segunda-feira, 20 de junho de 2016

O Espírito de Verdade - links

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Esp%C3%ADrito_da_Verdade_(espiritismo)

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Jesus, João Batista e o Espírito da Verdade


Continuamos o estudo do livro “Boa Nova”, de Humberto de Campos (Espírito).
  1. No capítulo 2, o autor espiritual esclarece, pela mediunidade de Chico Xavier, como foi a vida de Jesus desde a sua infância até o início de suas pregações.
  2. a) Fica aqui claro que Jesus sempre viveu com sua família em Nazaré;
    b) Jesus nunca viajou pelo oriente antes de iniciar suas pregações.

  3. Em visita à Maria, após a apresentação de Jesus no templo, Isabel, mãe de João Batista diz: “O que me espanta é o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da pouca idade [entre 11 e 12 anos, nessa época]”.
  4. a) Maria diz: “Essas crianças, a meu ver, trazem para a humanidade a luz divina de um caminho novo”;
    b) Fica clara a grandeza espiritual de João Batista e principalmente de Jesus;
    c) Maria fala também da grandeza espiritual de Jesus, quando explica a forma como ele, ainda criança, tratava os necessitados;
    d) No final da passagem, Nossa Senhora diz: “Fala [Jesus] de sua comunhão com Deus, com uma eloquência…”;
    e) Mesmo criança, Jesus mostra o total conhecimento de sua condição espiritual.

  5. Sobre a apresentação de Jesus no templo, Nossa Senhora diz: “… e a facilidade de argumentação com que Jesus elucidava os problemas que lhe eram apresentados pelos orientadores do templo nos deixou a todos receosos e perplexos. Sua ciência não pode vir deste mundo: vem de Deus que certamente se manifesta por seus lábios amigos da pureza”.
  6. a) Em todas essas passagens, podemos ver que a constituição física infantil não impedia Jesus de saber exatamente quem era, ou de se comunicar com Deus;
    b) Com certeza, dada sua superior condição evolutiva de Espírito perfeito, somente Deus poderia ter influência sobre ele;
    c) Logo, não faz sentido dizer que o Mestre teria ido ao Oriente para aprender doutrinas lá ensinadas, ou mesmo que ele aprendeu algo com os Essênios;
    d) Menos sentido faz, acreditar, que Hilarion de Monte Nebo, do livro “Harpas Eternas”, tenha ensinado alguma coisa a um Espírito da ordem Crística como Jesus;
    e) Outro erro grave foi o cometido por Roustaing quando, em seu livro “O Quarto Evangelho”, disse que Jesus não possuía corpo físico, mas só corpo fluídico;
    f) Este capítulo esclarece outro erro, que foi cometido até por Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, ao dizer que Maria desconhecia a missão de Jesus;
    g) Fica claro neste capítulo que ela a conhecia, e muito bem.

  7. Alguém poderá contestar que não existe nenhuma prova histórica ou científica de que Jesus existiu, e que portanto as colocações do livro “Boa Nova” podem ser puro fruto da imaginação de Chico Xavier.
  8. a) Nossa resposta é: quem não pode afirmar sequer que Jesus existiu, ou mesmo não crê no Mestre, também não pode inventar histórias sobre ele;
    b) Nós estamos escrevendo para os que têm certeza sobre tudo o que nos ensinou o Divino Mestre, como é o nosso caso;
    c) E aos que têm certeza sobre Jesus e seu Evangelho, nós estamos nos baseando sobre as informações mais confiáveis que dispomos, pois nos foram enviadas exatamente através de Chico Xavier;
    d) Quando Kardec nos diz que “a fé só pode ser verdadeira, quando pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”, ele está nos dando o roteiro seguro para nossa orientação;
    e) E não só Kardec, mas mais de duas centenas de grandes cientistas do final do século 19, até os anos 1930, comprovaram, de forma absoluta, a realidade do mundo espiritual e todos os fenômenos Espíritas;
    f) Logo, quando falamos de Doutrina Espírita, estamos falando de verdade científica comprovada e não de simples questão de fé;
    g) A partir dos anos 1930, ninguém provou estas verdades de forma tão contundente quanto Chico Xavier, com a enorme força de seu trabalho e de seu exemplo;
    h) O mais incrível de tudo é que grande parte dos conceitos científicos tidos como verdades absolutas foram deixados de lado ou bastante modificados;
    i) Só como exemplo, a Teoria da Relatividade desbancando Newton, a completa mudança nos conceitos da Cosmologia, após a descoberta das galáxias por Hubble, a Genômica provando a existência de uma única raça (Homo sapiens sapiens), a completa mudança no conceito de átomo — aliás, já sutilmente descrito pelos Espíritos a Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, etc.
    j) No entanto, apesar de centenas de cientistas tentarem provar que o Espiritismo estava errado, a maioria confirmou os fenômenos, e os que não quiseram admitir, também nada conseguiram provar contra;
    k) Nunca se provou qualquer erro nos fenômenos espíritas, mas todas as poucas pesquisas modernas apenas as confirmam, desde Rhyne, passando pelas regressões de memória, às experiências de quase morte (aos milhares);
    l) Àqueles que, como no passado, querem continuar afirmando que “a Terra é plana”, nada temos a dizer, a não ser que respeitamos o seu livre pensar, desde que não queiram nos mandar para uma fogueira alimentada por preconceitos religiosos ou científicos.

  9. Quando Maria mostra preocupação com o futuro de seu filho, eis o que diz Jesus: “Mãe, que queres tu de mim? Acaso não tenho testemunhado a minha comunhão com o Pai que está no céu?”
  10. a) Mais uma vez fica clara a total percepção do Menino Jesus, quanto a sua sublime condição;
    b) Ele nos mostra que, para um Espírito de sua elevação, o corpo físico pouco interfere em suas lembranças, suas condições espirituais e seu comportamento;
    c) Ainda vale a pergunta: quem nesse planeta teria condições morais e evolutivas para ensinar qualquer coisa a Jesus?

  11. Em seguida responde Jesus às preocupações de sua mãe, quanto ao preparo do filho para a vida: “Mãe, toda preparação útil e generosa no mundo é preciosa; entretanto eu já estou com Deus. Meu Pai (Deus), porém, deseja de nós toda a exemplificação que seja boa e eu escolherei, desse modo, a melhor escola.”
  12. a) Depois de explicações tão claras dadas pelo próprio Jesus, como aceitar teorias sem sentido sobre sua infância?
    b) E ainda sobre o que ele fez, até iniciar suas pregações?
    c) O autor deixa evidente nestas passagens que, mesmo menino, Jesus já sabia há dois mil anos os contrasensos que inventariam sobre ele em nossos dias.

  13. Em seguida diz Maria: “No mesmo dia, embora soubesse das belas promessas que os doutores do templo fizeram na sua presença a seu respeito, Jesus aproximou-se de José e lhe pediu, com humildade, o admitisse em seus trabalhos. Desde então, como se nos quisesse ensinar que a melhor escola para Deus é a do lar e do esforço próprio (…), ele aperfeiçoa as madeiras da oficina, empunha o martelo e o enxó, enchendo a casa de ânimo com sua doce alegria.”
  14. a) Como Nossa Senhora conhecia a grandeza de seu filho;
    b) E com sua humildade Jesus nos ensina, ao deixar as benesses materiais do templo, o quanto é preciso o nosso esforço para o nosso crescimento junto daqueles a quem Deus nos coloca —eis nosso próximo;
    c) Mesmo menino, fazia tudo com sublimada alegria, mostrando que quando cumprimos com nossas obrigações com fidelidade a Deus, só temos motivos para ser felizes;
    d) Mostrando ao mesmo tempo o imenso valor da família, ao dizer que escolheria a melhor escola —o próprio lar—, deixando claro o quanto isso feito com boa vontade e alegria é importante para o equilíbrio social;
    e) Cabe ainda alertar o quanto é antiga a nossa adoração pelo deus-sucesso[1], pois quando deixou de procurar o templo com suas facilidades, o Mestre nos mostra que o verdadeiro sucesso está no dever bem cumprido, e nunca nas facilidades do mundo.

