quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Evangelho por Emmanuel - textos ausentes

JOSÉ DA GALILEIA - 1 de janeiro

“E projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu
um anjo do Senhor, dizendo: – José, filho de David,
não temas receber a Maria.”– Mateus 1:20

Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atendemos para a precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somente os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.
É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos vacilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecando-lhe o coração sem macula e a consciência pura.
José da Galiléia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.
Já pensaste no cristianismo sem ele?
Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.
Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.
Não obstante contemplas a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.
O mundo não tem outras notícias de suas atividades senão aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho.
Sem qualquer situação de evidencia, deu a Jesus tudo quanto podia dar.
A ele deve o cristianismo à porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do divino silêncio de Deus.

Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier
Livro: Levantar e Seguir
Capitulo: 09




RAIOU  A  LUZ - 5 de janeiro
 Emmanuel

“O povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz;
e aos que estavam assentados na região
de sombras da morte  a luz raiou.” – Mateus:-4-16

Referindo-se ao início da Sublime Missão de Jesus, o apóstolo Mateus classifica o Mestre como a Grande Luz que começava a brilhar para os que permaneciam estacionados nas trevas e para os que se conservavam na região de sombras da morte.
                                                                       -o-
Essa imagem fornece uma  idéia geral da interpretação de planos em todos os centros da vida humana.
                                                                       -o-
Na superfície do mundo desenvolvem-se os que se encontram na sombria noite de ignorância e esforçam-se os espíritos caídos nos resvaladouros do crime, mortos pelos erros cometidos, aspirando o dia sublime da redenção.
                                                                       -o-
Semelhante paisagem, todavia, não abrange tão-somente os círculos das criaturas que se revestem de envoltório material, porque é extensiva à grande quantidade de seres terrestres que militam nos labores do orbe, sem a indumentária dos homens encarnados.
                                                                       -o-
O Mestre, pois, é o Orientador Supremo de todas as almas que permanecem ou transitam no mundo terreno.
                                                                       -o-
Sua Luz Imortal é o tesouro imperecível da criaturas.
                                                                       -o-
Os que aprendem ou resgatam, os que se curam ou que expiam encontram em Seu coração a claridade dos Caminhos Eternos.
                                                                       -o-
A multidão que estaciona nas trevas da ignorância e as fileiras numerosas dos que foram detidos na região da morte pelo próprio erro devem compreender essa Luz que está brilhando aos seus olhos, desde vinte séculos.
                                                                       -o-
Antes do Evangelho podia haver grande sombra, mas com o Cristo vibra a claridade resplandecente de novo dia.
Que saibamos compreender a missão dessa Luz, pois sabemos que toda manhã é um novo apelo ao esforço da vida.


Fonte: Levantar e Seguir – Francisco Cândido Xavier – Emmanuel
Digitado por Doris Day




BEM  AVENTURADOS  OS  POBRES  DE  ESPÍRITO - 13 de janeiro

Emmanuel


     Quando Jesus reservou bem aventuranças aos pobres de espírito, não menosprezava a inteligência, nem categorizava o estudo e a habilidade por resíduos inúteis.
*
     O Senhor, aliás, vinha enriquecer a Terra com Espírito e Vida.
*
     O Divino Mestre, ante a dominação da iniqüidade no mundo, honrava acima de tudo, a humildade, a disciplina e a tolerância.
*
     Louvando os corações sinceros e simples, exaltava Ele os que se empobrecem de ignorância, os que arrojam para longe de si mesmos o manto enganoso da vaidade, os que olvidam o orgulho cristalizado, os que se afastam de caprichos tirânicos, os que se ocultam para que os outros recebam a coroa do estímulo no imediatismo da luta material, os que renunciam à felicidade própria, a fim de que a verdadeira alegria reine entre as criaturas, os que se sacrificam no altar da bondade, cultivando o silêncio e o carinho, a generosidade e a elevação, nos domínios da gentileza fraterna, para que o entendimento e a harmonia dirijam as relações comuns, no santuário doméstico ou na vida social e que se apagam, a fim de que a glória de Jesus e de seus mensageiros fulgure para os homens.
*
     Aquele, assim, que souber fazer-se pequenino, embora seja grande pelo conhecimento e pela virtude, convertendo-se em instrumento vivo da Vontade do Senhor, em todos os instantes da jornada redentora, guardando-se pobre de preguiça e egoísmo, de astúcia e maldade, será realmente o detentor das bem aventuranças Divinas na Terra e no Reino Celestial, desde agora.

Livro: Vida e caminho – Psicografia: Francisco C.Xavier – Espíritos Diversos.






AFLIÇÕES - 21 de janeiro

Emmanuel

      Os aflitos classificam-se em variadas expressões.
Temos aqueles que choram por se sentirem inibidos para a extensão do mal...
Há quem se torture por não conseguir vingar-se.
Existem os que se declaram infelizes com a prosperidade do próximo e se enfurecem com a impossibilidade de lhes ultrapassar o progresso econômico ou espiritual
Aparecem aqueles que se afirmam desditosos por não poderem competir com o luxo de quem se confia à extravagância e à loucura.
Surgem muitos em lágrimas de inveja e despeito, à frente dos vizinhos, interessados na educação e na melhoria da vida.

Há quem se revolte contra as bênçãos do trabalho e vocifera em desfavor da ordem que lhe assegura as vantagens da disciplina.
Muitos exibem chagas de inconformação, ante o sofrimento que eles próprios improvisaram.
 
Há infinitos gêneros de aflição no vasto caminho da vida.
      E, por isso, nem todos os aflitos podem ser aquinhoados com a glória da bem-aventurança.
A palavra do Cristo se dirige àqueles que fizeram da dor um instrumento para a elevação de si mesmos, assim como o artista se vale da pedra, a fim de burilar a obra prima de estatuária.

