segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O BATISMO DE JESUS E OS CRISTÃOS CANIBAIS


Segundo os doutores da Igreja Católica, SACRAMENTO é um sinal sagrado instituído por Jesus Cristo para distribuição da salvação divina àquele que, recebendo-o, faz uma pro-fissão de fé.
Os sacramentos são sete: Batismo, Eucaristia, Crisma, Penitência, Ordem, Matrimônio e Extrema-Unção.
Desde pequeno me chama atenção os dois primeiros, Batismo e Eucaristia, e sempre desejei explicações a respeito, mas... ainda não consegui. Vejamos, pois, de início a Eucaristia, que segundo a crença:
“Jesus Cristo se acha presente, sob as aparências do pão e do vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade”.
Isto é um ritual e a Igreja Católica tem sua forma especial e considera-o sagrado. Ao passo que os rituais das outras religiões ou seitas, para esta igreja, não passam de supersti-ções. Por exemplo, entre os antigos, há a representação do pênis, adorado como símbolo da fecundidade da natureza. Não há negar, o Phallus é um símbolo sexual. Gradualmente foi esquecido este aspecto, tomando a forma de símbolo do Criador. E do mesmo modo, não é outro o sacramento de comunhão dos católicos. Segundo os crentes, este sacramento é “a matança de um homem, de quem se come a carne e toma o sangue, a fim de obterem-se as boas qualidades desse homem”. Isso era praticado pelos índios sel-vagens antropófagos. É isto é o que fazem tribos selvagens se um homem é valente, matam-no e comem a sua carne, pois pensam que assim obterão as qualidades que aquele homem possuía.
Não vejo diferença alguma desse ritual indígena para o ritual religioso católico da Eucaristia. Há diferença apenas no emprego de termos. Enquanto chamamos de canibalismo ao ato dos índios; chama-se Eucaristia ao ato dos católicos. E assim vemos os cristãos católicos comerem “Jesus Cristo” nas missas, o corpo assado em forma de Hóstia sagrada e o sangue em forma de vinho. Afinal de contas, estamos no iní-cio do século XXI, a aurora do terceiro milênio já despontou e ainda estão a comer a carne e a beber o sangue de Jesus, a quem dizem que amam... Que forma mais estranhar de de-monstrarem o seu amor! Ainda não consegui encontrar a di-ferença entre os adoradores do Phallus, do ritual do selvagem e do ritual do banquete do corpo de Jesus.
Minha segunda curiosidade é o Batismo.
Coisa interessante, por que não me perguntaram se eu queria ser batizado? Por que não nos deixam batizar quando nos tornamos adultos?
Ora, aí ocorreria um fato bastante desagradável. Os filhos começariam a interrogar as mães inicialmente e como estas não saberiam mesmo explicar se o batismo tem ou não vali-dade não responderia. As mães passariam então a pergunta para o padre. E está aí uma coisa que padre não gosta: perguntas sobre os dogmas da Igreja. Porque aí os padres se atrapalham e só encontram uma saída:
“ – Minha filha! Isso é coisa divina e não cabe-nos duvidar de tais verdades sagradas”.
E com palavras como: sagrado, divino e milagre, levam tudo para o campo do sobrenatural, e assim, respondem aos inoportunos...
Aí entra a psicologia dos padres: o batizado tem que ser realizado enquanto a criança ainda é bebê, pois do contrário, torna-se pagã. E uma pessoa pagã, nem tem desculpas nem perdão, vai direto para o inferno. Esta beleza de doutrina so-bre o batismo foi fundamental para o terror criado entre aque-les que estão sob o jugo do poderoso Império Vaticano ou Evangélico.
Mas, qual o valor do batismo para a criança que nem sabe que está sendo batizada?
É sabido que o culto exterior impera nas consciências humanas. E assim vemos a Circuncisão, prática que consistia numa operação cruenta, criada por Moisés (Levítico, 12: 3), muito embora desde Abraão já a praticassem (Gênesis, 17: 10-14). Moisés visava à necessidade higiênica. João Batista tratou logo de pôr fim à circuncisão (Lucas, 2: 21-24), uma vez que esta prática não era mais necessária e havia degenerado em cerimônia religiosa, sob a ação dos sacerdotes judeus.
Conforme se vê em Lucas (2: 21-24), José era obediente à Lei, só por este motivo levou Jesus para ser circundado. Acrescenta, no entanto, o pe. Matos Soares em sua tradução da Bíblia, que “A Circuncisão, que em relação aos hebreus representava o nosso (católico) batismo quanto à incorporação ao povo eleito, Jesus não a recebeu por necessidade ou obrigação, mas para tornar-se igual aos irmãos e também para redimir os que se achavam sob a Lei”.
Mas, se “Jesus morreu para nos salvar”, conforme os cristãos, consequentemente, o sacrifício de Jesus resgatou os homens do pecado. Por que então, ainda batizam os homens?
E João, que recebeu Batista por apelido, tentando substituir a circuncisão como cerimônia religiosa, adotou a imersão dos catecúmenos no rio Jordão. Interessante é que os padres da Igreja, em vez de discutirem o valor do batismo, passaram a debater se era imersão ou por salpicos na cuca do indivíduo.
As substâncias salinas, oleosas e vestes especiais utilizadas na cerimônia do batismo atualmente, foram criadas por João Batista? E sendo o batismo feito no corpo, por qual mi-lagre transubstancia-se para purificar a alma? O sal, o óleo, o trigo e água, podem exercer influência sobre a alma?
Em Mateus (3: 11):”Eu, na verdade, vos batizo com água para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de lavar-lhe! Ele vos batizará com o Espírito e com fogo”. João Batista batiza com água, para o arrependimento; Jesus batiza com o Espírito e com fogo. Qual a religião que emprega este batismo? O batismo do fogo, não será a destruição dos dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas e à raiz das quais está posto o machado? (Mateus, 3: 10). O batismo de fogo não representará o calor da lógica, do raciocínio, dos fatos em face da crença? Pelo que se depreende da “Boa Nova”, o batismo do Espírito arrebata as almas para o Céu; e o batismo do fogo pulveriza e destrói tudo o que é da Terra.
Que estranha contradição existente no batismo dos cristãos, conforme Cairbar Schutel:
Os homens Batizam com ÁGUA;
Enquanto, Jesus, com FOGO;
As religiões na CARNE;
E Jesus, no ESPÍRITO...
De nada valeu Paulo haver concluído: “E, assim, cada um de nós dará contas a Deus de si mesmo”. (Romanos, 14: 12).
Quanto á questão, por que Jesus foi batizado? É outro relato.
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Referências:
Schutel, Cairbar. “O Batismo”, 4ª ed. O Clarim, Matão-SP, S/d,pág. 15.
Vivekananda, Swami. “Estudo da Religião”, ed. O Pensamento,S. Paulo, 1931. pp. 88-89. (tradução de Francisco Valdomiro Lorenz).

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