  15. Mais no final do capítulo, o autor espiritual comenta quanto à conversação solitária dos meninos João e Jesus: “Distanciados no tempo, devemos presumir que fosse, na Terra, a primeira combinação entre o amor e a verdade, para a conquista do mundo”.
a) Como a verdade é importante para a nossa evolução! Como é importante buscá-la! Eis o porquê de buscarmos este livro, “Boa Nova”;
b) Como o precursor de Jesus, João teve que usar a ferramenta da verdade para nos ensinar;
c) A verdade nos mostra que, para aprendermos a fazer brilhar nosso Espírito, precisamos desbastar nossas imperfeições, e isso nos causa incômodos, e às vezes podem nos dilacerar e magoar;
d) Mas quando necessário, é ela, como diz o texto, que nos arranca de nosso enraizamento com as coisas mundanas, levando-nos ao crescimento espiritual, pelo conhecimento da verdade integral;
e) João Batista revelou sua grande elevação espiritual, pois junto com Paulo de Tarso demonstrou saber de fato quem era Jesus;
f) E isso Jesus confirmou, quando disse: “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior de todos”;
g) No Antigo Testamento, no livro do profeta Malaquias, capítulo 4, versículo 5, lemos:
h) “Eis que enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e horrível do Senhor.”
i) Em Mateus, capítulo 17, versículos 10 ao 13 lemos:
j) “Os discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem os escribas que Elias deve vir primeiro? Ele, respondendo-lhes, disse: Elias certamente há de vir e restabelecerá todas as coisas. Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram (…). Então, os discípulos compreenderam que lhes tinha falado de João Batista”.
k) Em Malaquias, está se referindo ao horrível dia do Senhor, ou seja, às coisas que estão previstas pelo próprio Jesus, para nossa época atual;
l) Mas quem deve vir é o profeta Elias, que Jesus afirmou conclusivamente ser João Batista;
m) Mas como vimos, João Batista nasceu e cresceu junto a Jesus. Tanto a sua concepção, quanto seu nascimento são descritos no Evangelho;
n) Mas se é Jesus quem diz que ele é o Elias que haveria de vir, não há como duvidar;
o) João Batista só pode ser a reencarnação de Elias;
p) Mas em Mateus, Jesus primeiro se refere a uma vinda futura de Elias, concordando com o profeta Malaquias, para depois afirmar que ele era João Batista —quando Jesus profere a frase “Elias há de vir”, João Batista já havia sido morto;
q) Em Malaquias, a afirmação da vinda do Elias, confirmada por Jesus, acrescentando que ele viria restabelecer todas as coisas;
r) Mas o Espírito da Verdade afirmou a Kardec que estava vindo com sua imensa falange para restabelecer todas as coisas;
s) No que Kardec confirmou que ele, o Espírito da Verdade, era o Consolador Prometido—vide “A Gênese”, capítulo XVII ítens 33 a 42;
t) Ligando as coisas, não pode ficar dúvidas de que o Espírito da Verdade é João Batista, que, por sua vez, foi Elias;
u) E as profecias todas se confirmam. Basta ter olhos de ver;
v) Para nós, com o advento do Ciclo de Regeneração, chegou a hora da VERDADE, COM JOÃO BATISTA, O ESPÍRITO DA VERDADE;
w) E o Espírito da Verdade, para exercer tão grande missão, só pode ser um Espírito da Ordem Crística, ou seja, perfeito.
[1] Adorar o deus-sucesso significa buscar a qualquer custo o status social e a riqueza material, desvalorizando a simplicidade e a humildade, que são os únicos valores que levaremos para o outro lado da vida.
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João Batista, Elias e o Espírito de Verdade

Dalmo Duque dos Santos

“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes do céu, como um imenso exército que se movimenta desde que dele recebeu a voz de comando, espalham-se sobre a superfície da Terra; semelhantes às estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos...dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”.

