domingo, 9 de setembro de 2012

Simplicidade e Pureza de Coração Objetivos


33º Roteiro – Simplicidade e Pureza de Coração
Objetivos
Mostrar o que é necessário para se conquistar o reino dos céus, enfatizando
por que a criança foi tomada, por Jesus, como exemplo da pureza a ser seguido
pelos que querem alcançar aquele reino.
Deixa vim a mim os pequeninhos
     1  – Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.
(Mateus, V: 8).
2  – Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os
discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o
muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis,
porque o Reino de Deus é daqueles que  se lhes assemelham. Em verdade vos
digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não
entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava.
(Marcos, X: 13-16).
3  – A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade.
Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a
infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de
humildade.
Esta comparação poderia não parecer justa, se considerarmos que  o
Espírito da criança pode ser muito antigo, e que ele traz ao renascer na vida
corpórea as imperfeições de que não se livrou nas existências precedentes.
Somente um Espírito que chegou à perfeição poderia dar-nos o modelo da
verdadeira pureza. Não obstante, ela é exata do ponto de vista da vida presente.
Porque a criança, não tendo ainda podido manifestar nenhuma tendência
perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura. Aliás, Jesus não diz
de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, mas para aqueles que se
lhes assemelham.
4  – Mas se o Espírito da criança já viveu, por que não se apresenta, ao
nascer, como ele é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de
cuidados delicados, que só a ternura materna lhe pode dispensar, e essa ternura
aumenta, diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho 2
é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude.
Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua,
nele encontrasse, sob os traços infantis, um caráter viril e as idéias de um adulto;
e menos ainda, se conhecesse o seu passado.
É necessário, aliás, que a atividade do princípio inteligente seja
proporcional à debilidade do corpo, que não poderia resistir a uma atividade
excessiva do Espírito, como verificamos nas crianças precoces. É por isso que,
aproximando-se a encarnação, o Espírito começa a perturbar-se e perde pouco a
pouco a consciência de si mesmo. Durante certo período, ele permanece numa
espécie de sono, em que todas as suas faculdades se conservam em estado
latente. Esse estado transitório é necessário, para que o Espírito tenha um novo
ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena, tudo
o que lhe pudesse servir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele,
que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte,
sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.
A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente o seu
desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo. Pode-se assim dizer
que, nos primeiros anos, o Espírito é realmente criança, pois as idéias que
formam o fundo do seu caráter estão adormecidas. Durante o tempo em que os
seus instintos permanecem latentes, ela é mais dócil, e por isso mesmo mais
acessível às impressões que podem modificar a sua natureza e fazê-la progredir,
o que facilita a tarefa dos pais.
O Espírito reveste, pois, por algum tempo, a roupagem  da inocência. E
Jesus está com a verdade, quando, apesar da anterioridade da alma, toma a
criança como símbolo da pureza e da simplicidade.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo por ALLAN KARDEC – Tradução de José Herculano Pires)
 
Fontes Complementares
A infância – Questões 379 a 385
( Livro: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec )      
379  - O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão
desenvolvido quanto o de um adulto?
– Pode até ser mais, se progrediu mais. São apenas órgãos imperfeitos que o
impedem de se manifestar. Ele age em razão do instrumento, com que pode se
manifestar.
380 - Numa criança de tenra idade, o Espírito, exceto pelo obstáculo que
a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, pensa como uma
criança ou como um adulto?
– Quando é criança, é natural que os órgãos da inteligência, não estando
desenvolvidos, não possam lhe dar toda a intuição de um adulto; ele tem, de
fato, a inteligência bastante limitada, enquanto a idade faz amadurecer sua
razão. A perturbação que acompanha a encarnação não cessa subitamente no 3
momento do nascimento; ela somente se dissipa gradualmente, com o
desenvolvimento dos órgãos.
☼ Uma observação em apoio dessa resposta é que os sonhos da criança não têm
o caráter dos de um adulto; seu objeto é quase sempre infantil, o que é um
indício da natureza das preocupações do Espírito.
