi”.

Em 1414, no Concílio de Constança estabelece a proibição de que se dê, aos leigos, o Cálice na Santa Ceia, Achamos estranho que um papa crie a “Eucaristia” e anos depois num Concílio haja proibição de dar a comunhão no Cálice da Santa Ceia. O fiel católico romano diante desse fato passou a comungar de uma mesma maneira ou numa só espécie: a hóstia, simulacro do pão. No citado Concílio, o padre João Huss, por discordar do Papa, foi transformado num herege e conduzido a fogueira. Achamos estanho que uma data festiva pela Igreja Católica seja enlameada 150 anos depois, e por uma discórdia de um membro da igreja, o mesmo tenha sido considerado herege, e morto na fogueira. Onde fica o amor, o perdão e os ensinamentos deixados por Jesus? Na realidade os membros da religião do mais alto escalão não aceitavam contestações de nenhuma forma que eram considerados hereges, excomungados e queimados na fogueira.

Algumas cidades brasileiras comemoram a data enfeitando as ruas com um belíssimo tapete feito na noite que antecede o dia da festa da “Eucaristia. É também uma expressão latina que significa Corpo de Cristo, festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo. A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo."

É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395). Falando em Santíssima Trindade é mais um dogma da religião católica. Em 325, no Concílio de Nicéia, hoje uma cidade da Turquia, 318 bispos se reuniram para debater as mais diversificadas questões concernentes à igreja, tais como o dogma da Trindade, o Credo dos Apóstolos e a expulsão do primeiro herege de peso, Ário de Alexandria. (Jeová Mendes). Percorrendo as ondas tortuosas da Internet fomos acalhar no site da Wikipédia, um site muito rico, bem feito e confiável. Lá encontramos a seguinte observação: “A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. A Igreja Católica Igreja sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

Alguns senões já foram inseridos nessa matéria em seu inicio. O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliano de Mont Cornillon (Juliana de Liége), que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta à história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir à peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sanguíneos e as toalhas do altar sem, no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo.

Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor. As visões de Juliana de Liége, bem como as suas declarações coadunam com que diz a Doutrina Espírita (manifestação mediúnica). A festa de Corpus Christi foi decretada em 1264 como já citado várias vezes aqui nessa matéria. O decreto de Urbano teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida.

Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350. A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo... Isto é o meu sangue... Fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Corpus Christi comemora-se 60 dias após a páscoa. Como todos podem ver é uma data muito complicada e que merece um estudo mais apurado para se ter um certeza da sua criação e comemoração.

Pentecoste vem do grego pentekosté e do latim pentecoste uma festa católica celebrada 50 dias depois da Páscoa em comemoração a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. Não queremos formar opinião a respeito da crença de algumas religiões, mas muitas celebrações da religião em apreço nada mais são do que dogmas criados por seres humanos imperfeitos como nós e que vem passando por tradição de ano a ano, de década a década e de séculos por séculos. A fé é inerente ao ser humano e ela tem uma força espiritual muito grande. Não devemos jamais condenar a fé de ninguém, mas colocar a disposição dos curiosos de como surgiram certas comemorações religiosas. Pense nisso! A verdade só a Deus pertence.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AVESP E DA AOUVIRCE

CORPUS CHRISTI - comemoração católica


Como começou a comemoração de Corpus Christi pelos católicos?
Segundo narração católica, uma garota chamada Juliana que nasceu em Liège em 1192, interna de um convento das agostinianas em Mont Cornillon, aos 17 anos começou a ter 'visões'. O Papa Urbano recebeu o segredo das visões. Uma das visões retratava um disco lunar dentro do qual havia uma parte escura. Istofoi interpretado como sendo uma ausência de uma festa eucarística no calendário litúrgico para agradecer o sacramento da Eucaristia. Então, Corpus Christi tornou-se um feriado católico cuja finalidade é para agradecer a presença "real" de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia. A hóstia, acreditam eles, ser o próprio corpo do Cristo (Corpus Christi em latim), e o vinho o sangue.
Mas, o que é Eucaristia?
É um ritual que reproduz a última ceia, onde Jesus disse: "Este é o meu corpo . . . isto é o meu sangue . . . fazei isto em memória de mim", com o intenção de promover a comunhão (comum-união) entre os católicos e Jesus. Tal ritual acontece durante as missas quando o padre distribui o hóstia e toma um gole de vinho.
Onde começou a procissão de Corpus Christi com as ruas enfeitadas?
Os protestantes da Reforma de Lutero, negavam a presença real de Cristo na Eucaristia. Por isso, o catolicismo fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística nas ruas das cidades, como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia. Tornou-se, então, uma disputa entre católicos e protestantes, esquecendo assim o verdadeiro sentido do cristianismo. Por isso, vemos os católicos enfeitarem as ruas nesta data.


E para os espíritas, o que significa a frase: "Este é o meu corpo . . . isto é o meu sangue . . . fazei isto em memória de mim"?
Jesus, na última refeição que fez com os apóstolos, tomou de um pão, deu graças e repartiu entre eles, dizendo ser (simbolicamente) o "seu corpo" (o corpo da sua doutrina: o pão espiritual) oferecido para eles. Da mesma maneira Jesus fez com o cálice de vinho, dizendo ser (simbolicamente) seu sangue (o sacrifício que Ele se submeteria para beneficiá-los). E pediu: "façam isto em memória de mim."
Para nós espíritas, Jesus pediu para que os apóstolos (do cristianismo), em qualquer época, de qualquer religião, compartilhassem uns com os outros o pão de sua doutrina que é o pão espiritual: O AMOR, ou melhor, o pão de cada dia, seja ele o pão de trigo, o pão do espírito, o pão da dor ou da alegria. Enfim, que doassem e se doassem, com sacrifício, derramando sangue, se preciso fosse, assim como Ele fez por nós. Ele fez este pedido porque sabia que sua doutrina (o cristianismo) não seria de fácil aceitação, por isso concluiu nesta mesma ceia: "se me perseguiram, também perseguirão a vós outros." Tanto que seus apóstolos foram perseguidos e mortos barbaramente. Exemplo: Pedro foi crucificado de cabeça para baixo; os cristãos novos morreram nas arenas comidos por leões. E Jesus conclui pedindo que fizessem isto em memória Dele, ou seja, para que Seus ensinamentos não ficassem esquecidos.
O que podemos fazer para que os ensinamentos cristãos não fiquem esquecidos?
Ressuscitando Jesus em nossas atitudes e palavras e não apenas reproduzindo Seus gestos e palavras. Afinal, foi Ele que nos ensinou que: "A fé sem obras (úteis) é morta."

Texto de Rudymara

A Eucaristia para o Espiritismo


O QUE SE COMEMORA NO FERIADO DE CORPUS CHRISTI?