  Acautela-te, se conservas alguma aflição particular.
A angústia, muitas vezes, pode ser antecâmara do desequilíbrio.
      Converte o teu problema ou a tua mágoa em motivo de superação das próprias fraquezas, à maneira do lidador que aproveita o obstáculo para atingir os seus mais altos objetivos,   e então terás convertido as inquietações do mundo em bem-aventuranças para a felicidade sem fim.

Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



AFLITOS - Emmanuel - 22 de janeiro

"Bem-aventurados os aflitos!" - disse-nos o Divino Mestre.

Cabe-nos, todavia, considerar que semelhante felicidade não decorre simplesmente da dor pela dor.
Não podemos esquecer que a aflição é um dardo espiritual que nos impele à procura. E somente aqueles que procuram a frente se transformam em construtores do progresso.
Quem encontra para si mesmo um acordo acomodatício com as experiências da Terra, dificilmente consegue ausentar-se do vale da estagnação para os luminosos cimos do conhecimento superior, às vezes, tão-somente, acessíveis pelos trilhos pedregosos do sofrimento.
Todas as descobertas, que dilataram a alegria e a cultura no Planeta, nasceram na aflição de homens desajustados que souberam criar a renovação à custa do próprio sacrifício.
Guttemberg sente a angústia do pensamento enclausurado e estabelece o berço da imprensa.
Colombo reconhece a estreiteza do Mundo Antigo e, preocupado, avança no rumo da América.
Edison experimenta a inquietação das trevas e inventa a lâmpada elétrica que afugenta as sombras noturnas.
Marconi registra o tormento da separação que isola as criaturas entre si e aperfeiçoa o telégrafo, trazendo á civilização a maravilha do rádio.
Pasteur suporta consigo os padecimentos de milhões de enfermos e, atormentado, desenvolve a conquista salvadora contra os perigos do microcosmo.
 Alinhamos estas citações para nos referirmos, tão-somente, a alguns dos missionários da prosperidade comum.
Não podemos olvidar, porém, acima de tudo, o martirológio do Grande e Inesquecível Aflito da Cruz.
Sentindo na própria alma as chagas da ignorância e da penúria que arruinavam a Humanidade, Cristo vem a nós e imola-se no madeiro, para que o Amor incendeie o coração humano na senda dos séculos.
Por esse motivo, a última lembrança do Divino Flagelado está expressa no desajustamento que o assinala no monte do testemunho.
Nem no céu indiferente aos enigmas do mundo, nem na Terra esquecido das perfeições celestiais, mas sim suspenso entre os anjos e os homens, como a dizer-nos que somente algemados à cruz de nossos próprios deveres é que acharemos, depois da procura vitoriosa, o excelso caminho de nossa própria ressurreição.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AFLITOS,  BEM... AVENTURADOS - 24 de janeiro

Emmanuel

          Provavelmente, no cotidiano, terás encontrado companheiros que te pareceram marginalizados perante a estrada justa;
          os que se supunham demasiados virtuosos para sobrestar as paixões humanas, a escarnecerem os fracos, e caíram nelas, à feição de pássaros engodados pela merenda na armadilha que os recolheu;
          os que censuravam erros do próximo, na base da ignorância, e se arrojaram depois nos despenhadeiros de enganos piores;
          os que empreenderam jornadas redentoras, colocando-te pesada carga nos ombros, afastando-se das obrigações que prometeram honrar;
          e quantos outros que ainda, incapazes de vencer a própria insegurança, desceram de eminências do serviço espiritual para aventuras turbulentas, chegando até mesmo a negação da fé que afirmavam acalentar.
          Diante de todos eles, os que desconsideraram os outros, colhendo por fim a desconsideração alheia, à face das situações complexas em que intimamente se reconhecem prejudicados e infelizes, recorda as dificuldades da própria sustentação espiritual; e examinando as provações e empeços de quem deseja acatar as responsabilidades próprias, endereça a todos os amigos, talvez em lutas mais graves que as tuas, os teus melhores pensamentos de paz e bom ânimo, a fim de que se restaurem.
          Espíritos egressos de experiências vinagrosas em existências outras que o tempo arquivou para balanço oportuno, todos ainda carregamos na próprias tendências o risco de retorno a quedas passadas, reclamando a bondade e a tolerância dos outros, de modo a demandarmos os caminhos da frente.
Partilhando a jornada humana, compreendamos que os companheiros julgados caídos estão desafiados por obstáculos e crises difíceis de atravessar.
          E, ao invés de agravar-lhes os problemas, que amanhã talvez se façam nossos, saibamos ofertar-lhes a bênção da prece quando de todo não lhes possamos estender os braços, lembrando o Divino Amigo quando asseverou, convincente:
          -“Em verdade não vim ao mundo para curar os sãos.”


Do livro Nascer e Renascer -  Psicografia de Francisco Cândido Xavier


NO ESTUDO DA AFLIÇÃO - 28 de janeiro

 Emmanuel

           Em toda a parte, vemos a aflição
           que se arroja ao crime;
           que se confia à revolta;
           que se rende ao desânimo;
           que se desfaz em desespero;
           que se transubstancia em ofensas aos semelhantes;
           que alardeias intimidade com Jesus, ferindo os homens, nossos irmãos;
que, a pretexto de exercer a justiça, mobiliza tribunais e prisões;
que clama sem piedade contra a miséria dos outros;
que chora sem proveito;
que se demora nas apreciações infelizes;
que se mantém nas trevas, azorragando os que buscam a luz;
que se irrita;
que maltrata;
que vergasta e maldiz....
                                                           *
Entretanto, os bem aventurados do Evangelho são os aflitos que não provocam novas aflições.
São aqueles que aceitam a dor e nela acatam os Divinos Desígnios.
                                                           *
Recebamos no espinho que nos lacera ou no flagelo que nos humilha, a lição que a Providência nos envia e teremos chegado à Celeste Compreensão, para guardar, em espírito e verdade, o tesouro do Amor que o Divino Mestre nos legou.