381  - Na morte da criança, o Espírito retoma imediatamente seu vigor
anterior?
– Deve retomar, uma vez que está livre do corpo; entretanto, apenas readquire
sua lucidez quando a separação é completa, ou seja, quando não existe mais
nenhum laço entre o Espírito e o corpo.
382  - O Espírito encarnado sofre, durante a infância, com as limitações
da imperfeição de seus órgãos?
– Não. Esse estado é uma necessidade, está na natureza e de acordo com os
planos da Providência: é um tempo de repouso para o Espírito.
383 - Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?
– O Espírito,  encarnando para se aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse
tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para
o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação.
384 - Por que a primeira manifestação de uma criança é de choro?
– Para excitar o interesse da mãe e provocar os cuidados que lhe são
necessários. Não compreendeis que, se houvesse apenas manifestações de
alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se preocupariam com suas
necessidades? Admirai em tudo a sabedoria da Providência.
385  - De onde vem a mudança que se opera no caráter em uma
determinada idade e particularmente ao sair da adolescência? É o
Espírito que se modifica?
– É o Espírito que retoma sua natureza e se mostra como era. Vós não conheceis
o segredo que escondem as crianças em sua inocência, não sabeis o que são, o
que foram, o que serão e, entretanto, as amais, lhes quereis bem, como se
fossem uma parte de vós mesmos, a tal ponto que o amor de uma mãe por seus
filhos é considerado o maior amor que um ser possa ter por outro. De onde vem
essa doce afeição, essa terna benevolência que até mesmo estranhos sentem por
uma criança? Vós sabeis? Não; é isso que vou explicar.
As crianças são os seres que Deus envia em novas existências e, para não lhes
impor uma severidade muito grande, lhes dá todo o toque de inocência. Mesmo
para uma criança de natureza má suas faltas são cobertas com a não-consciência
de seus atos. Essa inocência não é uma superioridade real sobre o que eram
antes; não, é a imagem do que deveriam ser e se não o são é somente sobre elas
que recai a pena. 4
Mas, não é apenas por elas que Deus lhes dá esse aspecto, é também e
principalmente por seus pais, cujo amor é necessário para sua fraqueza. Esse
amor seria notoriamente enfraquecido frente a um caráter impertinente e rude,
ao passo que, ao acreditar que seus filhos são bons e dóceis, lhes dão toda a
afeição e os rodeiam com os mais atenciosos cuidados. Mas quando os filhos não
têm mais necessidade dessa proteção, dessa assistência que lhes foi dada
durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda sua
nudez: conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas sempre
sobressaem as características que estavam ocultas na primeira infância.
Vedes  que os caminhos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o
coração puro, a explicação é fácil de ser concebida.
De fato, imaginai que o Espírito das crianças pode vir de um mundo em que
adquiriu hábitos totalmente diferentes; como gostaríeis que vivesse entre vós
esse novo ser que vem com paixões completamente diferentes das vossas, com
inclinações, gostos inteiramente opostos aos vossos? Como deveria se incorporar
e alinhar-se entre vós de outra forma senão por aquela que Deus quis, ou seja,
pelo crivo da infância? Aí se confundem todos os pensamentos, os caracteres e as
variedades de seres gerados por essa multidão de mundos nos quais crescem as
criaturas. E vós mesmos, ao desencarnar, vos encontrareis numa espécie de
infância entre novos irmãos; e nessa nova existência não-terrestre ignorareis os
hábitos, os costumes, as relações desse mundo novo para vós; manejareis com
dificuldade uma língua que não estais habituados a falar, língua mais viva do que
é hoje o vosso pensamento. (Veja, nesta obra, a questão 319.)
A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos apenas entram na vida corporal
para se aperfeiçoar e melhorar; a fraqueza da idade infantil os torna flexíveis,
acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. É
então que podem reformar seu caráter e reprimir suas más tendências; este é o
dever que Deus confiou a seus pais, missão sagrada pela qual terão de
responder. Por isso a infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas
é ainda a conseqüência natural das Leis que Deus estabeleceu e que regem o
universo.
