quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Mortes Prematuras


Liz Bittar

O Que Os Espiritos Dizem.com.br_

Mortes Prematuras

Por que uns vivem tao pouco tempo e outros muito tempo e tem oportunidade para construir uma família, etc e serem minimamente felizes?

Pergunta enviada por Ana sobre mortes prematuras

RESPOSTA:

Prezada Ana,

Essas indagações são compreensíveis, se olharmos nossa existência do ponto de vista terreno. E nos parece bastante injusto, se considerarmos apenas uma encarnação. Do ponto de vista terreno, uma pessoa se realiza e “cumpre o seu papel” na existência terrena se tiver êxito pessoal, familiar e profissional. Para muitos significa casar e ter filhos, formar uma família feliz. Para outros, obter sucesso e ser famoso, para outros acumular bens materiais e viver uma vida confortável.

O desejo de progresso, de sucesso, de realizações pessoais no campo amoroso e profissional, não é condenável. Mas considerar a vida somente do ponto de vida terreno e imediatista, é um entrave para o nosso progresso.

O espiritismo nos ensina que vivemos várias encarnações, e que a finalidade deste processo de encarne e desencarne nada mais é do que o progresso do ser – através das vidas sucessivas, e das inúmeras experiências que a diversidade de existências corpóreas nos proporciona. Assim, a riqueza e a pobreza, a saúde e a doença, as facilidades e as dificuldades, são aprendizados necessários, para a purificação de nossos espíritos.

A nossa finalidade maior na Terra não é acumular bens que possam ser deixados para trás, quando partirmos, mas acumular bens espirituais, que levamos conosco. Os Espíritos nos ensinam que todas as nossas aquisições morais e intelectuais, não se perdem de existência a existência. Ou seja, o progresso do espírito, as aquisições do espírito, são perenes. Portanto, passar por provas que impliquem em dores momentâneas, pode significar a construção de alicerces morais para o espírito – e, se observadas do ponto de vista espiritual, são mais fáceis de serem suportadas.

O processo reencarnatório explica, assim, todas as diferenças que vemos na vida terrestre, e passamos a compreender melhor a justiça de Deus, que é sempre acompanhada de misericórdia.

Uma existência de provas, de dificuldades materiais, pode ser muito benéfica para um espírito que abusou do poder, em outras épocas. Ele aprende através da vivência – e assim esse aprendizado se solidifica dentro dele. Da mesma forma, pessoas que foram maus pais, podem sofrer a perda de seus filhos.

Assim, grandes injustiças cometidas na terra, aparentemente sem punição aos olhos dos homens, não passarão incólumes aos olhos de Deus. Mas o importante é ressaltar que Deus não pune, mas ENSINA. O aprendizado vem de dentro pra fora – é VIVENCIANDO o que causamos de mal aos outros, que aprendemos a não repetir o mesmo mal.

E é nisto que está a Misericórdia Divina, que – se Deus por um lado, é justo – não permitindo que nenhuma má ação passe em brancas núvens – ele é misericordioso, fazendo que cada erro nosso se transforme em aprendizado, em nosso próprio benefício.

Através do processo reencarnatório as diferenças se transformam em compreensão, os ódios em amor, as disputas em fraternidade. É assim que vemos inimigos reencarnados em uma mesma família, para se acertarem. É assim que vemos antigos déspotas em corpos frágeis e debilitados, passando por encarnações onde necessitam da misericórdia e da piedade dos outros para sobreviverem, aprendendo assim a cultivarem e a valorarem esses sentimentos dentro de si mesmo.

A encarnação em corpos debilitados, com sérias deficiências, tem ainda outra finalidade: além de impedir que este espírito continue a fazer o mal, ele inspira nos outros piedade, e não ódio e revolta, como inspirava antes, na condição de déspota.

Portanto, a justiça de Deus tem sempre por finalidade o progresso, a concórdia, o aprendizado e o amor. Vendo do ponto de vista terreno, muitas coisas nos parecem “castigo”. Vendo do ponto de vista espiritual, abrangendo não apenas uma existência, mas a história milenar que trazemos conosco, como espíritos eternos que somos, compreendemos a bondade e misericórdia do Pai que nos confere infinitas oportunidades de progresso e de reacerto.

As coisas não começam aqui e também não acabam aqui. Nos reencontraremos com os que nos são caros, mas também nos reencontraremos com os que prejudicamos… Se erramos, entretanto, não há porque desesperar-se: podemos consertar!

Vejamos o que nos dizem os Espíritos, no LIVRO DOS ESPÍRITOS, CAPÍTULO IV, PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS, ITEM V, SORTE DAS CRIANÇAS APÓS A MORTE, questão 199:

Pergunta de Kardec: Por que a vida se interrompe com frequência na infância?

Resposta dos Espíritos: A duração da vida da criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do termo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou expiação para os pais.

Pergunta de Kardec na questão 199-a: Em que se transforma o Espírito de uma criança morta em tenra idade?

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