Como começou a comemoração de Corpus Christi? Segundo narração católica, uma garota chamada Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, começou a ter 'visões'. O Papa Urbano recebeu o segredo das visões da freira. Uma das visões, retratava um disco lunar dentro do qual havia uma parte escura. Isto foi interpretado como sendo uma ausência de uma festa eucarística no calendário litúrgico para agradecer o sacramento da Eucaristia. Então, a festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula 'Transiturus' de 11 de agosto de 1264, 6 anos após a morte da irmã em 1258, com 66 anos. Juliana foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII. E a festa era para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. O Papa Urbano tornou mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer. Nesta data os católicos comemoram a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia. Mas, o que é Eucaristia?Eucaristia é uma palavra grega, cujo significado é "reconhecimento", "ação de graças", é uma celebração em memória da morte sacrificial e ressurreição de Jesus Cristo. Também é denominada "comunhão", "ceia do Senhor". É um ritual que reproduz a última ceia, onde Jesus disse: "Este é o meu corpo . . . isto é o meu sangue . . . fazei isto em memória de mim", com o intenção da comunhão (comum-união) entre os católicos e Jesus. A hóstia, acreditam eles, ser o próprio corpo do Cristo (Corpus Christi em latim), e o vinho o sangue.
Mas, os protestantes da Reforma de Lutero, negavam a presença real de Cristo na Eucaristia. Por isso, o catolicismo fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística nas ruas das cidades, como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia. Tornou-se, então, uma disputa entre católicos e protestantes.
Então, o que significa, para os espíritas, a frase: "Este é o meu corpo . . . isto é o meu sangue . . . fazei isto em memória de mim"? Jesus, na última refeição que fez com os apóstolos, tomou de um pão, deu graças e repartiu entre eles, dizendo ser (simbolicamente) o "seu corpo", oferecido por eles. Da mesma maneira Jesus fez com o cálice de vinho, dizendo ser (simbolicamente) seu sangue, que também seria derramado para beneficia-los. E pediu: "façam isto em memória de mim."
Para nós espíritas, Jesus pediu para que os apóstolos (do cristianismo) compartilhassem uns com os outros o pão de cada dia, seja o pão de trigo, seja o pão do espírito, o pão da dor ou da alegria. Enfim, que doassem e se doassem, derramando sangue, se preciso fosse, assim como ele fez por nós. Ele fez este pedido porque sabia que sua doutrina não seria de fácil aceitação, por isso concluiu:"se me perseguiram, também perseguirão a vós outros." Tanto que seus apóstolos foram perseguidos e mortos barbaramente. Exemplo: Pedro, foi crucificado de cabeça para baixo. E os cristãos novos morreram nas arenas comidos por leões. E Jesus conclui pedindo que fizessem isto em memória dele, ou seja, para que seus ensinamentos não ficassem esquecidos.  
O que devemos observar é que não devemos levar tudo que Jesus falou ao pé da letra. Vejamos como exemplo esta outra passagem onde Ele disse: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede." Se levarmos ao pé da letra, muitos cometerão suicídio, acreditando que irá até Jesus para não sentir mais fome. O que seria um absurdo. E os que creem Nele se perguntam "por que ainda sentem sede." Mas o que Jesus quis dizer é que seus ensinamentos é o pão que alimenta nossa alma. E aquele que buscá-los, nunca mais terá fome e sede, porque esta fonte, farta, pura e cristalina de seus ensinamentos, nos oferece uma perspectiva de vida mais nobre, bela e digna, marcada pelos valores do Bem e da Virtude.
Então perguntemos: "Mas, por que há uma busca em igrejas e templos religiosos do pão que sacia a fome e da água que sacia a sede, mas muitos continuam sedentos?" Porque falta-nos a iniciativa de vivencia-las. Pois, isso pede algumas mudanças drásticas em nossa vida, que nem sempre estamos dispostos a efetuar. Por exemplo: perdoar, superar as ambições, eliminar os vícios, combater os impulsos agressivos, ajudar o semelhante . . . Porque como disse André Luiz: “O semelhante é a ponte que nos leva à Deus.” Mas, ainda há os que acreditam agradar Deus e Jesus como no tempo de Moisés: com rituais, oferendas, trocas, barganhas, sacrifícios de corpos e dispensar algumas horas no templo religioso. Respeitamos tais procedimentos de outras religiões, mas precisamos mostrar a visão espírita sobre o assunto. Nós espíritas, não adotamos rituais. Acreditamos que o sacrifício que devemos fazer é o de alma. Por isso, não basta reconhecermos o sacrifício de Jesus ou ensenar seus gestos como se fosse um teatro. Temos que vivenciar seus ensinamentos nas palavras e atos, o que é muito mais difícil. Por isso, o Espiritismo enfatiza a necessidade da Reforma Íntima.

http://www.grupoallankardec.no.comunidades.net/index.php?pagina=1722534747

Entenda o significado de Corpus Christi na visão espírita


Entenda o significado de Corpus Christi na visão espírita


Neste dia 23 de junho foi feriado nacional de Corpus Christi. O nome que vem do latim significa Corpo de Cristo é celebrado anualmente, na quinta-feira logo depois do domingo de Pentencostes¹.
História
Segundo a religião Católica, a celebração teve origem na Bélgica, quando uma jovem de 14 anos, por volta do ano 1206, chamada Juliana Cornellon teve a visão da Virgem Maria que a pediu para realizar uma grande festa para honra da presença do corpo místico de Jesus na Santíssima Eurcaistia². Na ocasião, o então bispo Urbano IV, consagrou o evento com as finalidades:

