sexta-feira, 26 de agosto de 2011
C e i f e i r o s
“Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.”
(Mateus, 9:37.)
O ensinamento aqui não se refere à colheita espiritual dos grandes períodos de renovação no tempo, mas sim à seara de consolações que o Evangelho
envolve em si mesmo.
Naquela hora permanecia em torno do Mestre a turba de corações desalentados e errantes que, segundo a narrativa de Mateus, se assemelhava a rebanho sem pastor. Eram fisionomias acabrunhadas e olhos súplices em penoso
abatimento.
Foi então que Jesus ergueu o símbolo da seara realmente grande, ladeada
porém de raros ceifeiros.
É que o Evangelho permanece no mundo por bendita messe celestial destinada a enriquecer o espírito humano, entretanto, a percentagem de criaturas dispostas ao trabalho da ceifa é muito reduzida. A maioria aguarda o trigo beneficiado ou o pão completo para a alimentação própria. Raríssimos são aqueles que
enfrentam os temporais, o rigor do trabalho e as perigosas surpresas que o esforço de colher reclama do trabalhador devotado e fiel.
Em razão disto, a multidão dos desesperados e desiludidos continua passando no mundo, em fileira crescente, através dos séculos.
Os abnegados operários do Cristo prosseguem onerados em virtude de
tantos famintos que cercam a seara, sem a precisa coragem de buscarem por si
o alimento da vida eterna. E esse quadro persistirá na Terra, até que os bons
consumidores aprendam a ser também bons ceifeiros. l
(Do livro “Pão Nosso”, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, cap. 148, p. 307-308,
18. ed. FEB.)
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