sábado, 2 de julho de 2016

O ESPIRITISMO: CONSOLADOR PROMETIDO

O ESPIRITISMO: CONSOLADOR PROMETIDO


José Carlos Leal
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Muitas pessoas sabem que, em nosso meio,  o Espiritismo é chamado de O Consolador Prometido. Nesse artigo vamos examinar o sentido desta expressão, começando com o adjetivo prometido. Conta-nos o Evangelho de João (XVI : 5-1 ) que, certo dia, sabendo de sua volta ao Plano Espiritual, o mestre reuniu seus apóstolos e lhes contou que  sua volta ao Mundo Maior estava próxima. Vendo a tristeza que tomou conta do coração dos apóstolos e discípulos, ele os consola dizendo que enviaria um seu mensageiro ( Paracleto )que conduziria a eles e ao mundo à verdade plena.

Nós - os espíritas - temos por certo que esta promessa evangélica se realizou na Segunda metade do século XIX com a codificação da Doutrina dos Espíritos realizada por Leon Hipollyte Denizard Rivail mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec e exposta em cinco livros básicos a saber : O Livro dos Espíritos; O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Livro dos Médiuns, A Gênese e O Céu e  o Inferno.

Vejamos agora a questão em que sentido o Espiritismo é consolador.

A palavra consolador é um substantivo que deriva do verbo consolar. Consolador, portanto, é aquele que consola, que diminui a dor ou a aflição, que está junto de outro que sofre. É interessante lembrar que o consolador não interfere diretamente mas atua por meio de palavras, procurando auxiliar o consolado a passar o momento difícil.

Um outro aspecto que não podemos perder de vista é o fato de que a dor humana cresce mais à medida que não é explicada. Assim, a maioria das pessoas pergunta: por que Deus me impôs tal sofrimento? Por que logo meu filho que é tão bom, tão amigo, tão prestativo, sofre este acidente e fica neste estado?  Por que minha filha morreu logo agora que havia acabado um curso universitário? Por que meu marido faleceu quando nós mais precisávamos dele?  A proporção que as pessoas não encontram uma resposta a estas  e outras questões a dor lhes parece mais forte e chegam mesmo a desconfiar da bondade e da justiça de Deus, tornando-se amargas e revoltadas; isto quando, no auge do seu, sofrimento não apelam para o suicídio como solução de seus males.

O Espiritismo entra exatamente neste contexto já que possui explicações lógicas, claras e concretas para as causas do sofrimento. A leitura da Doutrina dos Espíritos oferece à vida um novo sentido. A reencarnação reentroniza o conceito do Deus justo e bom que não faz  que soframos por causa do pecado original ou pelos erros de nossos pais atuais. Ficamos sabendo que o sofrimento não é um mal em si mesmo, muito pelo contrário mas uma espécie de acicate que nos empurra para frente em busca dos mundos maiores e que, se soubermos retirar do sofrimento as lições que ele nos oferece, estaremos nos candidatando a um lugar mais elevado na escala espiritual  e nos adiantando em nossa jornada em busca dos Mundos Ditosos.

O Espiritismo, por meio da mediunidade, veio comprovar, à saciedade, que a vida continua. Não há céu ou inferno depois da morte, mas vida e mais vida, como nos mostra com bastante clareza e fartura de exemplos na obra de André Luiz e as diversas mensagens consoladoras que Francisco Cândido Xavier tem recebido em sessões públicas nas quais pais reconhecem os filhos desencarnados e ficam mais tranqüilos, sabendo, não só que o filho continua a viver, mas que ele se encontrou com a avozinha querida do ouro lado e que ela aproveita a oportunidade ara mandar lembranças.

Por fim, o Espiritismo apresenta uma nova concepção da divindade que, perdendo os caráter antropomorfizado das religiões primitivas, torna-se A Inteligência Universal, Causa Primeira de todas as coisas sem, entretanto, perder os seus atributos  de amor e de Justiça.  Frente a esta imagem de Deus não pode haver revolta mas compreensão  de que existe uma  ordem universal e que esta ordem dá sentido  não só à vida na Terra mas em todo o cosmos.

Em resumo, o Espiritismo é, sem dúvida alguma, O Consolador prometido por João e a em seus textos e contextos atualiza a mensagem de Jesus, a mensagem a que Jesus apenas aludiu em sua época, por causa da impossibilidade de compreendê-lo àquele tempo. Não é a toa que o espírito que liderou a equipe da terceira revelação, tenha se apresentado a Kardec como Espírito Verdade.

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