  • Honrar Jesus Cristo
  • Pedir perdão
  • Protestar contra os hereges que negavam Deus
No Brasil, a celebração de Corpus Christi tinha uma conotação político-religiosa, vinda com os colonizadores portugueses e espanhóis, numa procissão realizada no Rio de Janeiro em junho de 1808, com participação de D. João VI.
Em 1961, houve a oficialização da festa com um procissão em Brasília, num percurso entre as Igrejas de Santo Antônio e a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição dos tapetes que enfeitam as ruas surgiu na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. No início, enfeitar as ruas fazia parte de uma “competição” entre protestantes e cristãos, quando estes primeiros negavam a real presença de Cristo na Eucaristia. Os cristão buscaram fortalecer a celebração com a manifestação pública das procissões e enfeites nas ruas.
A Visão Espírita
A passagem bíblica sobre o "Pão e o Vinho" oferecido por Jesus na última refeição tornaram-se símbolos da fé cristã encontrada em (Jô 6,51, Lucas 22:19-20, e também Mateus 26;26-29, Marcos 14:22-25, I Coríntios 11:23-26), a frase “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós, fazei isto em memória de mim... Este é o cálice do meu sangue derramado em favor de vós...
Os símbolos são: Cruz – lugar do corpo de Jesus; Pão – o corpo de Jesus e o Vinho – o sangue de Jesus.
Segundo a Doutrina Espírita, esta é uma ocasião de comunhão com Jesus. Nos trechos bíblicos, Jesus fez um pedido para que todos, independente de religião, compartilhassem o “pão de cada dia” como sendo as vivências de dor e de alegria, ou seja, a caridade e o amor ao próximo, principalmente em suas necessidades e que seus ensinamentos não fossem esquecidos.
No espiritismo, forma de não permitir que os ensinamentos cristãos sejam esquecidos é através da prática do bem.
Acompanhe a explicação de Divaldo Franco sobre a visão espírita de Corpus Christi, no programa Transição, exibido em junho de 2009. www.tvmundomaior.com.br/transicao/index.php


¹Pentecostes - Entre os cristãos, a festividade da vinda do Espírito Santo, que se celebra no 7.º domingo depois da Páscoa.
²Eucaristia - (grego eukharistía, agradecimento, gratidão, !ação de graças); Relig. catól. Sacramento que, segundo a doutrina católica, contém realmente o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Cristo sob as aparências de pão e de vinho.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O PÃO DA VIDA – PARTE IV - VIA UNITIVA

João, 6:47 -58

47. Em verdade, em verdade vos digo: quem confia em mim tem a vida imanente:
48. eu sou o Pão da Vida.
49. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram.
50. Este é o pão que desce do céu, para que qualquer um coma dele e não morra.
51. Eu sou o Pão Vivo que desci do céu: se alguém comer desse pão, viverá para a imanência. E mais, o             pão que eu darei é minha carne, em lugar da vida do mundo".
52. Discutiam, então, os judeus uns com os outros, dizendo: "Como pode este dar-nos de
comer sua carne"?
53. Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comeis a carne do
filho do homem e não bebeis seu sangue, não tendes a Vida em vós.
54. Quem me saboreia a carne e me bebe o sangue, tem a vida imanente, e eu o elevarei
na etapa final.
55. Porque minha carne é verdadeiramente alimento, e meu sangue verdadeiramente bebida.
56. Quem me saboreia a carne e me bebe o sangue, permanece em mim e eu nele.
57. Assim como o Pai que vive me enviou e eu vivo através do Pai, assim quem me saboreia, esse viverá                                         também através de mim.
58. Este é o pão que desceu do céu; não é como o que comeram vossos pais, e morreram;
      quem saboreia este pão viverá para a imanência."

