sexta-feira, 29 de abril de 2011

O OBSIDIADO DE GERASA - Pastorino

Em primeiro lugar, Gerasa, Gadara ou Gergesa? Em Mateus há "Terra dos gadarenos" (que, em 233
A.D. Orígenes - Patrol. Graeca, vol. 14, col. 270/271- corrigiu para gergesenos", apoiado na tradição -
Gên. 10:16 - e nas ruínas locais que ainda encontrou).C. TORRES PASTORINO
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Em Lucas há "Terra dos gerasenos".
Em Marcos há três variantes: Gerasa (Aleph, B,D, antigas versões latinas, Vulgata, versão copta saídica); Gadara (em A, C, pi, sigma, phi, vários manuscritos e versões siríacas: peschitt‚ e filexoniense) e
Gergesa (em L, V, delta, minúsculas do grupo Ferrar: 28, 33, 604, 1071 e versões siríacas: sinaítica,
armênia e etiópica).
Os melhores comentaristas (Tischendorf, Wescott-Hort, Nestle,  Hetzenauer, von Soden, Merk, Lagrange, Swete, Jouon, Huby, Pirot, etc) aceitam Gerasa como a melhor lição. Realmente, vejamos rapidamente.
O território de Gadara, na Transjordánia, e sua capital Gadara (cfr. Josefo, Ant. Jud. 17, 11, 4; Bell.
Jud. 2, 6, 3) estava a sudeste do lago, ao sul de Yarmouk; entre Gadara e o Tiberíades corria o rio Hieromax (Scheriat el-Menadireh, que os porcos não podiam atravessar a nado sem afogar-se antes de
chegar ao lago.
A modificação de Orígenes baseia-se na tradição antiga; mas Gergesa ficava na Cisjordânia (margem
ocidental) e os Evangelhos falam claramente na margem oriental (per·n).
A cidade de Gerasa (hoje Djerach) não pode ser a referida, pois dista 30 milhas do lago. Mas no território dessa cidade havia a aldeia de Gamala, (hoje Qala' at el Hosn) e, um pouco ao sul, a 2 km, está o
local Moqa' edlÙ, distante do lago cerca de 30 metros (e há dois mil anos podia ser ainda menor a distância) e com um declive a pique, pois logo a seguir está pequena montanha, cheia de grutas, que bem
podiam ter servido de túmulos. O local parece coincidir com a descrição: a 2 km apenas uma cidade,
(aonde correram para dar notícia do ocorrido) que hoje tem o nome de Koursi (em grego, transcrição
do aramaico,  chorsia) que pode ser corruptela de Gerasa. Daí justificar-se, como melhor lição, "no
território de Gerasa" (cfr. Abel, Koursi, no "The Journal of Palestine Oriental Society, 1927, pág. 112 a
121).
A iniciativa da ação pertence ao obsidiado, que Mateus, que tanto aprecia o número par, diz terem sido
dois. Realmente, podiam ter sido dois, embora um  fosse o famoso louco violento, e o outro apenas
uma sombra que o acompanhava e, como pessoa apagada, não tenha chamado a atenção, não sendo
computado pelos outros evangelistas.
Marcos, como sempre, apresenta mais pormenores, descrevendo circunstanciadamente, segundo ouvira
da pregação de Pedro, a cena; compraz-se em anotar que ele era tão forte, que até rompia cadeias (nas
mãos) e grilhões (nos pés) e atacava os transeuntes.
Ao vê-lo vir a si, Jesus ordena categoricamente o abandono da presa, chamando-o "espírito nãopurificado" (pneuma ak·tharton), ou seja, inferior, involuído. O obsessor reclama a intervenção, embora reconhecendo, talvez pelo esplendor da aura e pela luminosidade própria, que ali estava um "filho
do Deus Altíssimo" (expressão muito usada pelos israelitas, para distinguir o deus deles, YHWH, dos
outros adorados pelos pagãos). Na realidade, ali estava o próprio YHWH encarnado (cfr. vol. 1). Segundo Marcos, o obsessor a Ele se dirige chamando-O pelo nome. Pergunta, então, que importa aos
dois o sofrimento do obsidiado (quanto ao sentido da pergunta, ver vol. 1). Indaga "por que o atormenta antes do prazo", talvez referindo-se ao resgaste do carma. Mas que saberia o obsessor mais do
que Jesus?
O Mestre pergunta-lhe o nome, ao que o espírito responde "legião", que corresponde ao que hoje chamamos uma falange de espíritos. Não significa essa resposta que eles eram exatamente do mesmo nú-
mero que uma legião do exército romano, como pretendem alguns comentadores; mas apenas, como o
explica o próprio obsessor, então incorporado, "porque somos muitos". O nome, pois, é um símbolo,
que se exagera para valorizar. Tão comum é, por exemplo, ao referirmo-nos a um grupo de pessoas:
"veio um batalh„o para almoçar em nossa casa", e no entanto trata-se de 5 ou 10 pessoas.
Ainda segundo Marcos, o obsessor pede que não seja mandada a falange para fora do "território", e,
segundo Lucas, que não a mande "para o abismo". E solicita lhes dê autorização para "passar" para
uma vara de porcos que fossava na encosta do morro. Há suposições várias manifestadas pelos comentaristas, sempre do ponto de vista teológico-romano. Parece-nos todavia, que para aqueles queSABEDORIA DO EVANGELHO
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lidam praticamente com os fenômenos obsessivos e conhecem os trabalhos espiritistas, a explicação
não é difícil. Essas falanges de espíritos inferiores, involuídos, sobretudo os que habitam os cemitérios
(como é expressamente o caso desse obsidiado) dedicam-se ao vampirismo, sugando a vitalidade da
vítima. Ora, sabiam eles que jamais lhes seria permitido por Jesus que passassem para outras criaturas
humanas, e encontram uma oportunidade na vara de porcos (que Marcos diz ser constituída de 2.000
animais) e solicitam insistentemente que lhes permita continuar o vampirismo pelo menos nos porcos.
A expressão "entrar neles" de Marcos pode ser efeito da ignorância desses fenômenos por parte do
obsessor, coisa que ainda hoje persiste inclusive nos meios espíritas, quando se fala em "incorpora-
ção", dando quase a idéia de que o espírito "entra no corpo do médium". E muito médium julga que é
isso mesmo que se dá ... Em Mateus e Lucas aparece uma palavra melhor: "passar para", que exprime
uma transferência de operação vampiresca.
A expressão "sair do território" talvez exprimisse  uma facilidade maior de encontrar presas entre os
pagãos, do que entre os israelitas; ou talvez "território" fosse apenas um eufemismo para designar o
corpo do obsidiado, por eles explorado. Quando pedem que os não mande "para o abismo", referem-se
à zona de trevas em baixo do umbral, onde sofreriam horrores sem o alimento da vitalidade a que estavam habituados. O com que não contavam, era com o desfecho, causado pelo pânico da invasão de
entidades grosseiras e muito materializadas nos animais, fazendo-os despenhar-se ladeira abaixo em
desabalada carreira, tão violenta que não conseguiram parar, e caíram no lago, afogando-se.
Pergunta-se a razão de ser de tantos porcos, animal considerado "impuro" e proibido entre os israelitas.
Entretanto, estamos em território não-judeu, onde o comércio de carne suína devia ser bastante rendoso.
Também se pergunte se a permissão dada por Jesus, com o consequente afogamento dos porcos, não
constituiu uma "perversidade" contra os pobres  animais, que nada tinham que ver com o caso. Em
primeiro lugar, como podemos ignorantes ainda, querer julgar atos que fogem à nossa alçada? Além
disso, um bem maior pode justificar, por vezes, um mal menor, sobretudo se é obtido um bem espiritual através de uma perda material. A maioria dos homens acha normal e natural que se mate e coma
um porco apenas para satisfação do paladar, mas se insurge contra a morte do animal para libertar um
obsidiado ... Além do mais, consideremos que apenas ocorreu aos porcos uma destruição do corpo
físico, fenômeno que teria fatalmente que ocorrer mais dia menos dia, e nada mais, pois seus princípios
vitais (nephesh) voltariam a reencarnar logo de imediato. Supõem, ainda, alguns comentaristas que se
teria tratado de uma "lição" aos proprietários, já que, sendo um comércio ilícito o da carne de porco,
não era sequer lícito criá-los com esse intuito. Realmente assim seria se se tratasse de criadores israelitas, mas não podemos saber se era essa a realidade. O fato é que os evangelistas não se preocuparam
em justificar o modo de agir de Jesus.
Pergunta-se por que os porcos "se suicidaram", ou por que a falange se precipitou no lago. De fato, não
ocorreu nem uma coisa nem outra: simplesmente os porcos, ao se sentirem atacados de inopino (e os
animais possuem percepção do astral inferior, que é o plano deles) entraram em pânico e correram para
