sexta-feira, 29 de abril de 2011

A obsessão nos Evangelhos



"E quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o encontrando, diz: Tornarei para minha casa, aonde saí.   E chegando, acha-a varrida e adornada.  Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele entrando, habitam ali, e o último estado desse homem é pior do que o primeiro."(Lucas,11:24-26 )
Os versículos evangélicos que ensinam esta página, são decisivos da convocação dessa assertiva, representando uma ilustração típica feita por Jesus Cristo sobre os casos de obsessão: Um espírito obsessor foi afastado de um homem e levado para o umbral ou para um plano espiritual compatível com seu estado vibratório. Andando por lá e não achando consolo, decidiu-se a voltar para as proximidades da criatura de quem foi afastado. Ali chegando, notou com surpresa, que o antigo perseguido não havia se moralizado, não havia tomado nova diretriz e permanecia distanciado do Bem, deixando, como decorrência, a porta aberta para a volta do perseguidor. Este, por sua vez, não se contentou em voltar sozinho; foi e arranjou sete espíritos piores do que ele. Sob a influência dessa legião do mal, o estado do antigo perseguido se agravou, tornando-se muito pior do que antes.
Em Lucas, 8:2, observamos que "algumas mulheres foram curadas de espíritos malignos e enfermidades, dentre elas Maria Madalena, de quem o Mestre expeliu sete espíritos imundos".
Marcos, 5:7-9, relata que um homem Gadareno vivia assediado por espíritos obsessores. Quando Jesus se aproximou dele, passou a clamar com grande voz: "que tenho eu contigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes." O Mestre, após ordenar que o espírito imundo saísse do homem, perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” E ele respondeu, dizendo: Legião é o meu nome; porque somos muitos.
Segundo a descrição de Lucas, 9:38-42, um homem que tinha um filho atormentado por espírito maligno, dirigindo-se ao Messias, pediu: "Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que tenho. Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça, até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado. E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não o puderam.” E Jesus, respondendo, disse: “Oh geração incrédula e perversa! até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho.” E quando vinha chegando, o espírito o derribou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino.
E na II Epístola aos Coríntios, 12:7-8, quando Paulo afirma: "E para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de "satanás" para me esbofetear, a fim de me não exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim."
Os casos de Maria Madalena e do Possesso Gadareno se enquadram melhor no ensinamento que serve de tópico para está página. é obvio que Madalena para ter chegado ao ponto de ter sete espíritos obsessores atormentando-a como autêntica legião, deve ter passado pelas fases mais brandas da obsessão, quando o obsidiado recebe toda a sorte de advertências e amparo espirituais (É a fase quando o espírito imundo tem saído, anda por lugares secos, buscando repouso). Dando de ombros a esses avisos salutares, o obsidiado entra na fase mais aguda (quando o espírito achando a casa varrida e adornada, vai e leva consigo outros espíritos piores do que ele).
Existem muitos outros casos nos Evangelhos, tais como o do servo do centurião, da filha da mulher Cananéia, da mulher paralítica, descrita em Lucas 13:10-17, sem falar no assédio dos espíritos inferiores no sentido de que os apóstolos Pedro e Paulo fossem frustrados em suas missões, conforme narrações contidas em Lucas, 22:31-34: Disse Jesus a Pedro: "Simão, Simão, os espíritos das trevas vos pediram para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos."
As páginas dos Evangelhos estão repletas de passagens com as obsessões espirituais, sobejamente abordadas nas obras básicas do Espiritismo (Paulo Alves de Godoy - Revista O Clarim, nº 15, de novembro de 1971).


Quer saber um pouco mais?
o        Allan Kardec, A Gênese, Cap. XIV, itens 45 a 49 – Obsessões e possessões;
o        Allan Kardec, O Céu e o Inferno, primeira parte, Cap. IX, itens 20 e 23 - Os demônios segundo o espiritismo;
o        Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X, itens 5 e 6 – Reconciliar-se com os adversários;
o        Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XII, itens 5 e 6 - Os inimigos desencarnados;
o        Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, item 81 - Prece pelos obsidiados;
o        Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, segunda parte, Cap. IX – Influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e ações;
o        Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII – Da obsessão;
o        Allan Kardec, Obras Póstumas, primeira parte, item 56, § 7 – Da obsessão e da possessão;
o        André Luiz/Chico Xavier, Missionários da Luz, Cap. 5 – Influenciação;
o        Francisco Cândido Xavier (Espíritos diversos), Instruções Psicofônicas, Cap. 51 –Domínio magnético;
o        Manoel P. de Miranda/Divaldo P. Franco, Loucura e Obsessão, Cap. 19 -  Socorro de libertação;
o        Yvonne do A. Pereira, Recordações da Mediunidade, Cap. 10 – O complexo obsessão;

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