Comentário:

51. Aqui a expressão varia. Não é mais "o pão da Vida", mas "o Pão Vivo", ou seja: ho ártos ho zôn, literalmente: "O PÃO, O QUE VIVE". Depois acrescenta: "é minha carne" (hê sárx mou estin)  expressão muito mais forte do que se dissera "meu corpo" (sóma). Notemos a insistência de João (aqui e nos versículos 52, 53, 54, 55 e 56) em frisar bem que Jesus possuía realmente carne e sangue, e que portanto era um homem normal, e não apenas um fantasma, com o corpo fluídico.

A preposição hupér, quando construída com o genitivo, apresenta os significados usuais: 1 - sobre em cima de; 2 - por, ou para; 3 - em lugar de; 4 - por causa de; 5 - a respeito de. Ao transladá-la, neste trecho, para a Vulgata, Jerônimo usou a preposição latina PRO, que aceita os significados 2, 3 e 4, mas  
não o 1.º nem o 5.º. Temos, então, que limitar o sentido da frase a: 2 - a) PELA vida do mundo (em troca da ...); 2 - b) PARA a vida do mundo (para vivificá-la); 3 - EM LUGAR DA vida do mundo (para substituí-la); 4- POR CAUSA DA vida do mundo (para que não morra). Por todo o contexto da aula,  verificamos que cabem melhor os sentidos 2 e 3: PELA, EM TROCA DA, EM LUGAR DA, EM SUBSTITUIÇÃO A. Em nossa tradução, preferimos "em lugar da" porque apresenta maior clareza de sentido, sem perigo de ambiguidade.

O texto grego atestado por maior número de mss. (B, C, L, D, T, W) é: kaì ho ártos dè hòn egô dôsô hê sárx mou estin hupèr tês toú kósmou zôês. Literalmente na ordem grega: "o pão além disso que eu darei a minha carne é em lugar da vida do mundo". E, na ordem portuguesa : "e mais, o pão que eu darei é minha carne, em lugar da vida do mundo". Essa foi nossa tradução. Tertuliano, com o Códex Sinaíticus, desloca o adjunto adverbial para junto da oração adjetiva: "e o pão que eu darei, em lugar da vida do mundo, é minha carne". O Textus receptus supre o sentido, acrescentando uma segunda oração adjetiva: "o pão que eu darei é minha carne que eu darei pela vida do mundo".

53. Até aqui é usado sistematicamente o verbo defectivo phageín, sempre traduzido por "comer". Nos versículos 54, 56 e 57 é empregado trôgeín, que tem quase o mesmo sentido; alguma razão deve haver para essa troca de sinônimos. Beber é pípein, e sangue, haíma.

55. "Verdadeiramente", em ambas as repetições, é alêthôs, advérbio, nos mss. aleph, D, delta, theta, e Vulgata; ao passo que B, C, L, T, e W tem "verdadeira" (alêthês), adjetivo na forma feminina.

56. "Permanece" é o verbo ménei (cfr. latim manet). Veja a mesma afirmativa em João, 14:10,20 e 1 João, 3:24 e 4:15-16.

57. O mesmo adjetivo usado para qualificar o pão, no vers. 51, é empregado aqui para qualificar o Pai: "o Pai Vivo" ou "que vive". "Eu vivo através do Pai" (zô dià tòn patéra), em que "através de" tem o sentido de “por meio de", melhor tradução do que simplesmente "por" ou "pelo", que apresentaria ambiguidade de sentido, podendo ser interpretado como "por causa do Pai". Ora, a preposição diá significa basicamente "através de"; e só secundariamente apresenta sentido causal.

58. Neste vers. há uma variação sinonímica entre os verbos: primeiro é empregado  éphagon (comeram), ao passo que depois é usado trôgôn (saboreia). A expressão "para a imanência" tem, no original: eis tòn aiôna.