fugir. Evidentemente, o caminho mais fácil é a descida, e não a subida. O próprio impulso da fuga levou-os a descer automaticamente, às carreiras. Também os obsessores não deviam ter imaginado esse
fim, decepcionante sobretudo para eles.
A observação que se nos apresenta de imediato é que Jesus não se preocupou em "doutrinar" essa falange (como aliás nenhum dos outros obsessores que foram por Ele afastados), quer porque entidades
do plano astral se encarregavam disso, quer porque eram eles tão involuídos ainda, que não adiantava
doutrinação, mas apenas se devia aguardar um pouco mais de evolução para que pudessem compreender a necessidade de corrigir-se.
Os obsessores deste caso estavam naquele estágio em que se satisfazer com modificação de situações
materiais, para abandonar sua presa. Esse processo de oferecer coisas materiais para conseguir a libertação do obsidiado usado neste caso por Jesus, é ainda hoje bastante usual nos terreiros de Umbanda.
Após o acontecimento, trágico para os guarda-porcos responsáveis pela vara, estes correm à cidade,
que ficava a cerca de 2 km, para contar aos proprietário o que havia ocorrido sem culpa deles. Os mo-C. TORRES PASTORINO
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radores se alvoroçaram e a notícia corria célere, não muito acreditada, até que, por proposta de um
mais incrédulo, a massa se movimentou para fora da cidade, chegando em cerca de vinte minutos ao
local em que se achava Jesus com seus discípulos. Os cadáveres dos suínos juncavam a praia do lago,
alguns ainda nas contrações finais e, sentado aos pés de Jesus, vestido, risonho, feliz, perfeito em seu
juízo, aquele homem que tanto pânico vivia a causar na região e que por todos era muito bem conhecido. A prova da veracidade da narrativa dos guarda-porcos evidenciava-se, tudo coincidia plenamente.
Mas, enquanto o louco apenas se limitava a assustar os transeuntes ou a atacar os incautos que se
aventuravam naquelas regiões, a cura dele lhes causara sérios prejuízos, destruindo-lhes a riqueza. Havia curado um homem, o que nenhum lucro lhes trazia, mas doutro lado lhes matara a enorme vara de
porcos, o que representava substancial perda econômica. Não havia alternativa: melhor o homem, embora louco, do que Jesus. Então, afoitamente vão a Ele e pedem que se vá dali, que "se afaste do território deles" - o que representava o pedido oposto ao que lhe fizera o obsessor: que Ele não o afastasse
daquele território. Os habitantes da região concordavam com o obsessor, com ele sintonizavam, preferiam-no: como se libertariam dele?
Jesus nada retruca, não se defende, não protesta, não argumenta, não procura demonstrar os benefícios
que proviriam de Sua permanência alguns dias entre eles, por levar-lhes saúde física e espiritual: calado, volta-se para reembarcar, e entra no barco.
Ao verificar que seu benfeitor vai partir, o ex-obsidiado - talvez chocada por vê-Lo a3sim maltratado e
enxotado - resolve solicitar-Lhe um lugar de discípulo, para acompanhá-Lo sempre. Sem dar os motivos, Jesus recusa mantê-lo a Seu lado, mas nem por isso deixa de confiar-lhe tarefa de alta responsabilidade: a pregação, sobretudo pelo exemplo, do que recebera da Divindade. Humildemente o exobsidiado aceita a tarefa, e os evangelistas testam  que realmente ele passou a perlustrar a região da
Decápole, falando dos maravilhosos poderes de Jesus.
Do fato material podemos deduzir interessante liÁ„o: a da dificuldade que encontram os "filhos do
homem" ao "chegar ‡ outra margem" (‡ Terra), onde deparam espÌritos humanos na loucura da delinquÍncia, preferindo os porcos ao Cristo e suplicando que Este se afaste deles, para que n„o sofram
os prejuÌzos materiais da perda dos porcos.
A atuaÁ„o È descrita com pormenores. A humanidade atrasada n„o consegue tranquilizar-se nem ter
paz, embora se tente disciplin·-la: rompe todos os laÁos e sÛ se compraz "entre os t˙mulos", junto ‡s
criaturas cadaverizadas no mal e no materialismo mais grosseiro. Ao deparar com um Mission·rio do
Plano Superior, n„o compreendem o benefÌcio que possam usufruir e ainda pedem satisfaÁıes: "que te
importa nosso estado"? Rebeldes atÈ o fim,  n„o aceitam nenhum jugo, quebrando todos os grilhıes
que pretendam disciplin·-los e elev·-los. N„o se trata de um sÛ indivÌduo, tomado como sÌmbolo, mas
de uma îlegi„o", da maioria, da massa involuÌda ainda.
N„o obstante, levado pela forÁa sobre-humana do Manifestante Divino, prostra-se a Seus pÈs, e recebe ordem taxativa de evoluir: "EspÌrito inferior (tÛ pneuma tÛ ak·tharton, com o artigo definido antes
do substantivo e repetido antes do adjetivo, isto È, "espÌrito n„o-purificado" ou seja, "que n„o fez sua
catarse"), sai desse homem", para dar lugar ao "homem novo". A ordem do Mestre era dirigida ao
"espÌrito" (‡ personalidade) ainda atrasado, para que "se afastasse", deixando que o EspÌrito (a individualidade) assumisse o comando. Mas a rebeldia dos atrasados È enorme, por causa da ignor‚ncia:
pedem que "n„o os atormente" e preferem continuar a rebolcar-se entre os suÌnos, a subir um degrau
evolutivo, abandonando os vÌcios. Ent„o o Avatar deixa-os ‡ prÛpria sorte, n„o os forÁa, e espera atÈ
que tenham capacidade para compreender a necessidade de progredir, saindo da lama dos chiqueiros
(n„o vemos, ainda hoje, populaÁıes  miser·veis que recusam sair  das favelas, dos mocambos, dos
"alagados", para habitar em conjuntos residenciais limpos? N„o se trata de carma, mas de involuÁ„o;
eles se comprazem na sujeira em que vivem; e mesmo quando s„o transportados ‡ forÁa, levam consigo sua sujeira, e em menos de um mÍs o pequeno apartamento novo j· se tornou a mesma pocilga em
que estavam habituados a viver). Acontece que eles "solicitam com insistÍncia" que os mande para os
porcos e isso lhes È permitido. Eles v„o. E o resultado n„o se faz esperar: quem quer permanecer noSABEDORIA DO EVANGELHO
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por„o da humanidade, comprazendo-se na animalidade que j· deveria ter sido superada, sÛ pode ter o
destino de "afogar-se", j· que a descida pelo declive dos vÌcios È f·cil, mas leva ‡ morte.
No entanto, alguns se dispıem a  realizar a faÁanha, e a primeira  vantagem que experimentam È a
conquista da liberaÁ„o com a paz consequente. LÛgico que, ao sentir-se liberado das terrÌveis forÁas
negativas, seu primeiro impulso, ampliado pelo sentimento de gratid„o, È ligar-se ao Avatar, dedicando-se totalmente a Seu serviÁo. Mas apesar da boa-vontade e das boas-intenÁıes, ele n„o se acha maduro para esse passo: È ent„o aconselhado a realizar seu apostolado entre os de sua evoluÁ„o (seus
parentes e conterr‚neos), e para isso existem tantas seitas e religiıes, tantos sistemas de espiritualismo que exatamente servem para conservar em seus ambientes aqueles que j· desejam progredir, mas
que n„o podem dar saltos, por falta de vivÍncia anterior. Nesses agrupamentos, v„o eles plasmando as
experiÍncias necess·rias, atÈ que um dia possam alÁar vÙo.
Vem a seguir a reaÁ„o daqueles que assistem ao fenÙmeno. Ao verificarem a transformaÁ„o das personalidades (que eles conheciam desequilibradas nos vÌcios) tornando-se pacÌficas e ordeiras, eles
"tÍm medo"! ... Medo dos bons! Medo dos calmos! Eles que o n„o tinham dos viciados, porque lhes
eram iguais. E chegam ‡ conclus„o de que tal mudanÁa n„o lhes È ˙til nem vantajosa: mil vezes melhor permanecer no materialismo grosseiro e animal! Resolvem, ent„o, solicitar ao Mensageiro "que
se retire deles", que abandone o planeta visitado. O  exemplo de Jesus, nessa  circunst‚ncia, foi atÈ
suave pois, na realidade, eles n„o costumam "pedir" que se afaste: eles o expulsam, quase sempre de
modo rude e violento (decapitaÁ„o, enforcamento, fogueira, crucificaÁ„o, etc.).
Nesta compreens„o mais lÛgica e profunda, fica totalmente explicado que n„o se trata em absoluto de
"espÌritos" desencarnados que "incorporem" em  porcos, nem tampouco de castigo para os pobres
animais. Se o fato se realizou, como È relatado e possÌvel, foi apenas para que dele pudÈssemos extrair
uma liÁ„o preciosa e oportuna para nossa prÛpria evoluÁ„o.
Em todos os atos e palavras, os Manifestantes Divinos trazem ensinamentos que s„o apreendidos e
vividos por aqueles que os conseguem compreender: "quem tem ouvidos, ouÁa". . "quem puder compreender, compreenda ...

