segunda-feira, 20 de junho de 2016

CHICO XAVIER: “O ESPÍRITO DE VERDADE É JOÃO BATISTA”

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Evidências no Velho e Novo Testamento e nas obras de Allan Kardec e Chico Xavier

“É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. - João Batista (JOÃO, 3:30)

Permitam-nos dizer que o facto de o “Espírito da Verdade” ser Jesus Cristo ou João Batista, em nada diminui o valor da Doutrina Espírita, como 3ª Revelação. Eu também acreditava que “O Espírito da Verdade” fosse Jesus, mas penso que “O Espírito da Verdade” (que ele nos prometeu enviar como Consolador) é médium fiel do Pensamento Dele, nosso Senhor Jesus Cristo.

A Santíssima Trindade é um dos dogmas centrais da maioria das igrejas cristãs que professa a Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Doutrina Espírita veio esclarecer-nos porque Jesus não é Deus, mas apesar de terem compreendido esta diferença, parece que o subconsciente de muitos espíritas ainda não conseguiu separar Jesus do Espírito Santo…

Chico Xavier revelou a Geraldo Lemos Neto, a Clóvis Tavares e a outros amigos íntimos que o Espírito de Verdade é João Batista. A partir do momento que Chico faz esta revelação, o assunto passa a ser relevante, por mais que outros espíritas não pensem assim, muitas das vezes por terem outra opinião. É um direito que lhes assiste, como é um dever da nossa parte procurar confirmar ou não essa informação, recorrendo às fontes cristalinas das 3 revelações: Antigo e Novo Testamento, com testemunhos de Jesus, na codificação de Allan Kardec e na vida e obra missionária de Chico Xavier.

Em Março de 1981 foi publicado o livro “Aulas da Vida” psicografado por Chico Xavier, cuja última mensagem é Vozes do espírito assinada por “O Espírito”. Divaldo Franco relata que “(…) as pessoas que se encontravam na reunião perceberam a mudança de psicosfera” e que “tudo indica que a mensagem é do Espírito de Verdade.”

Geraldo Lemos Neto relatou que “Chico viu o espírito de João Batista, emocionou-se e chorou como uma criança” De fato a mensagem é do Espírito de Verdade, que é João Batista.

Muitos companheiros defendem de forma legítima mas dogmática que o Espírito da Verdade é Jesus, mas são os amigos mais próximos de Chico (que são acusados de o idolatrarem) que afirmam: “Chico Xavier nunca recebeu uma comunicação directa de Jesus. Emmanuel era o mentor do trabalho mediúnico de Chico e seria junto a ele, o médium do Cristo!"

Jesus revela em Mateus (17:10-13): “Os discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem os escribas que Elias deve vir primeiro? Ele, respondendo-lhes, disse: Elias certamente há de vir e RESTABELECERÁ TODAS AS COISAS. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram (…). Então, os discípulos compreenderam que lhes tinha falado de João Batista”.

Pode-se até ficar em dúvida sobre o “há de vir” (futuro) uma vez que por outro lado do “já veio” (passado) mas o que dizer sobre “RESTABELECERÁ TODAS AS COISAS”? Os espíritas têm dúvidas de quem veio para restabelecer? Como diz Jesus no Evangelho de João quem restabelecerá/restaurará/relembrará as suas lições é o Consolador. João Batista só preparou o caminho para Jesus, não restabeleceu as coisas que Jesus tinha dito porque Jesus ainda não tinha iniciado a sua missão! Se Elias virá e restabelecerá (no futuro) é porque estamos falando de um novo advento de Elias/João Batista como Espírito da Verdade.

Kardec revela em “A Génese” no cap. 17 - Predições do Evangelho/ Anunciação do Consolador- item 35. “Se me amais, guardai os meus mandamentos e eu pedirei a meu Pai e ele vos enviará OUTRO CONSOLADOR, a fim de que fique eternamente convosco: O ESPÍRITO DE VERDADE que o mundo não pode receber, porque não o vê; vós, porém, o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas o CONSOLADOR, QUE É O ESPÍRITO SANTO, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará vos lembreis de tudo o que vos tenho dito. (SÃO JOÃO, CAP. XIV, VV. 15 A 17 E 26; O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, CAP. VI)

36. Entretanto, digo-vos a verdade: Convém que eu me vá, porquanto, se eu não me for, o Consolador não vos virá, porém, ME VOU E VO-LO ENVIAREI. (…) Quando vier esse ESPÍRITO DE VERDADE, ELE VOS ENSINARÁ TODA A VERDADE, PORQUANTO NÃO FALARÁ DE SI MESMO, mas dirá tudo o que tenha escutado e vos anunciará as coisas porvindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que está em mim e vo-lo anunciará. (SÃO JOÃO, CAP. XVI, VV. 7 A 14)

37. Sob o nome de CONSOLADOR E ESPÍRITO DA VERDADE e, Jesus anunciou a vinda daquele que havia de ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera. Logo, não estava completo o seu ensino. E, ao demais, prevê não só que ficaria esquecido, como também que seria desvirtuado o que por ele fora dito, visto que o ESPÍRITO DE VERDADE viria tudo lembrar e, DE COMBINAÇÃO COM ELIAS, restabelecer todas as coisas, isto é, pô­las de acordo com o verdadeiro pensamento de seus ensinos.

