terça-feira, 28 de abril de 2015

Caridade segundo a Doutrina Espírita

Caridade segundo a
Doutrina Espírita

“(...) porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram (...)” - O Livro dos Espíritos, questão 896.


Na questão 893 de O Livro dos Espíritos, Kardec indaga qual a mais meritória das virtudes, obtendo dos Espíritos a resposta de que é a caridade desinteressada. Mas o que é caridade segundo a Doutrina Espírita? Para facilitar a compreensão, pode-se dividi-la em caridade material e moral.

A caridade material compreende aquilo que tem manifestação no mundo físico, devendo ser exercida com desprendimento e amor, sem humilhar quem recebe. O amor se manifesta na maneira como se dá, não incluindo os que doam algo apenas para se verem livres de quem pede ou para aliviar a consciência, mas sim a atitude realizada com real vontade de auxiliar. Já o desinteresse consiste em não esperar reconhecimento, gratidão ou retorno de qualquer espécie pela ação realizada, consoante a frase: “que a mão esquerda não saiba o que dá a mão direita”. Assim, pode-se dar muito ou pouco, com muito ou pouco amor.

A caridade moral, como a entendia Jesus, é elucidada na questão 886 de O Livro dos Espíritos, como sendo benevolência (boa vontade) para com todos, indulgência (tolerância) para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Esse conceito de caridade reúne todos os deveres do ser humano para com seu próximo, podendo ser exercitada através de três perguntas1:

A - Ao pensar, julgando ou avaliando o próximo, como devo proceder? Com indulgência (tolerância);

B - Como deve ser a minha ação para com o meu próximo? Com benevolência (boa vontade);

C - Como devo receber a ação do próximo? Com perdão.

Assim, a caridade moral pode ser2:

* verbal: palavras que consolam, esclarecem e edificam, prece que aproxima de Deus, silêncio ou suavidade no falar;

* mental: ondas mentais sob a forma de perdão, prece e amor, emitidas em favor de encarnados e desencarnados;

* gestual: afago fraternal, abraço, aperto de mão, sorriso, carinho;

* passiva: silêncio diante de uma ofensa, atenção perante um desabafo;

* mediúnica: amparo a encarnados e desencarnados através da faculdade mediúnica.

Sempre há condições e oportunidades para o exercício da caridade, pois não há quem não possa doar algo, dedicar atenção a um irmão, vibrar positivamente por alguém; cada indivíduo, porém, procura e encontra meios de realizar o bem de acordo com a sua evolução espiritual. Mas, à medida que compreende que fora da caridade não há salvação (evolução), o Espírito esforça-se por praticá-la em suas diversas manifestações, eliminando assim, gradualmente, o orgulho e o egoísmo, na exata proporção que se eleva a Deus.



1) MASSI, Cosme D. B. A Caridade segundo o Espiritismo. Revista A Reencarnação. FERGS Editora.

2) COELHO, José Marcelo Gonçalves.  Caridade Integral. Revista Internacional de Espiritismo. Editora O Clarim. Novembro de 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário