domingo, 11 de maio de 2014

Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai

Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai

por Guilhermina Batista Cruz - guilherminabcruz@bol.com.br

Não se perturbe o teu coração. – Crê em Deus, crê também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu te teria dito, pois vou para preparar-te o lugar. - Depois que tenha ido e que te houver preparado o lugar, voltarei e te retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também tu aí estejas. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3).

A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade ou mundo espiritual. Conforme este esteja mais ou menos puro e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar do local onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados vagam nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito. Finalmente, enquanto o mal-aventurado, atormentado de remorsos e lamentações, muitas vezes isolado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas mais caras afeições, padece sob a opressão dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, usufrui as delícias de uma felicidade indescritível.

COMENTÁRIO
Quando Jesus disse esta frase se referia aos vários estágios sucessivos das encarnações, que conhecia da sua própria experiência evolutiva, até atingir o estágio em que O conhecemos encarnado. Declarando-nos ainda que o Universo era constituído de várias moradas do Pai, vários planetas em que podemos realizar experiências, aprendizagem e evoluir até nosso aperfeiçoamento. Experiências que nos permitem conhecer o lado bom e o lado ruim das coisas, assim como analisarmos se nos portamos bem ou mal em nossas atitudes, além de reparamos nossos cometimentos menos dignos. Para que isso se realize, necessário é que nós nos desprendamos desse sentimento de posse de tudo, de valorizar mais os objetos e coisas materiais. Sentimento esse que nos torna cada vez mais insatisfeitos, insaciáveis, além de angustiados. Precisamos mudar o nosso objetivo de vida, dedicando-nos aos sentimentos mais apurados do amor ao próximo, das atitudes mais serenas e sensatas daquele que sente satisfação de trabalhar o nosso íntimo de forma a sentirmo-nos felizes com as coisas mais simples. Entender que se não nos faz bem também não pode fazer bem ao próximo. Preocuparmo-nos de fato com a vida futura e em tornarmo-nos capazes de adentrar a outras moradas do Pai para estabelecermos a nossa conduta mais aprimorada, pacifica e moralmente elevada. Ocupar-nos verdadeiramente com a vida futura no mundo espiritual, real pátria do Espírito, tendo a compreensão que este procedimento nos torna cada vez mais serenos e equilibrados, não nos preocupando mais a morte e o que virá depois.

Fomos criados para sermos felizes; se nos advém qualquer sofrimento, a fonte é o nosso orgulho e a nossa ignorância da infinita misericórdia do Pai, que nos desequilibra, bem como nossa atenção maior à materialidade do mundo. Ensinam-nos os Espíritos que todos os problemas que vivenciamos são importantes para o desenvolvimento da nossa inteligência. Como poderíamos nos tornar um atleta exímio de qualquer atividade esportiva? Existe apenas um meio: treinando! Portanto, vamos viver saudavelmente (espiritual e fisicamente), vamos treinar infinitamente para que um dia possamos atingir a perfeição. Para começar, sejamos felizes pelo fato de sermos filhos de Deus, Ele não nos desampara em nenhum momento, se assim possa nos parecer é o nosso orgulho que nos torna cegos.

Ao reencarnarmos deveríamos já nos preparar para que essa viagem reencarnatória fosse a mais agradável possível, sem nos preocuparmos com o que não nos possa interessar nela, sem nos distrairmos tanto do essencial, da mesma maneira que não levamos todos os nossos pertences em uma viagem de final de semana a uma cidade próxima!

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