sexta-feira, 27 de maio de 2016

PROVAS VOLUNTÁRIAS – O VERDADEIRO CILÍCIO

PROVAS VOLUNTÁRIAS – O VERDADEIRO CILÍCIO


1 – Sofrer significa pagar ”dívidas”?
Nem sempre. só o sofrimento resignado na pratica do bem nos quita os débitos perante as leis da vida. sofrimento com revolta só agrava nossa situação evolutiva, assim como o sofrimento desnecessário.
“O mérito consiste em sofrer sem murmurar, as conseqüências que lhe seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar se não é bem sucedido”
2 – Quem são os “aflitos” referidos por Jesus?
São os aflitos humildes, arrependidos, porém, decididos a se regenerar pela reforma íntima e pelo trabalho no campo do amor e da caridade.
“A bem aventurança apontada por Jesus está condicionada a um sofrimento resignado, sem murmúrio e, acima de tudo, imbuído de esperança e confiança na providencia divina”
3 – “Haverá mérito em procurar alguém aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários?”
“Sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem daquele que a si mesmo as infliges, porque aí sá há egoísmo por fanatismo.
“Abençoa, pois, o teu corpo e ampara-lhe as energias para que ele te abençoe e te ampare, no desempenho de tua própria missão.”
4 – Que dizer dos que se submetem a tortura física para se salvar?
Ao contrario do que imaginam, retardam sua caminhada em busca da salvação. nosso corpo pertence a deus, que nô-lo concede como instrumento de trabalho para o nosso progresso. maltratá-lo, simplesmente, é rejeitar esse precioso auxílio divino.
“És um espírito eterno, em serviço temporário no mundo. o corpo é teu refúgio e teu bastão, teu vaso e tua pena e teu buril, tua harpa e tua enxada.” “torturar e martirizar voluntariamente o vosso corpo é contravir a lei de deus, que vos dá meios de o sustentar e fortalecer.”
5 – E quando aos que se autoflagelam, pensando estar agradando a deus?
É evidente que a punição é atenuada para aquele que erra por ignorância. entretanto, nunca estará a pessoa isenta totalmente da culpa, por quanto as verdade divinas, estão ao alcance de toda criatura, bastando sua iniciativa em assimilá-las.
“Essa prática já não é tão comum em nossos dias e tende a ser banida totalmente do comportamento humano, dando lugar ao sacrifício que, verdadeiramente, agrada a deus; aquele que se faz visando, unicamente, á promoção do semelhante.”
6 – Isolar-se do mundo, para não pecar, é proveitoso?
Não. o isolamento nos afasta do nosso semelhante e é através do contato com este que ajudamos e somos ajudados.
“Fugir de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é abraçar o egoísmo mascarado de santidade.”
7 – Afinal, em que consiste o verdadeiro cilício?
Consiste no sacrifício sue fazemos objetivando nossa melhoria espiritual, mortificando nosso espírito, e não o nosso corpo; combatendo o nosso orgulho; recebendo as humilhações sem murmurar; flagiciando o nosso amor próprio; sendo duros contra a injúria e a calúnia.
            “ Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão a vontade de Deus.”