Do livro: Reconforto Psicografia: Francisco Cândido Xavier Pelo espírito: Emmanuel




BEM-AVENTURADOS  OS  MISERICORDIOSOS - 3 de fevereiro

Emmanuel

Cultivar a misericórdia não é alçar exclamações de piedade inativa para o Céu, lastimando os males do próximo com a boca e guardando os braços em repouso, diante do sofrimento alheio que nos convoca ao auxílio, à fraternidade e à cooperação.

Aprendamos a cultuar a misericórdia do silêncio, perante os erros do vizinho, ou da ação benfeitora, ajudando àqueles que nos desajudam, amparando aos que nos descompreendem e estendendo mãos amigas aos perturbados, aos tristes e aos indiferentes.

Defrontado pelo rico, sê misericordioso para com ele, a fim de que o ouro não lhe enregele o coração.
À frente do necessitado, sê igualmente misericordioso, a fim de que a carência de recursos materiais não lhe induza o espírito à revolta e à maldade.

Se usares a misericórdia para com o teu companheiro, no lar ou na tenda de trabalho, a serenidade será um bálsamo a fluir de teu verbo e a extravazar-se de tua alma, erguendo a paz que ilumina e socorre a todos.

Quantas vezes nos fazemos autores da indisciplina e da insubmissão, da secura e da aspereza, em torno dos próprios passos, por falta de misericórdia em nossas palavras e em nossos pensamentos? Plantemo-la em nosso caminho, trabalhando, construindo e colaborando incessantemente com o bem, na certeza de que a compaixão não é remédio para os dias cor-de-rosa e sim para os momentos de tempestade e incompreensão.

Bem-aventurados os misericordiosos que lutam e sofrem, que se agitam e trabalham na materialização do bem comum, porque todos aqueles que fazem da piedade o serviço constante do amor encontram realmente as portas abertas para o Reino de Deus.

Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




ESTUDANDO  A  PAZ - 14 de fevereiro

Emmanuel

Muita gente escuta referência à paz, acalentando a volúpia da grande preguiça.
E semelhantes ouvintes, desavisados e inconseqüentes, mentalizando alegria e consolação, imaginam fortunas fáceis e aposentadorias rendosas, heranças polpudas e gratificações vitalícias.
Aspirando, porém, o conforto da lesma, esquecem-se de que toda ociosidade quase sempre é calmaria da podridão.
Lembrando a palavra do Senhor nos ensinamentos do monte, assinalamos que todos os corações pacíficos, associados ao seu ministério de redenção, em verdade, não conheceram a imobilidade na Terra.
Os companheiros diretos da Boa Nova, após testemunhos dilacerante de fé, expiraram em postes de martírio ou lapidados na praça pública entre zombaria e sarcasmo da multidão. E muitos daqueles mesmos que ouviram do Mestre a promessa de felicidade para o fim do trabalho rude partiram da Terra, sob escabrosas perseguições, sem contar que Ele próprio, o Cristo de Deus, depois de sacrifícios ingentes a benefício de todos, foi içado no madeiro, sem qualquer nota de tranqüilidade exterior a asserenar-lhe a morte.
Não te esqueças, desse modo, de que a paz verdadeira verte da ação constante no Bem Eterno, sem reclamação e sem amargura, porque à feição do grande equilíbrio que mora no imo da esfera em movimento a sustentar o trabalho ou a vida, a paz brilhará no recesso de nossas almas sempre que nós consagremos a exaltar e servir à Benção do Amor de Deus.

F É,   P A Z   E   A M O R  -  Francisco Cândido Xavier - Emmanuel


NO  COMBATE  À  IGNORÂNCIA - 24 de fevereiro

          — “Não situeis a lâmpada sob o alqueire” — advertiu-nos o Mestre, convocando-nos ao ministério permanente da luz.
-o-
          Segundo cremos, pretendia o Cristo convidar-nos à claridade incessante para que as sombras não nos senhoreiem a vida.
-o-
          É que a ignorância, por denso manto de sombras, estende-se, no mundo em quase todas as direções.
          Ignorância que transforma o raciocínio em instrumento de crueldade e converte o coração em vaso de fanatismo.
          Ignorância que amortalha as consciências alfabetizadas ou não, cristalizando-as em deploráveis processos de desequilíbrio
e delinquência, desde a guerra que devasta nações cultas e industriosas até o círculo do homem selvagem, circunscrito ao primitivismo
da própria taba.
          Ignorância, à maneira de lama que tudo alaga, metamorfoseando casas erguidas ao culto divino em piras de ódio e lares
simples em ribaltas de insensatez.
-o-
          Diante do nevoeiro que nos empana o entendimento egresso da animalidade primeva, condoeu-se naturalmente o Senhor,
exortando, aos seus tutelados para que redimam a Terra do cativeiro de sombras.
-o-
          Desse modo, é justo procuremos guardar esse ou aquele recurso terrestre, quais sejam o alimento e o agasalho, mas a luz do
conhecimento superior que nos vibra no espírito pede também exteriorização incansável em todas as área da vida para que através do
sentimento e da ideia, da palavra e da ação, pelo exemplo e pela atitude, venhamos a expressá-la, por todos os meios ao nosso alcance,
sob a inspiração do amor infatigável, a fim de que o trabalho e o progresso, a fraternidade e o discernimento nos livrem de todo mal.
(De “Luz e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

A  CANDEIA  SIMBÓLICA - Emmanuel - 25 de fevereiro

"Não situeis a candeia sob o velador."

