Destinação da terra
Palestra proferida por
Ricardo Artur Rosa
Centro Espírita da Fraternidade Cícero Pereira – CECIPE
Tema: Destinação da Terra – Causas das tribulações terrenas
Base : Evangelho segundo o Espiritismo – Capítulo III – Há muitas moradas na casa do Pai
Data : 08.05.2007
Que a paz do Mestre esteja com todos.
Creio que todos aqui já participaram ou assistiram a uma dessas festas comemorativas como a de fim de ano, aniversário de cidade, comemorações de final de campeonato.
E é aquele foguetório com explosões seguidas de luzes, cores e formatos diversos. E depois da explosão? Depois daquele festival de luzes, o que acontece? Após breve momento, restam pontinhos luminosos que vão se apagando e vemos seus restos enfumaçados caindo lá do alto.
Existiu algum personagem responsável por tudo que aconteceu?
Uma balinha para quem disse: “O dono da festa!”. Mas, ele fez tudo sozinho ou só entrou com o talão de cheques? Tenho a certeza de que ele precisou de ajudantes, desde o projetista até aquele moço simples que acendeu os pavios ou apertou um único botão. Quanto tempo e recursos foram gastos para que se fizesse uma festa de duração tão curta? E foi só para que todos os presentes admirassem a beleza? Acredito que possa haver até um pouco de vaidade do organizador: “Eu fiz isso!”.
Creio também que todos já ouviram falar ou leram alguma coisa a respeito da origem do Universo, o tal de Big Bang, numa tradução livre: Grande Explosão.
Após aquela fantástica explosão permaneceu, e permanece, uma quantidade incalculável de pontinhos luminosos, uns que já apagaram e outros que ainda estão emitindo sua luz. Embora a Terra não tenha luz própria, ela é um desses pontinhos espalhados no espaço.
Dia desses, recebi um e-mail de um amigo. Ou foi uma amiga? Oh memória! Naquela mensagem, o autor falava da insignificância da Terra em relação ao Sol e, do Sol em relação a uma estrela de primeira grandeza.
Mal comparando, frente ao Sol, a Terra seria uma poeirinha em uma vidraça. Considerando que o Sol é uma estrela de quinta grandeza, a proporção seria a mesma se fosse comparado a uma estrela de primeira grandeza. E a Terra frente a uma estrela de primeira grandeza? É bom que nós baixemos a crista.
Da mesma forma que o foguetório, todo efeito tem uma causa. Não há como pensar que o Universo tivesse surgido por si só, por combustão espontânea.
Quando lemos a Bíblia, no livro Gênesis, Moisés nos relata que, no início só existiam Deus e o nada, e Ele resolveu criar tudo o que existe.
E o que ou quem seria? Kardec, em O Livro dos Espíritos refere-se a Ele fazendo a primeira pergunta à Espiritualidade:
- O que éDeus ? (E não quem, como está em qualquer catecismo).
E recebeu a seguinte resposta:
- Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
Isto quer dizer que é um criador que não foi criado, que sempre existiu, que não teve princípio nem terá fim.
De acordo com as diversas crenças humanas, a esse grande organizador foi dado um nome, ou vários: Criador, Supremo Arquiteto, Deus, Elohim, Jeovah, Alá, Brahma, Odin, Tupã, Olorum, porém, seja qual for o nome, é Ele.
Então, de Deus, como criador, surgiu um fluido a que chamamos de Fluido Universal, que ocupa todos os espaços possíveis e imaginários. Esse fluido é uma forma de energia. Algumas filosofias chamam esse fluido ou energia de “prana”. Einstein dizia que tudo no Universo é energia. Não existe “vazio”, tudo está preenchido pelo fluido universal seja o espaço cósmico ou intramolecular. Um copo apanhado em uma prateleira pode estar vazio de algum líquido e até de ar, mas estará sempre cheio daquele fluido.
Quando mais leve, etéreo ou invisível esse fluido aliado à centelha divina da inteligência, dá origem ao PRINCÍPIO ESPIRITUAL, de onde derivam os Espíritos. Quando mais condensado, dá origem ao PRINCÍPIO MATERIAL e, dele derivam as várias formas de matéria: matéria bruta, corpos físicos, perispírito etc. Embora não seja visível a todos, o perispírito (corpo espiritual) não é espírito, é matéria, ainda que em forma sutil, como o ar que, embora não vejamos, também é matéria.
