quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

AS SETE FESTAS JUDAICAS


1 - A páscoa

A Páscoa era a mais importante de todas as festas, quer histórica, quer religiosamente. Celebrava o aniversário da libertação dos judeus da escravidão no Egito e do seu estabelecimento como povo independente pela ação redentora de Deus. O uso judaico distinguia entre ´´Páscoa do Egito“ e ´´Páscoa permanente“. A primeira era para ser observada em 10 de Nisan, quando o sangue era espargido nas ombreiras das portas e quando o cordeiro tinha de ser comido à pressa. A páscoa permanente era observada durante sete dias com os pães asmos. Ambas estavam intimamente ligadas no tempo e constituíam uma quadra festiva.
As celebrações publicas da Páscoa eram anuais, mas o Antigo Testamento menciona apenas algumas durante o tempo da sua história escrita (2 Cr 8:13; 30:15 2 Rs 23:21; Ed 6:19). Era, sem dúvida, observada mais ou menos regularmente, pôsto que tivesse havido lapsos ocasionais durante períodos de esmorecimento religioso. Durante o período do novo testamento parece que foi observada com regularidade, pois Maria e José levaram o menino Jesus a Jerusalém no tempo da páscoa (Lc 2:41) como um costume regular, e ele próprio observou a festa durante o seu ministério.
Requeria-se que cada pessoa do sexo masculino, apta fisicamente para marcha, aparecesse em Jerusalém no dia da festa, se vivesse dum raio de 25 quilômetros, a menos que estivesse desclassificado, por impureza cerimonial. As mulheres participavam também no culto, pôsto que não fossem obrigadas a isso. Vinham peregrinos de regiões distantes da palestina e até de províncias estrangeiras para trazerem as suas ofertas  e juntarem-se em culto festivo. Relata Josefo que, por ocasião da Páscoa, a população total de Jerusalém deve ter atingido três milhões. Muita dessa gente acampava fora da cidade, pois todas as habitações dentro das muralhas estavam cheias.
Durante a Festa dos Pães Asmos, eram oferecidos diariamente sacrifícios de dois bezerros, um carneiro e sete cordeiros do primeiro ano, juntamente com um bode como oferta pelo pecado (Nm 28:19-25). No segundo dia era oferecido um molho das primícias da seara, como oferta movida com um cordeiro do primeiro ano pra oferta queimada (Lv 23;10-14)

2 - O pentecostes ou festa das semanas

A festa das semanas, ou Dia das Primícias, era celebrada no Mês de Sivan, sete semanas depois da oferta movida, após a Páscoa. A palavra Pentecostes originou-se no intervalo de cinqüenta dias que separava as duas festas. De acordo com a tradução judaica realizava-se no aniversário da dádiva da lei no monte Sinai. O aspecto especial desse dia era a oferta movida dos pães levados, eram feitos de grão maduro que tinha sido ceifado. Posto que a festa não seja mencionada na história do Antigo Testamento, é de grande importância no Novo Testamento, como o tempo em que o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos do Senhor Jesus, que em obediência à sua ordem estavam à espera em Jerusalém. Tornou-se o dia do nascimento da Igreja.

3 - A festa das trombetas, ou Ano Novo (Rosh Hashanah)

O ano civil dos judeus começava no primeiro dia de Tishri Durante todo o dia de Ano Novo eram tocadas buzinas e trombetas no Templo, desde manhã à noite. Ao contrário da Páscoa e do Pentecostes, esta festa não atraía muitos peregrinos a Jerusalém porque era celebrada tanto no Templo, como nas sinagogas. Diz o livro de Neemias (Ne 8:2-12) que a festa foi observada por aqueles que voltavam do exílio, por meio da leitura pública da lei e por regozijo geral.

4 - O Dia da Expiação

O Dia da Expiação era mais propriamente um dia de jejum do que uma festa e assim é chamado no Novo Testamento (At 27:9). O aspecto característico desse dia, para além dos sacrifícios ordinários e diários, consistia na apresentação da expiação anual pelo sumo- sacerdote. Despido das suas Veste cerimoniais e vestindo-se de linho branco e simples, entrava no Santo dos Santos com o turíbulo cheio brasas tiradas do altar e com uma bacia cheia de sangue do bezerro que tinha sido morto como oferta pelo pecado. Enquanto o incenso subia como um véu entre o sacerdote eo propiciatório, ia aquele aspergindo o propiciatório com sangue. O mesmo processo foi repetido com o sangue do bode que foi feita oferta de pecado. De seguida, o altar de incenso e o altar de cobre fora do santuário, eram também aspergidos com sangue. Era apresentado pelo sacerdote um bode vivo e, colocando as mãos sobre a cabeça do animal, confessava os pecados do povo. O bode era levado para o deserto e solto, como um sinal de que os pecados do povo tinham sido tirados ( Lv 16: 23; 27-32)
Acabados estas cerimônias, o sacerdote tirava as suas vestes de linho, tomava banho e envergava de novo as suas roupas oficiais; depois de tudo isto, ofereciam-se os sacrifícios do ritual costumeiro. Muito do simbolismo do Dia da Expiação é aplicada em Cristo pela epístola aos Hebreus. Muitas das funções do sacerdócio de Jesus são descritas nos termos do Antigo Testamento.
No judaísmo moderno, o Ano Novo e o dia da Expiação estão unidos nos dias de arrependimento, durante os quais o adorador devoto pesquisa seu coração e procura o perdão dos pecados do ano que findou, a fim de poder entrar perdoado no ano novo.

5 - A festa dos Tabernáculos

Cinco dias depois do dia da Expiação era a Festa dos Tabernáculos ( Lv 23: 34; Dt 16:13) a festa ocupava do décimo quinto até o vigésimo segundo dia do mês. Comemorava a peregrinação no deserto, era também de ação de graças no fim da ceifa. Era celebrada por meio da construção de tendas e cabanas feitas de ramos, em que o povo vivia temporariamente como lembranças da residência temporária dos seus antepassados no deserto. Muitos sacrifícios eram oferecidos nos sucessivos dias de festas, e no fim havia um grande dia da convocação , chamado em João ´´o ultimo dia, o grande dia da festa“ (Jo 7:37) que assinalava a conclusão do ano eclesiástico. Entre as observâncias deste dia, que veio a existir depois da dádiva da lei, figuravam o derramamento de água de um cântaro de ouro no altar, o cântico do Hallel (Sl 113-118); o acender de quatro grandes candelabros no átrio das mulheres e o cântico de Salmos escolhidos. A Festa dos Tabernáculos era popular e de natureza alegre.

6 - Festas das Luzes

A Festa das Luzes ou Festa da dedicação era observada durante oito dias, a começar com o vigésimo dia Kislev. É mencionada em João 10:22. foi estabelecida pela primeira vez em 164 a.C, quando  Judas Macabeu purificou o templo que tinha sido profanado por Antíoco Epífanes e o rededicou ao serviço de Deus. Cada lar judaico era, em sua honra, brilhante-mente iluminado e a história dos Macabeus era repetida em beneficio das crianças. Corresponde quase exatamente o Natal

7 - A Festa de Purim

Purim, ou ´´sortes“ era observado no décimo quarto e décimo quinto dias de Adar. À tardinha, do décimo terceiro dia, era lido publicamente na sinagoga, todo o livro de Ester. Havia nesta festa um mínimo de observâncias religiosas, pois era antes um feriado nacional correspondendo um tanto ao dia quatro de julho, como os americanos costumam celebrar. Não é mencionado no novo testamento, a menos em João 5:1 aluda a ele.

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