Assim como diante da Samaritana (a alma "vigilante") foi dito "Eu sou a £gua Viva", expondo o  primeiro passo do DESPERTAMENTO DO EU; e no trecho da cura da Hemorroíssa e da ressurreição da filha de Jairo, foi alertado sobre a VIA PURGATIVA; e no trecho que acabamos de comentar foi ensinada a VIA CONTEMPLATIVA, agora é-nos revelada a VIA UNITIVA, ou seja, o Cristo confirma que Deus habita em nós com Sua Essência; e não apenas em nós, mas "em todas as coisas" (cfr . Tomás de Aquino, Summa Theológica, I, q. 8, art. 1: Deus est in ómnibus rebus ... et intime ... sicut agens adest ei in quod agit, isto È: "Deus está em todas as coisas ... e intimamente ... como o agente está  naquilo em que age"). Vimos que "a vontade do Pai" É que O encontremos. Agora, veremos que temos  que VIVER NELE, tal como Ele vive em nós, não apenas em perfeita união, mas em unificação total.

Então a aula prossegue no mesmo tom, que se eleva cada vez mais, até chegar ao clímax, que faz que os imaturos se afastem definitivamente. São dados os ensinos práticos de como obter essa unificação. Vejamos.

47-48 O novo passo é iniciado ainda com a fórmula de garantia da veracidade: "Em verdade, em verdade vos digo". Sempre é repetida como prólogo de uma lição importante, de uma verdade fundamental. Vem depois a afirmativa: "quem confia em mim (no Cristo Cósmico, que continua com a palavra) tem a Vida Imanente". E então reafirma solenemente: "Eu sou o Pão da Vida". A imagem do Pão é uma das mais felizes para ensinar a Via Unitiva.

49. Aparece depois uma comparação para introduzir, com melhor compreensão, a temática que será desenvolvida. Começa, pois, concedendo a veracidade da objeção formulada no vers. 31: "Vossos pais comeram o pão no deserto". Observemos que, se fora a personalidade de Jesus que falasse, teria dito: "nossos pais"; mas sendo o Cristo, não tem filiação humana, não tendo nascido "do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João, 1:13). Observemos ainda que diz apenas "pão", e não como fora enunciado pelos objetantes: "pão vindo do céu". Concedida, em princípio, a objeção apresentada, é-lhe oposta, de imediato e contradita decepcionante: "mas morreram" ... A contra-argumentação é categórica, verdade irrespondível que não admite réplica.

50. E logo em contraposição do pão que não evita a morte, é apresentado aos discípulos o outro pão espiritual que, uma vez ingerido, lhe comunica, vida que não admite morte. O que mais assusta os circunstantes é que Jesus, após apresentar-se como sendo Ele o Pão que desce do céu, diz que se alguém comer desse pão não morrerá. Não tendo conhecimento de que era o Cristo que falava, julgavam ser a personalidade de Jesus que se propunha dar-se como alimento. Dai o qui-pro-quo terrível que os desorienta, que se agrava cada vez mais, e que o Cristo não se preocupa em desfazer. Ao contrário: vai dando Sua lição superior, sem cuidar dos imaturos.

51. Fala o Cristo. "Eu sou o PÃO VIVO que desci do céu". Já não diz mais "o Pão da Vida", mas muito mais explicitamente, definindo Sua natureza: "o PÃO, O QUE VIVE" (ho ártos, ho zôn, com a mesma fórmula usada no vers. 57 "o PAI, 0 QUE VIVE,  ho pátêr, ho zôn). É a repetição do mesmo conceito em outros termos mais precisos e profundos, numa didática perfeita, em que cada repetição  acrescenta um pormenor, por vezes mínimo, mas trazendo sempre maior elucidação. E repisa: "se alguém comer deste Pão (que é Ele!) viverá para a imanência".

Como poderia dar-se isso? Não dando tempo nem para pensar, vem a frase chocante: "e mais, o Pão que eu darei é MINHA CARNE" ... e esclarece "em lugar da vida do mundo"! O ensino chegou à revelação total da Verdade que constituía o objetivo da aula. Compreendamos bem o texto: para todos os que ainda vivem na personalidade, o eu é constituído por seu próprio corpo físico denso; então a substância deles, para eles, é a carne deles. Nesse sentido, diz o Cristo que o Pão é Sua Carne" isto é, Sua Substância; pois a substância do Cristo Cósmico é a substância última de todas as coisas, apenas numa vibração mais baixa, ou seja; na condensação da energia.