Dito isto, da condensação do fluido universal surgiram os astros e tudo o que existe sob a forma de matéria.
Por outro lado, quando se trata de Universo, é obrigatório que se deixe de lado o tempo. O que são milhões e milhões de anos frente à eternidade?
Assim, o que para nós é rápido, também é para aquele grande organizador. Para ele, o tempo decorrido entre o acender e o apagar de uma estrela é também insignificante. Há estrelas que já se apagaram há bilhões de anos e sua luz só nos chega agora, em razão da distância entre nós e elas.
A transmissão da luz acontece como uma pulsação e, por isso, vemos as estrelas “piscando”. Quanto ao Sol, não percebemos porque sua distância em relação a nós é mais curta. E quem olharia diretamente para ele sem dar uma fechadinha nos olhos?
Exemplo simples: Quando estamos longe de uma cidade vemos que as lâmpadas acesas piscam. Quando estamos perto esta sensação desaparece. Mas elas continuam “piscando”, “pulsando”.
E essa “pulsação” existe para todo o Universo. Ele se contrai e se expande a intervalos de milhões e milhões de anos, chamados pelos hindus de “evos” e corresponderiam, segundo eles, a uma espécie de “respiração” divina.
Em nosso mundo, para qualquer projeto que se deseje desenvolver, logo de início aparece um perguntador de plantão: “Para que serve? Qual a finalidade?”
Pode-se até explicar existência do Universo, mas não conheço qualquer obra ou estudo sério que me diga o “por quê” da criação. Não vale aquela história de “para a glória de Deus!” ou “Um rei precisa de súditos!”. Pode até justificar, mas não explica. Deus precisa de elogios? Em algum momento alguém poderia admitir que a finalidade fosse semelhante à daquele fogueteiro de que falei há pouco? Nem pensar!
Quando se constrói uma casa, o objetivo aparece logo: Alguém vai morar nela. E esse trabalho vai do projeto até o habite-se e a ocupação, passando pela contratação de arquiteto, mestre-de-obras, pedreiros, encanadores, pintores, eletricistas e outros profissionais. Assim, qualquer coisa que se faça só vai mostrar sua finalidade em um tempo futuro.
Por mera especulação e usando de toda a imaginação possível, acho que Deus, embora Todo Poderoso e não precisando de nada ou de ninguém, também entende (não esquecer que, para Ele, não existe presente, passado ou futuro) que deve distribuir as tarefas entre auxiliares. Dessa idéia, criados por Ele, surgem os espíritos a quem são passadas instruções específicas, de acordo com o projeto e a tarefa que cada um deve cumprir. Como já disse isto é mera especulação minha.
Na Parte Segunda do Capítulo I de O Livro dos Espíritos, há oito perguntas sobre definição, individualidade, quando começaram a existir aqueles auxiliares e se terão fim. Resumindo, a Espiritualidade respondeu a Kardec que esses auxiliares, os Espíritos, inclusive eles, são individualizações do princípio inteligente. São independentes da matéria, mas interagem com ela e, por serem criação, tiveram um início, todos eles simples e ignorantes. Quanto à época e o modo de sua formação, disseram eles que ainda nos são desconhecidos. Sobre o seu fim, sua existência não acaba, é tudo o que, por agora, podemos dizer (eles não podiam errar e, por isso, não arriscaram nem uma especulaçãozinha).
Isso nos aponta para o fato de que tiveram um início e não terão fim, são eternos desde sua criação. Quando Deus cria espíritos, estes começam da simplicidade e ignorância de tudo e, com o passar do tempo, vão adquirindo conhecimentos, experiência, enfim, as habilidades necessárias ao cumprimento das tarefas que deverão executar. Com oportunidades iguais e sem preferências ou vantagens a nenhum deles.
No livro A Gênese, Allan Kardec nos explica que era necessário aos Espíritos, para sua evolução, agir sobre a matéria e Deus lhes dá uma habitação, seus corpos, que poderiam ir sendo adaptados às circunstâncias de acordo com suas necessidades. Ampliações e reformas não necessitam de financiamento da Caixa ou com recursos do FGTS e podem ser efetuadas à medida que sua inteligência se aprimore e as julgue necessárias.
Disse certo escritor que, foi por aí que o macaco começou a descer da árvore e andar ereto. Também dizem alguns ortopedistas que esse andar ereto é a causa de muitas dores na coluna. Pior ainda em razão daqueles sapatos com saltos quilométricos.