De acordo com a tradução de Herculano Pires: “(…) pois o Espírito de Verdade lhes devia fazer recordar, E DE ACORDO COM ELIAS, restabelecer todas as coisas, isto é, de acordo com os pensamentos verdadeiros de Jesus.”
O original francês não deixa dúvidas: “(…) puisque l’Esprit de Vérité doit en faire ressouvenir, et, DE CONCERT AVEC ELIE, rétablir toutes choses, c’est-à-dire selon la véritable pensée de Jésus.”

O articulista Sérgio Aleixo defende as teorias de que o Espírito da Verdade é Jesus (“Sobre o Espírito de Verdade) e que Elias, João Batista e Allan Kardec são o mesmo espírito (“O Profeta Elias, João Batista e Allan Kardec”), esta última defendida desde 1928 por Cairbar Schutel (Grande Apóstolo do Espiritismo) em seu livro “Párábolas e Ensinos de Jesus” no capítulo “O maior Profeta”.

No seu artigo sobre o Profeta, Aleixo cita Lucas aquando do anúncio do nascimento de João Batista a seu Pai Zacarias pelo anjo Gabriel “Ele irá diante do Senhor COM O ESPÍRITO E O PODER DE ELIAS, para converter o coração dos pais aos filhos, e converter os desobedientes, de maneira que andem na prudência dos justos, a fim de preparar ao Senhor um povo dedicado” (Lc 1:13-17.)

E prossegue “informa o Prof. T. Pastorino que o jesuíta M. Zerwick estuda a questão do en grego com o sentido associativo, ou de companhia, que será sempre melhor traduzir por “com” ao invés de “em”. Assim, é melhor dizer-se: “Ele (João) irá diante do Senhor COM o espírito e poder de Elias”. Isso, no dizer de Pastorino, “confirma a tese da reencarnação de Elias na personalidade de João Batista” (Sabedoria do Evangelho. 1.º vol. p. 32.).

Por uma questão de coerência, o argumento de Carlos Torres Pastorino (ex-padre, professor de grego e latim, pesquisador espírita.) sobre a preposição “com” aplica-se no texto de Kardec “(...pois o Espírito de Verdade lhes devia fazer recordar, e de acordo COM Elias, restabelecer todas as coisas (…), o que confirma a tese da personificação do Espírito da Verdade como sendo João Batista.

Desta forma única, Allan Kardec desmente as teorias de Sérgio Aleixo, porque o Espírito da Verdade não pode ser Jesus e como o Espírito da Verdade foi o guia de Allan Kardec, Elias e João Batista não são reencarnações de Kardec.

Na sequência do seu estudo em “A Génese”, no item 39 Kardec afirma que o Espírito de Verdade não é Jesus: “Dizendo “Pedirei a meu Pai e ele vos enviará OUTRO Consolador”, JESUS CLARAMENTE INDICA QUE ESSE CONSOLADOR NÃO SERIA ELE, pois, do contrário, dissera: “Voltarei a completar o que vos tenho ensinado.” Não só tal não disse, como acrescentou: “A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vós.” Esta posição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em nós; compreendemo-la, porém, muito bem com referência a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade.

De facto Elias/João Batista (ainda) não reencarnou e como Espírito de Verdade preside à Falange de Espíritos Superiores que nos traz a Doutrina Consoladora.

Para muitos pesquisadores espíritas, como Paulo Neto (em “Espírito de Verdade, quem seria ele?”) a maior evidência que o Espírito da Verdade é Jesus é haver uma mensagem de 1860 assinada por Jesus em “O Livro dos Médiuns” (1861) que aparece, com poucas alterações, em “O Evangelho segundo o Espiritismo” (1864).

