segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"O Semeador" - Rodofolgo Caligaris


(Livro Parábolas Evangélicas à Luz do Espiritismo)

Nesta interessante parábola, Jesus retrata magistralmente o feitio moral de cada um daqueles aos quais o Evangelho é anunciado.
Conforme a, sua má ou boa vontade na aceitação da palavra de Deus, e a maneira como procedem após tê-la ouvido, os homens pode ser classificado como "beira de caminho", "pedregal", "espinheiro" ou "terra boa”.
A primeira classificação refere-se aos indiferentes, isto é, aos indivíduos ainda imaturos, não preparados para tal semeadura, indivíduos que se expressam mais pelo estômago e pelo sexo e cujos corações se mostram insensíveis a qualquer apelo de ordem mais elevada.
A segunda diz respeito a. uma classe de pessoas de entusiasmo fácil, que, ao se lhes falar do Evangelho, aceitam-no prontamente, com júbilo; mas, não encontrando, dentro de si mesmas forças suficientes para vencerem o comodismo, os vícios arraigados, os maus desejos, etc., sentem-se incapazes de empreender a reforma de seus hábitos, a melhora de seus sentimentos, e, se acontece surgirem incompreensões e dificuldades por causa da doutrina, então esfriam de uma vez, voltando, presto, ao ramerrão de vida que levavam.
Os da terceira espécie são aqueles que, embora já tenham tido "notícias" dos ensinamentos evangélicos, e os admirem, e os louvem até, sentem-se, todavia, demasiadamente presos às coisas materiais, que consideram mais importantes que a formação de uma consciência espiritual. Os medos do futuro, a luta pela conquista de garantias pessoais, vantagens e luxuosidades, sufocam, no nascedouro, os sentimentos altruísticos ou qualquer movimento de alma que implique a renúncia aos seus queridos tesouros terrestres.
Os definidos por último personificam os adeptos sinceros, nos quais as lições do Mestre Divino encontram magníficas condições de receptividade. Abraçam o ideal cristão de corpo e alma, e se esforçam no sentido de pô-lo em prática. Embora sofram tropeços e fracassem algumas vezes, perseveram animosos, resultando de seu trabalho abençoados frutos de benemerência e de amor ao próximo.
"Quem tenha ouvidos de ouvir, ouça”.

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