Gadara - Trecho de Inácio

— O senhor não se lembra daquela passagem do obsidiado gadareno? Tal homem, que habitava
os túmulos de um cemitério, saiu correndo ao encontro de Jesus, que passava pela região; os
espíritos que o possuíam identificaram o Mestre a longa distância... Aquele homem perturbado
nunca havia estado com Ele e, absolutamente, não sabia de quem se tratava...

— É impressionante - observei, recordando o trecho evangélico citado por Odilon. — Se, de
fato, esses inquisidores estiverem por aqui, estamos fritos - gracejei -, literalmente fritos...

— Não faz tanto tempo assim... No século passado, as obras de Allan Kardec foram queimadas
em Barcelona e as suas cinzas solenemente recolhidas...

— Dizem que aquele bispo já reencarnou. Será

Obsessão: doença moral


Grupo Espírita Apóstolo Paulo
Obsessão: doença moral
*O endemoninhado Gadareno ( Marcos, V; 1 a 20)
"459 - Os Espíritos influem em nossos pensamentos e atos?
R.: Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que quase sempre são eles que vos dirigem" (O Livro dos Espíritos).

*Influência normal X obsessão
"A obsessão é a ação persistente que um mau Espírito causa sobre um indivíduo" (Allan Kardec em "O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.28, item 81).
Pode ocorrer de:
*desencarnado para encarnado
*encarnado para desencarnado
*encarnado para encarnado
Fases:
*Obsessão
*Subjugação
*Fascinação
"467 - Podemos nos libertar da influência dos Espíritos que nos solicitam para o mal?
R.: Sim, porque eles só se ligam às pessoas que os solicitam por seus desejos e os atraem por seus pensamentos" (O Livro dos Espíritos).

* Causas das Obsessões: Cármica, Moral, Contaminações, Trabalhos Feitos
Tratamento das Obsessões:
*Passes
*Água Fluidificada
*Leitura de bom nível
*Evocação do obsessor
*PALESTRAS E PRECES

"E quando o Espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa donde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete Espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali: e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros" (Jesus, Evangelho de Mateus, cap.XII, vers.43 a 45).
Acima, colocamos um exemplo de como a palestra pode ser apresentada em uma lousa. A seguir, os comentários que podem ser feitos a cada item em destaque.

Obsessão: doença moral

Esta palestra deverá levar o ouvinte a refletir sobre a influência persistente de um Espíritos mau sobre outro ser, que foi qualificada por Allan Kardec como sendo uma obsessão.

