terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Parábola da rede



“Finalmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede, que foi lançada ao mar e apanhou peixes de toda a espécie.
Depois de cheia, os pescadores puxaram-na para a praia, e, sentados, puseram os bons em cestos, deitando fora os ruins.
Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha de fogo, onde haverá choro e ranger de dentes.” (Mat. 13:47-50) Em que pese à doutrina das Igrejas tidas por ortodoxas, que afirma seremos salvos ou condenados segundo aceitemos ou rejeitemos a Jesus Cristo, pessoalmente, como nosso Sal­vador, esta edificante parábola — a última de uma série de sete, proposta pelo Mestre a seus discípulos — nos ensina, uma vez mais, que nossa aceitação ou rejeição no reino dos céus depende tão só e unicamente do cumprimento ou da negligência dos nossos deveres de amar e servir a Humanidade.
A simples crença ou incredulidade no po­der de salvação pelo sangue do Cristo, em que essas Igrejas põem tanta ênfase, não têm a mínima influência na determinação de nossa sorte futura.
Admitido que assim fosse, a maioria da Humanidade estaria perdida, pois o Cristia­nismo só é conhecido e (mal) praticado por menos de um terço da população mundial.
A aceitação do Cristo como nosso redentor só tem eficácia quando se traduz em um esforço sincero e constante no sentido de reproduzir-lhe o espírito em nossa própria vida, ou seja, quando procurarmos modelar o nosso caráter pelo seu, pautando nossa conduta pelas dire­trizes do Evangelho.
Aliás, todo o Novo Testamento está reple­to de passagens que estabelecem categoricamente que o julgamento dos homens será ba­seado em seus feitos e não em sua fé.
A expressão “fim do mundo”, usada pelo Mestre, não deve ser tomada em sentido abso­luto, porquanto a Terra e todos os planetas do Universo são obras de Deus, e elas não foram feitas para morrer.
Significa, apenas, o fim deste ciclo evolu­tivo da Humanidade terrena, com o desapare­cimento de todos os seus usos, costumes e ins­tituições contrários à Moral e à Justiça.
É o fim do mundo velho, com suas confu­sões, suas discórdias, seus convencionalismos, suas iniqüidades sociais, seus ódios, suas lutas armadas, e o advento de um mundo novo, sob a égide da verdade, do bom entendimento, da lisura de caráter, da eqüidade, do amor, da paz e da fraternidade universal.
Os anjos são os Mentores Espirituais deste planeta; que velam pelo seu destino, aos quais estará afeta a expulsão dos maus: os açambar­cadores, os avarentos, os déspotas, os corrup­tores, os devassos, os desonestos, os explora­dores, os hipócritas, os ladrões, os libertinos, os maldizentes, os orgulhosos, os sanguinários, enfim todos os que tenham feito mau uso de seu livre arbítrio e hajam malbaratado as inú­meras oportunidades que lhes foram concedidas (através das reencarnações) para a realização de seu progresso espiritual.
A rede representa a Lei de Amor, inscrita por Deus em todas as consciências, e os peixes de toda a espécie apanhados por ela são os homens de todas as raças e de todos os credos, que serão julgados de acordo com as suas obras.
O texto é claríssimo nesse ponto, não dei­xando margem a qualquer dubiedade: “ e puseram os bons em cestos, deitando fora os ruins.
Quando, pois, o ciclo se fechar, a sorte dos justos será passar a um plano “à direita do Cristo”, plano que aqui será implantado no correr do terceiro milênio, constituído de almas cristãs, afeitas ao bem, onde fruirão de imper­turbável felicidade; e a dos maus, a de serem lançados na “fornalha de fogo”, símbolo dos mundos inferiores, de expiação e de provas, onde terão que se depurar, entre lágrimas e dores, até que mereçam acesso a uma esfera melhor.

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