Semelhante apontamento do Divino Mestre não envolve o impositivo de nossa palavrosa adesão à verdade.
Sem dúvida, o verbo criador de luz é sempre o alicerce inamovível do bem; no entanto, a candeia do ensinamento evangélico reporta-se, essencialmente, à nossa atitude.
O exemplo será em todos os climas a linguagem mais convincente.
Por nossos passos revelamos o próprio rumo.
Pelos gestos, que nos sejam próprios, estabelecemos a propaganda real de nossos objetivos.
Não olvidemos que é imprescindível erguer o facho da compreensão com Jesus, através da vida prática, arrebatando-a ao velador de nossas conveniências.
Para o orgulhoso, a candeia simbólica do Cristo é a humildade.
Para o inimigo, é a desculpa sincera.
Para o triste, é o consolo.
Para o faminto, é a fatia de pão.
Para o infeliz, é o amparo justo.
Para o colérico, é a serenidade.
Para o desertor, é a bênção da prece.
Para o mau, é a lição do bem.
Para o descrente, é a fé viva.
Para o desanimado, é a esperança.
Para o superior, é o respeito.
Para o subalterno, é a benemerência.
Para o lar, é o amor praticado.
Para a instituição a que nos ajustamos, é a correção no dever.
Para todos os que nos cercam, é a cordialidade e a gentileza, o entendimento e a boa vontade.
Não nos esqueçamos de que o Cristianismo não é simplesmente a estática da fraseologia e da adoração. É, acima de tudo, a dinâmica do trabalho para que o mundo receba por nosso intermédio a luminosa mensagem da imortalidade triunfante.
Jesus, o Mestre Inesquecível, não ocultou a candeia do próprio coração, sob o velador da grandeza celestial, mas desceu até nós e imolou-se na cruz para que lhe descobríssemos no exemplo o caminho para luminosa renovação.
Fonte: Do Livro “Seguindo Juntos”  Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos


A   RESPOSTA - 5 de março

 Emmanuel      

O homem desesperado alcançou, um dia, a presença do Cristo e clamou:
         --- Senhor, que fazer para sair do labirinto da Terra? Tudo sombra... Maldade e indiferença, angústia e aflição dominam as criaturas que, a meu ver, se debatem num mar de trevas... Senhor, onde o caminho que me assegure a libertação?
         Jesus afagou o infeliz e respondeu, generosamente:
         --- Filho, ninguém te impede de acender a própria luz.

         Emmanuel (do livro Sinais de Rumo)



NA  SENDA  RENOVADORA - 11 de março

Emmanuel

Disse o Cristo: - “Eu não vim destruir a Lei”.
Também nós outros, os amigos desencarnados, não nos encontramos entre os homens para guerrear-lhes a fé.
Muita gente aceita a luz da Nova Revelação, conservando-a no vinagre da intemperança, como se a verdade fosse um raio fulminativo para a ruína do mundo, e, usando a lente escura do pessimismo, desfaz-se, cada hora, entre a queixa e o azedume, identificando, em toda parte, males e nuvens, feridas e deserções.
Hoje, o Cristianismo Redivivo é sol na alma, auxiliando-nos a ver e a servir.
Entre nós, o princípio religioso não se confina à profissão de fé, vazada na confissão labial pura e simples.
Além da palavra que exprime o pensamento, será igualmente ação que reflete a vida.
É por isso que toda a nossa predicação deve começar em nós mesmos, através do estudo edificante que nos amplie o horizonte mental e através do serviço que nos propicie experiência.
Não vale situar a convicção nos conflitos estéreis.
Muitas vezes, a ofensiva verbal, culta e brilhante, não passa de frases belas e contundentes, à maneira de granizo, chovendo na plantação promissora.
Se já acordaste para a luz do Evangelho Redivivo, não olvides que o Céu te convida a entender e auxiliar.
Purifica o verbo nas fontes vivas do amor que vertem do coração para que a injustiça não te governe o roteiro.
Cristo insculpiu n’Ele próprio a luz da mensagem que trazia, redendo-se ao amor e à humildade, ao trabalho e ao sacrifício.
Também nós, guardando a nossa fé, sem qualquer violência para com os outros, busquemos estampá-la na luta de cada dia, conscientes de que o próximo receber-nos-á o apelo que brilhe em nós mesmos.

Da Obra “Confia E Segue” – Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier


Motivos para Desculpar - 13 de abril

“Eu vos digo, porém, amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, faze bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.” Jesus – Mateus, 5:44

Em muitas ocasiões, quem imaginas te haja ferido, não tem disso a mínima ideia, de vez que terá agido sob a ação compulsiva de obsessão ou enfermidade.
Se recebeste comprovadamente uma ofensa de alguém, esse alguém terá dilapidado a tranquilidade própria, passando a carregar arrependimento e remorso, em posição de sofrimento que desconheces.
Perante os ofensores, dispõe da oportunidade de revelar compreensão e proveito, em matéria de aperfeiçoamento espiritual.

Aquele, a quem desculpas hoje uma falta cometida contra ti, será talvez, amanhã, o teu melhor defensor, se caíres em falta contra os outros.

Diante da desilusão recolhida do comportamento de alguém, coloca-te no lugar desse alguém, observando se conseguirias agir de outra forma, nas mesmas circunstâncias.

Capacitemo-nos de que condenar o companheiro que erra é agravar a infelicidade de quem já se vê suficientemente infeliz.

Revide de qualquer procedência, mesmo quando se enquiste unicamente na mágoa, não resolve problema algum.

Quem fere o próximo efetivamente não sabe o que faz, porquanto ignora as responsabilidades que assume na lei de causa e efeito.
Ressentimento não adianta de vez que todos somos espíritos eternos destinados a confraternizar-nos todos, algum dia, à frente da Bondade de Deus.
Desculpar ofensas e esquecê-las é livrar-se de perturbação e doença, permanecendo acima de qualquer sombra que se nos enderece na vida, razão por que, em nosso próprio benefício, advertiu-nos Jesus de que se deve perdoar qualquer falta não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.