Unindo as duas pontas, espírito e matéria, surge que, em cada um daqueles pontinhos luminosos que vemos no espaço deve haver espíritos. De todos os matizes, da simplicidade à elevação, uns mais depurados que os outros, que já tenham atingido determinado estágio de inteligência e moral. Não poderia dizer a terminologia aplicável a seus corpos, tendo em vista que o termo “encarnado” diz respeito a nossa composição física. Só sei que, quanto mais elevado mais leve, sutil mais está próximo da perfeição.
Dessa maneira, a obra vem sendo executada e, como Deus não para de criar, matéria e espíritos surgem a todo tempo. A diferença é que a matéria se extingue e um espírito não tem fim, progride indefinidamente até atingir uma relativa perfeição em todas as áreas do conhecimento. É fácil entender o porque da relatividade dessa perfeição, uma vez que perfeição absoluta, só a d’Ele.
De acordo com o adiantamento dos espíritos que habitam cada um desses astros, podemos dividí-los em:
- mundos primitivos;
- mundos intermediários;
- mundos de provas e expiações;
- mundos de regeneração; e
- mundos superiores.
Como dizia Allan Kardec, qualquer classificação depende do ponto de onde observamos. Quem olhasse para uma árvore e estivesse no mesmo plano que ela não enxergaria sua copa. Já outro que estivesse na cobertura de um edifício a veria. De um helicóptero, veria a copa da árvore e a cobertura do edifício e assim por diante. Quanto mais alto, mais pode observar e classificar, de acordo com o que vê, ainda que acima dele haja pontos de observação mais larga. Assim, de onde estamos temos aqueles mundos abaixo de nosso estágio de desenvolvimento e aqueles acima. Cada uma dessas evoluções de um mundo para o que lhe está acima corresponde a uma espécie de “final dos tempos”.
Espíritos que se adiantaram intelectual e moralmente, permanecem naquele mundo em constante evolução e os que persistiram na idéia do mal ou não evoluíram o suficiente são transportados para mundos compatíveis com seu comportamento, até que evoluam o suficiente para serem reintegrados ao mundo de origem. Ou evoluem ou permanecem estacionários. Isso deixa claro que, na Doutrina Espírita, os espíritos não retroagem não se admitindo a metempsicose, ou seja, que um espírito possa reencarnar em corpos de animais. A esse respeito, seria boa a idéia da leitura dos livros A Caminho da Luz, de Emmanuel ou Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, ambos psicografados por Chico Xavier e Os Exilados da Capella, de Edgard Armond.
Diante disso, seguindo aquela classificação, o que caracterizaria cada um deles?
- mundos primitivos - são aqueles habitados por espíritos em sua primeira passagem pela vida material, de modo a começar a compreender as coisas e os acontecimentos naturais que os cercam. É a contemplação de fenômenos naturais como chuva, raios, relâmpagos, fogo, tremores de terra, enchentes e o sentimento em relação a nascimento, vida, morte, dor, medo, frio, fome, sede etc.
Surge, ao lado do medo do que lhes é estranho, uma forma de raciocínio sobre o que estaria acontecendo, como e porque ocorreriam, começando a se perguntar o que seria aquilo tudo. Pode-se dizer que era a Terra naquela época do homem das cavernas, sujeita a todo tipo de problemas que assistimos no cinema.
No entanto, já se formava idéia de viver em grupo, o sentimento de que aqueles fenômenos naturais tinham uma causa provinda de uma inteligência superior à deles e a atribuí-los a alguma entidade poderosa a quem deviam respeitar, mais por medo do que por outra razão;
- mundos intermediários – onde já há uma tomada de consciência. Os elementos da natureza já não são de todo estranhos, mas ainda provêm de uma causa desconhecida. A essa “causa” foi atribuído o “status” de divindade. Passam a entender que determinada coisa que fazem dá a sensação de agradá-las, ou então, que algumas atitudes as encoleriza. E assim, para abrandá-las surgem sacrifícios e ofertas, por ocasião de terremotos, falta de chuva, doenças e calamidades. Esses sacrifícios, muitos deles de humanos ou de animais servia também para pedir proteção.
Na Terra, foi por essa época que surgiram civilizações mais desenvolvidas como a persa (hoje é o Irã), a babilônia (hoje é o Iraque), egípcia, hindu e outras. Segundo Emmanuel (A Caminho da Luz), esses povos provinham da Capella, para aperfeiçoamento moral. Capella é uma das estrelas da constelação do Cocheiro. Eram mais adiantados intelectualmente e começaram a trazer conhecimentos na área de aproveitamento da matéria inerte. E dão origem à metalurgia, para confecção de armas, da arquitetura, donde surgiram as edificações de suas cidades, permanecendo, no entanto, o costume dos sacrifícios, com as mesmas finalidades dos mundos primitivos.