Exatamente esse pensamento é repetido por Agostinho que, em suas meditações, confessa ter percebido essa mesma voz do Cristo Interno: tamquam audírem vocem tuam de excelso: cibus sum gradium; cresce et manducabis me Nec tu me in te mutabis sicut cibum carnis tuae, sed tu mutáberis in me (Confiss. 7, 10, 16) ou seja: "como se eu ouvisse uma voz do alto: sou o alimento dos evoluÌdos; cresce e me comerás. E tu não me transformarás em ti como alimento de tua carne, mas tu te transformarás em mim". A caracterÌstica das criaturas geniais é dizerem bem e dizerem muito em poucas palavras. Nessa frase de Agostinho está perfeitamente revelada a Cristificação da criatura, que se infinitiza, se eterniza? se deifica em contato com a Substância Divina, que está em todos e em cada um, pela unificação com o Cristo Interno, que é o Eu Profundo e verdadeiro, a Centelha Divina.

Tomás de Aquino explica o modo por que está em nós a essência de Deus (cfr. Summa Theol. I, q. 8, art. 3, ad primum, citado acima). Quanto à segunda parte da frase de Agostinho, é ela elucidada por Tomás de Aquino, que escreve: "Spiritualia cóntínent ea in quibus sunt, sicut ánima cóntinet corpus. Unde et Deus est in rebus sicut cóntinens res. Támen, secundurn quamdam similitudinem corporalium, dicuntur omnia esse in Deo, in quanturn continentur ab ipso (Sum . .Theol. I, q. 8. art. I, ad 2 um) , que
significa: "as coisas espirituais contêm as coisas em que estão, como a alma contém o corpo. Donde também Deus está nas coisas como contendo as coisas. Contudo, por uma espécie de semelhança com as coisas materiais, diz-se que todas as coisas estão em Deus, já que são contidas por Ele".

Em Sua lição, de que é o Pão Vivo o Cristo não quer deixar a menor dúvida de que o Pão de que Ele fala é "Sua CARNE", ou seja, Sua Substância aquela mesma substância divina que Ele nos dá na Vida Imanente, para substituir a vida do mundo, ou seja, em lugar da vida pequenina e transitória da personalidade.

52. Claro que nada disso foi compreendido pelos ouvintes, embora encontremos em Strack-Billerbeck (o.c., t .2, p·g. 485) que alguns deveriam ter entendido "comer e beber" como aplicados ao estudo da lei mosaica. Surgem então as discussões com os que entenderam que tudo devia ser interpretado literalmente. Vem a pergunta: "Como dará Ele de comer sua própria carne"? A hipótese antropofágica foi rejeitada como absurda e inaceitável.

53. Diante de tal incompreensão, o Cristo nem procura explicar. Nem uma  palavra é proferida em resposta à indagação angustiosa. De nada adianta perder tempo esclarecendo criaturas que não alcançam sequer a metáfora e o simbolismo, quanto mais o sentido profundo.

Então o Cristo resolve romper todas as barreiras e repetir Seu ensinamento, martelando na mesma tecla e acrescentando um pormenor horripilante para os israelitas: "Se não comeis a carne do Filho do Homem, e não bebeis seu sangue, não tendes a Vida em vós"! Ora, era terminante e severamente proibido "comer o sangue" dos animais, mesmo cozinhado (cfr. GÍn. 9:4 e Deut. 12:16), porque aí mesmo se esclarece que "o sangue é a alma do ser vivente". Muito pior sena, portanto, a hipótese de beber o sangue cru, ainda quente, e não de um animal, mas de um ser humano ...

Mas era exatamente isso que o Cristo ensinava e ensina-nos ainda: para ter a Vida Imanente È  indispensável COMER (assimilar a si) a carne (a substância viva) do Cristo Interno que é nossa vida; e além disso, BEBER (aspirar em si por sintonia vibratória perfeita) o Seu sangue (a alma, a parte mais espiritual Dele). De fato é assim: só nos unificaremos ao Eu Profundo no Esponsalício Místico, quando assimilarmos a nós a Substância e o Espírito do Cristo de Deus, que em nosso coração habita com toda a plenitude da Divindade.