*O endemoninhado Gadareno ( Marcos, V; 1 a 20 )

Para iniciar, e envolver o sentimento do público, conte a passagem do "endemoninhado Gadareno", cuja referência está citada acima. Jesus, conta-nos o Evangelho, curou a obsessão deste homem. Nesta cura, podemos tirar uma série de lições sobre o domínio dos maus Espíritos, e que este domínio pode ser proveniente de mais de uma entidade; a influência moral que se deve possuir para afastá-los e como estas entidades sentem esta supremacia; os baixos fluidos que muitas destas entidades possuem.
Não se aprofunde nestas situações. Apenas conte a história com emoção, pois será a introdução ao tema. No decorrer da palestra, você mesclará o que há nos acontecimentos da passagem com a explicação à luz da Doutrina Espírita, fazendo com que o ouvinte compreenda por que Jesus agiu com os Espíritos de tal maneira.
Após a narrativa, comente que o mundo material e espiritual interagem-se constantemente. Que todos temos uma "janela" aberta para o mundo invisível, descrita pelo Espiritismo como "mediunidade". É através dela que as boas e más influência chegam até nós. Que vai depender da nossa conduta moral diária a atração do tipo de influência que receberemos.
"459 - Os Espíritos influem em nossos pensamentos e atos?
R.: Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que quase sempre são eles que vos dirigem" (O Livro dos Espíritos).
Explique ao público esta questão de O Livro dos Espíritos. Mostre que, ao contrário do que se imagina, a influência dos Espíritos nos nossos pensamentos é constante. Porém, que isto não é motivo para nos preocuparmos. É importante destacar isso, porque muitos dos que estão na casa espírita têm verdadeiro pavor de imaginar-se constantemente influenciado. Outros, por serem impressionáveis, podem até achar que estão em obsessão durante toda a vida. Quando falamos com o público heterogêneo, que às vezes nem sabe direito o que é a Doutrina Espírita, corremos o risco de prejudicar o psiquismo alheio. Por isso, todo cuidado é pouco quando discorremos sobre mediunidade e obsessão. Mostre que embora haja esta interferência espiritual, todo ser tem seu livre-arbítrio. Isso significa que podemos até ser molestados ou aconselhados, mas dependerá de nossa vontade agirmos ou não.

*Influência normal

Agora, mostre ao ouvinte que devido à pergunta 459 citada e explicada, todos nós temos boas e más influências diárias. Elas servem para colocar-nos em prova com relação aos nossos conhecimentos e práticas morais, intelectuais e materiais. Passar um ou outro dia angustiado, triste e preocupado não significa que se está sob o domínio da obsessão. Esta diferença de humor pode estar ligada a uma série de outros fatores externos ou do íntimo do ser. Pode até haver uma má influência passageira. Isso pode ocorrer porque vivemos em um mundo atrasado, onde predomina a ignorância. O resultado é a presença ao nosso lado de mais Espíritos ignorantes do que esclarecidos, que podem nos sugerir alguma má idéia ou transmitir-nos um pouco de seu fluido "pesado". Mas isso pode acabar rapidamente.
Porém, quando a influência persiste, é que há a obsessão. Então, vá para a etapa seguinte da palestra.
"A obsessão é a ação persistente que um mau Espírito causa sobre um indivíduo" (Allan Kardec em "O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.28, item 81).
Allan Kardec define a obsessão como a "ação persistente" do "mau Espírito" sobre outro ser. Diga ao assistente que a obsessão, portanto, sempre é causada por um Espírito mau ou ignorante. Qualquer ação espiritual persistente, que faça do obsedado um prisioneiro de seus atos, nunca será provinda de um Espírito esclarecido. Nessa hora, você poderá citar o que ocorre em alguns terreiros de Umbanda, Candomblé e afins, onde a pessoa é obrigada a ficar no local, servindo sempre seu "guia". Este guia se diz um Espírito esclarecido, mas não é, pois cerceia o livre-arbítrio do próximo com ameaças dignas de um mau Espírito.

Pode ocorrer de:

  • desencarnado para encarnado
  • encarnado para desencarnado
  • encarnado para encarnado
Explique como pode agir o obcessor sobre o obsedado. Que a obsessão pode partir do invisível para o material ou vice-versa. Que pode inclusive haver a obsessão entre encarnados. Isso porque o encarnado nada mais é do que um Espírito vivendo no mundo material, e seu pensamento pode influenciar de forma perniciosa alguém que odeia ou ama de maneira desequilibrada, esteja este alguém no mundo material ou espiritual.
Mostre que tudo dependerá da sintonia de pensamentos. Se não há sintonia (interesses em comum, em alguma intensidade), não há obsessão, pois haverá uma barreira intransponível para o obcessor.

Fases:

  • Obsessão
  • Subjugação
  • Fascinação
O público deve entender que como em uma doença material - em que a enfermidade tem várias fases, umas mais simples, outras mais complicadas -, na obsessão ocorre o mesmo, pois trata-se de uma doença moral. Há a obsessão mais superficial, onde a influência espiritual é persistente, porém não há um envolvimento fluídico mais profundo entre os envolvidos; como também há a possibilidade de uma alteração tão constrangedora que paralisa a vontade física, e às vezes moral, da vítima, jogando-a muitas vezes ao chão, caracterizando a subjugação. Porém, o assistente deve conhecer que a pior das obsessões é a fascinação, como alerta Allan Kardec. Nela, o obsedado, ao contrário da obsessão simples e da subjugação, onde ele percebe que está necessitando de ajuda devido ao problema espiritual, na fascinação a vítima acredita estar muito bem. Vive uma ilusão criada pelo obcessor, perdendo o bom senso e acreditando que todos ao seu redor são os errados. Passa a ser guiado como um cego pelo Espíritos e pode realizar atos absurdos. Isso dificulta qualquer tipo de ajuda.
Após estas explicações, mostre ao público que apesar de todas estas dificuldades, há como nos libertarmos da influência maléfica dos Espíritos. Então, leia a questão 467 de O Livro dos Espíritos.
"467 - Podemos nos libertar da influência dos Espíritos que nos solicitam para o mal?
R.: Sim, porque eles só se ligam às pessoas que os solicitam por seus desejos e os atraem por seus pensamentos" (O Livro dos Espíritos).
Novamente entre na questão da sintonia. Lembre ao assistente que toda a obsessão só se instala se o obsedado tiver os mesmos interesses morais ou materiais do obcessor, mesmo que forem menor intensidade. Isso não significa que precisaremos ser santos para nos livrarmos da obsessão. O que precisamos é estarmos nos esforçando para dominar as más tendências, alerta-nos Kardec e Jesus. Os "desejos" citados pelos Espíritos na questão são aqueles que, embora aparentemente demonstremos não os possuir, em nosso íntimo nos satisfazemos com eles. Então, o Espírito mau percebe-os em nosso pensamento, e é a abertura que precisam para nos influenciar. Porém, se estivermos convictos de tentar nos modificarmos, o Espírito também perceberá isso. Tentará nos influenciar, tentando-nos, mas terá maiores dificuldades.