Autor: Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier. Livro: Mais Perto


DIANTE  DA  PERFEIÇÃO - 3 de maio

Emmanuel

          “Sede perfeitos como Nosso Pai Celestial!”
          Esta foi a advertência do Senhor ao nosso coração de aprendizes. Todavia, à maneira do verme, contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a distância que nos separa da meta.
          Impedimentos, compromissos e inibições fluem do nosso “ontem”, asfixiando-nos, a cada momento de hoje, o anseio de movimentação para a luz.
          Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que nos integrará na magnificência divina, é imperioso começar a grande romagem, oferecendo ao avanço as melhores forças.
          Ninguém exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas podes ser, desde agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria casa.
          Ninguém te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias terrestres, no entanto, podes doar, de improviso, a migalha de que te sobre ao conforto doméstico, em auxílio ao companheiro necessitado.
          Ninguém esperas desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas podes calar, sem detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu coração para os lábios.
          Ninguém aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje, podes ser a enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados ao abandono.
          Ninguém te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser, sem delonga, o reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.
          Lembra a semente que te regala o corpo e aprendamos a começar.
          A planta que era ontem simples promessa, hoje é garantia do pão que te supre a mesa.
          As maiores e mais famosas viagens iniciam-se de um passo.
          Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso alcance, desde agora, e a perfeição ser-nos-á, um dia, preciosa fonte de bênções, descortinando-nos o porvir.



Do livro Nascer e Renascer -  Psicografia de Francisco Cândido Xavier


ASSUNTO DE PERFEIÇÃO - 4 de maio



“Sede perfeitos, qual o nosso Pai Celestial.”

Essa afirmativa de Jesus, evidentemente correta diante da vida, nos impele a reconhecer que o Divino Mestre nos endereça o convite à perfeição, mas não estabelece data certa para o evento sublime.


Necessitamos, no entanto, observar que nós outros, inteligências em evolução, estamos na Terra na condição de espíritos encarnados ou ainda vinculados ao Planeta, na posição de espíritos desencarnados, caminhando entre o nascer e o renascer, a fim de alcançarmos o celeste objetivo.


Matriculados no Orbe Terrestre, através dos séculos, nele dispomos da escola precisa ao nosso burilamento.

Para isso, a Divina Providencia, mobilizando vários canais de manifestação, nos oferece o material de que carecemos para edificarmos a construção de nós mesmos, no encalço das finalidades supremas.


É assim que o fracasso nos sugere recapitulação e recomeço; o sofrimento nos incita ao exercício da paciência; a enfermidade no corpo nos induz à disciplina; o tumulto nos compele à serenidade; a injúria e outras modalidades da ofensa nos inclinam à tolerância e ao perdão; a ignorância nos pede o apoio do esclarecimento; as expressões de ódio com escalas pela cólera e pelo ressentimento nos conduzem ao amor que o próprio Cristo nos legou; a inveja é um desafio à nossa capacidade de auto-superação; a violência nos revela o imperativo da compaixão, com as providências justas para que se lhe extingam as demonstrações de crueldade; a indiferença nos acena ao entusiasmo com que nos cabe encontrar o nosso próprio lugar no campo das boas obras; a inércia nos chama às vantagens do trabalho; e a própria malícia leciona discernimento, obrigando-nos a aprender seleção e reflexão.


Nem sempre aceitamos com facilidade as lições que nos são enviadas pela Sabedoria da Vida; tantas vezes, porém, recusaremos os ensinamentos da escola em que nos encontramos quantas vezes voltaremos a faceá-la, agora ou no futuro, amanhã ou depois de amanhã. E, enquanto se nos perdure a repetência, reconhecer-nos-emos na posição de aprendizes, reclamando paz. Sem duvida, usufruiremos a paz pela qual suspiramos, mas, em princípio, necessitamos observar que a paz alcançará, primeiramente, aqueles que souberem doá-la em benefício dos outros, sabendo passar sem ela.



Trecho do livro: “Hora Certa” – Francisco Cândido Xavier – Emmanuel

SOMBRA  E  LUZ - 5 de maio
      Emmanuel


          Nenhum espírito da comunidade terrestre possui tanta luz que não admita em si certa nesga de sombra, nem existe criatura com tanta sombra que não guarde consigo certa faixa de luz.
          Aprende a fixar o próximo com a claridade que há em ti.
          Não creias porém , que semelhante trabalho se filie ao menos esforço, porque, pelo peso das trevas que ainda imperam no mundo, a sombra que ainda nos envolve , na Terra, a cada instante, insinuar-se-nos-á no próprio entendimento, perturbando-nos as interpretações.
          Se te demoras na obscuridade, não enxergarás senão os defeitos e as cicatrizes, as feridas e as nódoas que caracterizam a fisionomia do irmão infortunado, constrangendo-te ao medo e à usura, à incompreensão e à aspereza. E sabemos que quantos se detêm no cipoal ou no charco não encontram outros elementos, além da lama ou do espinho, para oferecer.
          Alça a lâmpada acesa do conhecimento superior e avança para a frente, e, então, a ignorância e a delinqüência surgir-nos-ão aos olhos por enfermidades da alma, que é preciso extirpar, a benefício da felicidade comum.
          “Não saiba a vossa mão esquerda o que deu a direita” – ensina-nos o Evangelho – e ousamos acrescentar:”não saiba a nossa sombra o que faz a nossa luz”, porque, dessa forma, avançando, acima das tentações da vaidade e do desânimo, a chispa humilde de nossa fé no Bem Infinito poderá transformar-se em chama viva e redentora para o caminho de todos os que nos cercam.