Povos e nações atacavam-se uns aos outros seja para conquistar novas terras ou para defender-se. Os hebreus, por ordem de Jeovah viviam em luta com aqueles que encontravam em seu caminho até chegarem à Terra Prometida. Pelo seu entendimento, se Jeovah tinha prometido, que saíssem da frente. Não é muito diferente de hoje, não? E Jeovah, como descrito no Antigo Testamento, ajudava-os quando agradado ou punia-os severamente quando descumpriam suas ordens.
Aqui permito-me uma pergunta: Era isso mesmo que Jeovah queria?
Seria difícil argumentar com qualquer pessoa que nos apresentasse textos do Antigo Testamento quando vemos as ordens ciumentas e vingativas, as exigências absurdas ou sacrifícios sangrentos; ou quando os livros de História nos mostram guerras e mais guerras, por razões as mais diversas e, pior, consumadas “em Seu nome”.
Tenho quase a certeza de que não era esse o seu desejo. Será que os que transcreviam as palavras de Moisés o faziam corretamente? Sabemos que a linguagem era pobre de termos, porém, seria aquela a única que podiam compreender? As histórias passadas de boca em boca e depois transcritas eram reais de fato? Há passagens absurdas e contraditórias face ao Deus que entendemos ser absolutamente misericordioso, justo e bom. Como compreender que em Seus mandamentos constasse “não matar” e mandasse o “povo eleito” atacar e massacrar outros povos porque adoravam deuses diferentes ou para lhes tomar as terras?
Isto me leva a deduzir por que Ele, ao ver que nada havia sido compreendido, em vez de mandar um novo dilúvio (eu disse dilúvio e não Delúbio) nos enviou o Espírito mais evoluído de que temos notícia: Jesus. E o Mestre veio para explicar o que pretendia o Pai, mostrar Sua misericórdia, que Seu desejo era o do entendimento entre suas criaturas e deixasse claro que todos eram responsáveis por seus atos: “A cada um segundo suas obras”.
E esse iluminadíssimo Espírito procedeu como lhe tinha sido pedido. Deixou-nos exemplos e o mais completo guia de relacionamento: O Sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7). Está tudo ali. Palavras nos foram dirigidas, calcadas sempre no amor ao próximo, passagens do Evangelho nos mostram que Jesus não veio para “modificar a Lei, mas explicá-la e dar-lhe cumprimento”, que Deus “não queria o sacrifício, mas a misericórdia” e tantas coisas mais. Só que também continuaram a não entender nada e o sacrificaram seja por fanatismo religioso ou porque contrariasse interesses de poderosos;
- mundos de provas e expiações – é o estágio em que nos encontramos. O mal ainda prevalece sobre o bem, embora em menor escala, e ainda que, a todo momento, vejamos guerras, homicídios, drogas, miséria etc..
Fomos criados pela Inteligência Suprema, efeito inteligente de uma causa inteligente, mas ainda há companheiros de jornada que agem com um primarismo moral capaz de colocar em dúvida esse fato. E entendem que Deus seja passível de falhas como se humano fosse: “Olha que Deus castiga!”. Enfim, leram na Bíblia que Deus tinha criado o homem à Sua imagem e semelhança, logo atribuíram a Ele até uma figura humana. Tal semelhança só existe na essência, no espírito e não na estrutura física.
Em seu nome continuamos a produzir barbaridades. Massacres continuaram a existir. Foram as Cruzadas, a Inquisição e hoje são as Jihad Islâmicas. Chefes de Estado nomeiam-se deuses e chamam ao outro de Satanás: “Quem não está comigo está contra mim!”. Ainda se morre de fome, mas gastam-se fortunas em armamentos. Orgulho, egoísmo, vaidade, inveja e ódio continuam conosco como há milhares de séculos. São a base das chamadas “Guerras Santas”, como se houvesse alguma santidade nessas atitudes.