A retomada da pureza
( Livro: A Voz do Monte – Richard Simonetti )      
"Bem-aventurados os que têm limpo o coração, porque verão a Deus."
(MATEUS, 5:8.)
Para que possamos compreender melhor a presença de Deus no Universo, é
preciso que superemos a concepção antropomórfica do patriarca sentado no trono
celeste a comandar os anjos, determinando castigos para os maus e oferecendo
aos bons a suprema ventura de contemplá-lo, face a face, por toda a eternidade.
Deus é a Mente Criadora, a Consciência Cósmica que construiu o Universo e
sustenta a Vida. Estamos mergulhados em seu seio, segundo André Luiz, como
peixes num oceano. Tanto mais próximos estaremos dele quanto maior a nossa 5
capacidade de nos ligarmos aos valores espirituais, já que Deus é Espírito e em
Espírito deve ser adorado, conforme ensina Jesus.
Os místicos e os santos, cultivando rigorosa disciplina da mente e do
sentimento, conseguem sobrepor-se às limitações da matéria e sentem a gloriosa
realidade da presença de Deus no Universo, o que os leva a experimentar
sensações de felicidade e de plenitude de vida tão intensas que são verdadeiros
êxtases celestes.
Há em homens assim uma consciência tão ampla de interação, de comunhão
profunda com a Natureza, que um Francisco de Assis, plenamente integrado na
obra da Criação, via irmãos seus nas aves, nos animais, no mar, no rio, na flor,
no fruto, no sol, na lua, nas estrelas ...
Para encetar-se a jornada rumo a tão elevado estágio de espiritualidade, é
preciso ter limpo o coração. Poderíamos definir essa pureza como a ausência de
sentimentos inferiores - a cobiça, a luxúria, a maldade, o ódio, o ressentimento, a
ambição, o orgulho, a vaidade, o egoísmo ...
As crianças, não porque detenham a pureza, mas porque os sentimentos
inferiores ainda dormitam em seus corações, são mais espontâneas, mais
capazes de uma ligação com os valores espirituais, revelando, não raro, uma
surpreendente religiosidade.
Nossas orações, nos verdes anos da infância e no início da adolescência, são
mais puras. Sentimos mais de perto a presença dos Espíritos em nos dirigirmos
aos Benfeitores Espirituais com muita naturalidade. Por isso, assimilamos
amplamente a proteção do Céu ao surgirem as dificuldades da Terra.
Com a maturidade física e a integração na vida social, com seus problemas,
seus interesses, suas disputas despertam no indivíduo as tendências inferiores,
herança de desatinos passados. E, após um período de conflitos íntimos, nascidos
da luta entre os ideais religiosos não bem definidos e amadurecidos e as paixões
humanas, arraigadas e fortes em sua personalidade, ele acaba por acomodar-se
às próprias fraquezas.
Surge, então, o tipo comum, esmagadora maioria na Terra: o indivíduo que
defende o valor do Bem, mas com facilidade se detém no Mal. Alguém que
acredita em princípios morais, mas nem sempre age com moralidade. Se atrelado
à religião, temos nele o fariseu, preocupado com as aparências, sem cuidar da
essência.
Há um castigo imposto àqueles que se deixam levar pelas tendências
puramente humanas. É a perda da tranqüilidade, a insatisfação crônica, a
angústia existencial, marcadas pela incapacidade de orar, de sentir a presença da
Espiritualidade. Ea Vida, assim, torna-se um fardo terrivelmente pesado.
No passado, muita gente tentava adquirir pureza para o cultivo da
religiosidade autêntica, entregando-se a mortificações não raro caracterizadas por
excessos mórbidos. Anacoretas pastavam nos campos, à maneira de animais;
outros rolavam nus sobre arbustos espinhentos ou viviam em charcos infestados
de serpentes. Monges de determinadas ordens passavam a existência em
sombrios mosteiros, sem jamais pronunciarem uma única palavra. 6
Certamente, tudo o que puderam aprender nessas desastradas existências
foi que ninguém pode encontrar Deus aplicando agressividade contra si mesmo
ou fugindo do convívio social.