Do livro Cura - Autores Diversos - Psicografia de Francisco Cândido Xavier





Felicidade real – 23 de maio

1 Procuraste a felicidade na Terra, através da fortuna, da autoridade, da fama, do prazer e não a encontraste.
2 Apesar disso, as tuas experiências, nesse sentido, não se perderam, porquanto, com elas, adquiriste mais amplos caminhos de compreensão e discernimento. E continuas a buscá-la, ardentemente.
3 Anseias conservá-la contigo e não explicas porquê…
4 Sabes que ela existe e não descobres onde…
5 Queres retê-la em teus passos e ignoras como…
6 Adivinhas que ela se te fará alegria para sempre e não consegues vê-la…
7 É que a felicidade real decorre da nossa união com Deus e embora não saibamos definir as nossas emoções mais profundas, todos sentimos sede de Deus, de modo a desvencilhar-nos de todas as inferioridades que ainda nos assinalam a existência, a fim de vivermos, em espírito e verdade, o ensinamento do Cristo, na oração dominical: — “Pai Nosso, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus…” (Mt)
8 Em nossa rendição aos desígnios divinos, nas leis que nos regem, descortinaremos claramente a senda que nos conduzirá à felicidade autêntica, sonhada por nós, em nossas mais belas aspirações.


Emmanuel



NA  LIÇÃO  DE  JESUS - 26 de maio

Emmanuel

EM matéria de oração, não olvides o ensinamento do Cristo em seu divino intercâmbio com o Amor Ilimitado de Deus.
Na linha de todos os Seus propósitos, há sempre o bem dos outros, com a bênção imediata do Céu, notando-se que o bem dele próprio estava sempre aparentemente esquecido.
***
Começa na Manjedoura, com extensas possibilidades de anunciar a própria vinda, através da Estrela Soberana que desperta reis e pastores para o fulgor de Sua presença, mas não consegue tocar os corações humanos que O relegam à intempérie na estrebaria.
***
Alcança sucesso espetacular na cura de leprosos e obsedados, cegos e paralíticos que se sentem restituídos à bênção da luz e do movimento, da esperança e do equilíbrio, contudo, não modifica o pensamento suspeitoso dos grandes sacerdotes do Seu tempo, com respeito a Si próprio.
***
Levanta Lázaro do túmulo de lodo para a alegria de Betânia, todavia, não soergue Judas do sepulcro de ilusão, em que Se lhe compromete o apostolado divino.
***
         Plasma a admiração e a amizade no espírito de um Arimatéia, que O segue de longe, no entanto, não pode evitar a fraqueza de Simão que O acompanha de perto.
***
         Retira dos ombros de Seus contemporâneos o madeiro arrasador da loucura e da negação, da enfermidade e da morte, entretanto, não logra escapar ao martírio da cruz, em que Se confia ao sacrifício supremo.
***
         Não te desmandes na exigência indiscriminada, quando te colocares em prece.
         Apresenta-te ao Criador, tal qual és, na certeza de que a Sua Infinita Sabedoria nos conhece as necessidades, ao passo que nunca sabemos, em verdade, qual seja a substância real de nossos desejos.
***
         Atendamos ao bem dos outros e Deus proverá nosso próprio bem.
***
         Foi talvez por isso mesmo que o Cristo, ensinando-nos a orar, em abordando o problema de nossas aspirações, declarou, resoluto, diante do Pai Altíssimo:
         - “Faça-se a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.”



Livro Os Dois Maiores Amores - Psicografia Chico Xavier - Autores Diversos


DIANTE  DA  POSSE - 15 de junho

Emmanuel

Recorda o grande minuto do berço para que te convenças, sem alarme, de que toda posse pertence a Deus.

Integralmente jungido à necessidade, atingiste o mundo em completa nudez, esmolando a proteção maternal, através de vagidos que te denunciavam a carência de tudo.
Reconhecerás, desse modo, que a vida se te desenrola nas mil concessões do Pai Celestial cada dia.

Do chão que te sustenta à estrela que te adelgaça a treva noturna, tudo é Deus em teus passos, conferindo-te equilíbrio e respiração, idéia e movimento, em regime de administração, de vez que o Amor Infinito nos empresta todos os bens do mundo para que Lhe estendamos a grandeza, ao sol desse mesmo amor que é patrimônio de todas as criaturas.
Observarás então que o Todo-Misericordioso te concede o ouro terrestre para que ajudes a evolução, tanto quanto te reveste com a influência política ou com a cultura da inteligência, a fim de que te convertas em coluna valiosa do progresso e da educação.

Não olvides que todos, por algum tempo, detemos recursos e vantagens que significam talentos entregues às nossas mãos pelo Suprimento Divino.

Nossa família é santuário de af etos para que nos entrosemos com a família maior a expressar-se na Humanidade inteira; nossa profissão é título de trabalho com que nos cabe servir à comunidade em bases de sacrifício próprio; nossa fé representa lâmpada viva com que nos compete a obrigação de clarear os caminhos alheios e nossa bolsa não é mais que repositório de possibilidades que, a rigor, estacionam em nossa marcha para que se transformem no pão e na alegria de todos os que nos cercam.

Acautela-te ante a transitoriedade em que toda a existência humana se levanta e desdobra, a fim de que amanhã não te aconteça acordar nos braços da morte, com a loucura de quem, debalde, intenta reter disponibilidades e bênçãos de que a fronteira de cinza é o justo limite.