Cabe a pergunta: Essa “Guerra Santa” é para ser declarada contra outros ou contra nossas atitudes viciosas?” Foi para isso que Jesus esteve fisicamente entre nós e nos mostrou o caminho: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. É difícil percorrê-lo? Claro que é. Mas o Mestre mesmo nos deu um alento: “Nenhuma das ovelhas do rebanho do Pai se perderá”. Se queremos evoluir, a receita está dada;
mundos de regeneração – em que o mal ainda existe, mas em menor escala. Há prevalência do bem. É para lá nosso caminho. Embora pareça próximo, pelo comportamento que se observa a todo tempo, parece estar ainda distante. Basta olhar em volta de nós e até em nós mesmos. Aquele clássico, “comprei o pirata porque o original está muito caro”, “seu guarda, me alivia da multa, olhe aqui para a cervejinha” e continuamos criticando o próximo e nos absolvendo.
Dessas pequenas coisas vão surgindo as maiores porque achamos que “ninguém está vendo”. Está próxima a viagem para cima? Será que estaremos preparados para seguir em frente com a Terra ou seremos mandados para outros corpos celestes compatíveis com nossas atitudes como aconteceu com os exilados da Capella? Aquele ambiente a que o Mestre se referia quando falava das “trevas exteriores onde haverá choro e ranger de dentes” ou do “dia do juízo” etc. e de lá só sairemos depois de “pagar o último ceitil”, depurados do mal e resolvidos a amar-nos uns aos outros como ele nos tinha amado. Sempre que fazemos alguma coisa por alguém vem logo o pensamento a respeito da retribuição, da recompensa. Quando é que faremos o bem pelo simples fato de o estar praticando?;
mundos superiores ou angelicais– caracterizados pela inexistência do mal e habitados por espíritos superiores, que já alcançaram aquela relativa perfeição. Como ainda estão muito longe de nós e fora de nossa compreensão, poderíamos ir tocando esta vida, galgando degrau a degrau até lá, como se estivéssemos subindo a Escada de Jacó. Indo, voltando, como dizia Kardec: “Nascer, morrer, renascer, progredindo sempre”.
Pessoas há que se preocupam com o que lhes acontecerá no futuro. E vão lá na Dona Fulana, consultam cartas, horóscopos, vão naquela que se diz “vidente espírita” etc.. Aqui, um corte: Vidente qualquer um pode ser, mas duvido que seja espírita. Aquele que se diz espírita não tem o direito de fazer meio de vida de um dom que recebeu de graça.
Conselheiros sem conselho, com ares de sabedoria costumam dizer: “O futuro a Deus pertence!”. Que deixem Deus fora disso. Ele tem mais com que se ocupar. Que preocupação com isso! Tão fácil saber o futuro sem precisar desembolsar nada! O Mestre nos disse: “O plantio é aleatório e a colheita é obrigatória”, logo, o futuro de cada um está aí mesmos, escancarado. Basta ver o que cada um está plantando e refletir que o que estamos passando hoje é o resultado do que fizemos nesta vida ou em passagens anteriores.
Quando chegaremos a um desses mundos depende só de nós. A duração da viagem é escolha nossa, não há necessidade de afobação, temos uma eternidade pela frente. Para consolo, é bom lembrar que ninguém vira Francisco de Assis, Tereza de Calcutá, Santa Clara, Ghandi ou Chico Xavier da noite para o dia. Todos esses Espíritos começaram simples e ignorantes. Quantas idas e vindas realizaram? Erraram e acertaram ao longo delas, foram e voltaram por não sei quantas vezes, até que chegaram lá e sem terem recebido quaisquer vantagens sobre os demais.
Bom lembrar o que disse Francis Hime em uma de suas músicas: “na vida ninguém paga meia”. Mas, chegaremos. Ou não fazemos parte daquele Grande Projeto?
Bem, o relógio é implacável e aqui eu deveria parar.
Por que essas expressões de alívio?
Eu disse “deveria”. Assim, a provação ainda levará mais uns dois minutinhos. Coisa pouca.
Recebi pela internet a mensagem que vou ler e que me parece caber no assunto tratado hoje.
Mensagem de Chico Xavier
Nasceste no lar que precisavas,
Vestiste o corpo físico que merecias,
Moras onde melhor Deus te proporcionou,
De acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades,
Nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste,
Espontaneamente, para a tua realização.
Teus parentes e amigos são as almas que atraíste,
Com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas,
Modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes.
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivência.
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa:
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta,
Busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
Qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Agora sim. Podem respirar aliviados.
Obrigado e que a paz do Mestre permaneça com todos.
Ricardo (ou melhor, “estou” Ricardo)
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