A retomada da pureza, para o cultivo da fé autêntica, não pode estabelecerse em clima de isolamento nem de mortificação. Impossível também retomá-la
ao nível da ingenuidade ou da simplicidade dos primeiros anos de vida.
Com a Doutrina Espírita aprendemos a retomá-la em níveis mais altos e
definitivos, em bases de conscientização, seguindo os caminhos do trabalho no
campo do Bem e do combate sistemático às nossas tendências inferiores. Neste
particular, há muitas perguntas que deveríamos formular, diariamente:
Quantas horas por dia estamos dedicando à participação em obras
assistenciais?
Quantas vezes por semana temos comparecido ao círculo da oração, no
templo de nossa preferência, não para receber, mas para oferecer algo, em
termos de participação?
Quais os  recursos que estamos mobilizando para ajudar a combater a
miséria e o infortúnio que grassam na vida social?
Quantas vezes temos calado diante das ofensas alheias?
Quantas vezes temos perdoado aos que nos criticam?
Quantas vezes temos disciplinado a língua, evitando a maledicência?
Quantas visitas temos feito a enfermos e necessitados, atendendo suas
necessidades imediatas, levando-lhes consolo e esperança?
O que temos feito para edificar o Bem no Mundo? Qual nosso empenho por
eliminar o Mal em nós?
Em se tratando de comunhão com Deus, o culto religioso, a reunião
mediúnica, o trabalho doutrinário, a leitura do livro espírita são recursos
preciosos. Todavia, representam apenas um planejamento. Para sentir a presença
de Deus precisamos muito mais de " fazejamento" .
Companheiros Mudos
( Livro: Livro da Esperança – Espirito, Emmanuel – Chico Xavier )
―Deixai vir a mim os pequeninas JESUS MARCOS, 10: 14.
“0 Espírito, pois, enverga, temporariamente, a túnica da inocência e, assim,
Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma
a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.” Cap. VIII, 4.
Com excelentes razões, mobilizas os talentos da palavra, a cada instante,
permutando impressões com os outros.
Selecionas os melhores conceitos para os ouvidos de assembléias atentas.
Aconselhas o bem, plasmando terminologia adequada para a exaltação da
virtude.
Estudas filologia e gramática, no culto à linguagem nobre.
Encontras a frase exata, no momento certo, em que externas determinado
ponto de vista.7
Sabes manejar o apontamento edificante, em família.
Lecionas disciplinas diversas.
Debates problemas sociais.
Analisas os sucessos diários.
Questionas serviços públicos.
Indiscutivelmente, o verbo é luz da vida, de que o próprio Jesus se valeu
para legar-nos o Evangelho Renovador.
Entretanto, nesta, nota simples, vimos rogar-te apoio e consolação para
aqueles companheiros a quem a nossa destreza vocabular consegue servir em
sentido direto.
Comparecem, às centenas; aqui e ali...
Jazem famintos e não comentam a carência de pão.
Amargam dolorosa. nudez e não reclamam contra o frio.
Experimentam agoniadas depressões morais, sem pedirem qualquer
reconforto A idéia religiosa.
Sofrem prolongados suplícios orgânicos, incapazes de recorrer
voluntariamente ao amparo da medicina.
Pensa, neles e, de coração enternecido, quanto puderes, oferece-lhes algo
de teu amor, através da peça de roupa ou da xícara de leite, da poço
medicamentosa ou do minuto de atenção e carinho, porque esses companheiros
mudos e expectantes e padecentes que não podem falar.
Pequeninhos
( Livro: Livro da Esperança – Espirito, Emmanuel – Chico Xavier )
―Em verdade vos digo que aquele que não receber o reino de Deus coma
uma criança nele não entrará.‖ JESUS - MARCOS, 10: 15.
“A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda
idéia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como
emblema dessa pureza, do mesmo, modo que a tomou como humildade.”
Cap.8:3.
