A necessidade da encarnação
O homem primitivo, observando a natureza estabeleceu determinadas conexões, como o suceder do dia e da noite, do processo de germinação, crescimento, florescimento e geração de furtos. Lá no princípio, intuitivamente, o homem ainda pouco desenvolvido intelectualmente, alcançou o sentido da sucessão de vida, morte e renascimento. Porém, durante alguns longos períodos, quando o desencanto e a descrença predominaram, notadamente pelo apego à cultura materialista, os homens preferiram não atentar para a verdade do renascimento, através da reencarnação. As preocupações, assim, se resumiam à vida terrena, momentânea.
Sabemos que todos nós fomos criados simples e sem instrução, adquirindo ao longo das inúmeras vivências, tanto espiritual quanto material, um progresso significativo. A finalidade, após esta trajetória, conduzida através da inteligência e livre arbítrio, que são os instrumentos de que somos dotados como nossas bússolas, é a perfeição.
Pois bem, o objetivo da encarnação do espírito é servir-se deste campo de provas, que é a vivência material para um processo de burilamento, de aperfeiçoamento.
Aqui, na vivência diária em família, na escola, no trabalho, com pessoas queridas, estranhas, bondosas, caridosas, ou, ainda, más, arrogantes, falsas, é que o ser passa pelo processo de apren-dizagem. Não poderá agir sempre como pensa, como deseja, pois há regras a serem seguidas, normas previamente estabelecidas, que regulam as relações, evitando os conflitos, para o bem viver em sociedade.
Para que o indivíduo possa, então, viver bem, deve fazer concessões, sem se anular; deve buscar a compreensão, sem ser conivente; deve relevar, sem perder a sua autonomia, sem ferir seu caráter, sem se tornar subserviente. Então, aqui nos encontramos para, nesta convivência diária entre seres distintos, todos diferentes, trabalharmos para o nosso próprio desenvolvimento.
É esta convivência diária, que se inicia no seio familiar e depois avança para outros círculos, que forma o meio propício para o desenvolvimento dos seres. Às vezes estas relações são recheadas de tempestades verbais (quando cada um quer impor, por meio do grito, a sua vontade), cheia de desencontros, de animosidades (entre pais e filhos, entre irmãos), de intrigas, de paixões e de tormentos. Porém, poderá ser também de mansidão, de quietude, de compreensão, de encontros, de afetividade, de amor e de bonança.
Depende de como os indivíduos entendem a vida. Depende do estágio de evolução e progresso em que estão os indivíduos conviventes.
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