quinta-feira, 16 de junho de 2016

OBEDIÊNCIA E RESIGNAÇÃO - Leda


Novamente, neste capítulo, a mensagem é de Lázaro, irmão de Marta e Maria, que foi “ressuscitado” por Jesus, conforme consta em João, XI: 1 a 46.

“A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração.”

Assim afirma o autor, na explicação de que obediência e resignação não são a negação da vontade e do sentimento. Ao contrário, são virtudes que se expressam em ações muito ativas e difíceis para a maioria dos homens, porque refletem uma confiança plena em Deus e em suas leis.

A obediência e a resignação cristãs, para assim serem qualificadas, devem ter o aval da razão e da sensibilidade, através de raciocínios que as tornem compreensivas, demonstrando seu valor e sua necessidade ao viver do homem na Terra e ao seu viver eterno.

“Ambas são forças ativas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair. O poltrão não pode ser resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes...”.

Obedecer e resignar-se são atos e ações de quem age segundo a vontade de alguém, submetendo-se a ela. O cristão se submete ás leis divinas, porque confia no seu Criador.

Na obediência e resignação cristãs, segundo o espiritismo, o homem de hoje esforça-se para entender as leis morais, trazidas por Jesus, pelo consentimento da razão e da sensibilidade, compreendendo serem essas ações morais necessárias para um viver produtivo em ações nobres, de transformações internas e de progresso espiritual.

A obediência e a resignação, por medo ou ignorância, sem compreensão, apenas pela “autoridade” de quem as exige, cada vez mais, escasseiam, porque hoje o homem quer compreender antes de aceitar, ou acreditar.

Jesus não renasceria na Terra, para agir com seus irmãos imperfeitos, usando os mesmos métodos usados pelos poderosos da Terra, ou seja, exigindo, pela força ou pelo temor, a obediência e a resignação às leis divinas.

Não, ele veio trazer as leis morais, indispensáveis ao progresso moral da humanidade da Terra, que devem primeiro, se desenvolver na mente e no coração de cada Espírito, encarnado ou desencarnado, pela vontade de cada um.

Quando a influência desses seus seguidores for maior do que a dos que as repelem, a Terra se tornará um mundo sem tormentos e angústias, possibilitando um viver agradável, prazeroso, com muito mais facilidades para o progresso no bem, pelo bem e para o bem.

Assim, aquele que, entendendo que as causas das dores e sofrimentos da Terra estão dentro dos homens, que as ações externas, as situações e os acontecimentos, apenas estimulam reações oriundas do íntimo de cada um, esforça-se pela aceitação dos mesmos, resigna-se, isto é, não reclama, não se revolta, não se desespera, porque sabe que esses males são necessários ao seu progresso espiritual.

Procura, então, com serenidade e confiança, a libertação dos mesmos, com a certeza de que esses sofrimentos lhe trarão benefícios, alguns já percebidos durante os mesmos, e que, esses bens não viriam de outra forma, por causa de sua própria rebeldia.

O autor usa, à vezes de uma linguagem dura, “o chicotearemos e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora”, que devemos entender como metáforas e não como ações reais desses guias da humanidade. Refere-se, ele, à lei de causa e efeito, que dá a cada um o resultado do que fez, provocando que “toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas, bem-aventurados os que são mansos, porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Fevereiro / 2008

Bibliografia:
KARDEC, Allan - " O Evangelho Segundo o Espiritismo "

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