No mundo, resguardamos zelosamente livros e pergaminhos, empilhando
compêndios e documentações, em largas bibliotecas, que são cofres fortes do
pensamento.
Preservamos tesouros artísticos de outras eras, em museus que se fazem
riquezas de avaliação inapreciável.
Perfeitamente compreensível que assim seja.
A educação não prescinde da consulta ao passado.
Acautelamos a existência de rebanhos e plantações contra flagelos
despendendo milhões para sustar ou diminuir a força destrutiva das inundações e
das secas.
Mobilizamos verbas astronômicas, no erguimento de recursos patrimoniais,
devidos ao conforto da coletividade, tanto no sustento e defesa, das instituições,
quanto no equilíbrio e aprimoramento das relações humanas.8
Claramente normal que isso aconteça.
Indispensável. prover às exigências do presente com todos os elementos
necessários à respeitabilidade da vida.
Urge, entretanto, assegurar o porvir, a esboçar-se impreciso, no mundo
ingênuo da infância.
Abandonar pequeninos ao léu, na civilização magnificente da atualidade, é o
mesmo que levantar soberbo palácio, farto de viandas, abarrotado de excessos e
faiscante de luzes, relegando o futuro dono ao relaxamento e ao desespero, fora
das portas.
A criança de agora erigir-se-nos-á fatalmente em biografia e retrato depois.
Além de tudo, é preciso observar que, segundo os princípios da reencarnação, os
mesmos de hoje desempenharão, amanhã, junto de nós, a função de pais e
conselheiros, orientadores e chefes.
Não nos cansemos, pois, de repetir que todos os bens e todos os males que
depositarmos no espírito da criança ser–nos-ão devolvidos.
Caminha alegremente
( Livro: O Espirito da Verdade – Espirito, Diversos – Chico Xavier )
―Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus e de que
nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e, por ela, muitos se
contaminem.‖ — Paulo
Raízes de amargura existirão sempre, nos corações humanos, aqui e ali,
como sementes de plantas inúteis ou venenosas estarão no seio de qualquer
campo.
Contudo, tanto quanto é preciso expulsar a erva daninha para que haja
colheita nobre e farta, é indispensável relegar ao esquecimento os problemas
superados e as provações vencidas, para que reminiscências destruidoras não
brotem no solo da alma, produzindo os frutos azedos das palavras e das ações
infelizes.
Mãos prestimosas arrancarão o escalracho, em torno da lavoura nascente, e
atitudes valorosas devem extirpar do espírito as recordações amargas,
suscetíveis de perturbar o caminho.
Se alguém te trouxe dano ou se alguém te feriu, pensa nos danos e nas
feridas que terás causado a outrem, muitas vezes sem perceber. E tanto quanto
estimas ser desculpado, perdoa também, sem quaisquer restrições.
Observa a sabedoria de Deus na esfera da Natureza.
A fonte dissolve os detritos que lhe arrojam.
A luz não faz coleção de sombras.
Caminha alegremente e constrói para o bem, porque só o bem permanecerá.
Seja qual for a dor que hajas sofrido, lembra-te de que tudo amanhã será
melhor se não engarrafares fel ou vinagre no coração.9
Crianças doentes
( Livro: O Espirito da Verdade – Espirito, Diversos – Chico Xavier )
Acalentas nos braços o filhinho robusto que o lar te trouxe e, com razão, te
orgulhas dessa pérola viva. Os dedos lembram flores desabrochando, os olhos
trazem fulgurações dos astros, os cabelos recordam estrigas de luz e a boca
assemelha-se a concha nacarada em que os teus beijos de ternura desfalecem de
amor.
Guarda-o, de encontro ao peito, por tesouro celeste, mas estende
compassivas mãos aos pequeninos enfermos que chegam à Terra, como lírios
contundidos pelo granizo do sofrimento.
Para muitos deles, o dia claro ainda vem muito longe...
São aves cegas que não conhecem o próprio ninho, pássaros mutilados,
esmolando socorro em recantos sombrios da floresta do mundo... Às vezes,
parecem anjos pregados na cruz de um corpo paralítico ou mostram no olhar a
profunda tristeza da mente anuviada de densas trevas.