“Não servirás a dois senhores” - ensinou-nos o Cristo de Deus.
Jamais nos esqueçamos de que o Supremo Senhor é realmente Deus, Nosso Pai, e que, fora dos interesses d'Ele, que constituem felicidade e luz para todos, estaremos jugulados pela tirania do mentiroso senhor que é nosso "eu"


Fonte: Do Livro “Seguindo Juntos”  Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos

Digitalizado por: Cleusa Marcusso

sábado, 18 de outubro de 2014

JESUS PROCLAMOU EM NAZARÉ O ANO AGRADÁVEL AO SENHOR

JESUS PROCLAMOU EM NAZARÉ O ANO AGRADÁVEL AO SENHOR

Jesus declarou, na sua prédica primeira na Sinagoga de Nazaré, ao ler Isaías e interpretá-lo: "O espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e proclamar o ano aceitável do Senhor". É o que consta dos versículos 18a 19 do Cap. IV do Evangelho de Lucas, tradução de Almeida, revista e actualizada no Brasil. Outras traduções mencionam, em lugar de "ano aceitável" o "ano agradável ao Senhor".
Esse ano era uma tradição judaica a que o Levítico se refere de maneira minuciosa (XXV: l-34). Havia o ano Sétimo, o Sábado do Senhor, por analogia com a semana que era o ano do descanso da terra cultivada. E havia o Ano do Jubileu, ou Quinquagésimo, que era o da Justiça, caracterizado na proclamação de Jesus. De cinquenta em cinquenta anos se procedia a uma verdadeira reforma da estrutura agrária do Estado para o reequilíbrio das condições sociais, com libertação dos escravos. Jesus serviu-se dessa tradição para anunciar a sua missão como a proclamação do Ano Agradável ao Senhor, ou seja, de uma nova fase da vida na Terra.
Um famoso pastor, o rev. Stanley Jones, chamado o Cavaleiro do Reino de Deus, estudou essa tradição em suas ligações com o Cristianismo dos primeiros tempos, demonstrando que os cristãos primitivos queriam realmente estabelecer na Terra o Ano Agradável ao Senhor. A ideia do Novo Ano como oportunidade de renovação, de volta do homem para Deus e de sujeição das leis humanas às leis de Deus vem das próprias Escrituras. Em O Livro dos Espíritos, de Kardec, obra básica do Espiritismo, essa ideia se traduz num esforço profundo de renovação pessoal e social, afirmando os Espíritos que a função da doutrina é renovar o mundo para aproximá-lo das leis de Deus cujo centro de gravitação é a "Lei de Justiça, Amor e Caridade", estudada num capítulo especial.
Aproveitemos a oportunidade do Novo Ano para ler esse capítulo do Livro III de O Livro dos Espíritos e meditar sobre as palavras de Jesus na proclamação de Nazaré. O Cristianismo é o foco central de um processo histórico que vem do Judaísmo e se desenvolve no Espiritismo, segundo a promessa de Jesus no Evangelho de João. A finalidade do Espiritismo é estabelecer na Terra o Ano Agradável ao Senhor, com a substituição do egoísmo e da ambição do homem velho pelo amor e a fraternidade do homem novo. Que o Novo Ano nos ajude nessa renovação cristã.
J. Herculano Pires

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O Reino de Deus - Livro de Herculano Pires

http://www.viasantos.com/pense/down/PIRES_J_Herculano_-_O_Reino_1946_-_PENSE.pdf

O Reino de Deus

O Reino de Deus

orson-peter-carrara

O jovem carpinteiro fundou um Reino. O maior e mais poderoso dos reinos, embora fosse pobre de valores materiais, pois aí está a diferença dos demais reinos. Todos sugerem acúmulo de bens. Este, porém, é um reino de valores interiores, protegidos contra todos os possíveis danos que possam destruí-lo. Quem o constrói dentro de si constrói para sempre.

Apresentando-se na Sinagoga, perante seu povo, declarou ter vindo em nome do Pai para anunciar e implantar o Reino de Deus no coração dos homens. Comparou este Reino ao grão de mostarda, ao fermento, a um tesouro escondido, a uma pérola, a uma rede para peixes e ao trigo que cresce no meio do joio… Seu Reino fundamenta-se em três alicerces: Deus, Amor e Justiça. Ora, se já compreendemos que Deus é Amor conforme ensinou o evangelista, vamos estudar seu desdobramento: amor e justiça.

Em O Livro dos Espíritos, questão 875, pode-se buscar a definição de justiça – que deixo ao leitor pesquisar. Já em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI e em seus desdobramentos e subtítulos, poderemos encontrar o que é o amor, seus efeitos, uso e prática.

Para o estudioso mais atento, há comentários muito edificantes de Emmanuel em seus livros Caminho, Verdade e Vida (capítulo 107) e Vinha de Luz (capítulo 177) e ainda a resposta à questão 673 de O Livro dos Espíritos, embora não se refira ao assunto, traz comentário importante sobre esta postura para implantação do Reino de Deus nos corações.

A questão toda, como apresenta Néio Lúcio no livro Jesus no Lar, capítulo 36, é que se cada um estivesse vigilante da própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intricado problema do mundo é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

É que o Reino de Deus é uma construção interior, com valores reais das virtudes que precisam ser conquistadas a custo do esforço próprio. E isto exige coragem, determinação, perseverança.

Desde já precisamos nos apressar em desligar o criticador e parar com os hábitos da “achologia”, onde muitos acham isto ou aquilo, mas consideram ser dever do outro fazer. Achamos, damos opiniões e palpites, mas deixamos de fazer o que nos compete. O Reino de Deus se inicia no coração do homem, com os valores da bondade e da fraternidade. Quando destruímos uma ideia ou temos postura pessimista, estamos criando o reino da descrença, da crítica e por aí afora.

Para alcançar o Reino de Deus no coração, quatro condições são essenciais: (a) libertação pelo autoconhecimento; (b) humildade para perceber nossas imperfeições; (c) persistência no bem; (d) crescimento espiritual. Todas as conquistas do esforço próprio exigem, no mínimo, iniciativa, que deve ser acompanhada pela perseverança.