João Batista foi o anunciador do Messias às margens do rio Jordão e por suas palavras de fogo foi pronunciada a grande oportunidade e advertência de salvação: “Eis o Cordeiro que tira os pecados do mundo”. Naquela época a nossa humanidade já estava moralmente falida no vencido ciclo civilizatório greco-romano e, segundo os historiadores astrólogos, ingressava na Era de Peixes, polarizada com Virgem, signos de cujas simbologias os cristãos extrairiam seus emblemas máximos de regeneração em uma nova etapa humana: o de pescadores de almas; e da Virgem Maria, responsável pela tônica de pureza de coração, brandura, humildade e compaixão. 


Primo em segundo grau de Jesus, João Batista trazia em si o Espírito de Verdade que existiu no profeta Elias e que foi identificado no célebre episódio da Transfiguração. Essa revelação de Jesus, da sua a condição de Cristo, acompanhado de Elias e Moisés), foi testemunhada somente pelos discípulos Pedro, João e Tiago, a quem Jesus pediu segredo sobre o que viram e ouviram. Os demais, ainda espiritualmente imaturos diante da Verdade, ficariam extremamente apavorados com desdobramentos da inesquecível cena do Tabor, porém não tão abalados, perplexos e impressionados como ficaria Pedro. Ali estava acontecendo um encontro histórico da tradição messiânica e seus profundos efeitos no futuro. O Espírito de Verdade contido em João Batista deveria preparar o terreno para a semeadura do Evangelho e iniciar Jesus na sua tarefa pública de três anos, na qual as coisas testemunhadas pelos seus ouvintes deveriam mudar da água para vinho no seu aspecto externo; e internamente da lama para água desta para a luz. Também nas instruções que faria aos discípulos, pouco antes de partir, Jesus lembra que o Espírito de Verdade, tal como Elias e João Batista, vai anunciar a seu retorno pela promessa do Paracleto ou Consolador, por meio da lembrança e retomada dos seus ensinamentos que seriam esquecidos e desviados nos séculos seguintes.

A autoridade espiritual de João Batista esteve, portanto, nos principais momentos da revelação da Verdade messiânica: na luta de Elias contra os reis e profetas de Baal, que pretendiam a destruição da fé em Israel; no batismo de Jesus no rio Jordão; no renovado combate de fé contra a realeza corrupta e contra o paganismo romano; e finalmente no Paradoxo da revelação espírita comandada pelo próprio Espírito de Verdade no século XIX. 

Como todos os profetas de Israel, João Batista se mostra como um ser “misantropo e sombrio” ou “radical socialista” (Will Durant, Nossa Herança Oriental), crítico do sistema social e do mau comportamento dos sacerdotes e dirigentes políticos. Por isso João Batista em tudo lembra Elias e também os seus antigos adversários. O rei Acab e a rainha Jezebel, agora são representados por Herodes e Herodíades, adoradores de Baal, usurpadores do trono e da riqueza alheia. Imorais, criminosos e violentos, essas duas almas delinquentes voltariam a representar no final do século XVIII como Luiz XVI e Maria Antonieta, o rei indeciso e imprevidente; e a rainha de origem austríaca, muito dada ao luxo, sempre repudiados xingados pela plebe. Esses antigos ladrões de vinhas, caluniadores e assassinos de Nabote, já haviam sido cruelmente mortos, conforme havia sido vaticinado por Elias- e seu sangue lambido por cães. Na França revolucionária, sob a acusação de alta traição, a velha e viciada representação monárquica perderia o trono, inúmeras videiras e principalmente suas cabeças, sendo também seu sangue lambido pelos cães atraídos pelo cheiro da morte na guilhotina. A mesma revolução que daria fim aos abusos do clero e da nobreza permitindo a manifestação do Paracleto na Europa e no recém liberto mundo colonial americano.


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