* Causas das Obsessões: Cármica, Moral, Contaminações, Trabalhos Feitos

Várias podem ser as causas das obsessões. Explique que podem ser decorrentes de encarnações pretéritas (que podem ser chamadas de cármicas). Neste caso, lembre ao assistente que todos vivemos muitas vidas, e podemos termos feito algo errado a alguém, que talvez não nos tenha perdoado. E que essa mágoa pode levar o ser a tentar vingança, estando ele ainda no plano espiritual, e nós, em uma nova encarnação.
Também as causas morais levam à obsessão. Destaque que causa moral não significa que o obsedado é imoral, no sentido como se entende normalmente. Mas sim, que como já foi dito, todos temos falhas morais (orgulho, egoísmo, sensualidade exagerada, avareza, cobiça, nervosismo, impaciência), e estas brechas na conduta pode atrair Espíritos dispostos a atrapalhar a vida alheia.
Em muitos casos, a obsessão pode ser conseqüência de uma contaminação fluídica, devido à freqüência do ser em algum lugar onde há uma presença constante de entidades atrasadas, mais ligadas à matéria do que ao Espírito (boates de shows eróticos, bordéis e afins) ou mesmo em templos que se dizem religiosos, mas a mentalidade dos que os dirigem e lá trabalham é apenas voltada ao interesse financeiro, ao engano dos de boa fé, desprezando a prática cristã. Há Espíritos nestes ambientes que podem se ligar ao freqüentador, tentando-o a continuar sua ida naquele local, para que possa cair sob seus domínios.
Há também a obsessão causada por entidades ligadas a trabalhos feitos (macumbas). Ao contrário do que se pensa, isso é muito comum, pois o número de terreiros ligados à baixa magia são muito maiores do que o número de centros espíritas, por exemplo. Kardec lembra que há a possibilidade de se "contratar" um Espírito mau para atormentar outra pessoa (citar a questão 549, de O Livro dos Espíritos, sobre "Pactos").

Tratamento das Obsessões:

  • Passes
  • Água Fluidificada
  • Leitura de bom nível
  • Evocação do obcessor
  • PALESTRAS E PRECES
Os centros espíritas precisam fazer o tratamento das obsessões, como orienta Allan Kardec. É importante que saibamos e demonstremos ao público que também esta doença moral precisa de cuidados de especialistas (médiuns e dirigentes preparados), assim como acontece com a doença física, que necessita do concurso dos médicos para saná-las. Os passes, com a doação de fluidos regeneradores, vindos dos passistas e dos Espíritos amigos, ajudarão na dispersão dos maus fluidos e restabelecerão a harmonia perispiritual; a água fluidificada também atuará neste campo; e a leitura de bom nível, seja ou não espírita, mas que leve o obsedado a refletir sobre sua conduta diária, auxiliará no equilíbrio do psiquismo do mesmo.
Na parte íntima do centro espírita estará sendo feita a evocação do obcessor, como aconselha Allan Kardec no capítulo XXV de O Livro dos Médiuns. O público saberá que dessa forma, o responsável pelo tratamento espiritual do obsedado poderá saber detalhadamente qual a intenção do Espírito obcessor, orientado-o a deixar a influência e seguir um outro caminho. Lembre ao assistente de que essa reunião mediúnica não é aberta ao público e muito menos ao obsedado, como orienta o codificador no capítulo citado.
Por fim, lembre que o mais importante do tratamento é a conscientização do obsedado. Isso ocorre nas palestras assistidas no centro, onde o ser poderá entender seus erros e buscar melhorar-se, sem o que a obsessão dificilmente será desfeita. A prece, paralelamente a isso, será poderosa auxiliar na tentativa de buscar forças para vencer as más tendências e alcançar o equilíbrio.
Depois de explicar as formas de tratamento da obsessão, comente a passagem do Evangelho abaixo para encerrar a palestra.
"E quando o Espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa donde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete Espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali: e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros" (Jesus, Evangelho de Mateus, cap.XII, vers.43 a 45).
Jesus é sábio, como sempre. Nesta passagem, de forma simples e direta, mostra o quanto é importante a modificação moral do ser após a libertação da obsessão. Leve o público a entender que o Espírito obcessor, quando afastado do obsedado, não corta automaticamente todos os seus vínculos fluídicos com este. A sintonia, novamente ela, pode atraí-lo para o ex-obsedado. A chegada à casa "limpa, varrida e adornada" significa que a pessoa só mostra-se exteriormente modificada. Espiritualmente, continua com os mesmos desejos e imperfeições, desocupada de idéias úteis e fraternas. Pior, não se esforça em nada para melhorar-se. É o que acontece com muitos que só buscam a Deus no momento do sofrimento. Porém, após a misericórdia divina ajudá-los, voltam à vida corriqueira, somente preocupados com a matéria e o bem-estar pessoal. O resultado pode ser o retorno da obsessão, agora pior, pois o ser já tem conhecimento dos motivos da má influência, mas insiste no erro. Como ensina a Doutrina Espírita, baseando-se no ensinamento de Jesus de que "a quem muito foi dado, muito será pedido", o erro de quem conhece a Lei será muito maior do que daquele que é ignorante.
É então o momento do encerramento. Leve ao público a necessidade da reflexão sobre suas vidas e mostre que Jesus e a Doutrina Espírita têm todos os instrumentos para ajudar aos homens na libertação das obsessões, mas que o melhor antídoto está em nós mesmos, como ensinou o Mestre: conhecendo a verdade, e praticando-o, ela nos libertará.

