sexta-feira, 9 de maio de 2014

Amanhecer de uma nova era

Em 25 de abril de 1866, em um resumo das comunicações dadas pelas Sras. M… e T…, em estado sonambúlico, conforme se encontra em Obras Póstumas (Allan Kardec, ed. FEB), os Espíritos assinalavam que precipitam-se com rapidez os acontecimentos, pelo que já não vos dizemos, como outrora: “Aproximam-se os tempos.” Agora, dizemos: “Os tempos são chegados.”

E continuando: A Terra, …, não será transformada por um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança na ordem natural das coisas.

A época atual é a da transição; os elementos das duas gerações se confundem.

Vivemos o Século XXI e observamos a transição planetária pela qual passa o nosso planeta, não só do ponto de vista geológico, mas especialmente no que diz respeito aos aspectos moral e espiritual.

E para esses momentos que vivemos, de muitas dores, terremotos, tsunamis, furacões, violências do homem contra seu semelhante, enquanto ao mesmo tempo luz a genialidade e o bem em muitas dimensões da própria Terra, o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco,  nos oferece  o livro Amanhecer de uma Nova Era.

Para quem leu Transição Planetária, do mesmo autor e que veio a lume em 2010, encontrará  uma continuação natural daquele.

Manoel Philomeno Batista de Miranda viveu na capital baiana (1876 – 1942) e trabalhou na União Espírita Baiana, fundada em 1915. Ali exerceu vários cargos, chegando a Presidente. Suas atividades doutrinárias foram direcionadas para as questões da obsessão e desobsessão.

Em Amanhecer, Manoel se reporta à vitória do bem e do amor, ao diluir-se das sombras da ignorância, embora persistam alguns desmandos do vandalismo de breve duração.

Semelham um poema em prosa as narrativas que faz, informando das atividades espirituais em auxílio aos trabalhadores do bem, momentaneamente agredidos pelas forças da perversidade espiritual, sob o suave-doce comando do Santo de Assis, o êmulo de Jesus que, no seu tempo, implantou na Terra em sombras o período da ternura e da fraternidade, embora tudo conspirasse de maneira oposta.

Recordamos que Francisco de Assis veio à Terra, na Idade Média, para conduzir os homens ao vero cristianismo, cujas fontes estavam tisnadas. Foi o Cantor de Deus, deixando uma mensagem de amor incondicional. E agora, no período em que as grandes transformações se operam, nada mais natural que alguém que tanto ama e em quem o Mestre de Nazaré confia, esteja atuando nessa Caravana do Amor.

Os desafios, as lutas entre o passado dominador e o futuro promissor, que assinalam a transição de mundo de provas e expiação para mundo de regeneração são apresentadas como um cântico de esperança,  pois esclarece Miranda que espíritos evoluídos procedentes de outras dimensões descem às sombras da Terra atendendo ao apelo de Jesus, a fim de contribuírem em benefício dos seus irmãos da retaguarda, no grande e decisivo momento em que poderão ascender a outros planos para fruírem as bênçãos da harmonia cósmica.

Transitam, pelas duzentas e quarenta páginas de Amanhecer, alguns personagens apresentados em Transição planetária, cujo trabalho de regeneração e de convite ao Bem é realizado.

Também surgem personagens como o venerando José Petitinga, trabalhador incansável do Evangelho; o missionário sacramentano Eurípedes Barsanulfo; o nobre servidor do Mestre Nazareno, o ex-hanseniano Jésus Gonçalves; Dr. Bezerra de Menezes; Francisco de Assis, ao lado de outros tantos Espíritos do bem.

E exatamente como anunciado no Século XIX, a obra nos fala dessa transformação que é moral, nos diz que nos encontramos nesse limiar da Nova Era, repleta de expectativas e esperanças.

O que se prepara não é, pois, o fim do mundo material, mas o fim do mundo moral. É o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do orgulho, do egoísmo e do fanatismo que se esboroa.

O reinado do bem sucederá ao reinado do mal.(Obras póstumas)

Sempre lúcido e coerente, em sua dissertação, Miranda vai se referindo exatamente a esse período e às grandes oportunidades que a Divindade oferece aos que ainda permanecem recalcitrantes no mal. Por isso, várias histórias são relatadas, assinalando resgates de Espíritos que se erigiram, através dos séculos, em perseguidores da Luz ou que se perderam nos meandros das viciações, esquecendo o endereço de Deus.

Lendo alguns dos relatos, recordamos do Divino Pastor asseverando: Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou, se perderá.

Emocionante é a prece da personagem Sara, mãe de Eliachim bem Sadoc, aquele que fizera do ódio o seu licor de preferência, embriagando-se cada mais vez mais, no momento em que ele adere à mudança de atitude:

Senhor de Israel e de todas as nações!

Sede louvado sempre pela grandeza do vosso amor, pela misericórdia do vosso perdão, pela compaixão para com os vossos filhos transviados.

Vossa grandeza não pode ser mensurada, nem compreendidas integralmente vossas leis de justiça.

Submetemo-nos sempre em confiança absoluta aos vossos desígnios que nos conduzem à plenitude.

Recebei, por misericórdia e compaixão, o filho pródigo de retorno ao vosso seio.

A todos nós, que vos amamos, a perene gratidão.

Amanhecer de uma Nova Era é publicação da Livraria Espírita Alvorada, lançado em outubro de 2012.

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