domingo, 2 de setembro de 2012

PODERES OCULTOS


CAMINHO, VERDADE E VIDA- CAP 70-

“E onde quer que ele entrava, fosse nas cidades, nas aldeias ou nos
campos, depunham os enfermos nas praças e lhe rogavam que os deixasse
tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos os que nele tocavam,
saravam.” — (MARCOS, capítulo 6, versículo 56.)

Não raro, surgem nas fileiras espiritualistas estudiosos afoitos a
procurarem, de qualquer modo, a aquisição de poderes ocultos que lhes confira
posição de evidência. Comumente, em tais circunstâncias, enchem-se das
afirmativas de grande alcance.

O anseio de melhorar-se, o desejo de equilíbrio, a intenção de manter a
paz, constituem belos propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz
não se entregue a preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno
dessas cogitações com a cautela possível.

Ainda aqui, o Mestre Divino oferece a melho exemplificação.

Ninguém reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos
desconhecidos quanto Jesus. Aos doentes, bastava tocar-lhe as vestiduras
para que se curassem de enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o
movimento aos paralíticos, a visão aos cegos. Entretanto, no dia do Calvário,
vemos o Mestre ferido e ultrajado, sem recorrer aos poderes que lhe
constituíam apanágio divino, em benefício da própria situação. Havendo
cumprido a lei sublime do amor, no serviço do Pai, entregou-se à sua vontade,
em se tratando dos interesses de si mesmo. A lição do Senhor é bastante
significativa.


É compreensível que o discípulo estude e se enriqueça de energias
espirituais, recordando-se, porém, de que, antes do nosso, permanece o bem
dos outros e que esse bem, distribuído no caminho da vida, é a voz que falará
por nós a Deus e aos homens, hoje ou amanhã.




CAMINHO, VERDADE E VIDA (pelo Espírito Emmanuel)
Francisco Cândido Xavier

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