A obsessão nos Evangelhos



"E quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o encontrando, diz: Tornarei para minha casa, aonde saí.   E chegando, acha-a varrida e adornada.  Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele entrando, habitam ali, e o último estado desse homem é pior do que o primeiro."(Lucas,11:24-26 )
Os versículos evangélicos que ensinam esta página, são decisivos da convocação dessa assertiva, representando uma ilustração típica feita por Jesus Cristo sobre os casos de obsessão: Um espírito obsessor foi afastado de um homem e levado para o umbral ou para um plano espiritual compatível com seu estado vibratório. Andando por lá e não achando consolo, decidiu-se a voltar para as proximidades da criatura de quem foi afastado. Ali chegando, notou com surpresa, que o antigo perseguido não havia se moralizado, não havia tomado nova diretriz e permanecia distanciado do Bem, deixando, como decorrência, a porta aberta para a volta do perseguidor. Este, por sua vez, não se contentou em voltar sozinho; foi e arranjou sete espíritos piores do que ele. Sob a influência dessa legião do mal, o estado do antigo perseguido se agravou, tornando-se muito pior do que antes.
Em Lucas, 8:2, observamos que "algumas mulheres foram curadas de espíritos malignos e enfermidades, dentre elas Maria Madalena, de quem o Mestre expeliu sete espíritos imundos".
Marcos, 5:7-9, relata que um homem Gadareno vivia assediado por espíritos obsessores. Quando Jesus se aproximou dele, passou a clamar com grande voz: "que tenho eu contigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes." O Mestre, após ordenar que o espírito imundo saísse do homem, perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” E ele respondeu, dizendo: Legião é o meu nome; porque somos muitos.
Segundo a descrição de Lucas, 9:38-42, um homem que tinha um filho atormentado por espírito maligno, dirigindo-se ao Messias, pediu: "Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que tenho. Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça, até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado. E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não o puderam.” E Jesus, respondendo, disse: “Oh geração incrédula e perversa! até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho.” E quando vinha chegando, o espírito o derribou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino.
E na II Epístola aos Coríntios, 12:7-8, quando Paulo afirma: "E para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de "satanás" para me esbofetear, a fim de me não exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim."
Os casos de Maria Madalena e do Possesso Gadareno se enquadram melhor no ensinamento que serve de tópico para está página. é obvio que Madalena para ter chegado ao ponto de ter sete espíritos obsessores atormentando-a como autêntica legião, deve ter passado pelas fases mais brandas da obsessão, quando o obsidiado recebe toda a sorte de advertências e amparo espirituais (É a fase quando o espírito imundo tem saído, anda por lugares secos, buscando repouso). Dando de ombros a esses avisos salutares, o obsidiado entra na fase mais aguda (quando o espírito achando a casa varrida e adornada, vai e leva consigo outros espíritos piores do que ele).
Existem muitos outros casos nos Evangelhos, tais como o do servo do centurião, da filha da mulher Cananéia, da mulher paralítica, descrita em Lucas 13:10-17, sem falar no assédio dos espíritos inferiores no sentido de que os apóstolos Pedro e Paulo fossem frustrados em suas missões, conforme narrações contidas em Lucas, 22:31-34: Disse Jesus a Pedro: "Simão, Simão, os espíritos das trevas vos pediram para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos."
As páginas dos Evangelhos estão repletas de passagens com as obsessões espirituais, sobejamente abordadas nas obras básicas do Espiritismo (Paulo Alves de Godoy - Revista O Clarim, nº 15, de novembro de 1971).


Quer saber um pouco mais?
o        Allan Kardec, A Gênese, Cap. XIV, itens 45 a 49 – Obsessões e possessões;
o        Allan Kardec, O Céu e o Inferno, primeira parte, Cap. IX, itens 20 e 23 - Os demônios segundo o espiritismo;
o        Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X, itens 5 e 6 – Reconciliar-se com os adversários;
o        Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XII, itens 5 e 6 - Os inimigos desencarnados;
o        Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, item 81 - Prece pelos obsidiados;
o        Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, segunda parte, Cap. IX – Influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e ações;
o        Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII – Da obsessão;
o        Allan Kardec, Obras Póstumas, primeira parte, item 56, § 7 – Da obsessão e da possessão;
o        André Luiz/Chico Xavier, Missionários da Luz, Cap. 5 – Influenciação;
o        Francisco Cândido Xavier (Espíritos diversos), Instruções Psicofônicas, Cap. 51 –Domínio magnético;
o        Manoel P. de Miranda/Divaldo P. Franco, Loucura e Obsessão, Cap. 19 -  Socorro de libertação;
o        Yvonne do A. Pereira, Recordações da Mediunidade, Cap. 10 – O complexo obsessão;

O Obsidiado Gadareno



Os evangelistas Marcos (5, 1 a 20) e Mateus (8, 28 a 34) denominam os habitantes de gerasenos. Lucas (8, 26 a 39) refere-se a um local chamado Gergesa, antiga cidade à beira do lago de Genesaré.
O nome é talvez artificial, consideram alguns, e seria devido a Orígenes.
Amélia Rodrigues, espírito, narra o fato, referindo-se a Gergesa ou Gerasa, cidade da Transjordânia, cujos domínios não vinham até o lago de Genesaré, distando dali cerca de 2 km, tendo sido fundada por Alexandre Magno, segundo uns ou Antíoco IV Epífanes.
De qualquer forma, dentre aqueles que estudam os Evangelhos, há os que consideram Gergesa como a cidade que preferiu os suínos em detrimento de Jesus.
O fato é narrado após o asserenar da tempestade no lago. Jesus fez aproar a barca e se encaminhou em direção de Gerasa, pertencente à Decápole, isto é, ao complexo de dez cidades que estava sob o domínio romano.
Ele programara aquela visita, há algum tempo, acalentando a possibilidade de ali levar a Boa Nova.
Era o mês de Kislev (dezembro/janeiro), portador de tempestades. Amanhecia, e a noite se despedia, beijada pela madrugada, quando eles chegaram: Jesus e os doze.
Mal haviam galgado o barranco, Jesus à frente, quando uma figura medonha veio-lhes ao encontro.
Era um sítio ermo, onde se cavavam sepulturas e ele parecia ter surgido do meio delas.
Estava nu e agitava em ambos os pulsos e nos pés pedaços de correntes de ferro partidas, pendentes de aros de algemas.
Deveria ter sido preso e se libertado, graças às fúrias que o atormentavam.
Trazia a cabeleira desgrenhada, a barba maltratada e todo ele eram equimoses e hematomas, que denunciavam o horror em que vivia.
Era o fantasma de um homem que parecera ter sido despertado pela Luz que viera da Galiléia.
De um salto, erguera-se de um túmulo vazio, dominado pelos espíritos que o maltratavam.
Esse homem, bem jovem entregara-se aos prazeres de toda ordem, dilapidando o patrimônio familiar.
De tal sorte cometera loucuras e desvarios que seus pais sucumbiram à vergonha e horror. Por isso, detestavam-no os parentes.
Abandonara o lar, a família, a parentela e quando as sombras o subjugaram, passou a andar pela cidade, como um louco. Gritava, dizia injúrias, ria e gesticulava, tornando-se ameaça para as gentes, que passaram a temê-lo.
Julgado pela mente popular como filho ingrato, que fizera aconchego. Não sabe bem o que lhe aconteceu mas pelo estado deplorável do corpo nu, o gosto de sangue na boca, aquilata das agruras que passou.
Está livre! Calmo, pede ao Mestre que o deixe segui-lO.
Volta para tua casa. - Determina Aquele - e conta quão grandes coisas te fez Deus.
Antes que o infeliz atingisse a cidade, os guardadores de porcos o fizeram. Com cores fortes, narraram ter visto a calma do louco, falando a um homem poderoso, a quem culpavam pelo prejuízo financeiro.
O que expulsava os demônios, diziam aos proprietários dos porcos, arruinaria a todos.
E o povo, liderado pelos donos dos porcos, foi ao encontro do Mestre e os seus. Com pedras nas mãos, O expulsaram.
Não te queremos ouvir! Volta para de onde vieste!
Jesus desceu a ladeira, retornou à barca e com os doze se foi.
O homem liberto, feliz, contava a todos o que lhe sucedera. Readquirira a razão, o domínio de si.
Contudo, ninguém o desejava ouvir e lhe disseram que fosse ter com Aquele que lhes havia trazido grande prejuízo, desde que para ele valia tanto.
Vai-te. Esquece-te de nós.
Uma pedra o atingiu e o sangue tingiu o chão.
Maldita sejas, Gerasa, que expulsas os filhos e desprezas os Enviados de Deus!
Ele ainda vagou pelas terras da Decápole, narrando o que lhe fizera o Galileu. Depois, foi para o outro lado do mar e juntou-se à multidão para seguiu-lO, e ouvi-lO pelos vales, cidades, lagos e mares.
Reconhecido, passou a auxiliar aos sofredores, sofredor que também fora.
Amado, amou, trabalhando pela implantação do Reino de Deus.
Na sua curta estada naquelas plagas, o Poder do Amor transformou um endemoninhado em propagador do Seu Reino.