FONTES COMPLEMENTARES
NÓS E O MUNDO
“Dai e ser-vos-á dado” JESUS – LUCAS, 6: 38
“Vós, porém, que vos retirais do mundo, para Me evitar as seduções e viver no insulamento,
que utilidade tendes na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais a combate?” Cap.05, 26.
Muitos religiosos afirmam que o mundo é poço de tentações e culpas, procurando o deserto para acobertar a pureza, entretanto, mesmo ai, no silencioso retiro em que se entregam a perigoso ócio da alma, por mais humildes se façam, comem, os frutos e vestem a estamenha que o mundo lhes oferece.
Muitos escritores alegam que o mundo é vasto arsenal de incompreensão e discórdia, viciação e delinqüência, Como quem se vê diante de um serpentário, contudo, é no mundo que recolhem o precioso material em que gravam as próprias idéias e encontram os leitores que lhes compram os livros.
Muitos pregadores clamam que o mundo é vale de malicia e perversidade, qual se as criaturas humanas vivessem mergulhadas em piscina de lodo, todavia, é no mundo que adquirem os conhecimentos com que ornam o próprio verbo e acham os ouvintes que lhes registram respeitosamente a palavra.
Muitas pessoas dizem que o mundo é antro de perdição em que as trevas do mal senhoreiam a vida, no entanto, é no mundo que receberam o regaço materno para tomarem o arado da e experiência é no mundo que se nutrem confortavelmente a fim de demandarem mais altos planos evolutivos.
O mundo, porém, obra-prima da Criação, indiferentes às acusações gratuitas que lhe são desfechadas, prossegue florindo e renovando, guiando o progresso e sustentando as esperanças da Humanidade.
Fugir de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é abraçar o egoísmo mascarado de santidade.
O aluno diplomado em curso superior não pode criticar a bisonhice das mentes infantis, reunidas nas linhas primárias da escola.
Os bons são realmente bons se amparam os menos bons. Os sábios fazem jus à verdadeira sabedoria se buscam dissipar a névoa da ignorância. O Espírita, na essência, é o cristão chamado a entender e auxiliar.
Doemos, pois, ao mundo ainda que seja o mínimo do máximo que recebemos dele, compreendendo e servindo aos outros, sem atribuir ao mundo os erros e desajustes que estão em nós.
XAVIER, Francisco C. Nós e o mundo; mens. 12. IN: __. Livro da esperança, pelo espírito Emmanuel. 7. ed. Uberaba: CEC, 1984, p.53-4.
PERANTE O CORPO
“Vós sois a sal do Terra; e se a sal for insípido, com que se há de salgar?” – JESUS, – MATEUS, 5: 13.
“Torturar e martirizar, voluntariamente, a vaso corpo é contrariar a lei de Deus que vos dá meios de a sustentar e fortalecer.
Enfraquecê-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio.
Usai, mas não abuseis, tal a lei. Cap. 5, 26.
Freqüentemente atribuis ao corpo as atitudes menos felizes que te induzem à queda moral e, por vezes, diligencias enfraquecê-lo ou flagelá-lo, a pretexto de evitar tentações.
Isso porém, seria o mesmo que espancar o automóvel porque o motorista dementado se dispusesse a utilizá-lo num crime, culpando-se a máquina pelos: desvios do condutor.
Muitos relacionam as doenças que infelicitam o corpo, quase todas por desídia do próprio homem, olvidando, contudo, que todos os patrimônios visíveis da Humanidade, na Terra, foram levantados através dele.
Sócrates legou-nos ensinamentos filosóficos de absoluta originalidade, mas não conseguiria articulá-los sem o auxilio da boca.
Miguel Angel plasmou obras-primas, imortalizando o próprio nome, entretanto, não lograria concretizá-las sem o uso dos braços.
Desde Colombo, arriscando-se ao grande oceano, para descortinar terras novas, aos astronautas dos tempos modernos, que se lançam arrojadamente no espaço cósmico, é com os implementos físicos que se dirigem os engenhos de condução.
Da prensa de Gutenberg às rotativas de hoje, ninguém compõe uma página sem que as mãos funcionem ativas.
Do alfinete ao transatlântico e do alfabeto a universidade, no planeta terrestre, tudo, efetivamente, é levado a efeito pelo espírito mas por intermédio do corpo.
E, sem dúvida, que pensamentos e planos sublimes, ainda agora, fulguram em torno dos homens, com respeito à grandeza das civilizações do porvir, contudo, essas idéias gloriosas estão para a realidade humana, assim como a sinfonia na pauta está para a musica no instrumento.
Do ponto de vista físico, é necessário que a inteligência lhes dá o curso necessário e a devida interpretação.
És um espírito eterno, em serviço temporário no mundo.
O corpo é teu refúgio e teu bastão, teu vaso e tua veste, tua pena e teu buril, tua harpa e tua enxada.
Abençoa, pois, o teu corpo e ampara-lhe as energias para que ele te abençoe e te ampare, no desempenho de tua própria missão.
XAVIER, Francisco C. Perante o corpo; mens. 10. IN: __. Livro da esperança, pelo espírito Emmanuel. 7. ed. Uberaba: CEC, 1984, p.49-50.
CILÍCIO E VIDA
Cilícios para ganhar os Céus!
A Infinita Bondade abençoe a quem os pratique de boa fé, no entanto, convém recordar que o Apelo Divino solicita “misericórdia e não sacrifício”.
Nessa legenda, lógica espírita aconselha disciplinas edificantes e não rigores inúteis; austeridades que rendam educação e progresso; regimes que frutifiquem compreensão e beneficência; cooperação por escola e trabalho exprimindo aprendizado espontâneo.
Quando tenhas uma hora disponível, acima do repouso que te restaure, canaliza atenção e força para que se atenuem os sofrimentos da retaguarda.
Um minuto de carinho para com os alienados mentais ensina a preservar o próprio juízo.
Alguns momentos de serviço, junto ao leito dos paralíticos, articulam preciosa aula de paciência.
Simples visita ao hospital diminui ilusões.
Cozinhar prato humilde, a benefício dos que não conseguem assegurar a subsistência, impele a corrigir os excessos da mesa.
Costurar em socorro dos que tremem desnudos, auxilia a esquecer extravagâncias de vestuários.
Entregar voluntariamente algum recurso, nos lares desprotegidos, criando reconforto e esperança, imuniza contra o flagelo da usura e contra a voragem do desperdício.
Amparar em pessoa aos que vagam sem rumo ensina respeito ao lar que nos aconchega.
Cilícios para conquistar os talentos celestes!…
Façamos aqueles que se transfigurem nas obras de fraternidade e elevação, por melhorarem a vida, melhorando a nós mesmos.
Não ignoramos que tanto o Planeta Terrestre, quanto as criaturas que povoam jazem vivos, em pleno céu, entretanto, jamais contemplaremos a luz divina do céu que nos circunda sem acendê-la, dentro de nós.
XAVIER, Francisco C. & VIEIRA, Waldo. Cilício e vida; mens. 44. IN: __. Opinião espírita, pelos espíritos Emmanuel e André Luiz. 5. ed. Uberaba: CEC, 1986, p.147-8.

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