Há quem diga que devem ser exterminados para que os homens não se
inquietem; contudo, Deus, que é a Bondade Perfeita, no-los confia hoje, para que
a vida, amanhã, se levante mais bela.
Diante, pois, do teu filhinho quinhoado de reconforto, pensa neles!...
São nossos outros filhos do coração, que volvem das existências passadas,
mendigando entendimento e carinho, a fim de que se desfaçam dos débitos
contraídos consigo mesmos...
Entretanto, não lhes aguardes rogativas de  compaixão, de vez que, por
agora, sabem tão-somente padecer e chorar.
Enternece-te e auxilia-os, quanto possas!...
E, cada vez que lhes ofertes a hora de assistência ou a migalha de serviço, o
leito agasalhante ou a lata de leite, a peça de roupa ou a  carícia do talco,
perceberás que o júbilo do Bem Eterno te envolve a alma no perfume da gratidão
e na melodia da bênção.
Meimei
Educação
( Livro: O Espirito da Verdade – Espirito, Diversos – Chico Xavier )
O amor é a base do ensino.
Professor e aluno, cooperação mútua.
O auto-aprimoramento será sempre espontâneo.
Disciplina excessiva, caminho de violência.
A curiosidade construtiva ajuda o aprendizado.
Indagação ociosa, dúvida enfermiça.
Egoísmo nalma gera temor e insegurança.
Evangelho no coração, coragem na consciência.
Cada criatura é um mundo particular de trabalho e experiência. 10
Não existe vocação compulsória.
Toda aula deve nascer do sentimento.
Automatismo na instrução, gelo na idéia.
A educação real não recompensa nem castiga.
A lição inicial do instrutor envolve em si mesma a responsabilidade pessoal
do aprendiz.
Os desvios da infância e da juventude refletem os desvios da madureza.
Aproveitamento do estudante, eficiência do mestre.
Maternidade e paternidade são magistérios sublimes.
Lar, primeira escola; pais, primeiros professores; primeiro dia de vida,
primeira aula do filho.
Pais e educadores! Se o lar deve entrosar-se com a escola, o culto do
Evangelho em casa deve unir-se à matéria lecionada em classe, na iluminação da
mente em trânsito para as esferas superiores de Vida.
Mensagem da criança ao homem
( Livro: O Espirito da Verdade – Espirito, Diversos – Chico Xavier )
Construístes palácios que assombram a Terra; entretanto, se me largas ao
relento, porque me faltem recursos para pagar hospedagem, é possível que a
noite me enregele de frio.
Multiplicaste os celeiros de frutos e cereais, garantindo os próprios tesouros;
contudo, se me negas lugar à mesa, porque eu não tenha dinheiro a fim de pagar
o pão, receio morrer de fome.
Levantastes universidades maravilhosas, mas se me fechas a porta da
educação, porque eu não possua uma chave de ouro, temo abraçar o crime, sem
perceber.
Criaste hospitais gigantescos; no entanto, se não me defendes contra as
garras da enfermidade, porque eu não te apresente uma ficha de crédito,
descerei bem cedo ao torvelinho da morte.
Proclamas o bem por base da evolução; todavia, se não tens paciência
para comigo, porque eu te aborreça, provavelmente ainda hoje cairei na
armadilha do mal, como ave desprevenida no laço do caçador.
Em nome de Deus que dizes amar, compadece-te de mim!...
Ajuda-me hoje para que eu te ajude amanhã.
Não te peço o máximo que alguém talvez te venha a solicitar em meu
benefício...
Rogo apenas o mínimo do que me podes dar para que eu possa viver e
aprender.
Meimei
Perguntas
01 – Que lição nos transmite a passagem lida?11
02 – Por que Jesus tomou a criança como símbolo da pureza?
03 – Jesus disse que o reino dos céus é das crianças?
04  – Por que a comparação entre os candidatos ao reino dos céus e as
crianças?
05 – O estado infantil é, necessariamente, de pureza?