Allan Kardec adverte-nos com uma observação na mensagem publicada em “O Livro dos Médiuns”: “Esta comunicação, obtida por um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita de Paris, foi assinada por um nome que o respeito só nos permitiria reproduzir com absoluta reserva, tão grande seria a insigne graça de sua autenticidade, e porque já muito se abusou desse nome em comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus de Nazaré. Não duvidamos absolutamente que ele possa manifestar-se. Mas se os Espíritos verdadeiramente superiores só o fazem em circunstância excepcionais, a razão nos impede aceitar que o Espírito puro por excelência responda a qualquer apelo. Haveria pelo menos profanação em lhe atribuirmos uma linguagem indigna dele (…) Na comunicação acima constatamos apenas a incontestável superioridade da linguagem e dos pensamentos, deixando a cada um o cuidado de apreciar se aquele de quem ela traz o nome a rejeitaria ou não (1).”

Paulo Neto opina: “Isso quer dizer que, ao afirmar que essa comunicação tem a assinatura de Jesus, mas em vez desse nome coloca o de Espírito de Verdade, devemos pressupor que, para ele, ambas provinham da mesma individualidade.” Allan Kardec não reconhece de forma explícita que a mensagem era de Jesus – como se alega - mesmo tendo a sua assinatura, por isso faz o alerta cuidadoso na sua observação. Paulo Neto cita Herculano Pires no seu artigo em outro contexto, mas estudemos a nota do tradutor Herculano Pires em “O Livro dos Médiuns” após essa observação de Kardec:

(1) Esta comunicação parece, um pouco modificada, no cap. VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo com a assinatura de Espírito da Verdade, datada de Paris,1860. Sabendo-se que Kardec não tomava decisões dessa importância por seu próprio arbítrio, e que poderia ter deixado de incluir ali essa comunicação, é evidente que a assinatura primitiva deve ter sido corrigida pelo próprio Espírito comunicante, como sempre acontece quando a imaginação do médium interfere nos ditados. No caso, o conteúdo da mensagem é realmente de valor. Nota-se o cuidado seguido por Kardec e por ele recomendado, mas até hoje pouco seguido, no tocante às comunicações assinadas por nomes venerados. È conveniente ler e reler as suas considerações acima (N. do T.)

Aprendemos com todos, mas entre as pesquisas sistematizadas de Sérgio Aleixo e Paulo Neto, ficamos com o Profº José Herculano Pires, “o metro que melhor mediu Kardec” segundo Emmanuel. Herculano e Chico Xavier realizaram diversos trabalhos em parceria dos quais resultaram vários livros importantes no movimento espírita brasileiro.

A comprovação de que Jesus quando se refere a Elias como “há de vir” não está falando de João Batista encontra-se no Velho Testamento da Bíblia. No livro do profeta Malaquias os últimos dois versos do Antigo Testamento prediz-se que Deus enviará Elias antes da vinda do grande e terrível dia do Senhor (ML 4.5,6): “Eis que enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e horrível do Senhor.”

Uma referência ao “Juízo Final” e aos “Sinais dos Tempos” situações que foram previstas por Jesus no Sermão Profético para a atual fase de transição da humanidade terrestre. Esta situação foi explicada por Kardec em ”A Génese” nos caps. 16 e 17 e Jesus também revelou aos mártires cristãos sobre os difíceis tempos que ora atravessamos, no livro Há Dois Mil Anos, através dos médiuns do Cristo, Emmanuel e Chico Xavier (cap.6 - Alvoradas do Reino do Senhor). O Espírito da Verdade/Consolador prometido por Jesus veio na época predita pelo Cristo, para que o pudessemos identificar e sobretudo interiorizar.

Esta tese de o Espírito da Verdade ser João Batista é partilhada entre outros trabalhadores espíritas, por Severino Celestino, professor universitário de Ciências da Religião, pesquisador do judaísmo, base de todas as religiões cristãs. É estudioso da essência e conteúdo divinos da Bíblia em sua língua original, o hebraico.

Este nosso texto simples é apenas um resumo das pesquisas que fizemos sobre este assunto em conjunto com o GESAK (Grupo Espírita Saber Allan Kardec - do Portal Saber) orientado por Clairton Souza.

Para quem se interessar, comparem estas reflexões com outros trabalhos sérios sobre o tema, e cheguem às vossas próprias conclusões. Receberemos de bom grado análises críticas, informações e sugestões.

Naturalmente, não é a nossa última palavra sobre o assunto e seremos os primeiros a mudar novamente de opinião se assim se justificar.

Respeitaremos as resistências normais a esta nova perspectiva mas não entraremos em polémicas...Ficaremos sempre com Kardec & Chico

"Se entre vós houver dissidências, causas de antagonismos, se os grupos que devem todos marchar para um objetivo comum estiverem divididos, eu o lamento, sem me preocupar com as causas, sem examinar quem cometeu os primeiros erros, me coloco, sem hesitar, do lado daquele que tiver mais caridade, isto é, mais abnegação e verdadeira humildade, pois aquele a quem falta a caridade está sempre no erro." (Allan Kardec, Viagem espírita em 1862)

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