segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Multiplicar pães

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)

Multiplicar pães

"Quantos pães tendes? Informaram-se e disseram-lhe: Cinco pães e dois peixes... Então tomou os cinco pães e os dois peixes e, com os olhos erguidos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e peixes e dava-os aos discípulos para que servissem a multidão... Todos comeram até saciarem.” ( Marcos: 30)

O episódio da multiplicação dos pães e peixes, narrado pelo Novo Testamento, é, incontestavelmente, uma notável e rica lição que Jesus delegou à humanidade para servir de norte e bússola às nossas ações quotidianas.

Naquele momento histórico o Cristo não transferiu aos seus discípulos a tarefa de socorrer a multidão faminta, que O buscava sedenta de consolo e alimento. Apenas solicitou que informassem quantos pães e peixes tinham e, após, procedeu à multiplicação dos dois gêneros, permitindo que mais de cinco mil pessoas se alimentasse.

Sem dúvida, um ensinamento profundo e valioso. Ele deu solução ao problema.

É óbvio que ninguém, em sã consciência e plena lucidez de raciocínio, se proporá a sair pela vida fazendo multiplicações de pães ou outros itens alimentícios, mas de forma alguma estamos impedidos de multiplicar os nossos talentos e recursos, de forma a contribuir para a melhoria do mundo que habitamos.

Multiplicando os pães da paciência conseguiremos conviver com as mais adversas situações e suportar os mais intrincados problemas, aqueles que desafiam o equilíbrio das nossas emoções.

Multiplicando os pães da perseverança haveremos de caminhar com coragem em defesa dos nossos ideais, onde a felicidade e a paz, por certo, figuram com meta e objetivo.

Multiplicando os pães da tolerância seguiremos firmes na compreensão das diferenças que nos cercam, principalmente no âmbito familiar, onde devemos entender que cada criatura traz consigo a própria individualidade, pensando e reagindo de modo próprio, como nós fazemos também.

Multiplicando os pães do altruísmo teceremos a teia das nossas ações sempre voltadas para o bem, onde o ser humano, em quaisquer situações e momento, será eleito como a preocupação máxima e interesse maior das nossas realizações.

Multiplicando os pães da fé e da confiança nunca deixaremos de acreditar piamente que não estamos sozinhos, mesmo que aparentemente o mundo nos mantenha isolados, pois do olhar da Providência Divina  ninguém está alheio.

Multiplicando os pães do amor veremos todas as criaturas do caminho como irmãos a serem considerados dignos merecedores da nossa solidariedade e respeito.

Multiplicando os pães da alegria contagiaremos aqueles que seguem conosco, informando a eles que o otimismo e a esperança são conquistas que não podem deixar de residir no íntimo dos nossos corações.

Multiplicando os pães do silêncio, saberemos como conter a palavra descortês e, às vezes, descuidada, que se lançada poderá destilar o fiel da crítica ou o azedume do comentário menos feliz, além de evitar, muitas vezes, sérias contendas ou terríveis e inoportunas discussões.

Multiplicando os pães da humildade teremos plenas condições de combater as investidas deletérias do orgulho que tanto sofrimentos causam no seio social, e segurar os ataques perigosos do egoísmo, essa chaga nefasta que aprisiona os nobres sentimentos humanos.

Nem sempre temos condições de realizar grandes obras ou feitos, mas, por certo, temos absolutas possibilidades de fazer pequenas coisas, aquelas que realmente somam, formando a atmosfera de uma vida melhor para todos.


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