Em seu livro, Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel comenta no capítulo “A palavra de vida eterna”, que a imortalidade é a luz da vida; ela é a alma da nossa alma; a esperança da nossa fé; e a mãe do nosso amor. Sem imortalidade não pode haver alma, sem alma não há esperança, fé, amor; e sem esperança, fé e amor tudo desaparece de nossas vistas: família, sociedade, religião, Deus!

A imortalidade é a base, o alicerce, a rocha viva… E recomenda: Urge, pois, que busquemos, primeiramente, a imortalidade, para crermos firmemente na palavra de Jesus. Urge que estudemos a imortalidade, que conversemos com a imortalidade, que ouçamos a imortalidade com seus substanciosos ensinos, a fim de firmes e resolutos, orientarmos a nossa vida e regularmos os nossos atos na senda religiosa que nos foi traçada.

Sem aprofundamento percebe-se com clareza os efeitos da incredulidade no mundo, ou até da ausência de interesse na busca de informações e estudos sobre a questão. Aí estão os difíceis quadros sociais a desafiar o homem. E mais interessante que este implantar do Reino dos Céus no coração, como propôs Jesus, modifica o ambiente, as circunstâncias ao redor, favorecendo a todos com a harmonia e paz que lhe é próprio.

A própria vivência interior deste Reino, ajuda a modificar o panorama exterior. Já imaginou o leitor quando cada habitante do planeta esforçar-se por esta vivência? Teremos o mundo modificado, como desejamos.

Fácil? Não! Individualmente já é um grande desafio, imagine coletivamente falando, com a diversidade de estágios evolutivos que vivemos. Mas é a única alternativa para a construção da paz interior e social, que tanto almejamos.

Orson Peter Carrara

O Reino de Deus - Bibliografia da Bíblia do Caminho


http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/TM/R/ReinoDeDeus.htm

O Reino de Deus - Palestra de Haroldo Dultra

https://www.youtube.com/watch?v=ERV8LjHuWTc

O Reino de Deus

O Reino de Deus



Tendo os fariseus perguntado a Jesus quando viria o reino de Deus, ele respondeu: O reino de Deus não vem com mostras exteriores. Por isso ninguém poderá dizer: ei-lo aqui, ou ei-lo acolá, pois o reino de Deus está dentro de vós.

Concluímos da resposta do Mestre que o reino de Deus está em nós próprios. Não obstante, é ele mesmo quem assim nos adverte: Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça; tudo o mais vos será dado por acréscimo. Como ? Buscar aquilo que está em nós? E depender dessa pesquisa todo o nosso bem?

A explicação nos é dada pela seguinte parábola: O reino de Deus é semelhante a um tesouro oculto no campo, que foi encontrado por um homem, o qual, movido de grande gozo, foi vender tudo que possuía e adquiriu aquele campo.

Agora podemos entender: o reino de Deus está em nosso Espírito mesmo, porém oculto e ignorado. Possuir e ignorar que possui, equivale a não possuir. Ter e não saber que tem, é como se não tivesse. Daí a necessidade de procurá-lo. E, pelo dizer da semelhança, é de inestimável valor esse tesouro ou reino de Deus. Tanto assim, que todo aquele que o descobre, coloca-o desde logo acima de tudo o mais. Este asserto é corroborado por outra parábola : O reino de Deus é semelhante a um negociante de pérolas que, encontrando uma de subido valor, foi vender tudo o que possuía e a comprou.

Já sabemos algo de importante sobre o caso. Mas, que será, afinal, o reino de Deus e que idéia devemos fazer desse tesouro oculto em nosso Espírito? O reino de Deus é o conjunto de energias e faculdades que jazem latentes em nossa alma. E’ o reino da vida, da imortalidade e do poder, do qual só nos apercebemos depois que começamos a sentir em nós as vibrações da vida espiritual, cuja atividade se exerce através do amor e da justiça, empolgando nosso ser. Que é, de fato, o reino da força que tudo vence, nos diz este outro apólogo: O reino de Deus é semelhante a uma semente de mostarda, que um homem semeou no campo. Esta semente é, na verdade, a menor de todas; mas, depois de haver crescido, é a maior de todas as hortaliças, e se faz árvore, de sorte que as aves do céu fazem ninhos em seus ramos. Tal é como o Mestre revela a incomparável energia de ação e de expansão que se esconde no reino de Deus. E que essa ação se verifica através do sentimento da justiça, sabemos por esta admoestação do Senhor: Se a vossa justiça não for superior à dos escribas é fariseus, não possuireis o reino de Deus.

O roteiro, portanto, que conduz ao tesouro oculto é um só: o cumprimento do dever, a prática do bem, a conduta reta. “Nem todo o que me diz Senhor! Senhor! entrará no reino de Deus, mas somente aqueles que fizerem a vontade de meu Pai. Naquele dia, muitos me dirão: Senhor, em teu nome nós profetizamos, expelimos demônios e obramos maravilhas. Mas eu lhes direi abertamente: Não vos conheço; apartai-vos de mim, vós que vivestes na iniqüidade.” E o Rei, então, dirá: Vinde, benditos de meu Pai; possuí como herança o reino que vos está destinado desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro, e me recolhestes; estava nu, e me vestistes; enfermo e preso, e me visitastes. Então, perguntarão os justos: Quando, Senhor, te vimos com tais necessidades e te assistimos? E o Rei retrucará:” Em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes.”

Sabemos então, já, o que é o reino de Deus, onde se oculta, e o que nos cumpre fazer para possuí-lo.

LIVRO: EM TORNO DO MESTRE

AUTOR: PEDRO DE CAMARGO – PSEUDÔNIMO VINICIUS

EDITORA: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – 6ª EDIÇÃO – BRASILIA – DF

ANO DE PUBLICAÇÃO: 1939 (PAG. 204 – 206).