JESUS E MEDIUNISMO

JESUS E MEDIUNISMO
        Felicitados pelas bênçãos com que o Espiritismo nos distende o socorro do Céu, busquemos no Evangelho o roteiro da Humanidade sublimada.
        Intérprete fiel do Pai Celestial, foi Jesus o Excelente Médium da vida abundante.
        Em todo o seu ministério, esteve em freqüente comunhão com os desencarnados, sendo, por isso mesmo, denominado “Senhor dos Espíritos”.
        Obsidiados e loucos, fascinados e dementes, paralíticos e mudos, surdos e cegos receberam das suas mãos o auxílio vigoroso que os libertou dos desencarnados de mente atormentada, que os detinham sob o fardo de aflições indescritíveis.
  • Maria a famosa cortesã de Magdala, dominada por pertinaz fascinação obsessiva, recebeu dEle o convite libertador, renovando-se para a vida nobilitante.
  • Em Cafarnaum, “cheqada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os Espíritos” atormentadores que se compraziarn em obsidiar coletivamente(1)
  • Descendo do Tabor, um pai aflito, de joelhos, diz-lhe: — “Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito”, apresentando, na mediunidade torturada, os estigmas de obsessão profunda.(2)
  • O paralítico de Cafarnaum, que lhe foi apresentado “pelo telhado”, portava consigo a mediunidade ultrajada por Espíritos possessivos que lhe dominavam os movimentos.
  • O endemoninhado gadareno, médium obsidiado por “Legião”, defrontado com o seu magnetismo curador, estertorava, “porque lhe dizia: Sai deste homem. Espírito imundo.”(3)
  • Nos termos de Tiro e Sidon, “uma mullher cuja filha tinha um espírito imundo” e vivia vampirizada pela força maléfica, encontrou alívio para o desequilíbrio psíquico que a infelicitava.(4)
  • Judas, perturbado por obsessão indireta, serviu de fácil presa dos Espíritos levianos, “tendo-lhe o demônio posto no coração” a dúvida a respeito do apostolado.(5)
        E, em todo o Novo Testamento, repontarn as afirmações sobre a Mediunidade em volta do Mestre Divino.
  • Em Caná, o Senhor honrou a mediunidade de efeitos físicos.
  • No Tabor, o Cristo enobreceu a faculdade da transfiguração.
  • Sobre as águas do Genesaré, o Enviado Celeste prestigiou os recursos psíquicos da levitação.
  • Na Montanha, atendendo à multidão esfaimada, Jesus movimentou o mecanismo da materialização abundante.
  • O cego de Jericó foi por Ele felicitado no exercício da mediunidade curadora.
  • Em Nazaré, ante a turba enfurecida, utilizou a faculdade da desmateriaIização.
  • No dia do Pentecostes, favoreceu os companheiros da retaguarda com a psicofonia, desenvolvendo neles a mediunidade poliglota.
  • E no dia da ascensão triunfal, junto ao lago, na Galiléia, depois de investir os discípulos no sacerdócio da Mediunidade nos seus múltiplos aspectos, alçou-se ao Reino, nimbado de radiosa materialização luminosa.
        Iniciou o ministério entre os homens, nas humildes palhas de modesta estrebaria, com o lar assinalado pelas forças espirituais condensadas numa estrela fascinante, e despediu-se dos companheiros, fulgurante como um sol de eterna luz...
        Mediunidade, hoje, é recapitulação da Boa Nova sob a Presidência do Sábio Condutor.
        Procuremos, assim, sintonizar com a Esfera Superior, no exercício da faculdade com que a vida nos honra, e sirvamos sem desfalecimento.
        Toda mediunidade é nobre quando a libertamos da sombra que nasce conosco, como remanescente do passado.
        Somos destinados á luz.
        Temos a fatalidade do bem.
        Libertemos a gema que se demora entre os cascalhos das imperfeições pessoais e, lapidando zelosamente as arestas que obstaculizam a projetação da luz, desenvolvamos os preciosos recursos que jazem latentes em nós.
        Honremos a faculdade que nos felicita os dias, mediante a execução de um plano socorrista em favor dos sofredores, a fim de nos libertarmos do currículo das manifestações inferiores.
        Cada médium segue o roteiro que se desdobra como senda de purificação.
  • Uns curam, outros materializam; 
  • uns doutrinam, outros enxergam; 
  • uns falam, outros escrevem; 
  • uns ensinam, outros ouvem; 
  • uns libertam, outros servem na incorporação psicofônica, ajudando os atormentados do Além-Túrnulo com as preciosas luzes do Evangelho.
        Não pretendamos atender a todos os “dons espirituais” conforme a linguagem do Vidente de Damasco, que nos apresentou a diversidade deles em sua memorável carta aos Coríntios, 1-12:4-11.
        Utilizemos a força mediúnica em todo tempo e lugar, consoante as necessidades, examinando se “os Espíritos vêm de Deus” e ensinando que todo o bem procede sempre do Pai que nos rege a vida.
        E, calcando sob os pés dificuldades e óbices, vencendo as imperfeições milenárias, restauremos a Era do Espírito nestes dias que precedem ao Primado da Verdade, mesmo que mantenhamos no coração um espinho, na posição de seta direcional apontando o rumo dos Altos Cimos.

(1) Mat. 8.16;  (2) Mat. 17-14;  (3) Mar. 5-8;  (4) Mar. 7-25;  (5) Jo. 13-2, (Notas do autor espiritual)

O ENDEMONINHADO GADARENO


MC 5.1-20

Pr. José Antônio Corrêa

INTRODUÇÃO:

1. No texto que lemos, a Palavra de Deus, nos mostra Jesus chegando a uma cidade chamada "Gádara". Esta cidade fazia parte de um complexo de dez cidades, cidades estas que ficavam ao lado leste do lago da Galiléia, Mc 5.20, "Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam".
2. Gádara, era uma cidade importante nos tempos bíblicos. Estava edificada a meio caminho, entre o Mar Morto e Mar da Galiléia, mais precisamente a trinta e dois quilômetros do Rio Jordão, ao leste. Hoje, naquele lugar existe apenas um pequeno povoado, por nome "Jaras".
3. Foi nesta cidade, que Jesus encontrou o mais terrível, o mais horripilante, dos endemoninhados descritos pela Palavra de Deus. Hoje, queremos observar como Jesus tratou com aquele homem e quais as implicações deste milagre para os dias atuais.

"VEJAMOS ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DESTE INFELIZ HOMEM":

I - SUA SITUAÇÃO FÍSICA E ESPIRITUAL
VS. 1-5
"1 Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. 2 Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, 3 o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; 4 porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. 5 Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras".
1. "Era possuído por um espírito imundo", Vs. 2. Os espíritos imundos têm uma influência tremenda sobre os homens sem Deus, e procuram ocupar seus corpos, Lc 11.24-26, "24 Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. 25 E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada".
2. "Morava nos sepulcros". Segundo a crença antiga, os cemitérios eram esconderijos de demônios, razão pela qual algumas pessoas endemoninhadas têm a tendência de morar, ou freqüentar tais lugares. Um fato muito comum é que algumas pessoas endemoninhadas comem, até mesmo a carne de defuntos, através de pacto com os demônios . É claro que os demônios não ficam  nos cemitérios! Eles podem agir e possuir pessoas em quaisquer lugares!
3. "Ninguém conseguia prendê-lo", Vs. 3. Mateus menciona o fato de que existia dois endemoninhados e não apenas um, como menciona Marcos (esta diferença entre os dois escritores reside provavelmente no fato de que o endemoninhado referido por Marcos tenha ficado mais conhecido nos dias da Igreja Primitiva e por esta razão foi citado isoladamente por ele). Segundo Mateus, tais endemoninhados eram tão ferozes, que ninguém podia passar por aquele lugar, Mt 8.28, "Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho". Tal era a ferocidade deste homem, que mesmo que alguém o prendesse com correntes, estas eram por ele despedaçadas, Vs. 4. Pessoas endemoninhadas normalmente, têm uma força descomunal.
4. "Andava dia e noite gritando e ferindo-se com pedras", Vs. 5Três coisas temos aqui:
a) Não dormia – "...andava de dia e de noite",
b) Gritava desesperadamente – "...clamando por entre os sepulcros".
c. Cortava-se com pedras pontiagudas – "...ferindo-se com pedras".
5. Seu espírito e mente estavam desarranjados. Lucas menciona um fato adicional: "Vivia despido", Lc 8.27, "Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros".
6. Triste, era o quadro deste homem. Esta é a situação a qual uma pessoa sem Deus pode chegar. Quando Jesus não é o centro de sua vida, você pode ser vítima destes demônios, que não tanto podem possuir-lhe, como podem influenciar sua mente, transformando-o num joguete de Satanás.

II - SUA BUSCA DE JESUS
VS. 6-13
"6 Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou, 7 exclamando com alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes! 8 Porque Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem! 9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. 10 E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para fora do país. 11 Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos. 12 E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles. 13 Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram".
1. "Ele veio ao encontro de Jesus", Vs. 2. Jesus, é o único que pode libertar alguém das influências demoníacas. Talvez, este homem tenha vindo ao encontro de Jesus, não para ser liberto, mas tentando enganá-LO, motivado pelo demônio. Muitas vezes os demônios não querem se expor, como podemos ver o exemplo daquele "espírito de adivinhação", relatado em At 16.17: "Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação". Porém, no caso do endemoninhado gadareno, foi o fato dele ter vindo ao encontro de Jesus que proporcionou sua libertação.
2. O demônio, ainda fingindo, tentou adorar a Jesus, Vs. 6. Os demônios conheciam Jesus, e sabia de seu ministério, e ainda que era Filho de Deus. Isto os levavam a fingir que o adoravam, Vs. 7Mc 3.11, "Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!"
3. "O demônio, pediu clemência a Jesus", Vs. 7-8. Ele temia que Jesus o furtasse de seu habitat naquele homem. Sua morada estava ameaçada. Mateus acrescenta aqui um detalhe interessante, ou seja o medo do demônio, de que Jesus o tivesse vindo julgá-lo antes do tempo, Mt 8.29, "E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?" Os demônios sabem o que está reservado para eles no final dos tempos, Mt 25.41, "Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos".
4. Jesus perguntou ao demônio seu nome e ele declarou que não estava sozinho, mas com uma legião, Vs. 9. Uma legião, correspondia a um destacamento do exército romano correspondente a seis mil soldados. Os demônios, são organizados em companhias, e quase sempre, não estão sozinhos no corpo de alguém.
5. O pedido dos demônios e a permissão de Jesus, Vs. 10-13:
a) "rogaram-lhe que não os enviasse para fora da região", Vs. 10. Aquele território era a região geográfica deles, onde exerciam o controle. Se saíssem dali, perderiam seus postos,
b) "Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles", Vs. 12. A tradição judaica acreditava que os porcos e outros animais imundos eram habitação de demônios. Talvez, pensassem os demônios que entrando nos porcos, ficariam na região. Porém, o resultado, foi catastrófico, Vs. 13.
c) A permissão de Jesus trouxe um desastre financeiro para os criadores de porcos, Vs. 13.
6. O importante de tudo, é que a vinda deste homem a Jesus, possibilitou sua libertação total e absoluta. Você pode receber a mesma benção nesta noite.

III - SUA RESTAURAÇÃO,
VS. 14-20
"14 Os porqueiros fugiram e o anunciaram na cidade e pelos campos. Então, saiu o povo para ver o que sucedera. 15 Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram. 16 Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos. 17 E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles. 18 Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. 19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. 20 Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam".
1. Quando os moradores vieram ao local, ficaram surpresos como o que viram. O endemoninhado estava:
a) "Sentado". Vivia correndo, Vs. 15,
b) "Vestido". Vivia nu, Vs. 15,
c) "Estava em perfeito juízo". Sua mente estava desordenada, Vs. 15.
2. Estava agora disposto a seguir Jesus. Antes fugia de tudo e de todos, Vs. 18.
3. Jesus o convocou para o serviço de Deus, Vs. 19-20.

CONCLUSÃO:
1. Não importa o quanto sua vida está danificada. Deus deseja restaurá-lo. A Palavra de Deus declara que o Filho de Deus, se manifestou para desfazer as obras do Diabo, 1 Jo 3.8, "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo". É o pecado que tem danificado sua vida.
2. Entregue-se a Deus e receba a cura para seu corpo e sua alma.