NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS, SE NÃO NASCER DE NOVO - INTRODUÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste capítulo, gostaríamos de lembrar que quase todos os capítulos deste livro, estão organizados de uma mesma maneira. Após o título e os subtítulos, estão os textos evangélicos referentes ao tema, depois os escritos de Kardec, nos quais apresenta as explicações espíritas sobre os textos, desenvolvendo-os, e em terceiro lugar, Instruções dos Espíritos, também sobre o tema, num detalhamento ou conclusão do estudo.
" E veio Jesus para os lados de Cesaréia de Felipe e interrogou seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que é o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias e outros que Jeremias ou algum dos Profetas. Disse-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que sou eu? Respondendo, Simão Pedro disse: Tu é o Cristo, filho do Deus vivo. E respondendo, Jesus lhe disse: Bem - aventurado és Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, mas sim meu Pai que está nos céus." (Mateus, XVI: 13 a 17)
" E chegou a Herodes, o Tetrarca, notícia de tudo o que Jesus obrava, e ficou como suspenso, porque diziam uns: É João que ressurgiu dos mortos; e outros: É Elias que apareceu; e outros : É um dos antigos profetas que ressuscitou. Então, disse Herodes: Eu mandei degolar a João; quem é pois, este, de quem ouço semelhantes coisas? E buscava ocasião de o ver." ( Marcos,VI:14e15; Lucas, IX: 7 a 9 )
Em relação às qualificações usadas por Jesus declarando-se ora como Filho de Deus e ora como Filho do Homem, Kardec faz algumas considerações em Obras Póstumas ,no Estudo Sobre a Natureza do Cristo, item IX .
Declarando-se Filho de Deus, Jesus indicava sua posição de submissão ao Pai de todos, demostrando no seu viver na Terra, como o filho de Deus que, tendo alcançado o grau de Espírito Puro, em mundos materiais, fora designado para guiar essa humanidade ainda imperfeita e rebelde , ensinando as leis morais e servindo como modelo aos seus irmãos.
A respeito das declarações sobre ser Filho do Homem, Kardec cita alguns versículos da Bíblia, de Ezequiel, narrando Deus falando com ele, tratando-o como Filho do homem e de Judith, VIII,15: " Porque Deus não ameaça como os homens e não se inflama " em ira como o Filho do homem", onde está bem clara, entre os judeus, a ideia de "nascido do homem . Ao assim referir-se, Jesus deixava bem claro que ele era igual a todos, que ele também pertencia à humanidade em geral, fora criado como todos, fizera sua evolução espiritual como todos têm de fazer, antes a Terra existir . Daí, poder ser o guia e o modelo para seus irmãos em evolução.
Pelas suposições, nos dois textos acima, de que Jesus pudesse ser Elias, ou jeremias ou algum dos Profetas, percebe-se que os judeus aceitavam a ideia da reencarnação, de forma nebulosa, indefinida, sem compreensão, evidenciada pela possibilidade de Jesus ser também João Batista, que fora decapitado, quando Jesus já divulgava seus ensinos. Aceitavam a volta à Terra dos seus mortos ou de alguns deles, mas não se aprofundavam nesta ideia, nem na de vida futura, após a morte.
Continuando as considerações sobre o texto acima, vamos refletir sobre a afirmação de Jesus, quando após haver Simão Pedro respondido : tués o Cristo, filho do Deus vivo, assim diz: " Bem - aventurado és Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, mas sim meu Pai, que está nos céus."
Como devemos interpretar a expressão: " não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, mas sim meu Pai que está nos céus." ?
Pensamos que ela significa que Pedro, como homem da época não tinha condições intelectuais para responder com exatidão, como o fez, a pergunta feita por Jesus. Não falou por ele, não sabia o que falava, simplesmente, falou o que lhe veio à mente, sem raciocinar: foi um instrumento mediúnico, fazendo uma revelação, vinda de mais alto , do plano espiritual. Foi um ato mediúnico, revelando a verdade sobre Jesus. ( Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel, capítulo Pedra Rejeitada, editora O Clarim)
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2003
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