segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O fermento dos fariseus e dos saduceus

O fermento dos fariseus
e dos saduceus


 
Ora, seus discípulos tendo passado além da água, tinham esquecido de levar pães. – Jesus lhes disse: Tende cuidado de vos guardar do fermento dos fariseus e dos saduceus. – Porém pensavam e diziam entre si: Isto é porque não trouxemos pães. Jesus, conhecendo isso, lhes disse: Homens de pouca fé, por que comentais entre vós a respeito de não terdes trazido pães? Não compreendestes ainda, e não vos lembrais que cinco pães foram bastante para cinco mil homens, além do quanto sobrou nas cestas? - Como é que não compreendeis que não vos falo do pão, quando vos alerto para vos guardardes do fermento dos fariseus e dos saduceus? Então compreenderam que ele não se referia ao fermento que se coloca nos pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.
 (Mateus, 15: 5 a 12.)

1) Jesus saíra de Genesaré, passara por Tiro e Sidon, atravessara a Galileia e chegara a Magdala – curando enfermos e alimentando cinco mil pessoas, com a multiplicação dos pães; 2) Jesus saiu do Monte Carmelo, na Galileia, onde multiplicara os pães e os peixes pela segunda vez, passou numa barca para Magdala, com os doze discípulos indo ao Seu encontro.
 
Nas longas viagens que faziam com Jesus, os discípulos costumavam carregar pães, para se alimentarem. Mas na ocasião da conversação do Mestre registrada na passagem acima, os discípulos deixaram de levar pão. A recomendação de Jesus foi para que se acautelassem do fermento dos fariseus e dos saduceus, mas os discípulos julgaram, inicialmente, tratar-se de pão, pois para a fabricação do mesmo é necessário o fermento. Após o devido esclarecimento de Jesus: que Ele não estava falando do pão material, mas do fermento dos fariseus e dos saduceus, só então os discípulos compreenderam que Jesus estava falando da doutrina dos fariseus e dos saduceus.

O fermento dos fariseus e dos saduceus era, pois, a mentira e a falsidade. Eles viviam em torno de Jesus, não para aprender os Seus ensinamentos, mas para terem uma oportunidade real de O flagrarem num erro que levasse o Mestre à condenação. Vemos, nos Evangelhos, a sua presença insidiosa, fazendo perguntas  capciosas, às quais o Mestre respondia magistralmente, o que os deixavam confusos e contrariados. Por tudo isso, Jesus os classificou de sepulcros caiados por fora, mas podres por dentro.

Noutra passagem, no Evangelho de Lucas, capítulo 12, versículos de 1 a 3, lemos: Tendo-se juntado milhares de pessoas, de modo que um e outro se atropelavam, começou Jesus a dizer primeiro aos seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Nada há encoberto que não venha a descobrir; em oculto que não se venha a saber. Por isso, o que dissestes na treva, à luz será ouvido; o que falastes ao ouvido, no interior da casa, sobre os telhados será proclamado.

Este fermento dos fariseus – a hipocrisia – é o fermento humano, que pode enganar a muitos na Terra, mas não no Mundo Espiritual, onde não se pode esconder aquilo que se pensa, pois a linguagem dos Espíritos é o pensamento.
Nas pesquisas que Allan Kardec fez para a Revista Espírita sobre o assunto, vemos Espíritos que se queixam profundamente das situações em que se encontram, porque não podem fazer nada escondido, e o que querem ocultar está sempre sob os olhares das Entidades espirituais.
 
Assim, é preciso que nos libertemos desses vícios morais, para não nos colocarmos  em situações embaraçosas, do outro lado da vida. A desencarnação não dá atestado de santidade a ninguém, nem àqueles que, por força de suas crenças religiosas, acreditam que os "pecados" que forem confessados aqui na Terra serão apagados, como num passe de mágica. Seremos, lá, o que fomos aqui. Se cultivamos, na Terra, maus hábitos, os levaremos para lá. Se cultivarmos bons pensamentos e bons hábitos, não teremos por que nos envergonhar.
 

Nesta viagem que todos empreenderemos, queiramos ou não, somente três qualidades serão importantes para a nossa entrada no Reino dos Céus: o saber, a inteligência e as qualidades morais. O resto passa, o resto morre, o resto esquece.

ALTAMIRANDO CARNEIRO

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