06 – Por que a criança não se mostra logo como è?
07 – Como é possível ao espírito ocultar o seu verdadeiro caráter, quando
criança?
08 – Qual a importância, enfim, do estado de infância?
Conclusão
O reino dos céus é apenas para os que tem puro o coração. Jesus tomou a
criança como símbolo dessa pureza em razão da simplicidade e humildade que a
caracteriza, e nos ensinou que, para conquistar a felicidade, devemos nos
assemelhar a ela.
Próximo Tema
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. VIII, Itens 5 a 7
Textos Complementares
Respostas das perguntas anteriores – 32º Roteiro
1º Resposta: Porque esses conhecimentos tem limites muito estreito no mundo
em habitamos. Assim sendo, ele deve ter a humildade para reconhecer que não
sabe tudo e que lhe resta muito a aprimorar e a desenvolver. Para isso se
encontra na terra.
―Em vez de se envaidecer, o homem deve utilizar o saber que já possui para
ajudar aqueles menos aquinhoados em termos de inteligência‖
2º Resposta: Não. O conhecimento lhe é facultado, paulatinamente, por Deus,
de acordo com o esforço dispendido e o merecimento alcançado no decorrer de
suas várias encarnações.
―Os valores intelectivos representa a soma de muitas experiências, em várias
vidas do espírito no plano material‖.( Emmanuel  – O Consolador  – questão
nº117).
3º Resposta: Para que possamos evoluir e utilizá-la a serviço do bem,
buscando desenvolver as inteligências retardatárias, através do
relacionamento fraterno que teve existir entre as criaturas.12
―Há espíritos que reencarnam com a incumbência de desenvolver boas tarefas
da inteligência em proveito real da coletividade‖
4º Resposta: Pelo estudo ( lendo, ouvindo, conversando etc.) e pelo  trabalho
edificante em benefício de todos.
―A formula mais elevada e mais bela para desenvolver a inteligência é a do
esforço próprio, dentro da humanidade e do amor.
Os livros ensinam, mas só o esforço próprio aperfeiçoar a alma para a grandes
e abençoada compreensão‖ ( Emmanuel – O consolador – questão nº 213)
5º Resposta: Não necessariamente. O que caracteriza um espírito evoluído é o
seu progresso intelectual e moral. Mas pode ocorrer que uma inteligência
humana bem desenvolvida intelectualmente não  esteja acompanhada do
desenvolvimento espiritual(moral).
―O grande erro das criaturas humanas foi valoriza exageradamente a
inteligência, desprezando os valores legítimos do coração, nos caminhos da
vida.‖ ( Emmanuel – O Consolador – questão nº 120)
6º Resposta: É uma expiação dolorosa, decorrente do abuso que fizeram de
certas faculdades, no passado. È um estacionamento temporário por que passa
o espírito, com a finalidade de corrigir-se.
―Os idiotas e os cretinos podem ocultar espíritos de grandes gênios que,
entretanto têm muito a expiar.‖
7º Resposta: Sim, Um poderoso instrumento, quando utilizada com bons
sentimentos e voltada á causa do bem, Quando, porem, mal empregada,
acarreta sofrimento aos atingidos, assumindo graves débitos os seus
causadores.
―Grandes assassinos e criminosos são, muitas vezes, dotados de muita
inteligência‖
8º Resposta: Certamente que sim. Muitos são os espíritos que aqui vêm com a
missão de esclarecer os homens, objetivando auxiliá-los no seu
aperfeiçoamento. È necessário, porém, que estes saibam ouvi-los.
―Se todos os homens que a possuíssem, dela se servissem de conformidade
com a vontade de Deus, fácil seria, para os espíritos, a tarefa de fazer com que
a humanidade avance‖
*Todo o roteiro deste estudo se encontra no livro “Roteiro Sistematizado, para estudo do livro ‘O Evangelho Segundo O
Espiritismo’,  Da editora Boa Nova, 3ª Edição de dezembro de 2005.
   *Duvidas e sugestões contatar; reinaldodosan@hotmail.com

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