54. E diante de um movimento de horror escandalizado, o Cristo repisa, já então mudando o verbo, para causar maior repulsa nos imaturos e mais acendrado amor nos evoluÌdos: "quem me saboreia a carne e me bebe o sangue tem a Vida Imanente, e eu o elevarei na etapa final". Só depois que o Espírito consegue essa unificação mística mas REAL, é que poderá atingir a etapa final da evolução. Sem o Encontro no "mergulho", sem a unificação com o Cristo Interno dentro de nós, não obteremos o "reino dos céus", não atingiremos a etapa fina! ("o último dia") de nossa subida para o Alto. E a razão disso é dada:

55. "Porque minha carne é verdadeiramente alimento e meu sangue é verdadeiramente bebida". Não são apenas símbolos: são realidades, embora não físicas e materiais, mas espirituais, porque todas as palavras do Cristo "são Espírito e são Vida" (vers. 63). Com efeito, nosso Eu Real não é constituído da carne do corpo físico denso, nem do sangue que circula em nossas veias: nosso EU REAL é constituído da substância mais íntima (a carne) e da vibração mais pura (o sangue) do Filho do Homem, do Cristo Interno, do Amado Divino. Então, essa essência de Deus em nós é que constitui o verdadeiro alimento e a verdadeira bebida da Vida Imanente.

56. E aqui chegamos ao ponto mais sublime do ensino sobre a Via Unitiva; temos a revelação plena da unificação com o Cristo; após mais uma repetição didática, para que não haja ambiguidade: "quem me saboreia (longamente, no mergulho interno) a carne e me bebe (a largos haustos, na oração) o sangue, PERMANECE EM MIM E EU NELE"! ...

Esse maravilhoso ensino será ainda repetido pelo Cristo em João, 14:10-20; 15:4-5; 1 João, 3:24 e 4:15-16. Trata-se da unificação total, mútua, perfeita: vivemos na plenitude do Cristo e o Cristo vive em nós, como dizia Paulo: "não sou mais eu que vivo, o Cristo é que vive em mim" (G·l. 2:20).

Como não entender que toda essa magnífica e elevadíssima lição não se prende apenas a um simples ato externo da ingestão de uma hóstia de trigo? Seu sentido é muito mais profundo, mais belo, mais verdadeiro e mais sublime! Por que limitar um ensino de tal excelsitude a um pequeno e rápido rito exterior? Compreendamos o alcance maravilhoso da Palavra do Cristo em toda sua profundidade viva e real. Nenhum Avatar, nenhum místico, em qualquer época ou país, atingiu níveis tão elevados e sublimes de ensino.

57. Neste versículo volta o Mestre a insistir na união do Amado ao Amante:  "assim como o Pai (o Verbo, o Som Criador) que vive, que é a Vida porque é Deus em Seu segundo aspecto, enviou a mim, o Cristo (o Amado), e eu, o Cristo, vivo por meio do Pai (através do Pai), assim quem me saboreia também viverá por meio de mim (através de mim)".

É perfeita a simbiose entre o Amante (Pai) e o Amado (Filho), e um vive pelo outro dentro do Amor  (o Espírito Santo) , que é o Absoluto, a Luz Incriada, o Sem Nome. Só quem saboreia o Cristo no mergulho, poderá viver através do Cristo, tal como o Cristo vive através do Pai que O enviou à matéria, na qualidade de Centelha Divina, para dar Vida ao mundo.

58. E como arremate da lição, volta às palavras iniciais, repetindo a tese que foi exuberante e exaustivamente provada: este é o pão que desce do céu e "que não é como o pão que comeram vossos pais e morreram: quem come este pão, viverá sempre na imanência".

Maravilhosa e sublime lição, que atinge as maiores altitudes místicas capazes de serem compreendidas no estágio hominal em que nos achamos!

Depois da aula virá uma explicação de grande importância reservada aos discípulos. Veremos.

Quem desejar conhecer a opinião dos místicos ocidentais a respeito da Via Unitiva, leia MYSTICISM, de Evelyn Undershill, cap. 10.º (da 2.™ part") p·g. 413 a 443.